O INSUCESSO ESCOLAR DOS ALUNOS DA 5 ª CLASSE, TURMAS A e B DA

ESCOLA N° 4 DO MUNICÍPIO DE BUCO- ZAU, A NÍVEL DA LÍNGUA PORTUGUESA

 

 

 FERNANDO BUMBA

 

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS EDUCATIAS - ISCE

 

RESUMO









    Este projecto tem como objectivo apresentar estudos que possibilitem romper com ideias inalteráveis sobre o tema do insucesso escolar, apontando possibilidades concretas que levem ao sucesso dos alunos no ensino da disciplina de língua portuguesa. A justificação do mesmo,  está na problematizarão feita no decorrer do estudo, relacionando o processo ensino-aprendizagem com o sucesso e insucesso escolar, ou seja, através da procura de alternativas que superem essa lógica persistente no dia-a-dia da escola n°4, município de Buco-Zau, província de Cabinda.

   Esta é uma pesquisa exploratória utilizando a investigação acção Espera-se que este projecto nos ajude a compreender as manifestações das verdadeiras causas que levam os alunos ao insucesso escolar nos vários domínios do ensino, isto é, vamos procurar identificar e determinar as manifestações das causas do insucesso escolar dos alunos na disciplina de língua portuguesa na escola n°4 de Buco-Zau, turmas A e B da 5ª classe, definir o insucesso escolar, e, finalmente, propor estratégias que possam minimizar o insucesso escolar no ensino primário e sobre tudo na disciplina sobre a qual o nosso estudo se debruça.

 

 

Palavras-chave: Insucesso Escolar, Língua Portuguesa, Supervisão Pedagógica

 

 

ABSTRACT

 

    This project aims to present studies that allow breaking with unalterable ideas on the subject of school failure, pointing out concrete possibilities that lead to student success in the teaching of Portuguese language.

    The justification of it, is made in the questioning during the study, relating the teaching-learning process with success and failure at school, that is , through searching for alternatives to overcome this persistent logical in the day-to-day of the school nº 4, in Buco-Zau, Cabinda province.
This is an exploratory research using action research. It is expected that this project will help us understand the true causes of events that lead to students failure at school in the various fields of education, that is, we will try  to identify and determine the causes of the manifestations of students school failure in the English subject in school No. 4 of Buco-Zau, classes A and B of the 5th class, to define school failure, and finally to propose strategies to minimize school failure in primary education and above all in the subject on which our study is focused.

 

Key words: School Failure; Portuguese Language; Supervision.

                            

 

1.INTRODUÇÃO

     O presente projecto pretende constituir uma abordagem ao insucesso escolar de um contexto situacional de uma realidade ligada ao insucesso escolar a nível da Língua Portuguesa. Este é um projecto de investigação acção e pretende instituir-se como um espaço privilegiado onde o aluno e o professor se envolvem na resolução de dificuldades de aprendizagem desejavelmente com  um  grau de autonomia crescente por parte do aluno.

    Conscientes  da  problemática do insucesso escolar  na escola  nº 4 do Município de Buco-Zau,  província de Cabinda, situação considerada por nós muito preocupante, levou-nos à reflexão sobre um trabalho de projecto que pudesse contribuir para solucionar ou minimizar a situação.

    Foi  neste contexto que começámos por elaborar o diagnóstico, contactando o Director e restantes Docentes da  Escola e apresentamos a proposta da implementação do projecto, com o objectivo de compreender as verdadeiras causas que levam os alunos a este fenómeno nos vários domínios do ensino, em especial a Língua Portuguesa.

Considerando, embora, a pertinência da implementação deste projecto, não podemos deixar de ter consciência  plena de que determinadas medidas dizem respeito ao poder  político central,  o que poderá limitar a resolução total do problema subjacente. Ao afirmarmos isto, estamos a dizer que, o poder executivo de um projecto em Angola às vezes passa pela decisão do poder central ou provincial e nunca de uma pessoa singular.

    Apesar dos constrangimentos, decidimos avançar com o projecto e após a constatação do problema, definimos a metodologia e instrumentos a utilizar, bem como as estratégias/actividades a implementar.

    No nosso trabalho, abordámos a Problemática, definimos os objectivos e as actividades a desenvolver e após a aplicação das técnicas escolhidas de acordo com o projecto, com a aplicação da análise de conteúdo, foi-nos possível discutir os resultados e chegar a conclusões.  Na Fundamentação Teórica e com recurso à revisão da literatura  reflectimos sobre a Língua Portuguesa, o Insucesso Escolar e a Supervisão Pedagógica.

 

 PROBLEMÁTICA

Descrição do contexto

Breve historial e caracterização da Instituição

      A escola n°4 de Buco-Zau situa-se na República de Angola, isto é, no continente africano na zona subsaariana. Angola faz fronteira ao norte com as repúblicas populares do Congo (Brazaville) e Democrática do Congo (Kinshasa). O município em questão fica no interior da província a mais de 128 km  da sede capital. É  rodeado  por  um  rio designado Luali, dividindo-o dum lado a outro, e este desagua no rio Luango na comuna de Necuto do mesmo Município.

     Buco-Zau é município da província de Cabinda e tem  aproximadamente 2 115 km² e cerca de 50 mil habitantes.  É limitado a Norte pela República do Congo, a Este pelo município  de  Belize,  a Sul pela  República Democrática do Congo, e a Oeste pelo município do Cacongo.  Em  fiote, dialecto local, mbuku significa "centro", "sítio" ou "local" e nzau  significa "elefante", um gigante animal que caracteriza a zona norte de Cabinda, embora a longa guerra pela qual Angola passou, tenha diminuído o número destes animais, é possível ainda observá-los casualmente na área do município.

     A escola está localizada a 1800 metros do hospital regional e 1200 metros da administração municipal, concretamente no bairro 4 de Fevereiro zona B,  próximo da escola de formação profissional do município.

Contexto Humano

    A escola n 4 é uma estrutura física pertença do estado angolano, tem regulamento estabelecido pelo ministério da tutela e possui um regulamento interno elaborado pela direcção da escola. Quanto à estrutura funcional, a escola tem uma direcção constituída por um Director, dois Subdirectores, Pedagógico e Administrativo todos nomeados pelo despacho n ° 053/DGDC/06 do Governador Provincial. Tem quarenta e nove professores todos no activo, dos quais vinte e três do sexo masculino e vinte e seis do sexo feminino, sendo, dois que leccionam as turmas em estudo. O pessoal não docente é constituído por seis membros. Tem um total de 1725 alunos dos quais, 872 do sexo masculino e 853 do feminino, sendo que 89 são da 5ª classe, para os quais direccionamos o nosso projecto, numa amostra de 29 alunos seleccionados aleatoriamente.

    A escola possui um grupo heterogéneo de professores provenientes de diferentes pontos do país, com atitudes diversificadas quer  laboral, quer socialmente, sendo que alguns denotam dificuldades no domínio do conteúdo e das técnicas e métodos do ensino. Têm a média de idade entre os trinta e três a cinquenta e oito anos. Dos 1725 alunos que a escola tem, todos são oriundos de diversas famílias, isto é, de diversos bairros e aldeias do município, com atitudes e comportamentos diferentes, uns tímidos, outros atrevidos, resultado das influências familiares e meio social onde estão inseridos. Esses são os relatos dos professores e alguns pais contactados cordialmente. Isto para muitos pode ser um dos grandes indicadores do insucesso escolar; segundo os professores. Por outro lado, os professores afirmam que alguns alunos chegam ao ponto de faltar ao respeito a alguns professores e seus colegas, questão que os preocupa,  porque,  todos eles têm  apenas uma idade média entre dez a dezoito anos.

    No que se refere à distribuição das turmas, cada professor tem uma  turma de 45 alunos leccionando neste caso todas as disciplinas do currículo face à reforma educativa que vigora no país. Tencionamos apresentar o nosso projecto à Administração Municipal,  à Secretaria Municipal da Educação e a outros indivíduos singulares da sociedade civil, os quais serão envolvidos no projecto.

Contexto Material

     A escola n ° 4 tem um edifício construído de raiz à luz do Decreto-lei N° 09/03, de 28/10; artigo 5° n.º 2  desde os anos 2007-2008, a par daquela que já antes existia deixada pelos portugueses, que hoje é considerada escola anexa. Ela apresenta – se com uma  boa estrutura quer interna quer externa, é composta por 4 pavilhões constituídos por 16 salas de aulas, incluindo a área administrativa. Tem carteiras, cadeiras e secretárias em  todas salas de aulas, embora com tempo se vão degradando.  Nos gabinetes dos directores, como na secretaria administrativa ainda encontramos o mobiliário em condições aceitáveis.

    No que  tange aos equipamentos e ao material didáctico (quadros, mapas, globos e outros para a pratica do ensino e aprendizagem), a situação continua um pouquinho crítica no país, pois que, "muitas escolas não têm carteiras nem cadeiras, quadros pretos e mesas para os professores" (Zivendele, 1990:31 cit. por Zassalas, 2003:29). Apesar de existir mobília, que também está a desagradar – se tal como afirmamos anteriormente, pelo menos é notória a ausência de materiais como computador, impressora e muito mais, que poderia servir – nos de instrumentos facilitadores para a execução do nosso projecto, recorrendo neste caso para todos trabalhos administrativos da escola,  pois só existem  máquinas de dactilografar que são no total de três. Outros materiais não menos importantes como vassouras, catanas, enxadas e outros para a limpeza da escola, constitui uma realidade.

 Contexto Situacional

    Este projecto baseou-se integralmente numa situação eminentemente difícil, não só para as futuras gerações,  mas,  para toda sociedade no geral, isto é, o insucesso escolar.  Neste contexto, o futuro para os menores poderá conhecer poucas saídas na resolução de certos problemas que lhes serão exigidos face à dinâmica da sociedade.

    Todavia, é evidente que toda a sociedade deve aparecer no combate ao problema mencionado anteriormente,  no sentido de transpor-se da história actual do fenómeno num rumo mais abonatório da vida não só do aluno, mas também do professor e da sociedade no seu todo.  Por esta razão, elaborou – se uma estratégia que vai servir de intervenção no âmbito do curso de supervisão pedagógica e formação de formadores, no contexto profissional,  revelando o problema existente e tentando solucioná-lo. A priori, este, é um projecto que decorrerá desde Junho a Outubro mas que será  também  um  ponto de partida em  termos de continuidade, em anos futuros, independentemente da realização deste projecto que funcionará como um alerta para a situação.

Definição do Problema

     "Abordar a problemática do insucesso escolar é uma tarefa complexa que implica, por um lado a clarificação do conceito de insucesso escolar e por outro um conhecimento do funcionamento real da escola e do sistema educativo, bem como dos seus intervenientes" (Sil & Victor, 2007). Neste contexto, os professores devem actuar como agentes de mudança tendo em conta as suas percepções e as suas opiniões face à problemática do insucesso escolar dos alunos.

   Sendo do conhecimento geral a existência de insucesso escolar nesta Escola, não só por conversas que fomos  tendo com colegas que aqui trabalham, mas também por ter sido a escola onde iniciamos a nossas primeiras aprendizagens e onde também trabalhamos, era um problema que  nos afectava muito directamente.

    Sugiram-nos várias hipóteses que poderiam explicar o insucesso escolar na escola nº 4 do município de Buco-Zau e por tal decidimos não só comprovar a existência do problema, como também tentar implementar estratégias para o solucionar.

Identificação e Delimitação do Problema

     Pelos estudos feitos sobre a problemática, e por aquilo que pudemos fazer em termos do trabalho com os professores, a observação directa das aulas, das fichas de avaliações contínua deste ano lectivo 2011, e pela observação das pautas em retrospectiva ao ano transacto, (embora essas não nos ofereçam dados actualizados), podíamos reflectir como seriam os resultados deste ano lectivo 2012.

      O  trabalho  realizado com  os alunos,  os  relatos quer dos professores quer dos alunos,  confirmou a existência do insucesso escolar na 5ª classe,  isto é,  na disciplina de Língua Portuguesa  não apenas  nas turmas em estudo,  mas também em todas  turmas e classes daquela instituição escolar, conforme os retratos da Revista ‟Ágora”,nº 2, (p.2, S.A.,s̸d. ); cito: tudo parece que se fale de insucesso, tantas são as suas manifestações  e as queixas que lhes são atribuídas. Tanto são também os domínios relativamente aos quais se refere o insucesso.

     Deste modo,  apresentamos uma sistematização das questões a que tentaremos dar a resposta ao longo do nosso estudo:

1-      Que estratégias são necessárias para uma formação continua correspondente às necessidades dos professores da escola n°4 do município sede de Buco-Zau, província de Cabinda?

2- Quais as modalidades a implementar para que haja uma formação contínua especifica que se adeque à realidade dos professores colocados na escola em causaɁ

3- Quais são as causas do insucesso escolar dos alunos da 5ª classe na disciplina de lingua portuguesa  naquela instituição escolarɁ

4-Qual é o grau da preocupação dos professores da escola nº 4 no contexto de aquisição das  competencias específicas  profissionais para a lingua portuguesa?

     Estas e outras questões conduzem-nos ao seguinte problema: a possibilidade de superação pedagógica dos professores nas áreas  especificas que vise minimizar o insucesso escolar dos alunos na disciplina de língua portuguesa na escola do ensino primário n° 4, turmas A e B, 5ª classe

Problema e suas condicionantes

     A escola é,  por excelência,  um  lugar dedicado ao desenvolvimento completo do indivíduo e é onde, a par da família, as crianças e jovens possuem saberes e valores que lhes permitirão formar-se como profissionais e cidadãos activos e participantes na sociedade. Segundo o  Gaspar & Diogo  (2010.p.10) afirmam  que a escola está, simultaneamente, ao serviço do individuo e da sociedade. O individuo é de facto, o primeiro benificiario da  educação que recebe.  Neste caso, a escola n°4 do município de Buco-Zau,  província de Cabinda sendo uma instituição legitimamente vocacionada para o ensino,  não descarta a possibilidade de possuir esses requisitos.

   Outrossim,  os percursos escolares não são, porém, todos iguais e surgem várias situações em que o volume de dificuldades de aprendizagem se acumula conduzindo ao insucesso escolar. A escola em estudo por aquilo que constatamos, procura responder a todos os problemas mas nem sempre as estratégias e técnicas definidas para apoio às aprendizagens surtem os resultados requeridos.

    As insuficiências verificadas podem inserir-se no âmbito das estratégias cognitivas, metacognitivas e sócio-afectivas. As dificuldades de gestão da aprendizagem surgem devido a diversos factores, entre os quais poderíamos destacar a perfilhação de métodos de estudo inadequados; dependência significativa face ao professor, professores com cursos diferentes ”improvisados” como os da língua portuguesa o que pode ser indicador de insucesso dos alunos, enfim, alguma incapacidade de auto-avaliação e auto-regulação do processo de aprendizagem; pouco conhecimento acerca de si próprio como aluno e dos métodos de estudo mais eficazes para si; ritmos de aprendizagem diferentes que não se encaixam  nos  ritmos das aulas normais da língua portuguesa; baixa  motivação e baixa auto-estima e insegurança perante as dificuldades.

