Wilma Jacyere Silva dos Reis ¹
RESUMO:

Este trabalho vem abordar questões de aprendizagens e focos sobre o ensino da língua estrangeira na educação infantil. Destacaremos os métodos do ensino e aprendizagens de um novo idioma. Trabalharemos os motivos e razões de ordens biológicas e psicológicas que nos leve a compreender de que, quanto mais cedo à criança venha a ter o contato com a língua estrangeira melhor torna-se o ritmo de assimilação da língua alvo. Veremos como as atividades lúdicas podem ajudar no ensino, fazendo com que as aulas sejam mais dinâmicas, atraindo o interesse do aluno pela aprendizagem e abrindo novos caminhos para o conhecimento.
Palavras-Chave: ensino/aprendizagem, atividades lúdicas, educação infantil.

INTRODUÇÃO:

Ao iniciar uma vida escolar a criança já desenvolve bem a sua língua materna, de acordo com GAGNÉ (2002) os fatores que levam a este desenvolvimento surgem por sua presença no meio ambiente, e por parte dos adultos que estimula e reforça a linguagem, criando na criança expectativa e o desejo da aprendizagem, sabendo-se que na idade pré- escolar não se obedece a modo nenhum na compreensão ou na memorização de regras morfológicas ou morfossintáticas. É de fundamental importância a compreensão da linguagem das crianças para se compreender o papel importante que a língua desempenha nos ensinos e aprendizados escolares, visto que o ensino da língua materna por fazer parte do seu dia-a-dia torna-se de fácil assimilação. O pensamento de ORLANDI (2002), o qual nos mostra que ao mesmo tempo em que é constituída, a linguagem é um fator importante para o desenvolvimento mental, exercendo uma função organizadora e planejadora do pensamento. Isto nos leva a observar que a linguagem tem uma função social e comunicativa. Ao notarmos as funções que a linguagem possui, de acordo com ORLANDI (2002), fundamentamos que a partir da interação social, da qual a linguagem é expressão fundamental, o sujeito constrói sua própria identidade. De uma forma geral, sem nos adentrarmos em concepções mais profundas a respeito do termo linguagem, podemos concluir que "o ser humano só existe dentro do mundo e o mundo só existe dentro da linguagem". (ORLANDI, 2002, p. 15).
DESENVOLVIMENTO:
Estamos vivendo em uma época que se faz necessário que se obtenha o domínio de uma ou mais língua estrangeira, é uma habilidade indispensável para qualquer um que deseje ter sucesso pessoal ou profissional em um mundo em que a comunicação tornou-se um fator de fundamental importância.
Analisando os tipos de abordagens em Ensino de Língua Estrangeira, buscamos os métodos tradicionais que foca o desenvolvimento da competência lingüística do aprendiz. O Método indutivo no ensino de idiomas gozou de certa popularidade até o século XVIII, quando começa a ser suplantado pelo método dedutivo, tanto no ensino de línguas clássicas como no ensino de línguas modernas. O método dedutivo no ensino de idiomas passou a ficar conhecido na literatura técnica como Método Gramático e Tradução a partir do século XIX, onde sua atividade era a leitura e a tradução de textos e o ensino dedutivo da gramática. No final do século XIX e durante o primeiro quarto do século XX, o Método Direto se tornou bastante popular, pois era um método que buscava o ensino da língua através da conversação e discussão sem a explicitação de regras gramaticais ou o uso da língua materna do aluno. Temos ainda o Método Audiolingual, que busca a memorização de diálogos, exercícios mecânicos de repetição e o ensino indutivo da gramática. Os métodos com abordagens humanista visavam uma aprendizagem focada mais psicologia do que na lingüística, tais métodos eram: Método Silencioso, Método Comunitário ou de aconselhamento, Método Sugestopedia, Método Resposta Física Total, esses métodos quando trabalhados de forma conjunta pode trazer um grande resultado, mas de toda forma o professor é o responsável pela melhoria da qualidade do processo de ensino-aprendizagem, cabendo a ele desenvolver novas práticas didáticas que permitam aos discentes um maior aprendizado. Se tratando do ensino de um novo idioma para crianças devemos buscar os métodos que nos dê base para que este trabalho se desenvolva da melhor maneira possível, visto que é ensino/aprendizagem infantil é um trabalho minucioso e de tamanha dedicação.
