Tenho sentido necessidade de abordar um tema que é particular, ao mesmo tempo polêmico e traumático: O DIVÓRCIO!

Não conheço nenhum casal que planeje o divórcio. Os casais de namorados fazem planos sobre casamento, vida a dois, cumplicidade, sonham com a casa perfeita, a família desejada, os tantos filhos e seus nomes já definidos antes mesmo de serem concebidos. E é tão saudável esse planejamento, esses sonhos compartilhados, essa fantasia que envolve o relacionamento e que amadurece e acaba virando realidade.

O divórcio não!

O divórcio é a perda! É quando esses sonhos todos não se concretizaram, quando as expectativas não foram alcançadas, quando essa cumplicidade toda deixa de existir, ou percebe-se que nunca foi real. É uma decisão quase sempre acompanhada de dor.

Brinco dizer que sou pós-graduada em divórcio, afinal tive dois relacionamentos mal resolvidos que findaram assim.... e por isso decidi falar sobre o assunto.

Sou divorciada, duas vezes.

Nem por isso defendo ou divulgo o divórcio como SAÍDA para todos os seus problemas. Pelo contrário, sou uma eterna apaixonada, romântica sonhadora, que acredita em príncipes encantados e contos de fadas urbanos, onde os casais se apaixonam perdidamente e superam todas as dificuldades e são felizes para sempre! Desejo a todos os casais novos que tenham amor suficiente para sustentar essa vida nova que estão construindo, alicerçados no respeito, cumplicidade, carinho, paciência, amor... Pelos casais já formados sou encantada, acho lindo e me emociono vendo casais juntos a 10, 20, 30 anos... uniões estáveis tão difíceis nos dias de hoje.

Comigo, infelizmente isso não aconteceu.

Das minhas experiências traumáticas de relacionamentos, estou sobrevivendo. Delas tive 3 filhas que são a razão da minha existência, pelas quais passaria por tudo, exatamente igual, cada dia viveria de novo, para garantir que as tivesse hoje comigo. Fiz a opção de viver por elas, exclusivamente. Fechar as portas do meu coração e me apaixonar a cada dia por minhas filhas e viver o celibato.

Se sou feliz assim?

Chegou um momento da minha vida que eu tive que optar em viver uma eterna e profunda depressão pelas decepções que tive, ou viver aquilo que Deus tinha me dado como presente e ser feliz! EU OPTEI SER FELIZ! O que não significa que eu não sofra. Só meu travesseiro poderia contar todas as confissões que já fiz, todas as noites em claro que passei chorando, tudo que já sofri nessa minha solidão disfarçada. Mas depois de uma noite (mal dormida), o sol vem nos dar um lindo dia, um novo lindo dia que deve ser vivido na sua maior e melhor intensidade, buscando ser feliz!

Nunca fiz nada ou tomei qualquer atitude, para ser canonizada como um exemplo a ser seguido. Pelo amor de Deus, quem quer seguir o exemplo de uma mulher fracassada no amor¿ Tudo que fiz e faço sempre é manter uma postura otimista da vida, buscando sempre rir de mim mesma e buscando o lado bom das coisas (e quando o lado bom não existe, eu invento).

Busco a sanidade mental e sentimental. Porque dela depende a educação e formação de 3 pessoas, isso é o que mais me importa!

Mas isso, que me refiro, é minha experiência pessoal do divórcio, de solidão, de opção.

Não defendo o divórcio, mas ele (ou eles) aconteceram. Graças a Deus eu tive apoio da minha família e amigos, e me impulsionaram a manter a cabeça erguida e seguir adiante! E hoje posso me considerar uma vitoriosa, pois tenho filhas do bem e dispostas a acertar na vida.

Quem estiver passando por essa experiência triste e traumática, por favor, sejam sábios! Apoiem-se, mantenham o respeito mútuo, principalmente preservando seus filhos!

Filhos sofrem com o divórcio! Pais, mães, sogros, sogras, cunhados, cunhadas, sobrinhos, famílias inteiras, todos sofrem. O divórcio muitas vezes é a formalização de uma separação que existe desde sempre, casais que nunca se formaram de verdade, mas que tentaram de alguma forma viver em comunhão, e não deu certo, e nesse caso, em algum momento, alguém terá que tomar a iniciativa de findar! Todos sofrem!

Se isso acontecer na sua família, busque a sabedoria para apoiar àqueles que estão sofrendo essa dor. Não critique, não humilhe, não condene, apenas estenda a sua mão! Permitam-se o perdão! Quando você perdoa o outro, é seu coração que ganha amor! Permitam-se perdoar, permitam-se reconstruir ...

Permitam-se uma nova chance, busquem a felicidade, busquem o amor, a cumplicidade, o companheirismo, a comunhão, porque a solidão maltrata.

Volto a dizer que não defendo nem divulgo o divórcio, sou a prova de que sempre tentamos até o fim... mas muitas vezes...                o fim é inevitável...