      O insucesso escolar constatado e as dificuldades na língua portuguesa por grande número de alunos, sobretudo no que se refere à leitura, escrita, fala, interpretação e gramática  levou-nos a pensar as soluções necessárias para tentarmos minimizar as insuficiências detectadas na escola número 4 do Buco-Zau. Constatou-se que a contribuição directa das aulas de apoio pedagógico acrescido para o sucesso académico dos alunos é ainda insuficiente pois que, não existe uma associação de alunos e nem  sequer sabem  o que isso é.  Esta medida poderia aproximar os alunos, as dificuldades passariam a ser superadas por troca de ideias entre eles não só na disciplina de língua portuguesa,  mas sim,  nas várias outras disciplinas.  Notou-se que em cada 100 pessoas naquela vila, 99% usam com mais frequência a língua nacional sendo a sua língua materna. Também professores sem motivação no trabalho,  levando o mesmo factor a ser  transmitido ao aluno  pois que,  o professor é,  por excelência,  um modelo para o aluno.

      Para além  disso,  a  reforma  educativa  implementada um pouco por todo o país onde existem classes de transição automática, uma delas é a 5ª classe em   estudo,  constitui,  no nosso entender,  uma das fontes do insucesso dos alunos nas várias disciplinas do currículo. Sabe-se que, a reforma educativa em qualquer canto do mundo é feita de maneira cautelosa no sentido de não correr risco de despontar o que já existe.  Outrossim, é importante saber-se que a educação não pode ser feita fora de um  contexto político, econômico e social, o sistema educativa deve, antes de mais, ser considerado como uma rede de internações complexas, que o obrigam a ter em conta a realidade social envolvente, de forma que este não seja considerado como uma ilha no seio dos restantes sistemas sociais ( Mendonça ,2000.p.13)

     Uma vez fizemos menção da reforma educativa que caracterizado o conceito educativo em Angola, torna-se pertinente verificarmos a definição verdadeira da reforma. Para o Hans. W. cit. por Almerindo J. A. (1989.p.132), considera que o conceito de reforma educativa implica considerar uma multiplicidade de iniciativas que visam alternações no alcance e natureza da educação, passando ainda por mudanças nos currículos e conteúdos.  No caso do Soltis (1990.p.411), as reformas são projetos mais circunscritos, que têm em vista renovar, melhorar ou redirecionar as instituições educativas.   

É pois, evidente a necessidade de reflectir já que isto só compete ao governo através do Ministério da Tutela analisar outros modelos da reforma mais moderados, onde alguns elementos inseridos devem ser práticos, pouco volumosos e com qualidades aceitáveis tais como: ensinar o que é possível e não o que está formalmente definido, tornar o ensino mais aplicável e criativo, tornar a língua portuguesa como prática normal e fazer da leitura uma prática familiar, sermos selectivos nas obras literárias, considerar a leitura num desígnio nacional, exigências por parte do professor com envolvimento da sociedade.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

     Foi nossa preocupação, através da revisão da literatura, consultar obras que nos ajudassem  a fundamentar o problema que vamos abordar na realização do nosso projecto e que está ligado ao insucesso Escolar da Língua Portuguesa

    Neste contexto procurámos obras especializadas que nos remetessem  para esses paradigmas, tendo no entanto o cuidado de fazer uma selecção para evitar a “gula livresca

 Insucesso

      O insucesso resume-se como sendo um fracasso, os maus resultados adquiridos por  um indivíduo em qualquer campo social. É uma insuficiência (Dicionário da Língua Portuguesa, 4ª edição).

Podemos considerar, insucesso escolar como o fraco desempenho quer dos alunos quer dos professores no processo docente educativo. Este fracasso pode consubstanciar-se em factores internos (motivação, vontade, dedicação, determinação…) e externos (as condições que o meio social e familiar oferecerem aos componentes do processo de aprendizagem)

 

Etimologia do Conceito de Insucesso Escolar

Etimologicamente, a palavra  insucesso vem do latim  insucessu (m), o que significa ‟Malogro; mau  êxito, falta de sucesso , Fontinha .( s̸d) ; ou ainda mau  resultado, mau êxito, desastre, fracasso” Costa & Melo (1989). O vocábulo insucesso é habitualmente referenciado por antagonismo ao termo sucesso, que advém do latim  sucessu(m), o qual assume, entre outros, os seguintes significados ‟o bom êxito, conclusão ”  (op.cit) ou ‟chegada, resultado, triunfo” Machado (1977). Não podemos  pois, deixar de constatar, que os termos sucesso e insucesso detêm significados que se opõem aos conceitos de bom e mau que lhes estão subjacentes. Para a Mendonce (2009.p.63), a pesquisa dos termos bom e mau no Dicionário de Língua Portuguesa de Costa e Melo, encontramos ‟bom (....)” que tem  bondade; virtuoso; nobre; seguro (....)” e mau: (....) que não tem bons instintos; que exprime maldade; malvado; perverso(....)”.  Este autora  afirma que na sequencia do exposto, se em termos estritos efetuarmos uma correlação entre os termos bom ̸  sucesso e mau ̸ insucesso, verificamos que os sinônimos evocam sempre atributos pessoais, positivos ou negativos ( Maria Teresa. P. M. pp.60-61. op.cit., p.63). Assim sendo, falando do insucesso na vertente  escolar,  constitui hoje nas escolas de Angola um fenómeno massivo cuja natureza é determinante, parecendo ser de essência sócio – econômica. Este fenômeno  conduz-nos essencialmente a dois tipos de situações que correspondem a outras tantas:

a)-Característica dos alunos.

     Neste contexto, a título de exemplo, a escola n°4 é constituída maioritariamente por crianças com  idade desadequada ao ano escolar que frequentam. No entanto, muitos desses alunos ficaram  retidos uma ou mais vezes nas casas por vários factores, uns de ordem  política  militar da região, outros da difícil situação econômica e financeira dos  país, alguns por  não possuírem  famílias para os albergar (estamos referindo alunos de origem das aldeias mais recônditas da vila).

Esses factores  levam  muitos alunos ao insucesso escolar e, em alguns casos ao abandono escolar, pois que, o facto de ter idade avançada em relação a outros meninos é suficiente para existir um desequilíbrio e consequentemente o insucesso.

 

b)-Característica do meio familiar.

    As características da família são importantes para entender as decisões e atitudes das crianças e jovens,  quer em  relação à escola quer em relação ao meio do convívio familiar. O meio familiar pode influenciar e determinar a situação de insucesso escolar.

    As características que mais influenciam o percurso escolar dos alunos parecem ser a escolaridade dos familiares mais próximos e o tipo de profissões e ocupações que estes desempenham. Estes pontos podem condicionar o estilo de vida dos familiares e consequentemente manipular o estilo de vida do aluno. 

 Causas e Consequencias do Insucesso Escolar

    O drama do insucesso escolar é relativamente recente em Cabinda. Foi a partir dos anos noventa que encontrámos as suas primeiras manifestações e que se começou a exigir que as escolas ganhassem dividendos (suborno professor/aluno, venda de folhas das provas pelas direcções das escolas, a não uniformização de emolumento para aquisição de certificados, bem como declarações de estudos, enfim, várias situações menos boas para o progresso da escola). Isto deveu-se à influência do surgimento massivo, dos estrangeiros dos dois Congos, e por razões económicas. Todos, crianças, mulheres e homens iam à busca de "fundos e mundos" para melhor sobrevivência. Dali surgiram desgraças em todas vertentes sociais, uma delas mais afectada é a situação escolar dos alunos que vão enfrentando problemas sérios, levando-o ao insucesso escolar. Por este motivo, vários factores concorrem para o insucesso dos alunos entre os quais, preguiça, e a falta de capacidade ou interesse, embora estes, deixaram de certo modo de ser os únicos aceites como explicação para o insucesso e abandono escolar dos milhares e milhares de crianças e jovens do sistema educativo.

    Um estudo feito por um grupo de trabalho de 6 indivíduos da disciplina de área do projecto nomeadamente:  Couto, Ferreira, Lourenço, Rocha, Silva e Lourenço, (2009), defendem que,

 " as causas do insucesso escolar estão sem dúvida, relacionadas com o ambiente em que o aluno está inserido, ou seja, com o seu meio familiar, social e escolar". Sublinham ainda que, "todos os meios há uma variedade de factores que poderão levar a um caso de insucesso", tais como:

- Meio familiar:

• Precipitação dos pais ao fazerem os seus filhos entrar na escola primária com menos idade;

• Sucessivas transferências de escola para escola por motivos de viagens, profissão dos pais ou mudança de residência;

• Independência dos pais quanto à vocação dos seus filhos;

• Motivos económicos, ou seja, o aluno sente – se como mais uma despesa e por isso, vai trabalhar, e assim, dedica menos tempo ao estudo;

• Mau ambiente entre os pais (sucessivas discussões).

- Meio Social:

• Falta de popularidade entre os colegas;

• Excesso de actividades extracurriculares;

- Meio Escolar:

Preparação deficiente nos anos escolares antecedentes;

• Falta de estudo e/ou interesse pela escola e matérias leccionadas;

• Mau funcionamento da escola;

• Métodos não eficazes estabelecidos pelos professores para ultrapassar as dificuldades do aluno;

• Elevado número de alunos numa mesma turma.

    Essas causas afectam também as escolas de Angola (Cabinda) e, sobretudo no Município para o qual está direccionado o nosso projecto. Para tal, é necessário os alunos tentarem contrariar as situações do tipo, pois que, é a escola somente o lugar vocacionado para formar académica e profissionalmente o homem para a sua estabilidade económica futura. Socialmente o aluno tem o privilégio de propagar as suas experiências em diferentes sentidos. Pensamos que os alunos nem por isso têm a escola como trunfo para resolverem os seus problemas. Para alem das manifestações e das causas que levam os alunos ao insucesso escolar, também, temos a " desmotivação dos alunos, o desinteresse ou mesmo o abandono da escola, uma baixa auto-estima, o afastamento de colegas e amigos, a entrada para o caminho das drogas, tabaco ou álcool e a tendência para a criminalidade" (Andreia et al., 2009), enfim todos concorrem para o insucesso e abandono escolar 

Medidas de Combate ao Insucesso Escolar

   A definição do insucesso escolar é explicada pelas maiores ou menores capacidades dos alunos, inteligência, pelos seus dotes naturais, pela pertença social e pela maior bagagem que os alunos têm (Perrenoud,2002). Esta definição foi evoluindo ao longo dos tempos e hoje, os pedagogos já estabeleceram alguns casos que podem ser considerados como insucesso propriamente dito tais como:

- Desinteresse do aluno;

- O aluno não gosta da escola;

- Falta de atenção;

- Absentismo;

- Dificuldades de aprendizagem.

     Neste caso, de quem é a responsabilidade deste fenómeno?

     Vamos considerar que a culpa é de todos aqueles que se envolvem no processo, nomeadamente: aluno, família, a escola, professores, currículos, sistemas educativos e a sociedade (iden). De todos eles, o professor e o aluno são considerados os agentes mais responsáveis pelo insucesso. Pensamos que o professor recusa em fazer parte do problema por ser um dos mais difíceis do ensino. Os professores persistem em assacar a responsabilidade pelo insucesso aos alunos e às suas famílias. Como se o desejo de instrução fosse pensado como já existindo, como se a tarefa do professor consistisse ainda e sempre em transmitir saberes a alunos perfeitamente dispostos a assimilá-los, com excepção de alguns momentos de turbulência ou de fadiga (Perrenoud, 2002). O mesmo autor refere ainda: “Dêem-me alunos que queiram aprender, gostem de aprender, dominem a linguagem escolar e todos os códigos, beneficiem de todos os apoios familiares e eu comprometo-me a eliminar o insucesso escolar”.

    Todos são chamados a falar das suas experiencias, mostrando o que valem nas classes de base e não nas classes médias ou superiores, pois que, a base norteia o fim de uma acção. Outrossim, quanto mais experiência melhor, é a contribuição sugestiva de  Perrenuod (2002) afirma que:

              Um professor de quarenta ou cinquenta anos poderia pensar, de boa

              fé, que o sistema educativo que o emprega “tudo fez” para eliminar

             o insucesso escolar e as desigualdades sociais com que a educação

             se defronta: reformas estruturais, ciclos de orientação,

             desenvolvimento da educação pré-primária, diversificação de vias

            de ensino além da escolaridade obrigatória, modernização dos

             programas, ligação à vida, formação mais exaustiva dos professores,

            audiovisuais e novas tecnologias, diálogo mais aberto com as

            famílias, respeito pelos direitos dos alunos, sensibilidade em relação

            às diferenças culturais, apoio pedagógico, trabalho de grupo pelos

            alunos, projectos das escolas …”

 

     É, pois, necessário que todos os responsáveis se mobilizem para o combate, usando esforços de incentivo quer material quer moral para se tentar travar "a velocidade" do fenómeno.

    Mendonça (2009),apresenta um conjunto de medidas para diminuir o insucesso escolar, tais como:

• Obrigatoriedade de frequência do Ensino Pré-escolar;

• Funcionamento das escolas do ensino primário em Regime de Tempo Inteiro;

• Funcionamento com mais turmas com Currículos Alternativas;

• Aquisição de competências para a integração no mundo laboral durante a escolaridade obrigatória;

• Redução do número de alunos por turmas;

• Adopção de manuais e programas por ciclo de escolaridade;

• Acompanhamento de cada turma pelos mesmos professores, em cada ciclo de estudo;

• Aplicação de formas de avaliação diversificadas, sem que se valorize em demasia as prova escrita;

• Desenvolvimento de valores cívicos e de cidadania;

• Aproximação entre as escolas e os contextos em que se inserem;

• Desenvolvimento de actividades culturais e desportivas nas escolas;

• Existência de um professor tutor.

     Essas e outras são as possíveis medidas que podem minimizar o fenómeno do insucesso escolar no seio dos alunos bem como a utilização de técnicas e métodos variados para combater e/ou o prevenir.

     Neste contexto, “o simples acto de falar, ler ou escrever promove novas aprendizagens, quer a nível conceptual, quer a nível linguístico.” (Pocinho & Canavarro, 2009:105)

O Ensino de Língua Portuguesa

    Em condições normais, a língua é idioma de um povo. Ela toma duas características: oficial, quando é utilizada no quadro das diversas actividades oficiais; e não oficial, quando a escolha depende de razões políticas, neste caso, é usada pelo povo, mas que não é utilizada em todos os actos oficiais do poder político. Em alguns povos, não pode ser uma língua escolar.

Neste caso, Um percurso teórico sobre a noção de língua, insere-se no âmbito de uma pesquisa que trata de práticas de escrita e/ou escritura na teoria da análise do discurso. ( Nasi, 2007).

    Neste texto fazemos uma trajectória da noção de língua, partindo das gramáticas tradicionais e passando pelas abordagens de Saussure e de Chomsky, que respectivamente consideram a língua como um sistema de signos, e como um conjunto de sentenças ( Nasi, 2007). A partir disso, verificamos que os dicionários linguísticos abordam a língua a partir dos conceitos dos autores citados, enfatizando a sua importância como instrumento de comunicação. A realização dessa trajectória de pesquisa tem como objectivo contrapor essas abordagens à noção de língua em Análise de Discurso ( Nasi, 2007)

   Ensinar a ler às crianças não significa obrigá- las a decorar o alfabeto e a escrever as vogais e as consoantes de forma padronizada. A leitura é a causa natural da escrita, logo para uma criança, saber ler é dar-lhe o caminho da escrita, interpretação e gramática. O que é necessário é utilizar as técnicas que se encaixem no ensino da lingua potuguesa de modo a formar crianças com um poder criativo aceitavel, capaz de aprender fazendo, pois que, uma criança adquire qualquer compêtencia dado a sua premiabilidade de aprendizagem. Nesta fase a criança facilmente se adapta a qualquer tipo de treinamento que lhe for dado.