As atividades lúdicas têm o poder sobre a criança de facilitar tanto o progresso de sua personalidade integral, como o progresso de cada uma de suas funções psicológicas intelectuais e morais. O trabalho lúdico faz com que os conteúdos fiquem mais fáceis aos olhos dos alunos, os quais ficam mais interessados em assistir a aula, facilitando o trabalho do professor que desta forma consegue reter a atenção do aluno para si.
As atividades lúdicas correspondem a um impulso natural da criança, e neste sentido, satisfazem uma necessidade interior, pois o ser humano apresenta uma tendência lúdica que o leva a se aprofundar e ficar desejoso no que lhe é proposto.
O lúdico apresenta dois elementos que o caracterizam: o prazer e o esforço espontâneo. Ele é considerado prazeroso, devido a sua capacidade de absorver o indivíduo de forma intensa e total, criando um clima de entusiasmo. É este aspecto de envolvimento emocional que o torna uma atividade com forte teor motivacional, capaz de gerar um estado de vibração e euforia. Em virtude desta atmosfera de prazer dentro da qual se desenrola, a ludicidade é portadora de um interesse intrínseco, canalizando as energias no sentido de um esforço total para consecução de seu objetivo. Portanto, as atividades lúdicas são excitantes, mas também requerem um esforço voluntário. Por ser uma atividade física e mental, a ludicidade aciona e ativa as funções psico-neurológicas e as operações mentais, estimulando o pensamento, contribuindo para o seu desenvolvimento. A ideia de unir o lúdico à educação difundiu-se, principalmente a partir do movimento da Escola Nova e da adoção dos chamados "métodos ativos". No entanto, esta ideia não é tão nova nem tão recente quanto possa parecer. De acordo com TEIXEIRA (1995, p. 39), "em 1632, Comenius terminou de escrever sua obra Didactica Magna, através da qual apresentou sua concepção de educação. Ele pregava a utilização de um método de acordo com a natureza e recomendava a prática de jogos, devido ao seu valor formativo". Dessa forma, seja no aprendizado da língua materna ou da segunda língua, as atividades lúdicas estimulam o desenvolvimento da fala e da escrita, propiciando um ambiente de descontração para os educandos.
CONCLUSÃO:
O ensino da língua estrangeira na educação infantil abre um novo caminho para que a criança seja capaz de transmitir e assimilar o conhecimento da sociedade e do mundo em que vive, fortalecido com uma visão crítica para poder caminhar na construção de seu próprio conhecimento, permitindo integrar-se na sociedade como agente transformador e construtor de uma nova mentalidade, possibilitando o mesmo a interagir e comunicar-se com diversas comunidades e culturas, abrindo-se as portas para que ele possa estar em sintonia com o mundo globalizado.
Diante das transformações e dos avanços significativos ocorridos nas últimas décadas, inclusive na estrutura e funcionamento do ensino, procuramos, por meio deste trabalho, apresentar o ensino precoce das Línguas Estrangeiras, como uma ferramenta. Essa ferramenta deve ser aproveitada no intuito de tornar a criação cultural concreta e significativa, auxiliando as relações sociais e culturais das crianças das séries iniciais, possibilitando, que através do aspecto cultural que a língua estrangeira possui a criança possa ter um desenvolvimento intelectual mais sólido.


REFERÊNCIAS:

GAGNÉ, Gilles. Língua materna: Letramento, variação e ensino/Marcos Bagno, Gilles Gagné, Michel Stubbs- São Paulo: Parábola Editorial 2002.
ORLANDI, Eni Puccinelli. Análise de Discurso: princípios e procedimentos. Campinas: Fontes, 2002.
TEIXEIRA, Carlos E. J. A ludicidade na escola. São Paulo: Loyola, 1995.