O ENSINO NA HISTÓRIA BRASILEIRA



A história do Brasil registra desde o seu descobrimento em 1500 por uma expedição portuguesa chefiada por Pedro Álvares Cabral, que temos um país de imensidões. Uma delas é a própria beleza, a cultura e as riquezas naturais. Assim o estudo tornou-se uma necessidade, seja estudo escolar de aprendizado ou estudo científico, histórico e de novas conquistas. Isso tudo aliado à chegada de uma frota de pessoas oriunda de um país em desenvolvimento cultural, fizeram com que a instituição do ensino fosse implantada logo de início.
Assim, os Jesuítas foram encarregados de alfabetizar alguns indígenas e isso se sucedeu por longo período. Essa alfabetização tornou possível a comunicação entre os nativos e os conquistadores da nova terra. Os índios que aqui habitavam, embora não se tenha um registro histórico detalhado, eram possuidores de costumes que até hoje ainda são preservados por algumas tribos. Os portugueses que acabaram de chegar não se adaptaram a essa nova realidade e propuseram o ensino aos indígenas e aos filhos dos primeiros colonos. Mais tarde com a terra já bastante povoada o ensino passou a ser facultado a algumas pessoas. Os negros, por exemplo, não tinham acesso à leitura e a informação, trabalhavam como escravos e o único benefício era alimentação e vestuário.
Talvez isto, explique um pouco o quanto o país ficou parado no tempo, sem acesso a alfabetização e a educação nada podiam esperar de um povo que mal sabia se comunicar.
O mundo girava em torno de mudança na Europa, a indústria dava seus primeiros passos, o homem inventou o parafuso, a máquina e conseqüentemente expandiu-se por toda província européia. Portugal que explorava as riquezas naturais aqui no Brasil sentiu-se pressionado, a independência tornou-se uma necessidade, não se podia conviver com políticas em conflitos, os líderes brasileiros já não concordavam com as ideologias portuguesas. Diante deste conflito a independência tornou-se inevitável. Liderados por Dom Pedro, o país proclamou a sua independência em 1822. Foi a partir daí que as mudanças tornaram-se visíveis.
A educação que aos olhos da sociedade era algo inexistente, até porque era responsabilidade da família e da igreja, ou seja, a religião Católica era oficialmente a responsável pelo ensino no país, ganhou novo conceito. A necessidade de estudar passou a ser uma questão social. Foram mais de 320 anos de abandono total até que em 1824 com a promulgação da Constituição Federal, o ensino ganhou um novo aliado, o Estado passaria a discutir e a definir as regras básicas para implantação do Ensino Educacional.
A ação pedagógica dos jesuítas foi marcada pelas formas dogmáticas de pensamento, contra o pensamento crítico, dessa forma, não se poderia pensar em uma prática pedagógica e muito menos em uma Didática que buscasse uma perspectiva transformadora na educação.
Na década de 30, a sociedade brasileira sofreu profundas transformações, motivadas basicamente pela modificação do modelo sócio-econômico. A crise mundial da economia capitalista provoca no Brasil a crise cafeeira, instalando-se o modelo sócio-econômico de substituição de importações.
Junto a essas transformações surge o movimento de reorganização das forças econômicas e políticas o que resultou em um conflito: a Revolução de 30, marco de uma nova fase na história da República do Brasil.
No âmbito educacional, durante o governo revolucionário de 1930, Vargas constituiu-se o Ministério de Educação e Saúde Pública. Em 1932 é lançado o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, preconizando a reconstrução social da escola na sociedade urbana e industrial. Vargas institui o Estado Novo que vai até 1945, esse período é marcado pelo equilíbrio entre as influencias da concepção humanista tradicional (católicos) e humanista moderno (pioneiros).
Surgem então no país os problemas educacionais na perspectiva interna da escola, onde não foram levados em conta, o processo nem as mudanças nos seus aspectos político, econômico e social. O problema passa a ser uma questão escolar e técnica.
A partir de 1945 dá-se início ao modelo político nos princípios da democracia liberal com crescente participação das massas por causa da forte influência do capital estrangeiro.
Neste contexto, insere-se a educação a política educacional cujo processo é determinado pelos grupos de poder e isso, ficou bem evidenciado em 1969, quando por influência dos americanos foi implantado no Brasil, as reformas do ensino superior e do ensino de primeiro e segundo graus.


PERÍODO PÓS 1960 NO PROCESSO EDUCACIONAL

O período que marca 1960 e 1968 foi marcado pela crise da Pedagogia Nova e articulação da tendência tecnicista, assumida pelo grupo militar e tecnocrata. Neste enfoque, os conteúdos dos cursos centram-se na organização racional do processo de ensino, isto é, no planejamento didático formal, e na elaboração de materiais instrucionais, nos livros didáticos descartáveis. O processo é que define o que os professores e alunos devem fazer, quando e como o farão. O professor trona-se mero executor de objetivos instrucionais, de estratégias de ensino e avaliação. Acentua-se o formalismo didático através dos planos elaborados segundo normas pré-fixadas. Esse processo seguiu-se até 1974, época que tem início à abertura gradual do regime político autoritário instalado em 1964.
A partir de 1998 a Constituição do Brasil sofreu várias alterações, foi a chamada "Reforma Constitucional". Ao contrário do que muitos idealizaram através dos "movimentos por uma nova educação popular", os itens constitucionais em nada foram modificados para garantir uma nova idéia ou estabelecer um novo parâmetro para o sistema educacional, que até então, passa por uma "crise" motivada por fatores que estabeleceu uma desmotivação na qualidade do ensino-aprendizagem. A década de 90 foi marcada por fatores determinantes para essa desmotivação tais como: falta de cursos de capacitação, escolas com material didático ineficaz, muitos alunos para poucas escolas, salas de aula inadequadas, salas superlotados e enfim, remuneração diferenciada em níveis municipais, estaduais e privados. Assim, a grande expectativa que se tinha em torno da "Reforma Constitucional" esbarrou-se mais uma vez nos interesses políticos e empresariais, faltou clareza nas discussões e nas propostas que buscasse medidas a serem estabelecidas na Carta Magna do país. O texto implementado na década de 60 permaneceu, ou seja, diz a Constituição que cabe ao Estado, assegurar, garantir e promover o ensino com qualidade. Estados endividados, municípios quase falidos e a educação sem recursos, como assegurar e garantir um ensino com qualidade?
A Constituição regulamentou o que seria de fato um processo educativo de qualidade, porém, o termo qualidade é questionável, desde princípios, processo e resultado.
O ensino médio, assim chamado no processo preparatório para o vestibular teve suas expressões modificadas sem efeito nenhum. Denominado anteriormente de 2º Grau, já foi conhecido como ciclo colegial ou segundo ciclo do ensino médio e até mesmo de primário ginásio e colégio, divisão tripartite do ensino anterior à Universidade.
Assim sendo, pode-se concluir que a história do ensino médio não mudou, e, que o idealismo e a burocracia impediram as transformações necessárias, principalmente com o surgimento das Escolas Particulares, que travam uma disputa em quantidade, o que vale são os números e não a qualidade.