    Para alguns pedagogos, o desenvolvimento humano resulta da aprendizagem, com base na experiencia ou adaptação ao ambiente, reforçando que "a vida é um continuo processo de aprendizagem: novos eventos e novas experiencias desenvolvem novos padrões de comportamento" (Berger,2003 cit. Por Rodrigues M, 2006:19-20). Neste contexto, surgiu a teoria behaviorista defendendo que os seres humanos em todas as idades aprendem sobre o mundo da mesma maneira que os outros animais: reagindo a aspectos do meio ambiente que acham agradável, dolorosos ou ameaçadora esta teoria centra-se em dois tipos de aprendizagem: o condicionamento clássico (Pavlov, 1849-1936) e posteriormente aplicado em crianças por (Watson, 1878-1958) e o condicionamento operante.

A Formação dos Professores e o Desempenho Escolar

    A formação em situações normais é o acto pelo qual o individuo mais experiênte garante despositivos necessários para que o outro com a disposição favoravel se formar (Dicionário de Língua portuguesa, 2011). A capacitação do homem no exercício ou desenvolvimento de algumas competências profissionais, incorporando ao processo educativo aspecto teórico e prático. Ela é feita nas escolas independentemente do tipo de especialidade a optar. No caso dos professores, a sua formação passa nas escolas de formação dos professores ou nos cursos intensivos de superação pedagógica onde são capacitados para um exercício zeloso e inteligente da prática docente educativa.

     O professor do ensino de base regular no 1º nível deve possuir conhecimentos científicos suficientes e acima daqueles que são exigidos a nível do ensino primário. No caso do Município de Buco-Zau e, na escola nº4 onde centralizamos o nosso estudo, a estatística indica-nos que a percentagem dos professores que necessitam de formação pedagógica supera o nível dos que em algumas ocasiões já beneficiaram de formações pedagógicas, dos quais, a maior parte deles, 80% dos 100% têm o PUNIV nalguns casos, incompletos.

   Do exposto, surge uma pergunta: o nível tecnico-cultural dos docentes primários da escola em questão não estaria na base do insucesso escolar dos seus alunos?

    Pensamos que, o professor primário, além dos conhecimentos científicos ou culturais, deve ser portador de muitos conhecimentos psico-pedagógicos que lhe permitiam conhecer todos seus alunos, bem como a forma de transmitir e construir as suas competências e a personalidade.

    Passaram 25 anos desde que em Junho (1986) o Ministério da Educação (cit. in  Zassalas, 2003:59) afirmava ‟não existir um sistema eficaz e dinâmico de aperfeiçoamento dos docentes principalmente no 1º nível. O problema principal reside justamente na baixa preparação das aulas, no uso de métodos dogmáticos, constatados na maioria dos professores visitados (op.ct.p59). No entanto, é uma situação que até ao momento presente se faz sentir apesar da reforma educativa implementada um pouco por todo o país.

 

 A Supervisão e a Docência

    Falar de supervisão implica uma abordagem ampla da visão que ela tem no tratamento de algumas situações em torno das exigências sociais. Como disciplina, no quadro de um sistema formal de ensino e aprendizagem, é um corpo de conhecimentos que permite certas interpretações, análises, orientações, coordenações de tarefas quer pedagógicas quer administrativas, e, simultaneamente classifica e cumpre as necessidades de formação no seu sentido comum e geral.

   Um supervisor no processo docente educativo é aquele que tem a missão de observar a pratica docente de um supervisionado e, por conseguinte, interfere positiva e criticamente na relação entre os componentes, visando transformar o conhecimento empírico em conhecimento profissional validado pela sistematização reflexiva.

     No conceito da supervisão, o supervisor é alguém que se preocupa em ajudar a crescer o professor; alguém que proporciona aos alunos ambientes formativos estimuladores de um saber didáctico; alguém que sabe abanar quando é preciso; alguém que influencia o processo de socialização, contribuindo para o alargamento da visão de ensino (para alem de mera transmissão de conhecimento), estimulando o auto conhecimento e a reflexão sobre as praticas, transmitindo conhecimentos úteis a pratica profissional (Alarcão. et al. 2010:54).

     Na perspectiva, a noção de supervisão remete-se a algumas finalidades que se confinam na essência da supervisão, aparecendo com a função de apoiar e regular o processo formativo (op.cit,p.54):

• A actuação em situações complexas, a exigir adaptabilidade;

• A observação crítica;

• A problematização e a pesquisa;

• O diálogo;

• A experimentação de diferentes papéis; 

• O relacionamento plural e multifacetado;

• O autoconhecimento relativo a saberes e práticas.

 O Papel do Supervisor

     O supervisor tem um papel prático enquanto desencadeador de processos de socialização profissional nos quais os futuros professores vão aprender. Abstenhamo-nos aqui de fazer referências exaustivas ao conceito de supervisão, por entendermos que já todos conhecemos e na perspectiva de diferentes autores, no entanto salientamos que a nossa concepção assenta nas perspectivas defendidas por Alarcão e Tavares (2003) citado por  Melo (2004) sem colocarmos de parte as concepções dos outros autores, ao afirmarem: a supervisão ‟como processo em que um professor, em princípio mais experiente e mais informado, orienta um professor ou candidato a professor no seu desenvolvimento humano e profissional”(p.40). Para o autor, o processo de supervisão tem lugar num tempo continuado, pois só assim se justifica a sua definição como processo

    Entendemos que, o supervisor é, um professor que acompanha as primeiras experiências de prática do futuro professor, orientando e comandando todas as acções quer da prática quer reflexivas. Na visão do (Toledo cit. por  Buriolla, (2003), concebe a supervisão como " uma terapia profissional" (p.60) parece-nos que se configura como algo que se põe em permanente prática, utilizando os meios adequados para atingir o proposto na supervisão, na medida em que Toledo diz, ao lidar-se com o ser humano, deve-se fazer de uma forma mais abrangente com o «outro» com «você mesmo» de «mais inteira» é por isso que ela considera a terapia profissional como «um processo educativo, de mudança» do papel profissional, como algo que deve constantemente ser questionado, debatido, reciclado e que não se esgota no final de um curso profissional.

     A visão do Toledo mostra um grau supremo no tratamento da supervisão pois, nela inclui um vasto processo de revisão de padrões estabelecidos socialmente para o indivíduo. (Marta A. Buriolla, 2003:60).

OBJECTIVOS DO PROJECTO

     O projecto visa, concretamente, contribuir para o sucesso educativo na totalidade dos alunos não só da escola n ° 4, 5ª classe turma A e B do Município de Buco-Zau, mas também pode servir para as demais escolas, classes e turmas sedeadas na província em causa. Para tal, procuramos com este projecto:

• Compreender as manifestações das verdadeiras causas que levam os alunos ao insucesso escolar nos vários domínios do ensino;

• Definir o insucesso escolar;

• Identificar as causas do insucesso escolar nos alunos da escola n ° 4, 5ª classe, turma A e B na disciplina de Língua portuguesa; 

• Propor estratégias que possam minimizar o insucesso escolar dos alunos no estudo da língua portuguesa, ensino primário, escola n ° 4, Município de Buco-Zau, Província de Cabinda.

METODOLOGIA

 Procedimentos e Opções Metodológicas

    Encontrada a questão a investigar e formulado o problema houve necessidade de um aprofundamento teórico de alguns conceitos fundamentais para a compreensão e preparação do tema a abordar, através de alguma revisão de literatura de autores de referência nas diversas áreas.

    O fundamental ainda nesta fase foi a organização de listas de palavras-chave, assim como de fichas de leitura das diferentes obras que foram consultadas, com respectivas anotações e relações possíveis. À medida que se alargou o conhecimento acerca do tema que se iria investigar começaram-se a estabelecer relações fundamentais para desenhar a linha de investigação: ponto de partida, os participantes no projecto e as actividades a adoptar.

   Uma vez definidas as questões de investigação procurou-se pensar na forma como iria ser feita a recolha de informação, nomeadamente através de que instrumentos. Novamente aqui se teve que voltar a fazer alguma revisão bibliográfica em matéria de técnicas e metodologias de investigação científica como metodologia estratégica que melhor se adaptasse a um projecto de investigação e escolhemos a investigação acção. Para confirmar que efectivamente este problema do insucesso nestas turmas existe, optamos por fazer observação participante passiva, sendo o investigador a anotar todos os dados observados.

   De acordo com  Quivy (1992), ‟ Para levar a bom termo o trabalho de observação é preciso poder responder às três perguntas seguintes: Observar o quê? Em quem? Como?”( p.157).

   Neste contexto criámos grelhas de observação, tendo em conta os nossos objectivos, que utilizámos em diversos momentos: para registar a actuação quer de alunos, quer de professores e mais tarde para podermos avaliar se após o desenvolvimento das actividades tinha havido alguma melhoria por parte da amostra por nós definida.

   No estudo exploratório, foram inquiridos os professores das duas turmas em estudo, isto é, A e B da 5ª classe do ensino primário da escola n°4, através da aplicação de entrevista semi-estruturada, contendo questões relacionadas com causas do insucesso escolar, comportamentos de insucesso observados nos alunos e sentido de eficácia do professor face às técnicas e o domínio dos conteúdos.

    Para a construção da entrevista começámos por organizar um guião, para que nos pudéssemos nortear nas questões a formular. De uma forma geral, este estudo revelou que os professores têm um conhecimento significativo das causas geradoras do insucesso escolar e apresentam uma forte percepção acerca dos comportamentos de insucesso manifestados pelos seus alunos.

    Ainda para confirmar o referido problema, foram também feitas entrevistas a professores da mesma escola mas não titulares das turmas em estudo. Estas entrevistas decorreram informalmente mas foram de grande utilidade.

    Após a aplicação das actividdaes propostas, voltamos a questionar os professores no sentido de saber se houve ou não melhorias e também de forma a aprofundar melhor o tema e, para termos uma melhor percepção, pois certamente em turmas de grande dimensão face ao número de alunos as dificuldades deveriam ser diferentes.

    Neste contexto optamos por nos deslocarmos novamente ao local e conversamos com os professores para conseguirmos obter outras informações que nos ajudassem a melhor planificação das estratégias a serem aplicadas.

   Após a realização das observações e das entrevistas, escolhemos a Análise de Conteúdo para podermos analisar os resultados obtidos.

Segundo Quivy  (1992), “O lugar ocupado pela análise de conteúdo na investigação é cada vez maior, nomeadamente porque oferece a possibilidade de tratar de forma metódica informações e testemunhos que apresentam um certo grau de profundidade e complexidade.” (p.224).

    Para a utilização da análise de conteúdo, quer das observações, quer das entrevistas, criámos grelhas contendo categorias, sub-categorias e indicadores, conforme os exemplos que apresentamos.

Partindo dos resultados obtidos (quadros 1, 2 e 3 ) foi-nos possível proceder à análise e discussão dos resultados.

 

ANÁLISE DE CONTEÚDO

Inventário das Categorias, Subcategorias e Indicadores das Observações

 

Categorias

 

Subcategorias

 

Indicadores

 

 

Casos de Insucesso

 

 

Em que áreas da Língua

Portuguesa

 

 

Leitura

Escrita

Expressão oral

Gramática

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Identificação dos factores   do insucesso

 

 

 

 

 

 

 

Financeiro

Falta de material

Falta de suporte p/ material

Falta de roupa adequada

Carências financeiras

 

 

Fome

 

Poucos casos

Alguns casos

Muitos casos

 

 

 

Incentivo dos pais

Participação na vida escolar:

Sim

Não

Pouco

Nunca

Atribuição de tarefas domésticas aos filhos

 

 

Ética Profissional do Professor

Correcta

Incorrecta

Incentivos aos alunos

 

 

Desmotivação do Professor

Falta de condições de trabalho

Desanimo pelos fracos resultados

Não domínio de técnicas

 

 

Desmotivação   do aluno

Poucas intervenções nas aulas

Não domínio do Português

Desinteresse pela matéria

 

 

Falta   de material escolar

 

 

Manuais

Textos

Lápis

Canetas

Quadro preto

Giz

Distância da Escola

Perto

Longe

 

ANÁLISE DE CONTEÚDO

Inventário das categorias, Subcategorias e Indicadores das Entrevistas

 

Categorias

 

Subcategorias

 

Indicadores

 

 

 

Existência de insucesso

Informação   do professor

Sim

Não

Alguns   casos

Em que áreas da Língua

 

Portuguesa

Leitura

Escrita

Interpretação

Gramática

Expressão   Oral

 

 

 

 

 

 

 

 

Causas do Insucesso

 

 

Opinião dos Professores

 

 

Falta de   estudo

Dificuldades   de base

Falta de   empenho familiar

Cansaço

Não   domínio do Português

 

Formação dos Docentes

Falta de   formação específica

Falta de   seminários de capacitação

 

 

Influência familiar

Atribuição   de tarefas aos filhos

Falta de   incentivo moral

Falta de   apoio financeiro

Distância   da escola

 

Estratégias aplicadas

Actividades   diversificadas

Leituras

Escrita   de textos

 

Soluções para combater o insucesso

 

 

 

Por parte dos docentes

 

 

Formação   Contínua

Aplicação   de novas estratégias

 

Por parte da família

Participação   na vida escolar

Acompanhamento   dos filhos

Não   obrigá-los a tarefas caseiras

 

 

 

 

 

Quadro 1. Análise de conteúdo (observações)

 

Categorias

 

Sub   Categorias

 

Indicadores

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Casos de Insucesso

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em   que áreas da Língua

Portuguesa

 

 

 

 

 

 

Leitura/Escrita

 

A1- Mau

A2-Suficiente

A3-bom

A4-Mau

A5-Mau

A6-Bom

A7-bom

A8-bom

A9-Mau

A10-Mau

A11-Mau

A12-Suficiente

A13-Suficiente

A14-Mau

A15-Mau

A16-Mau

A17-Mau

A18-Mau

A19-Suficiente

A20-Bom

A21- Mau

A22-Mau

A23-Mau

A24-Mau

A25-Suficiente

A26-Mau

A27-Mau

A28-Suficiente

A29-bom

 

Expressão oral

 

A1-Mau

A2-Mau

A3-Normal

A4- Mau

A5- Mau

A6-Normal

A7-Normal

A8-Normal

A9-Normal

A10-Mau

A11-Mau

A12-Mau

A13-Normal

A14-Normal

A15-Mau

A16-Normal

A17-Mau

A18-Mau

A19-Mau

A20-Normal

A21-Mau

A22-Nomal

A23-Mau

A24-Mau

A25-Nomal

A26-Mau

A27-Mau

A28-Mau

A29-Mau

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Identificação dos factores do insucesso

Financeiro

 

Acerca deste   aspecto, denotamos que a maior parte dos alunos vivem com famílias de baixa   renda, tirando 8 alunos com condições dos pais minimamente aceitáveis

 

 

 

 

 

Fome

 

• 10  alunos com debilidades físicas o que   indicava a presença de fome;

• cerca de 5   alunos com uma forte  desmotivação;

• Em media, cerca   de 4 alunos apresentavam-se adoentados em todas observações feitas

• Aproximadamente   10 alunos em media estavam sempre disposto na aula

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Incentivo   dos pais

A1-Sim

A2-Não

A3-Não

A4-Não

A5-Não

A6-Algumas vezes

A7-Não

A8-Não

A9-Não

A10-Não

A11-Algumas vezes  

A12-Sim

A13-Não

A14-Não

A15-Não

A16-Não

A17-Algumas vezes

A18-Algumas vezes  

A19-Sim

A20-Não

A21-Não

A22-Não

A23-Não

A24-Sim

A25-Não

A26-Não

A27-Não

A28-Não

A29-sim

 

 

