HISTÓRIA DE VIDA DE MEUS AVÓS MATERNOS! 

Professor Me. Ciro José Toaldo          

Em 2021 fui agraciado com um livro intitulado: “IRMÃOS D’AMBROS, sobreviventes de um sonho interrompido”, cuja autora é Marcia Dambroz Peixer. A edição é da própria autora e o ISBN – patrão internacional de numeração do livro é 978-65-00-21089-7, tendo um total de 192 páginas. Seu sucesso está garantido, pois sua primeira edição esgotou-se rapidamente, mas em conversa com a autora, nova impressão foi organizada. Desta obra, na página 172, encontram-se as fotos de meus avós maternos, Siro e Leonor e um pouco do histórico deles.

Este livro, além de fazer uma homenagem à família Dambros, que tem suas origens no norte da Itália, na região de San Siro, destaca a vida sofrida de imigrantes italianos que se estabeleceram em Santa Catarina, na região do meio oeste, junto às margens do Rio do Peixe. Portanto, ao escrever este pequeno artigo, além de ter o privilégio de homenagear meus antepassados, há oportunidade de conhecer e transmitir um pouco da bela história de vida de parte da minha família. Tenho certeza que essa é a história de outras tantas família. Ando encantado com o resgate das histórias das famílias, inclusive as que organizam encontros reunindo pessoas de várias regiões do país, mas estão ligadas com o nome e a descendência daquele nome de família. Desta forma, muitas destas famílias, dos mais variados nomes, conseguem registrar suas histórias e conhecem a ‘dura’ jornada de tantos imigrantes que foram chegando ao Brasil em diferentes momentos da História do país.

Especificamente a respeito da história de meus avós maternos, aproveitando o livro da Marcia, estou trazendo aos leitores, de forma simples e com brevidade, um pouco da história de Siro Dambros, filho de Domenico e Attilia, neto de Giovanni D’Ambros e Anna Maria Rosset. Meu avô Siro, nasceu em Caxias do Sul (RS) em 02/01/1904 e faleceu em 11/04/1988, com 84 anos, em Ouro (SC). Nonno Siro, em 18/02/1928, casou com Leonor Emília Vergani, no Cartório de Registro do Distrito de Abelardo Luz (atual Ouro), Município de Cruzeiro (atual Joaçaba, SC), sendo testemunhas: João Matte e Pedro Baretta. Nonna Leonor nasceu em Caxias do Sul, em 04/03/1910 e faleceu em 24/06/1998, com 88 anos, em Ouro. Ambos estão sepultados no cemitério municipal de Ouro, de onde se pode observar o garboso Rio do Peixe, um lugar de muita paz e tranquilidade.

Meus avós, Siro e Leonor têm a sua história de vida narrada neste livro. Eles não gostavam muito de contar a narrativa de suas vidas, pois sofreram muito. Os dois primeiros filhos: Leoniro viveu apenas quatro dias e Maria, nasceu morta. Tiveram outros cinco filhos: Zulmira, Ilda, Adelir, Clorinda e Romilda.  Essa ultima é minha mãe, dos cinco é a única que se encontra viva!  

Quando recordo a história de vida de meus nonnos maternos, divago em minhas belas recordações com essa abençoada família. Sinto um enorme orgulho em descender destes ‘troncos guerreiros e de grande coragem’. Antes de tudo, nunca presenciei uma discussão entre eles, pois havia uma conduta sincera, de fato, era algo para se espelhar! Este casal acreditava piamente no trabalho e na certeza que pela fé e confiança inabalável em Deus e em Nossa Senhora, poderiam ser vencedores. Nonno Siro, exímio trabalhador, um saboeiro invejável que prestava seu serviço ao antigo ‘Frigorifico Ouro’, atualmente desativado. Nos momentos de ‘folga’, trabalhava exaustivamente no porão de sua casa, onde havia ferramentas de vários estilos, muitas delas feitas por ele. Era incrível sua criatividade, suas ‘engenhocas’ eram geniais, deste serrote, gaiola para pegar os ratos, entre outras; além de ser um carpinteiro de primeira, pois sabia fazer galinheiro, chiqueiro, paiol ou outra construção que fosse necessária. Ele nunca ficava parado. E, no descanso da noite, adorava ‘pitar o seu cachimbo’ na sua cadeira de balanço.

E a nonna Leonor? Essa era outra criatura incrível, trabalhadora incansável, sempre com seu avental, tendo sua preocupação com o fazer comida, desde as primeiras horas do dia começava seus preparos para o almoço no seu fogão de lenha. Foi uma verdadeira guerreira que em muitos momentos sofreu calada, sentido as amarguras e sofrimentos da existência! Seus almoços de final de semana, quase sempre reunindo a família; mas, eram os almoços de final de ano, aonde havia o grande encontro dos filhos, nora, genros, netos e bisnetos da grande família de Siro e Leonor Dambros. Eram almoços maravilhosos, onde primeiro era servido uma bela sopa de agnoline, no prato fundo, na sequencia era servido à carne, maionese e as quitutes que uma exemplar cozinheira italiana poderia oferecer. Sem esquecer os belos cantos em italiano, entonados em várias vozes que formavam um autêntico coral.

Este é um pequeno relato da História de vida de meus avós maternos e sua família, lembro que eles também eram meus padrinhos de batizado. Fico muito emocionado cada vez que recordo estes belos momentos. Na vida tudo passa, entretanto, nunca desvinculamos de nosso cérebro as boas recordações que trazemos, seja dos idos tempos de infância, adolescência ou juventude. Cada vez mais estou convencido que recordar é viver e quando temos a possibilidade de trazer até a memória as boas lembranças, parece que rejuvenescemos a alma e o espírito! Por isso, dizemos: recordar é viver!

Fica a dica para a geração dos mais novos: vivam com intensidade cada momento! Não despreze seu passado e suas origens. Ouça, tenha paciência e saboreei as belas histórias contatas pelos mais velhos, especialmente de quem tem seus avós vivos! Obviamente que cada um tem sua história e as circunstâncias que podem levar as boas ou más recordações. Procure cultivar suas boas lembranças e tente apagar as que não o ajudaram a ser feliz e realizado!

Pense nisto! Até o próximo!