Ética   Profissional do Professor

P 1- Não tem

P 2-Não tem

Desmotivação do   Professor

P 1- Sim,   desmotivado

P 2- Sim

Desmotivação do   aluno

A1-Sim

A2-Sim

A3-Sim

A4-Sim

A6-Alguns   momentos

A5-Sim

A6-Sim

A7-Não

A8-Sim

A9-Não

A10-Sim

A11-Alguns   momentos

A12-Sim

A13-Sim

A14-Sim

A15-Não

A16-Alguns   momentos

A17-Sim

A18-Sim

A19-Não

A20-Sim

A21-Não

A22-Sim

A23-Alguns   momentos

A24-Sim

A25-Sim

A26-Sim

A27-Não

A28-Alguns   momentos

A29-sim

 

 

 

 

 

 

Falta   de material escolar

- Observamos que   todos professores possuem material escolar

-Aos alunos, dos   29 observados denotamos:

• 5 só têm   manuais de estudo do meio e matemática

• 4 têm o manual   de leitura, Matemática e estudo do meio

• 2 possuem todo   material escolar

•7 têm manual de   matemática, estudo do meio e geografia

•12 alunos não   possuem sequer um livro, apensa com lapiseiras e cadernos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Distância   da Escola

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A1-Vive a 8km da   escola

A2- 1km

A3- 50 metros

A4- 1km

A5-10 km

A6-11km

A7- 12km

A8 -13km

A9- 5 metros

A10- 6 metros

A11 – 5 km

A12 – 4 km

A13- 2 km

A14 – 1 km

A15 -10 metro

A16 – 1 km

A17- 1 km

A18 – 1km

A19-Vive a 3 km   da escola

A20- 1km

A21- 50 metros

A22- 1km

A23-10 km

A24-11metros

A25- 2km

A26-1km

A27- 5 metros

A27- 6 metros

A28 – 5 km

A29 – 2 metro

A-      Indicação do aluno

P- Indicação do professor

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quadro 2.  observação e avaliação final das competências dos alunos na leitura/escrita

Avaliação da leitura/ escrita

 

Aluno

Bom

Mau

Suficiente

A1

 

 

X

A2

x

 

 

A3

x

 

 

A4

 

X

 

A5

 

X

 

A6

X

 

 

A7

X

 

 

A8

X

 

 

A9

 

X

 

A10

 

X

 

A11

 

 

X

A12

X

 

 

A13

 

 

X

A14

 

X

 

A15

 

X

 

A16

 

 

X

A17

 

X

 

A18

 

X

 

A19

 

 

X

A20

X

 

 

A21

 

X

 

A22

 

X

 

A23

 

X

 

A24

 

 

X

A25

 

 

X

A26

 

X

 

A27

 

 

X

A28

X

 

 

A29

X

   
 

A: simboliza o aluno

Bom: 9 alunos

Mau: 12 alunos

Suficiente: 8 alunos

 

 

 

Quadro 3. observação e avaliação final das competências dos alunos na expressão/oralidade

Alunos

Bom

Mau

Suficiente

A1

 

 

X

A2

 

X

 

A3

X

 

 

A4

 

X

 

A5

 

X

 

A6

 

 

X

A7

 

 

X

A8

X

 

 

A9

 

 

X

A10

 

X

 

A11

 

X

 

A12

 

 

X

A13

 

 

X

A14

 

 

X

A15

 

X

 

A16

 

 

X

A17

 

X

 

A18

 

X

 

A19

 

X

 

A20

 

 

X

A21

 

 

X

A22

 

X

 

A23

 

X

 

A24

 

 

X

A25

 

X

 

A26

 

X

 

A27

 

X

 

A28

 

X

 

A29

 

X

 

A: aluno

Bom: 2

Mau: 16

Sufi: 10

 

 

Apresentação do Grupo de Sujeitos

    O estudo centra-se num conjunto de dois professores que lecionam nas turmas A e B da 5ª classe e 29 alunos escolhidos aleatoriamente nas duas turmas, constituindo assim a nossa população amostral, ou seja, todos eles fazem parte do nosso projecto, pois reúnem as mesmas características.

    Este projecto foi desenvolvido em equipa pois, além da participação da amostra, foram distribuídas actividades pelos restantes professores, director pedagógico e o próprio director da escola. Contámos também com a participação da administração municipal e algumas entidades singulares que convidamos a envolverem-se no projecto, assim como os prelectores.

 Actividades Propostas

     Em termos das actividades agendadas, para tentarmos diminuir o insucesso escolar dos alunos, programamos um conjunto de tarefas que foram realizadas em etapas de acordo com o calendário estabelecido:

   •Promover seminário interno escolar de capacitação pedagógica que visa potenciar os professores em vários domínios dos conteúdos, com maior relevância nas técnicas e métodos do ensino da língua portuguesa. Para essa realização, convidamos o professor José Paulo Bungo por ser um profissional experiente da área da língua portuguesa há mais de 15 anos. Outros componentes envolvidos foram todos professores da escola do ensino primário nº 4 de Buco-Zau.

   •Organizar pequenas jornadas internas escolares, onde os prelectores em alguns temas foram os próprios alunos como intervenientes no projecto, tendo sido o subdirector  pedagógico envolvido para coordenar a actividade. Os temas como «a importância da escrita e da oralidade» bem como «como nasce um bom leitor» foram desenvolvidos por dois alunos da 5ª classe, turma A e B da mesma escola respectivamente. Os temas foram trabalhados e monitorizados pelo pesquizador e os alunos foram ensaiados para a apresentação.

     Esta medida teve como objectivo incentivar nos alunos o espírito da leitura, criatividade e tirar o medo de se expressarem perante o público, algo verificado durante as nossas observações.

     •Organização de pequena feira de leitura e escrita infantil interna da escola, onde os envolvidos são os alunos da escola, divididos em equipas de competição por turmas, com a participação dos professores. O júri escolhido atribuiu a votação ao grupo vencedor com direito a certificados de mérito e prémios como livros, lapiseiras, lápis, mochilas e outros materiais escolares.

      • O júri é constituído pelos seguintes individualidades:

Director da escola: presidente

Subdirector Pedagógico: Vogal

O pesquisador do Projecto: vogal

       • Solicitar à turma que se dividam em grupos para debaterem temas escolhidos por inspiracões pessoais, contos, anedotas, peças teatrais, etc, relacionando-o com o processo de aprendizagem, e, compartilhando experiências de forma a criarem o habito da fala, não esquecendo o incentivo ao uso do dicionario.

    •  criação de um clube de leitura. Neste caso, o professor deve  incentivar o aluno a ler textos do seu gosto; dizer ao aluno que seja selectivo na escolha dos conteúdos pois, as pessoas que lêem, lêem porque gostam e o que gostam, não por obrigação;

    • Criação de jornal da parede na escola onde os editores foram os alunos, exigindo-lhes procurar  noticias que ocorreram a nível municipal, provincial, nacional e internacional. Foi ciclico a todos (29) alunos da turma A e B selecionados aleatoriamente como participantes do projecto. Estes, são indicados semanalmente pela direcção da escola na pessoa do coordenador da actividade que é o próprio director da escola. Provavelmente seja  uma maneira dos alunos exibirem as suas qualidades na escrita. As noticias são pautadas numa segunda feira, e substituidas noutra segunda da outra semana. Por ultimo os alunos vão dando opiniões acerca das ocorrencias. 

     O calendário de todas actividades foi concebido obedecendo às normas didácticas e pedagógicas sem interromper o ciclo normal das aulas.

 

CRONOGRAMA DAS ACTIVIDADES

 

Data de Execução

 

Actividades

 

Responsáveis

 

Avaliação

 

 

 

24/06/2011

Realização   de seminário interno, de capacitação pedagógica que visou potenciar os   professores em vários domínios dos conteúdos, com maior relevância nas té-

cnicas   e métodos no ensino da Língua Portuguesa.

Tema:   Postura do Professor e/ou perfil profissional do Professor – Métodos e   técnicas no ensino da Língua portuguesa

 

 

 

Fernando Bumba

 

José Paulo Bungo

 

 

 

A participação foi de 40%

 

11/07/2011

Organização   de pequena feira de leitura e escrita infantil na escola, em que os   envolvidos sejam os alunos da escola divididos em equipas de competição, por   turmas.

 

Fernando Bumba

Director e Professores da Escola

 

 

 

 

2/08/2011

 

Criação   do clube de leitura. Foi organizada uma pequena biblioteca escolar e em dias

determinados   os alunos são incentivados a ler textos a seu gosto, exigindo-se-lhes o uso   do dicionário.

 

Professores das turmas

 

 

 

Durante o mês de Agosto

Solicitar   às turmas da amostra que se dividam em grupos para debaterem temas   escolhidos: de motivação pessoal, contos, anedotas ou peças teatrais e que   dramatizem ou partilhem com os colegas, de forma a criarem o hábito de se   exprimirem em grupo.

 

Professores das turmas

 

 

 

 

De 27 de Junho a 30 de Setembro

Criação   do jornal de parede sendo solicitado aos alunos que procurem notícias de   âmbito municipal, provincial, nacional ou até internacional.

Os   alunos foram escolhidos semanalmente pelo Director da escola e o jornal foi   sendo construído em equipa.

Concluído   o jornal os alunos eram convidados a ler, a debater e consultar o dicionário   se tivessem alguma dúvida.

 

Director da escola e todos os   alunos seleccionados como amostra alvo do nosso estudo nas turmas A e B da 5ª   classe

 

 

Recursos

    Os recursos são os meios humanos, financeiros e materiais necessários para a execução de qualquer projecto planeado. No caso vertente, temos como recursos disponíveis:

-Recursos Humanos: foram envolvidos no projecto vinte e nove alunos seleccionados aleatoriamente nas duas turmas da 5ª classe em nosso estudo, os dois professores das mesmas turmas em epígrafe, o director da escola e o subdirector pedagógico da mesma, os cinco professores não titulares das turmas em questão e que foram entrevistados informalmente, mas que as suas opiniões foram de grande interesse utilidade. Tencionamos contar com a Secretaria municipal da Educação e alguns membros da administração local de Buco – Zau respectivamente.

-Recursos materiais: para além do computador e outro material fizemos uso de forma selectiva dos manuais da actualidade, revistas especializadas, jornais, dissertações e internet. Demos maior destaque obras que falam directamente das causas do insucesso e as suas possíveis medidas da resolução.

-Recursos financeiros: não foram revelados

CONCLUSÃO

     O trabalho de projecto assume um carácter bastante eclético por ser uma metodologia que utiliza a investigação acção, estando os intervenientes a agir directamente na questão a investigar, promovendo-se formas de aprendizagem cooperada e apelando à participação activa e a interacção entre os membros do grupo. No caso vertente este foi um projecto que caracterizou o estudo do insucesso escolar dos alunos numa amostra de 29 alunos escolhidos aleatoriamente nas turmas A e B em representação do universo das dificuldades de todos alunos da escola nº 4 do município de Buco-Zau, província de Cabinda em Angola, bem como das outras escolas.

     No desenvolvimento de qualquer trabalho de projecto são fundamentais as vivências e experiências pessoais dos alunos que fazem parte do grupo, independentemente do facto de cada um possuir particularidades de aprendizagem individuais. Durante o trabalho, o grupo soube valorizar as competências e as fraquezas de todos os componentes, sem esquecer a cooperação e entreajuda que concorreu para um único fim, a solução do problema existente.

    Após a implementação deste projecto, podemos concluir que parte dos nossos objectivos foram atingidos, pois de uma forma geral os professores têm um conhecimento significativo das causas geradoras do insucesso escolar e apresentam uma forte percepção acerca dos comportamentos de insucesso manifestados pelos seus alunos, conseguimos definir o insucesso escolar e provar a sua existência na escola nº 4 de Buco-Zau  e implementamos a maior parte das actividades propostas. Consideramos que o tempo de que dispusemos para a implementação do projecto não foi suficiente no sentido de conseguirmos irradicar o insucesso na língua portuguesa, mas temos consciência de que houve uma melhoria significativa e de que este projecto deverá ter continuidade no próximo ano lectivo.

      Notamos também que parecem estar disponíveis para mudanças a operar no contexto educativo, embora houvesse alguma resistência na implementação do projecto, pois, todos foram  unânimes em  afirmar não terem visto ser implementada ainda uma iniciativa dum  projecto de alguém que não esteja envolvido na classe do executivo angolano

      Parece-nos que esta questão é da responsabilidade de todos, pois que, os alunos alegam que a culpa do seu insucesso constatado nas nossas observações é da responsabilidade dos professores que têm dificuldades na administração dos conteúdos da língua portuguesa, outros  dizem que  alguma  culpa é atribuída aos pais que às vezes os obrigam a fazer outros trabalhos caseiros justamente na hora da escola.

      Por outro lado, os professores  não  concordam  com as afirmações dos alunos e alegam que os alunos  não estudam,  não têm a cultura da leitura, não fazem tarefas orientadas  pelos  professores,  enfim,  alguns transportam  uma certa indisciplina para escola.

      Para comprovarmos tudo quanto observamos e ouvimos dos alunos e professores, colocamos à prova o comportamento e as atitudes dos ambos, face aos relatórios recebidos, e, para entendermos como isto os levaria a um resultado negativo, ou seja, ao insucesso escolar, sobretudo na disciplina da Língua Portuguesa, optámos por aplicar entrevistas aos professores e realizámos observações aos alunos, para além de lhes termos aplicado alguns exercícios práticos, tais como textos para leitura, pequenos ditados, e o trabalho realizado com as fichas de avaliação continua.

      Entre os vários indicadores do insucesso escolar, temos aqueles que se notabilizaram  mais, pois, para se tentar melhorar o fenómeno para um sucesso escolar dos alunos, é necessário que haja uma formação específica contínua dos professores  não só na disciplina da  língua portuguesa,  mas também nas outras áreas.  Constatamos também que as técnicas do ensino da língua portuguesa são inadequadas, para tal é necessário melhorá-las através da frequência de seminários de capacitação.

      Achamos que a leitura deve ser considerada como um  designo nacional, existência de programas de massificação de leitura e escrita nas escolas e,  procurar incutir  no aluno a leitura como um  prazer e não uma obrigação. Concluímos  também  que a disciplina de caligrafia no currículo faz falta,  pois que, com ela os alunos conseguiriam manter um nível alto e qualidades na escrita.

      Os pais/encarregados de educação deviam estar mais motivados para acompanharem a trajectória escolar dos educandos, ajudando-os nas tarefas escolares, incentivando atitudes e valores capazes de ajudar o aluno desenvolver competências.

      A motivação é um factor importante no processo docente educativo, e por ser uma qualidade interna do sujeito, a sociedade  no seu todo, entidades governamentais, singulares,  igrejas,  ONGs,  devem  ser  chamados a estimular  sempre que necessário o trabalho quer do professor quer do aluno.

Também concluímos que a falta do material didáctico é um dos fortes factores do insucesso escolar dos alunos,  para tal,  exortamos o governo e entidades singulares na criação de lugares apropriados  para aquisição fácil deste material e a criação de pequenas bibliotecas nas escolas primárias para incentivar os alunos à leitura.

     Ao  termos concluído que a distância da escola/casa é outro factor que contribui para o absentismo e falta de assiduidade, o ideal seria que  pudessem  ser construídas mais escolas para ajudar a minorar essas situações.

    Acreditamos que com  o passar do tempo estes e outros problemas do ensino serão resolvidos, pois diz a sabedoria popular africana que para tudo é preciso “paciência, que é uma árvore cujas raízes são amargas, mas cujos frutos são doces”.

    A escola deve ser um ambiente onde cada criança possa sentir-se bem-amada e sempre alegre. 

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O INSUCESSO ESCOLAR DOS ALUNOS DA 5 ª CLASSE, TURMAS A e B DA

ESCOLA N° 4 DO MUNICÍPIO DE BUCO- ZAU, A NÍVEL DA LÍNGUA PORTUGUESA

 

 

 FERNANDO BUMBA

 

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS EDUCATIAS - ISCE

 

RESUMO

    Este projecto tem como objectivo apresentar estudos que possibilitem romper com ideias inalteráveis sobre o tema do insucesso escolar, apontando possibilidades concretas que levem ao sucesso dos alunos no ensino da disciplina de língua portuguesa. A justificação do mesmo,  está na problematizarão feita no decorrer do estudo, relacionando o processo ensino-aprendizagem com o sucesso e insucesso escolar, ou seja, através da procura de alternativas que superem essa lógica persistente no dia-a-dia da escola n°4, município de Buco-Zau, província de Cabinda.

   Esta é uma pesquisa exploratória utilizando a investigação acção Espera-se que este projecto nos ajude a compreender as manifestações das verdadeiras causas que levam os alunos ao insucesso escolar nos vários domínios do ensino, isto é, vamos procurar identificar e determinar as manifestações das causas do insucesso escolar dos alunos na disciplina de língua portuguesa na escola n°4 de Buco-Zau, turmas A e B da 5ª classe, definir o insucesso escolar, e, finalmente, propor estratégias que possam minimizar o insucesso escolar no ensino primário e sobre tudo na disciplina sobre a qual o nosso estudo se debruça.

 

 

Palavras-chave: Insucesso Escolar, Língua Portuguesa, Supervisão Pedagógica

 

 

ABSTRACT

 

    This project aims to present studies that allow breaking with unalterable ideas on the subject of school failure, pointing out concrete possibilities that lead to student success in the teaching of Portuguese language.

    The justification of it, is made in the questioning during the study, relating the teaching-learning process with success and failure at school, that is , through searching for alternatives to overcome this persistent logical in the day-to-day of the school nº 4, in Buco-Zau, Cabinda province.
This is an exploratory research using action research. It is expected that this project will help us understand the true causes of events that lead to students failure at school in the various fields of education, that is, we will try  to identify and determine the causes of the manifestations of students school failure in the English subject in school No. 4 of Buco-Zau, classes A and B of the 5th class, to define school failure, and finally to propose strategies to minimize school failure in primary education and above all in the subject on which our study is focused.

 

Key words: School Failure; Portuguese Language; Supervision.

                            

 

1.INTRODUÇÃO

     O presente projecto pretende constituir uma abordagem ao insucesso escolar de um contexto situacional de uma realidade ligada ao insucesso escolar a nível da Língua Portuguesa. Este é um projecto de investigação acção e pretende instituir-se como um espaço privilegiado onde o aluno e o professor se envolvem na resolução de dificuldades de aprendizagem desejavelmente com  um  grau de autonomia crescente por parte do aluno.

    Conscientes  da  problemática do insucesso escolar  na escola  nº 4 do Município de Buco-Zau,  província de Cabinda, situação considerada por nós muito preocupante, levou-nos à reflexão sobre um trabalho de projecto que pudesse contribuir para solucionar ou minimizar a situação.

    Foi  neste contexto que começámos por elaborar o diagnóstico, contactando o Director e restantes Docentes da  Escola e apresentamos a proposta da implementação do projecto, com o objectivo de compreender as verdadeiras causas que levam os alunos a este fenómeno nos vários domínios do ensino, em especial a Língua Portuguesa.

Considerando, embora, a pertinência da implementação deste projecto, não podemos deixar de ter consciência  plena de que determinadas medidas dizem respeito ao poder  político central,  o que poderá limitar a resolução total do problema subjacente. Ao afirmarmos isto, estamos a dizer que, o poder executivo de um projecto em Angola às vezes passa pela decisão do poder central ou provincial e nunca de uma pessoa singular.

    Apesar dos constrangimentos, decidimos avançar com o projecto e após a constatação do problema, definimos a metodologia e instrumentos a utilizar, bem como as estratégias/actividades a implementar.

    No nosso trabalho, abordámos a Problemática, definimos os objectivos e as actividades a desenvolver e após a aplicação das técnicas escolhidas de acordo com o projecto, com a aplicação da análise de conteúdo, foi-nos possível discutir os resultados e chegar a conclusões.  Na Fundamentação Teórica e com recurso à revisão da literatura  reflectimos sobre a Língua Portuguesa, o Insucesso Escolar e a Supervisão Pedagógica.

 

 PROBLEMÁTICA

Descrição do contexto

Breve historial e caracterização da Instituição

      A escola n°4 de Buco-Zau situa-se na República de Angola, isto é, no continente africano na zona subsaariana. Angola faz fronteira ao norte com as repúblicas populares do Congo (Brazaville) e Democrática do Congo (Kinshasa). O município em questão fica no interior da província a mais de 128 km  da sede capital. É  rodeado  por  um  rio designado Luali, dividindo-o dum lado a outro, e este desagua no rio Luango na comuna de Necuto do mesmo Município.

     Buco-Zau é município da província de Cabinda e tem  aproximadamente 2 115 km² e cerca de 50 mil habitantes.  É limitado a Norte pela República do Congo, a Este pelo município  de  Belize,  a Sul pela  República Democrática do Congo, e a Oeste pelo município do Cacongo.  Em  fiote, dialecto local, mbuku significa "centro", "sítio" ou "local" e nzau  significa "elefante", um gigante animal que caracteriza a zona norte de Cabinda, embora a longa guerra pela qual Angola passou, tenha diminuído o número destes animais, é possível ainda observá-los casualmente na área do município.

     A escola está localizada a 1800 metros do hospital regional e 1200 metros da administração municipal, concretamente no bairro 4 de Fevereiro zona B,  próximo da escola de formação profissional do município.

Contexto Humano

    A escola n 4 é uma estrutura física pertença do estado angolano, tem regulamento estabelecido pelo ministério da tutela e possui um regulamento interno elaborado pela direcção da escola. Quanto à estrutura funcional, a escola tem uma direcção constituída por um Director, dois Subdirectores, Pedagógico e Administrativo todos nomeados pelo despacho n ° 053/DGDC/06 do Governador Provincial. Tem quarenta e nove professores todos no activo, dos quais vinte e três do sexo masculino e vinte e seis do sexo feminino, sendo, dois que leccionam as turmas em estudo. O pessoal não docente é constituído por seis membros. Tem um total de 1725 alunos dos quais, 872 do sexo masculino e 853 do feminino, sendo que 89 são da 5ª classe, para os quais direccionamos o nosso projecto, numa amostra de 29 alunos seleccionados aleatoriamente.

    A escola possui um grupo heterogéneo de professores provenientes de diferentes pontos do país, com atitudes diversificadas quer  laboral, quer socialmente, sendo que alguns denotam dificuldades no domínio do conteúdo e das técnicas e métodos do ensino. Têm a média de idade entre os trinta e três a cinquenta e oito anos. Dos 1725 alunos que a escola tem, todos são oriundos de diversas famílias, isto é, de diversos bairros e aldeias do município, com atitudes e comportamentos diferentes, uns tímidos, outros atrevidos, resultado das influências familiares e meio social onde estão inseridos. Esses são os relatos dos professores e alguns pais contactados cordialmente. Isto para muitos pode ser um dos grandes indicadores do insucesso escolar; segundo os professores. Por outro lado, os professores afirmam que alguns alunos chegam ao ponto de faltar ao respeito a alguns professores e seus colegas, questão que os preocupa,  porque,  todos eles têm  apenas uma idade média entre dez a dezoito anos.

    No que se refere à distribuição das turmas, cada professor tem uma  turma de 45 alunos leccionando neste caso todas as disciplinas do currículo face à reforma educativa que vigora no país. Tencionamos apresentar o nosso projecto à Administração Municipal,  à Secretaria Municipal da Educação e a outros indivíduos singulares da sociedade civil, os quais serão envolvidos no projecto.

Contexto Material

     A escola n ° 4 tem um edifício construído de raiz à luz do Decreto-lei N° 09/03, de 28/10; artigo 5° n.º 2  desde os anos 2007-2008, a par daquela que já antes existia deixada pelos portugueses, que hoje é considerada escola anexa. Ela apresenta – se com uma  boa estrutura quer interna quer externa, é composta por 4 pavilhões constituídos por 16 salas de aulas, incluindo a área administrativa. Tem carteiras, cadeiras e secretárias em  todas salas de aulas, embora com tempo se vão degradando.  Nos gabinetes dos directores, como na secretaria administrativa ainda encontramos o mobiliário em condições aceitáveis.

    No que  tange aos equipamentos e ao material didáctico (quadros, mapas, globos e outros para a pratica do ensino e aprendizagem), a situação continua um pouquinho crítica no país, pois que, "muitas escolas não têm carteiras nem cadeiras, quadros pretos e mesas para os professores" (Zivendele, 1990:31 cit. por Zassalas, 2003:29). Apesar de existir mobília, que também está a desagradar – se tal como afirmamos anteriormente, pelo menos é notória a ausência de materiais como computador, impressora e muito mais, que poderia servir – nos de instrumentos facilitadores para a execução do nosso projecto, recorrendo neste caso para todos trabalhos administrativos da escola,  pois só existem  máquinas de dactilografar que são no total de três. Outros materiais não menos importantes como vassouras, catanas, enxadas e outros para a limpeza da escola, constitui uma realidade.

 Contexto Situacional

    Este projecto baseou-se integralmente numa situação eminentemente difícil, não só para as futuras gerações,  mas,  para toda sociedade no geral, isto é, o insucesso escolar.  Neste contexto, o futuro para os menores poderá conhecer poucas saídas na resolução de certos problemas que lhes serão exigidos face à dinâmica da sociedade.

    Todavia, é evidente que toda a sociedade deve aparecer no combate ao problema mencionado anteriormente,  no sentido de transpor-se da história actual do fenómeno num rumo mais abonatório da vida não só do aluno, mas também do professor e da sociedade no seu todo.  Por esta razão, elaborou – se uma estratégia que vai servir de intervenção no âmbito do curso de supervisão pedagógica e formação de formadores, no contexto profissional,  revelando o problema existente e tentando solucioná-lo. A priori, este, é um projecto que decorrerá desde Junho a Outubro mas que será  também  um  ponto de partida em  termos de continuidade, em anos futuros, independentemente da realização deste projecto que funcionará como um alerta para a situação.

Definição do Problema

     "Abordar a problemática do insucesso escolar é uma tarefa complexa que implica, por um lado a clarificação do conceito de insucesso escolar e por outro um conhecimento do funcionamento real da escola e do sistema educativo, bem como dos seus intervenientes" (Sil & Victor, 2007). Neste contexto, os professores devem actuar como agentes de mudança tendo em conta as suas percepções e as suas opiniões face à problemática do insucesso escolar dos alunos.

   Sendo do conhecimento geral a existência de insucesso escolar nesta Escola, não só por conversas que fomos  tendo com colegas que aqui trabalham, mas também por ter sido a escola onde iniciamos a nossas primeiras aprendizagens e onde também trabalhamos, era um problema que  nos afectava muito directamente.

    Sugiram-nos várias hipóteses que poderiam explicar o insucesso escolar na escola nº 4 do município de Buco-Zau e por tal decidimos não só comprovar a existência do problema, como também tentar implementar estratégias para o solucionar.

Identificação e Delimitação do Problema

     Pelos estudos feitos sobre a problemática, e por aquilo que pudemos fazer em termos do trabalho com os professores, a observação directa das aulas, das fichas de avaliações contínua deste ano lectivo 2011, e pela observação das pautas em retrospectiva ao ano transacto, (embora essas não nos ofereçam dados actualizados), podíamos reflectir como seriam os resultados deste ano lectivo 2012.

      O  trabalho  realizado com  os alunos,  os  relatos quer dos professores quer dos alunos,  confirmou a existência do insucesso escolar na 5ª classe,  isto é,  na disciplina de Língua Portuguesa  não apenas  nas turmas em estudo,  mas também em todas  turmas e classes daquela instituição escolar, conforme os retratos da Revista ‟Ágora”,nº 2, (p.2, S.A.,s̸d. ); cito: tudo parece que se fale de insucesso, tantas são as suas manifestações  e as queixas que lhes são atribuídas. Tanto são também os domínios relativamente aos quais se refere o insucesso.

     Deste modo,  apresentamos uma sistematização das questões a que tentaremos dar a resposta ao longo do nosso estudo:

1-      Que estratégias são necessárias para uma formação continua correspondente às necessidades dos professores da escola n°4 do município sede de Buco-Zau, província de Cabinda?

2- Quais as modalidades a implementar para que haja uma formação contínua especifica que se adeque à realidade dos professores colocados na escola em causaɁ

3- Quais são as causas do insucesso escolar dos alunos da 5ª classe na disciplina de lingua portuguesa  naquela instituição escolarɁ

4-Qual é o grau da preocupação dos professores da escola nº 4 no contexto de aquisição das  competencias específicas  profissionais para a lingua portuguesa?

     Estas e outras questões conduzem-nos ao seguinte problema: a possibilidade de superação pedagógica dos professores nas áreas  especificas que vise minimizar o insucesso escolar dos alunos na disciplina de língua portuguesa na escola do ensino primário n° 4, turmas A e B, 5ª classe

Problema e suas condicionantes

     A escola é,  por excelência,  um  lugar dedicado ao desenvolvimento completo do indivíduo e é onde, a par da família, as crianças e jovens possuem saberes e valores que lhes permitirão formar-se como profissionais e cidadãos activos e participantes na sociedade. Segundo o  Gaspar & Diogo  (2010.p.10) afirmam  que a escola está, simultaneamente, ao serviço do individuo e da sociedade. O individuo é de facto, o primeiro benificiario da  educação que recebe.  Neste caso, a escola n°4 do município de Buco-Zau,  província de Cabinda sendo uma instituição legitimamente vocacionada para o ensino,  não descarta a possibilidade de possuir esses requisitos.

   Outrossim,  os percursos escolares não são, porém, todos iguais e surgem várias situações em que o volume de dificuldades de aprendizagem se acumula conduzindo ao insucesso escolar. A escola em estudo por aquilo que constatamos, procura responder a todos os problemas mas nem sempre as estratégias e técnicas definidas para apoio às aprendizagens surtem os resultados requeridos.

    As insuficiências verificadas podem inserir-se no âmbito das estratégias cognitivas, metacognitivas e sócio-afectivas. As dificuldades de gestão da aprendizagem surgem devido a diversos factores, entre os quais poderíamos destacar a perfilhação de métodos de estudo inadequados; dependência significativa face ao professor, professores com cursos diferentes ”improvisados” como os da língua portuguesa o que pode ser indicador de insucesso dos alunos, enfim, alguma incapacidade de auto-avaliação e auto-regulação do processo de aprendizagem; pouco conhecimento acerca de si próprio como aluno e dos métodos de estudo mais eficazes para si; ritmos de aprendizagem diferentes que não se encaixam  nos  ritmos das aulas normais da língua portuguesa; baixa  motivação e baixa auto-estima e insegurança perante as dificuldades.

      O insucesso escolar constatado e as dificuldades na língua portuguesa por grande número de alunos, sobretudo no que se refere à leitura, escrita, fala, interpretação e gramática  levou-nos a pensar as soluções necessárias para tentarmos minimizar as insuficiências detectadas na escola número 4 do Buco-Zau. Constatou-se que a contribuição directa das aulas de apoio pedagógico acrescido para o sucesso académico dos alunos é ainda insuficiente pois que, não existe uma associação de alunos e nem  sequer sabem  o que isso é.  Esta medida poderia aproximar os alunos, as dificuldades passariam a ser superadas por troca de ideias entre eles não só na disciplina de língua portuguesa,  mas sim,  nas várias outras disciplinas.  Notou-se que em cada 100 pessoas naquela vila, 99% usam com mais frequência a língua nacional sendo a sua língua materna. Também professores sem motivação no trabalho,  levando o mesmo factor a ser  transmitido ao aluno  pois que,  o professor é,  por excelência,  um modelo para o aluno.

      Para além  disso,  a  reforma  educativa  implementada um pouco por todo o país onde existem classes de transição automática, uma delas é a 5ª classe em   estudo,  constitui,  no nosso entender,  uma das fontes do insucesso dos alunos nas várias disciplinas do currículo. Sabe-se que, a reforma educativa em qualquer canto do mundo é feita de maneira cautelosa no sentido de não correr risco de despontar o que já existe.  Outrossim, é importante saber-se que a educação não pode ser feita fora de um  contexto político, econômico e social, o sistema educativa deve, antes de mais, ser considerado como uma rede de internações complexas, que o obrigam a ter em conta a realidade social envolvente, de forma que este não seja considerado como uma ilha no seio dos restantes sistemas sociais ( Mendonça ,2000.p.13)

     Uma vez fizemos menção da reforma educativa que caracterizado o conceito educativo em Angola, torna-se pertinente verificarmos a definição verdadeira da reforma. Para o Hans. W. cit. por Almerindo J. A. (1989.p.132), considera que o conceito de reforma educativa implica considerar uma multiplicidade de iniciativas que visam alternações no alcance e natureza da educação, passando ainda por mudanças nos currículos e conteúdos.  No caso do Soltis (1990.p.411), as reformas são projetos mais circunscritos, que têm em vista renovar, melhorar ou redirecionar as instituições educativas.   

É pois, evidente a necessidade de reflectir já que isto só compete ao governo através do Ministério da Tutela analisar outros modelos da reforma mais moderados, onde alguns elementos inseridos devem ser práticos, pouco volumosos e com qualidades aceitáveis tais como: ensinar o que é possível e não o que está formalmente definido, tornar o ensino mais aplicável e criativo, tornar a língua portuguesa como prática normal e fazer da leitura uma prática familiar, sermos selectivos nas obras literárias, considerar a leitura num desígnio nacional, exigências por parte do professor com envolvimento da sociedade.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

     Foi nossa preocupação, através da revisão da literatura, consultar obras que nos ajudassem  a fundamentar o problema que vamos abordar na realização do nosso projecto e que está ligado ao insucesso Escolar da Língua Portuguesa

    Neste contexto procurámos obras especializadas que nos remetessem  para esses paradigmas, tendo no entanto o cuidado de fazer uma selecção para evitar a “gula livresca

 Insucesso

      O insucesso resume-se como sendo um fracasso, os maus resultados adquiridos por  um indivíduo em qualquer campo social. É uma insuficiência (Dicionário da Língua Portuguesa, 4ª edição).

Podemos considerar, insucesso escolar como o fraco desempenho quer dos alunos quer dos professores no processo docente educativo. Este fracasso pode consubstanciar-se em factores internos (motivação, vontade, dedicação, determinação…) e externos (as condições que o meio social e familiar oferecerem aos componentes do processo de aprendizagem)

 

Etimologia do Conceito de Insucesso Escolar

Etimologicamente, a palavra  insucesso vem do latim  insucessu (m), o que significa ‟Malogro; mau  êxito, falta de sucesso , Fontinha .( s̸d) ; ou ainda mau  resultado, mau êxito, desastre, fracasso” Costa & Melo (1989). O vocábulo insucesso é habitualmente referenciado por antagonismo ao termo sucesso, que advém do latim  sucessu(m), o qual assume, entre outros, os seguintes significados ‟o bom êxito, conclusão ”  (op.cit) ou ‟chegada, resultado, triunfo” Machado (1977). Não podemos  pois, deixar de constatar, que os termos sucesso e insucesso detêm significados que se opõem aos conceitos de bom e mau que lhes estão subjacentes. Para a Mendonce (2009.p.63), a pesquisa dos termos bom e mau no Dicionário de Língua Portuguesa de Costa e Melo, encontramos ‟bom (....)” que tem  bondade; virtuoso; nobre; seguro (....)” e mau: (....) que não tem bons instintos; que exprime maldade; malvado; perverso(....)”.  Este autora  afirma que na sequencia do exposto, se em termos estritos efetuarmos uma correlação entre os termos bom ̸  sucesso e mau ̸ insucesso, verificamos que os sinônimos evocam sempre atributos pessoais, positivos ou negativos ( Maria Teresa. P. M. pp.60-61. op.cit., p.63). Assim sendo, falando do insucesso na vertente  escolar,  constitui hoje nas escolas de Angola um fenómeno massivo cuja natureza é determinante, parecendo ser de essência sócio – econômica. Este fenômeno  conduz-nos essencialmente a dois tipos de situações que correspondem a outras tantas:

a)-Característica dos alunos.

     Neste contexto, a título de exemplo, a escola n°4 é constituída maioritariamente por crianças com  idade desadequada ao ano escolar que frequentam. No entanto, muitos desses alunos ficaram  retidos uma ou mais vezes nas casas por vários factores, uns de ordem  política  militar da região, outros da difícil situação econômica e financeira dos  país, alguns por  não possuírem  famílias para os albergar (estamos referindo alunos de origem das aldeias mais recônditas da vila).

Esses factores  levam  muitos alunos ao insucesso escolar e, em alguns casos ao abandono escolar, pois que, o facto de ter idade avançada em relação a outros meninos é suficiente para existir um desequilíbrio e consequentemente o insucesso.

 

b)-Característica do meio familiar.

    As características da família são importantes para entender as decisões e atitudes das crianças e jovens,  quer em  relação à escola quer em relação ao meio do convívio familiar. O meio familiar pode influenciar e determinar a situação de insucesso escolar.

    As características que mais influenciam o percurso escolar dos alunos parecem ser a escolaridade dos familiares mais próximos e o tipo de profissões e ocupações que estes desempenham. Estes pontos podem condicionar o estilo de vida dos familiares e consequentemente manipular o estilo de vida do aluno. 

 Causas e Consequencias do Insucesso Escolar

    O drama do insucesso escolar é relativamente recente em Cabinda. Foi a partir dos anos noventa que encontrámos as suas primeiras manifestações e que se começou a exigir que as escolas ganhassem dividendos (suborno professor/aluno, venda de folhas das provas pelas direcções das escolas, a não uniformização de emolumento para aquisição de certificados, bem como declarações de estudos, enfim, várias situações menos boas para o progresso da escola). Isto deveu-se à influência do surgimento massivo, dos estrangeiros dos dois Congos, e por razões económicas. Todos, crianças, mulheres e homens iam à busca de "fundos e mundos" para melhor sobrevivência. Dali surgiram desgraças em todas vertentes sociais, uma delas mais afectada é a situação escolar dos alunos que vão enfrentando problemas sérios, levando-o ao insucesso escolar. Por este motivo, vários factores concorrem para o insucesso dos alunos entre os quais, preguiça, e a falta de capacidade ou interesse, embora estes, deixaram de certo modo de ser os únicos aceites como explicação para o insucesso e abandono escolar dos milhares e milhares de crianças e jovens do sistema educativo.

    Um estudo feito por um grupo de trabalho de 6 indivíduos da disciplina de área do projecto nomeadamente:  Couto, Ferreira, Lourenço, Rocha, Silva e Lourenço, (2009), defendem que,

 " as causas do insucesso escolar estão sem dúvida, relacionadas com o ambiente em que o aluno está inserido, ou seja, com o seu meio familiar, social e escolar". Sublinham ainda que, "todos os meios há uma variedade de factores que poderão levar a um caso de insucesso", tais como:

- Meio familiar:

• Precipitação dos pais ao fazerem os seus filhos entrar na escola primária com menos idade;

• Sucessivas transferências de escola para escola por motivos de viagens, profissão dos pais ou mudança de residência;

• Independência dos pais quanto à vocação dos seus filhos;

• Motivos económicos, ou seja, o aluno sente – se como mais uma despesa e por isso, vai trabalhar, e assim, dedica menos tempo ao estudo;

• Mau ambiente entre os pais (sucessivas discussões).

- Meio Social:

• Falta de popularidade entre os colegas;

• Excesso de actividades extracurriculares;

- Meio Escolar:

Preparação deficiente nos anos escolares antecedentes;

• Falta de estudo e/ou interesse pela escola e matérias leccionadas;

• Mau funcionamento da escola;

• Métodos não eficazes estabelecidos pelos professores para ultrapassar as dificuldades do aluno;

• Elevado número de alunos numa mesma turma.

    Essas causas afectam também as escolas de Angola (Cabinda) e, sobretudo no Município para o qual está direccionado o nosso projecto. Para tal, é necessário os alunos tentarem contrariar as situações do tipo, pois que, é a escola somente o lugar vocacionado para formar académica e profissionalmente o homem para a sua estabilidade económica futura. Socialmente o aluno tem o privilégio de propagar as suas experiências em diferentes sentidos. Pensamos que os alunos nem por isso têm a escola como trunfo para resolverem os seus problemas. Para alem das manifestações e das causas que levam os alunos ao insucesso escolar, também, temos a " desmotivação dos alunos, o desinteresse ou mesmo o abandono da escola, uma baixa auto-estima, o afastamento de colegas e amigos, a entrada para o caminho das drogas, tabaco ou álcool e a tendência para a criminalidade" (Andreia et al., 2009), enfim todos concorrem para o insucesso e abandono escolar 

Medidas de Combate ao Insucesso Escolar

   A definição do insucesso escolar é explicada pelas maiores ou menores capacidades dos alunos, inteligência, pelos seus dotes naturais, pela pertença social e pela maior bagagem que os alunos têm (Perrenoud,2002). Esta definição foi evoluindo ao longo dos tempos e hoje, os pedagogos já estabeleceram alguns casos que podem ser considerados como insucesso propriamente dito tais como:

- Desinteresse do aluno;

- O aluno não gosta da escola;

- Falta de atenção;

- Absentismo;

- Dificuldades de aprendizagem.

     Neste caso, de quem é a responsabilidade deste fenómeno?

     Vamos considerar que a culpa é de todos aqueles que se envolvem no processo, nomeadamente: aluno, família, a escola, professores, currículos, sistemas educativos e a sociedade (iden). De todos eles, o professor e o aluno são considerados os agentes mais responsáveis pelo insucesso. Pensamos que o professor recusa em fazer parte do problema por ser um dos mais difíceis do ensino. Os professores persistem em assacar a responsabilidade pelo insucesso aos alunos e às suas famílias. Como se o desejo de instrução fosse pensado como já existindo, como se a tarefa do professor consistisse ainda e sempre em transmitir saberes a alunos perfeitamente dispostos a assimilá-los, com excepção de alguns momentos de turbulência ou de fadiga (Perrenoud, 2002). O mesmo autor refere ainda: “Dêem-me alunos que queiram aprender, gostem de aprender, dominem a linguagem escolar e todos os códigos, beneficiem de todos os apoios familiares e eu comprometo-me a eliminar o insucesso escolar”.

    Todos são chamados a falar das suas experiencias, mostrando o que valem nas classes de base e não nas classes médias ou superiores, pois que, a base norteia o fim de uma acção. Outrossim, quanto mais experiência melhor, é a contribuição sugestiva de  Perrenuod (2002) afirma que:

              Um professor de quarenta ou cinquenta anos poderia pensar, de boa

              fé, que o sistema educativo que o emprega “tudo fez” para eliminar

             o insucesso escolar e as desigualdades sociais com que a educação

             se defronta: reformas estruturais, ciclos de orientação,

             desenvolvimento da educação pré-primária, diversificação de vias

            de ensino além da escolaridade obrigatória, modernização dos

             programas, ligação à vida, formação mais exaustiva dos professores,

            audiovisuais e novas tecnologias, diálogo mais aberto com as

            famílias, respeito pelos direitos dos alunos, sensibilidade em relação

            às diferenças culturais, apoio pedagógico, trabalho de grupo pelos

            alunos, projectos das escolas …”

 

     É, pois, necessário que todos os responsáveis se mobilizem para o combate, usando esforços de incentivo quer material quer moral para se tentar travar "a velocidade" do fenómeno.

    Mendonça (2009),apresenta um conjunto de medidas para diminuir o insucesso escolar, tais como:

• Obrigatoriedade de frequência do Ensino Pré-escolar;

• Funcionamento das escolas do ensino primário em Regime de Tempo Inteiro;

• Funcionamento com mais turmas com Currículos Alternativas;

• Aquisição de competências para a integração no mundo laboral durante a escolaridade obrigatória;

• Redução do número de alunos por turmas;

• Adopção de manuais e programas por ciclo de escolaridade;

• Acompanhamento de cada turma pelos mesmos professores, em cada ciclo de estudo;

• Aplicação de formas de avaliação diversificadas, sem que se valorize em demasia as prova escrita;

• Desenvolvimento de valores cívicos e de cidadania;

• Aproximação entre as escolas e os contextos em que se inserem;

• Desenvolvimento de actividades culturais e desportivas nas escolas;

• Existência de um professor tutor.

     Essas e outras são as possíveis medidas que podem minimizar o fenómeno do insucesso escolar no seio dos alunos bem como a utilização de técnicas e métodos variados para combater e/ou o prevenir.

     Neste contexto, “o simples acto de falar, ler ou escrever promove novas aprendizagens, quer a nível conceptual, quer a nível linguístico.” (Pocinho & Canavarro, 2009:105)

O Ensino de Língua Portuguesa

    Em condições normais, a língua é idioma de um povo. Ela toma duas características: oficial, quando é utilizada no quadro das diversas actividades oficiais; e não oficial, quando a escolha depende de razões políticas, neste caso, é usada pelo povo, mas que não é utilizada em todos os actos oficiais do poder político. Em alguns povos, não pode ser uma língua escolar.

Neste caso, Um percurso teórico sobre a noção de língua, insere-se no âmbito de uma pesquisa que trata de práticas de escrita e/ou escritura na teoria da análise do discurso. ( Nasi, 2007).

    Neste texto fazemos uma trajectória da noção de língua, partindo das gramáticas tradicionais e passando pelas abordagens de Saussure e de Chomsky, que respectivamente consideram a língua como um sistema de signos, e como um conjunto de sentenças ( Nasi, 2007). A partir disso, verificamos que os dicionários linguísticos abordam a língua a partir dos conceitos dos autores citados, enfatizando a sua importância como instrumento de comunicação. A realização dessa trajectória de pesquisa tem como objectivo contrapor essas abordagens à noção de língua em Análise de Discurso ( Nasi, 2007)

   Ensinar a ler às crianças não significa obrigá- las a decorar o alfabeto e a escrever as vogais e as consoantes de forma padronizada. A leitura é a causa natural da escrita, logo para uma criança, saber ler é dar-lhe o caminho da escrita, interpretação e gramática. O que é necessário é utilizar as técnicas que se encaixem no ensino da lingua potuguesa de modo a formar crianças com um poder criativo aceitavel, capaz de aprender fazendo, pois que, uma criança adquire qualquer compêtencia dado a sua premiabilidade de aprendizagem. Nesta fase a criança facilmente se adapta a qualquer tipo de treinamento que lhe for dado.

    Para alguns pedagogos, o desenvolvimento humano resulta da aprendizagem, com base na experiencia ou adaptação ao ambiente, reforçando que "a vida é um continuo processo de aprendizagem: novos eventos e novas experiencias desenvolvem novos padrões de comportamento" (Berger,2003 cit. Por Rodrigues M, 2006:19-20). Neste contexto, surgiu a teoria behaviorista defendendo que os seres humanos em todas as idades aprendem sobre o mundo da mesma maneira que os outros animais: reagindo a aspectos do meio ambiente que acham agradável, dolorosos ou ameaçadora esta teoria centra-se em dois tipos de aprendizagem: o condicionamento clássico (Pavlov, 1849-1936) e posteriormente aplicado em crianças por (Watson, 1878-1958) e o condicionamento operante.

A Formação dos Professores e o Desempenho Escolar

    A formação em situações normais é o acto pelo qual o individuo mais experiênte garante despositivos necessários para que o outro com a disposição favoravel se formar (Dicionário de Língua portuguesa, 2011). A capacitação do homem no exercício ou desenvolvimento de algumas competências profissionais, incorporando ao processo educativo aspecto teórico e prático. Ela é feita nas escolas independentemente do tipo de especialidade a optar. No caso dos professores, a sua formação passa nas escolas de formação dos professores ou nos cursos intensivos de superação pedagógica onde são capacitados para um exercício zeloso e inteligente da prática docente educativa.

     O professor do ensino de base regular no 1º nível deve possuir conhecimentos científicos suficientes e acima daqueles que são exigidos a nível do ensino primário. No caso do Município de Buco-Zau e, na escola nº4 onde centralizamos o nosso estudo, a estatística indica-nos que a percentagem dos professores que necessitam de formação pedagógica supera o nível dos que em algumas ocasiões já beneficiaram de formações pedagógicas, dos quais, a maior parte deles, 80% dos 100% têm o PUNIV nalguns casos, incompletos.

   Do exposto, surge uma pergunta: o nível tecnico-cultural dos docentes primários da escola em questão não estaria na base do insucesso escolar dos seus alunos?

    Pensamos que, o professor primário, além dos conhecimentos científicos ou culturais, deve ser portador de muitos conhecimentos psico-pedagógicos que lhe permitiam conhecer todos seus alunos, bem como a forma de transmitir e construir as suas competências e a personalidade.

    Passaram 25 anos desde que em Junho (1986) o Ministério da Educação (cit. in  Zassalas, 2003:59) afirmava ‟não existir um sistema eficaz e dinâmico de aperfeiçoamento dos docentes principalmente no 1º nível. O problema principal reside justamente na baixa preparação das aulas, no uso de métodos dogmáticos, constatados na maioria dos professores visitados (op.ct.p59). No entanto, é uma situação que até ao momento presente se faz sentir apesar da reforma educativa implementada um pouco por todo o país.

 

 A Supervisão e a Docência

    Falar de supervisão implica uma abordagem ampla da visão que ela tem no tratamento de algumas situações em torno das exigências sociais. Como disciplina, no quadro de um sistema formal de ensino e aprendizagem, é um corpo de conhecimentos que permite certas interpretações, análises, orientações, coordenações de tarefas quer pedagógicas quer administrativas, e, simultaneamente classifica e cumpre as necessidades de formação no seu sentido comum e geral.

   Um supervisor no processo docente educativo é aquele que tem a missão de observar a pratica docente de um supervisionado e, por conseguinte, interfere positiva e criticamente na relação entre os componentes, visando transformar o conhecimento empírico em conhecimento profissional validado pela sistematização reflexiva.

     No conceito da supervisão, o supervisor é alguém que se preocupa em ajudar a crescer o professor; alguém que proporciona aos alunos ambientes formativos estimuladores de um saber didáctico; alguém que sabe abanar quando é preciso; alguém que influencia o processo de socialização, contribuindo para o alargamento da visão de ensino (para alem de mera transmissão de conhecimento), estimulando o auto conhecimento e a reflexão sobre as praticas, transmitindo conhecimentos úteis a pratica profissional (Alarcão. et al. 2010:54).

     Na perspectiva, a noção de supervisão remete-se a algumas finalidades que se confinam na essência da supervisão, aparecendo com a função de apoiar e regular o processo formativo (op.cit,p.54):

• A actuação em situações complexas, a exigir adaptabilidade;

• A observação crítica;

• A problematização e a pesquisa;

• O diálogo;

• A experimentação de diferentes papéis; 

• O relacionamento plural e multifacetado;

• O autoconhecimento relativo a saberes e práticas.

 O Papel do Supervisor

     O supervisor tem um papel prático enquanto desencadeador de processos de socialização profissional nos quais os futuros professores vão aprender. Abstenhamo-nos aqui de fazer referências exaustivas ao conceito de supervisão, por entendermos que já todos conhecemos e na perspectiva de diferentes autores, no entanto salientamos que a nossa concepção assenta nas perspectivas defendidas por Alarcão e Tavares (2003) citado por  Melo (2004) sem colocarmos de parte as concepções dos outros autores, ao afirmarem: a supervisão ‟como processo em que um professor, em princípio mais experiente e mais informado, orienta um professor ou candidato a professor no seu desenvolvimento humano e profissional”(p.40). Para o autor, o processo de supervisão tem lugar num tempo continuado, pois só assim se justifica a sua definição como processo

    Entendemos que, o supervisor é, um professor que acompanha as primeiras experiências de prática do futuro professor, orientando e comandando todas as acções quer da prática quer reflexivas. Na visão do (Toledo cit. por  Buriolla, (2003), concebe a supervisão como " uma terapia profissional" (p.60) parece-nos que se configura como algo que se põe em permanente prática, utilizando os meios adequados para atingir o proposto na supervisão, na medida em que Toledo diz, ao lidar-se com o ser humano, deve-se fazer de uma forma mais abrangente com o «outro» com «você mesmo» de «mais inteira» é por isso que ela considera a terapia profissional como «um processo educativo, de mudança» do papel profissional, como algo que deve constantemente ser questionado, debatido, reciclado e que não se esgota no final de um curso profissional.

     A visão do Toledo mostra um grau supremo no tratamento da supervisão pois, nela inclui um vasto processo de revisão de padrões estabelecidos socialmente para o indivíduo. (Marta A. Buriolla, 2003:60).

OBJECTIVOS DO PROJECTO

     O projecto visa, concretamente, contribuir para o sucesso educativo na totalidade dos alunos não só da escola n ° 4, 5ª classe turma A e B do Município de Buco-Zau, mas também pode servir para as demais escolas, classes e turmas sedeadas na província em causa. Para tal, procuramos com este projecto:

• Compreender as manifestações das verdadeiras causas que levam os alunos ao insucesso escolar nos vários domínios do ensino;

• Definir o insucesso escolar;

• Identificar as causas do insucesso escolar nos alunos da escola n ° 4, 5ª classe, turma A e B na disciplina de Língua portuguesa; 

• Propor estratégias que possam minimizar o insucesso escolar dos alunos no estudo da língua portuguesa, ensino primário, escola n ° 4, Município de Buco-Zau, Província de Cabinda.

METODOLOGIA

 Procedimentos e Opções Metodológicas

    Encontrada a questão a investigar e formulado o problema houve necessidade de um aprofundamento teórico de alguns conceitos fundamentais para a compreensão e preparação do tema a abordar, através de alguma revisão de literatura de autores de referência nas diversas áreas.

    O fundamental ainda nesta fase foi a organização de listas de palavras-chave, assim como de fichas de leitura das diferentes obras que foram consultadas, com respectivas anotações e relações possíveis. À medida que se alargou o conhecimento acerca do tema que se iria investigar começaram-se a estabelecer relações fundamentais para desenhar a linha de investigação: ponto de partida, os participantes no projecto e as actividades a adoptar.

   Uma vez definidas as questões de investigação procurou-se pensar na forma como iria ser feita a recolha de informação, nomeadamente através de que instrumentos. Novamente aqui se teve que voltar a fazer alguma revisão bibliográfica em matéria de técnicas e metodologias de investigação científica como metodologia estratégica que melhor se adaptasse a um projecto de investigação e escolhemos a investigação acção. Para confirmar que efectivamente este problema do insucesso nestas turmas existe, optamos por fazer observação participante passiva, sendo o investigador a anotar todos os dados observados.

   De acordo com  Quivy (1992), ‟ Para levar a bom termo o trabalho de observação é preciso poder responder às três perguntas seguintes: Observar o quê? Em quem? Como?”( p.157).

   Neste contexto criámos grelhas de observação, tendo em conta os nossos objectivos, que utilizámos em diversos momentos: para registar a actuação quer de alunos, quer de professores e mais tarde para podermos avaliar se após o desenvolvimento das actividades tinha havido alguma melhoria por parte da amostra por nós definida.

   No estudo exploratório, foram inquiridos os professores das duas turmas em estudo, isto é, A e B da 5ª classe do ensino primário da escola n°4, através da aplicação de entrevista semi-estruturada, contendo questões relacionadas com causas do insucesso escolar, comportamentos de insucesso observados nos alunos e sentido de eficácia do professor face às técnicas e o domínio dos conteúdos.

    Para a construção da entrevista começámos por organizar um guião, para que nos pudéssemos nortear nas questões a formular. De uma forma geral, este estudo revelou que os professores têm um conhecimento significativo das causas geradoras do insucesso escolar e apresentam uma forte percepção acerca dos comportamentos de insucesso manifestados pelos seus alunos.

    Ainda para confirmar o referido problema, foram também feitas entrevistas a professores da mesma escola mas não titulares das turmas em estudo. Estas entrevistas decorreram informalmente mas foram de grande utilidade.

    Após a aplicação das actividdaes propostas, voltamos a questionar os professores no sentido de saber se houve ou não melhorias e também de forma a aprofundar melhor o tema e, para termos uma melhor percepção, pois certamente em turmas de grande dimensão face ao número de alunos as dificuldades deveriam ser diferentes.

    Neste contexto optamos por nos deslocarmos novamente ao local e conversamos com os professores para conseguirmos obter outras informações que nos ajudassem a melhor planificação das estratégias a serem aplicadas.

   Após a realização das observações e das entrevistas, escolhemos a Análise de Conteúdo para podermos analisar os resultados obtidos.

Segundo Quivy  (1992), “O lugar ocupado pela análise de conteúdo na investigação é cada vez maior, nomeadamente porque oferece a possibilidade de tratar de forma metódica informações e testemunhos que apresentam um certo grau de profundidade e complexidade.” (p.224).

    Para a utilização da análise de conteúdo, quer das observações, quer das entrevistas, criámos grelhas contendo categorias, sub-categorias e indicadores, conforme os exemplos que apresentamos.

Partindo dos resultados obtidos (quadros 1, 2 e 3 ) foi-nos possível proceder à análise e discussão dos resultados.

 

ANÁLISE DE CONTEÚDO

Inventário das Categorias, Subcategorias e Indicadores das Observações

 

Categorias

 

Subcategorias

 

Indicadores

 

 

Casos de Insucesso

 

 

Em que áreas da Língua

Portuguesa

 

 

Leitura

Escrita

Expressão oral

Gramática

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Identificação dos factores   do insucesso

 

 

 

 

 

 

 

Financeiro

Falta de material

Falta de suporte p/ material

Falta de roupa adequada

Carências financeiras

 

 

Fome

 

Poucos casos

Alguns casos

Muitos casos

 

 

 

Incentivo dos pais

Participação na vida escolar:

Sim

Não

Pouco

Nunca

Atribuição de tarefas domésticas aos filhos

 

 

Ética Profissional do Professor

Correcta

Incorrecta

Incentivos aos alunos

 

 

Desmotivação do Professor

Falta de condições de trabalho

Desanimo pelos fracos resultados

Não domínio de técnicas

 

 

Desmotivação   do aluno

Poucas intervenções nas aulas

Não domínio do Português

Desinteresse pela matéria

 

 

Falta   de material escolar

 

 

Manuais

Textos

Lápis

Canetas

Quadro preto

Giz

Distância da Escola

Perto

Longe

 

ANÁLISE DE CONTEÚDO

Inventário das categorias, Subcategorias e Indicadores das Entrevistas

 

Categorias

 

Subcategorias

 

Indicadores

 

 

 

Existência de insucesso

Informação   do professor

Sim

Não

Alguns   casos

Em que áreas da Língua

 

Portuguesa

Leitura

Escrita

Interpretação

Gramática

Expressão   Oral

 

 

 

 

 

 

 

 

Causas do Insucesso

 

 

Opinião dos Professores

 

 

Falta de   estudo

Dificuldades   de base

Falta de   empenho familiar

Cansaço

Não   domínio do Português

 

Formação dos Docentes

Falta de   formação específica

Falta de   seminários de capacitação

 

 

Influência familiar

Atribuição   de tarefas aos filhos

Falta de   incentivo moral

Falta de   apoio financeiro

Distância   da escola

 

Estratégias aplicadas

Actividades   diversificadas

Leituras

Escrita   de textos

 

Soluções para combater o insucesso

 

 

 

Por parte dos docentes

 

 

Formação   Contínua

Aplicação   de novas estratégias

 

Por parte da família

Participação   na vida escolar

Acompanhamento   dos filhos

Não   obrigá-los a tarefas caseiras

 

 

 

 

 

Quadro 1. Análise de conteúdo (observações)

 

Categorias

 

Sub   Categorias

 

Indicadores

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Casos de Insucesso

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em   que áreas da Língua

Portuguesa

 

 

 

 

 

 

Leitura/Escrita

 

A1- Mau

A2-Suficiente

A3-bom

A4-Mau

A5-Mau

A6-Bom

A7-bom

A8-bom

A9-Mau

A10-Mau

A11-Mau

A12-Suficiente

A13-Suficiente

A14-Mau

A15-Mau

A16-Mau

A17-Mau

A18-Mau

A19-Suficiente

A20-Bom

A21- Mau

A22-Mau

A23-Mau

A24-Mau

A25-Suficiente

A26-Mau

A27-Mau

A28-Suficiente

A29-bom

 

Expressão oral

 

A1-Mau

A2-Mau

A3-Normal

A4- Mau

A5- Mau

A6-Normal

A7-Normal

A8-Normal

A9-Normal

A10-Mau

A11-Mau

A12-Mau

A13-Normal

A14-Normal

A15-Mau

A16-Normal

A17-Mau

A18-Mau

A19-Mau

A20-Normal

A21-Mau

A22-Nomal

A23-Mau

A24-Mau

A25-Nomal

A26-Mau

A27-Mau

A28-Mau

A29-Mau

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Identificação dos factores do insucesso

Financeiro

 

Acerca deste   aspecto, denotamos que a maior parte dos alunos vivem com famílias de baixa   renda, tirando 8 alunos com condições dos pais minimamente aceitáveis

 

 

 

 

 

Fome

 

• 10  alunos com debilidades físicas o que   indicava a presença de fome;

• cerca de 5   alunos com uma forte  desmotivação;

• Em media, cerca   de 4 alunos apresentavam-se adoentados em todas observações feitas

• Aproximadamente   10 alunos em media estavam sempre disposto na aula

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Incentivo   dos pais

A1-Sim

A2-Não

A3-Não

A4-Não

A5-Não

A6-Algumas vezes

A7-Não

A8-Não

A9-Não

A10-Não

A11-Algumas vezes  

A12-Sim

A13-Não

A14-Não

A15-Não

A16-Não

A17-Algumas vezes

A18-Algumas vezes  

A19-Sim

A20-Não

A21-Não

A22-Não

A23-Não

A24-Sim

A25-Não

A26-Não

A27-Não

A28-Não

A29-sim

 

 

Ética   Profissional do Professor

P 1- Não tem

P 2-Não tem

Desmotivação do   Professor

P 1- Sim,   desmotivado

P 2- Sim

Desmotivação do   aluno

A1-Sim

A2-Sim

A3-Sim

A4-Sim

A6-Alguns   momentos

A5-Sim

A6-Sim

A7-Não

A8-Sim

A9-Não

A10-Sim

A11-Alguns   momentos

A12-Sim

A13-Sim

A14-Sim

A15-Não

A16-Alguns   momentos

A17-Sim

A18-Sim

A19-Não

A20-Sim

A21-Não

A22-Sim

A23-Alguns   momentos

A24-Sim

A25-Sim

A26-Sim

A27-Não

A28-Alguns   momentos

A29-sim

 

 

 

 

 

 

Falta   de material escolar

- Observamos que   todos professores possuem material escolar

-Aos alunos, dos   29 observados denotamos:

• 5 só têm   manuais de estudo do meio e matemática

• 4 têm o manual   de leitura, Matemática e estudo do meio

• 2 possuem todo   material escolar

•7 têm manual de   matemática, estudo do meio e geografia

•12 alunos não   possuem sequer um livro, apensa com lapiseiras e cadernos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Distância   da Escola

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A1-Vive a 8km da   escola

A2- 1km

A3- 50 metros

A4- 1km

A5-10 km

A6-11km

A7- 12km

A8 -13km

A9- 5 metros

A10- 6 metros

A11 – 5 km

A12 – 4 km

A13- 2 km

A14 – 1 km

A15 -10 metro

A16 – 1 km

A17- 1 km

A18 – 1km

A19-Vive a 3 km   da escola

A20- 1km

A21- 50 metros

A22- 1km

A23-10 km

A24-11metros

A25- 2km

A26-1km

A27- 5 metros

A27- 6 metros

A28 – 5 km

A29 – 2 metro

A-      Indicação do aluno

P- Indicação do professor

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quadro 2.  observação e avaliação final das competências dos alunos na leitura/escrita

Avaliação da leitura/ escrita

 

Aluno

Bom

Mau

Suficiente

A1

 

 

X

A2

x

 

 

A3

x

 

 

A4

 

X

 

A5

 

X

 

A6

X

 

 

A7

X

 

 

A8

X

 

 

A9

 

X

 

A10

 

X

 

A11

 

 

X

A12

X

 

 

A13

 

 

X

A14

 

X

 

A15

 

X

 

A16

 

 

X

A17

 

X

 

A18

 

X

 

A19

 

 

X

A20

X

 

 

A21

 

X

 

A22

 

X

 

A23

 

X

 

A24

 

 

X

A25

 

 

X

A26

 

X

 

A27

 

 

X

A28

X

 

 

A29

X

   
 

A: simboliza o aluno

Bom: 9 alunos

Mau: 12 alunos

Suficiente: 8 alunos

 

 

 

Quadro 3. observação e avaliação final das competências dos alunos na expressão/oralidade

Alunos

Bom

Mau

Suficiente

A1

 

 

X

A2

 

X

 

A3

X

 

 

A4

 

X

 

A5

 

X

 

A6

 

 

X

A7

 

 

X

A8

X

 

 

A9

 

 

X

A10

 

X

 

A11

 

X

 

A12

 

 

X

A13

 

 

X

A14

 

 

X

A15

 

X

 

A16

 

 

X

A17

 

X

 

A18

 

X

 

A19

 

X

 

A20

 

 

X

A21

 

 

X

A22

 

X

 

A23

 

X

 

A24

 

 

X

A25

 

X

 

A26

 

X

 

A27

 

X

 

A28

 

X

 

A29

 

X

 

A: aluno

Bom: 2

Mau: 16

Sufi: 10

 

 

Apresentação do Grupo de Sujeitos

    O estudo centra-se num conjunto de dois professores que lecionam nas turmas A e B da 5ª classe e 29 alunos escolhidos aleatoriamente nas duas turmas, constituindo assim a nossa população amostral, ou seja, todos eles fazem parte do nosso projecto, pois reúnem as mesmas características.

    Este projecto foi desenvolvido em equipa pois, além da participação da amostra, foram distribuídas actividades pelos restantes professores, director pedagógico e o próprio director da escola. Contámos também com a participação da administração municipal e algumas entidades singulares que convidamos a envolverem-se no projecto, assim como os prelectores.

 Actividades Propostas

     Em termos das actividades agendadas, para tentarmos diminuir o insucesso escolar dos alunos, programamos um conjunto de tarefas que foram realizadas em etapas de acordo com o calendário estabelecido:

   •Promover seminário interno escolar de capacitação pedagógica que visa potenciar os professores em vários domínios dos conteúdos, com maior relevância nas técnicas e métodos do ensino da língua portuguesa. Para essa realização, convidamos o professor José Paulo Bungo por ser um profissional experiente da área da língua portuguesa há mais de 15 anos. Outros componentes envolvidos foram todos professores da escola do ensino primário nº 4 de Buco-Zau.

   •Organizar pequenas jornadas internas escolares, onde os prelectores em alguns temas foram os próprios alunos como intervenientes no projecto, tendo sido o subdirector  pedagógico envolvido para coordenar a actividade. Os temas como «a importância da escrita e da oralidade» bem como «como nasce um bom leitor» foram desenvolvidos por dois alunos da 5ª classe, turma A e B da mesma escola respectivamente. Os temas foram trabalhados e monitorizados pelo pesquizador e os alunos foram ensaiados para a apresentação.

     Esta medida teve como objectivo incentivar nos alunos o espírito da leitura, criatividade e tirar o medo de se expressarem perante o público, algo verificado durante as nossas observações.

     •Organização de pequena feira de leitura e escrita infantil interna da escola, onde os envolvidos são os alunos da escola, divididos em equipas de competição por turmas, com a participação dos professores. O júri escolhido atribuiu a votação ao grupo vencedor com direito a certificados de mérito e prémios como livros, lapiseiras, lápis, mochilas e outros materiais escolares.

      • O júri é constituído pelos seguintes individualidades:

Director da escola: presidente

Subdirector Pedagógico: Vogal

O pesquisador do Projecto: vogal

       • Solicitar à turma que se dividam em grupos para debaterem temas escolhidos por inspiracões pessoais, contos, anedotas, peças teatrais, etc, relacionando-o com o processo de aprendizagem, e, compartilhando experiências de forma a criarem o habito da fala, não esquecendo o incentivo ao uso do dicionario.

    •  criação de um clube de leitura. Neste caso, o professor deve  incentivar o aluno a ler textos do seu gosto; dizer ao aluno que seja selectivo na escolha dos conteúdos pois, as pessoas que lêem, lêem porque gostam e o que gostam, não por obrigação;

    • Criação de jornal da parede na escola onde os editores foram os alunos, exigindo-lhes procurar  noticias que ocorreram a nível municipal, provincial, nacional e internacional. Foi ciclico a todos (29) alunos da turma A e B selecionados aleatoriamente como participantes do projecto. Estes, são indicados semanalmente pela direcção da escola na pessoa do coordenador da actividade que é o próprio director da escola. Provavelmente seja  uma maneira dos alunos exibirem as suas qualidades na escrita. As noticias são pautadas numa segunda feira, e substituidas noutra segunda da outra semana. Por ultimo os alunos vão dando opiniões acerca das ocorrencias. 

     O calendário de todas actividades foi concebido obedecendo às normas didácticas e pedagógicas sem interromper o ciclo normal das aulas.

 

CRONOGRAMA DAS ACTIVIDADES

 

Data de Execução

 

Actividades

 

Responsáveis

 

Avaliação

 

 

 

24/06/2011

Realização   de seminário interno, de capacitação pedagógica que visou potenciar os   professores em vários domínios dos conteúdos, com maior relevância nas té-

cnicas   e métodos no ensino da Língua Portuguesa.

Tema:   Postura do Professor e/ou perfil profissional do Professor – Métodos e   técnicas no ensino da Língua portuguesa

 

 

 

Fernando Bumba

 

José Paulo Bungo

 

 

 

A participação foi de 40%

 

11/07/2011

Organização   de pequena feira de leitura e escrita infantil na escola, em que os   envolvidos sejam os alunos da escola divididos em equipas de competição, por   turmas.

 

Fernando Bumba

Director e Professores da Escola

 

 

 

 

2/08/2011

 

Criação   do clube de leitura. Foi organizada uma pequena biblioteca escolar e em dias

determinados   os alunos são incentivados a ler textos a seu gosto, exigindo-se-lhes o uso   do dicionário.

 

Professores das turmas

 

 

 

Durante o mês de Agosto

Solicitar   às turmas da amostra que se dividam em grupos para debaterem temas   escolhidos: de motivação pessoal, contos, anedotas ou peças teatrais e que   dramatizem ou partilhem com os colegas, de forma a criarem o hábito de se   exprimirem em grupo.

 

Professores das turmas

 

 

 

 

De 27 de Junho a 30 de Setembro

Criação   do jornal de parede sendo solicitado aos alunos que procurem notícias de   âmbito municipal, provincial, nacional ou até internacional.

Os   alunos foram escolhidos semanalmente pelo Director da escola e o jornal foi   sendo construído em equipa.

Concluído   o jornal os alunos eram convidados a ler, a debater e consultar o dicionário   se tivessem alguma dúvida.

 

Director da escola e todos os   alunos seleccionados como amostra alvo do nosso estudo nas turmas A e B da 5ª   classe

 

 

Recursos

    Os recursos são os meios humanos, financeiros e materiais necessários para a execução de qualquer projecto planeado. No caso vertente, temos como recursos disponíveis:

-Recursos Humanos: foram envolvidos no projecto vinte e nove alunos seleccionados aleatoriamente nas duas turmas da 5ª classe em nosso estudo, os dois professores das mesmas turmas em epígrafe, o director da escola e o subdirector pedagógico da mesma, os cinco professores não titulares das turmas em questão e que foram entrevistados informalmente, mas que as suas opiniões foram de grande interesse utilidade. Tencionamos contar com a Secretaria municipal da Educação e alguns membros da administração local de Buco – Zau respectivamente.

-Recursos materiais: para além do computador e outro material fizemos uso de forma selectiva dos manuais da actualidade, revistas especializadas, jornais, dissertações e internet. Demos maior destaque obras que falam directamente das causas do insucesso e as suas possíveis medidas da resolução.

-Recursos financeiros: não foram revelados

CONCLUSÃO

     O trabalho de projecto assume um carácter bastante eclético por ser uma metodologia que utiliza a investigação acção, estando os intervenientes a agir directamente na questão a investigar, promovendo-se formas de aprendizagem cooperada e apelando à participação activa e a interacção entre os membros do grupo. No caso vertente este foi um projecto que caracterizou o estudo do insucesso escolar dos alunos numa amostra de 29 alunos escolhidos aleatoriamente nas turmas A e B em representação do universo das dificuldades de todos alunos da escola nº 4 do município de Buco-Zau, província de Cabinda em Angola, bem como das outras escolas.

     No desenvolvimento de qualquer trabalho de projecto são fundamentais as vivências e experiências pessoais dos alunos que fazem parte do grupo, independentemente do facto de cada um possuir particularidades de aprendizagem individuais. Durante o trabalho, o grupo soube valorizar as competências e as fraquezas de todos os componentes, sem esquecer a cooperação e entreajuda que concorreu para um único fim, a solução do problema existente.

    Após a implementação deste projecto, podemos concluir que parte dos nossos objectivos foram atingidos, pois de uma forma geral os professores têm um conhecimento significativo das causas geradoras do insucesso escolar e apresentam uma forte percepção acerca dos comportamentos de insucesso manifestados pelos seus alunos, conseguimos definir o insucesso escolar e provar a sua existência na escola nº 4 de Buco-Zau  e implementamos a maior parte das actividades propostas. Consideramos que o tempo de que dispusemos para a implementação do projecto não foi suficiente no sentido de conseguirmos irradicar o insucesso na língua portuguesa, mas temos consciência de que houve uma melhoria significativa e de que este projecto deverá ter continuidade no próximo ano lectivo.

      Notamos também que parecem estar disponíveis para mudanças a operar no contexto educativo, embora houvesse alguma resistência na implementação do projecto, pois, todos foram  unânimes em  afirmar não terem visto ser implementada ainda uma iniciativa dum  projecto de alguém que não esteja envolvido na classe do executivo angolano

      Parece-nos que esta questão é da responsabilidade de todos, pois que, os alunos alegam que a culpa do seu insucesso constatado nas nossas observações é da responsabilidade dos professores que têm dificuldades na administração dos conteúdos da língua portuguesa, outros  dizem que  alguma  culpa é atribuída aos pais que às vezes os obrigam a fazer outros trabalhos caseiros justamente na hora da escola.

      Por outro lado, os professores  não  concordam  com as afirmações dos alunos e alegam que os alunos  não estudam,  não têm a cultura da leitura, não fazem tarefas orientadas  pelos  professores,  enfim,  alguns transportam  uma certa indisciplina para escola.

      Para comprovarmos tudo quanto observamos e ouvimos dos alunos e professores, colocamos à prova o comportamento e as atitudes dos ambos, face aos relatórios recebidos, e, para entendermos como isto os levaria a um resultado negativo, ou seja, ao insucesso escolar, sobretudo na disciplina da Língua Portuguesa, optámos por aplicar entrevistas aos professores e realizámos observações aos alunos, para além de lhes termos aplicado alguns exercícios práticos, tais como textos para leitura, pequenos ditados, e o trabalho realizado com as fichas de avaliação continua.

      Entre os vários indicadores do insucesso escolar, temos aqueles que se notabilizaram  mais, pois, para se tentar melhorar o fenómeno para um sucesso escolar dos alunos, é necessário que haja uma formação específica contínua dos professores  não só na disciplina da  língua portuguesa,  mas também nas outras áreas.  Constatamos também que as técnicas do ensino da língua portuguesa são inadequadas, para tal é necessário melhorá-las através da frequência de seminários de capacitação.

      Achamos que a leitura deve ser considerada como um  designo nacional, existência de programas de massificação de leitura e escrita nas escolas e,  procurar incutir  no aluno a leitura como um  prazer e não uma obrigação. Concluímos  também  que a disciplina de caligrafia no currículo faz falta,  pois que, com ela os alunos conseguiriam manter um nível alto e qualidades na escrita.

      Os pais/encarregados de educação deviam estar mais motivados para acompanharem a trajectória escolar dos educandos, ajudando-os nas tarefas escolares, incentivando atitudes e valores capazes de ajudar o aluno desenvolver competências.

      A motivação é um factor importante no processo docente educativo, e por ser uma qualidade interna do sujeito, a sociedade  no seu todo, entidades governamentais, singulares,  igrejas,  ONGs,  devem  ser  chamados a estimular  sempre que necessário o trabalho quer do professor quer do aluno.

Também concluímos que a falta do material didáctico é um dos fortes factores do insucesso escolar dos alunos,  para tal,  exortamos o governo e entidades singulares na criação de lugares apropriados  para aquisição fácil deste material e a criação de pequenas bibliotecas nas escolas primárias para incentivar os alunos à leitura.

     Ao  termos concluído que a distância da escola/casa é outro factor que contribui para o absentismo e falta de assiduidade, o ideal seria que  pudessem  ser construídas mais escolas para ajudar a minorar essas situações.

    Acreditamos que com  o passar do tempo estes e outros problemas do ensino serão resolvidos, pois diz a sabedoria popular africana que para tudo é preciso “paciência, que é uma árvore cujas raízes são amargas, mas cujos frutos são doces”.

    A escola deve ser um ambiente onde cada criança possa sentir-se bem-amada e sempre alegre. 

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