O DESENVOLVIMENTO E AS HABILIDADES DOS DEFICIENTES VISUAIS

Helane Freitas Rocha Teles
Ortência Cabral dos Santos
Ruthilene de Jesus Santos


RESUMO

Este trabalho tem como objetivo analisar as habilidades desenvolvidas pelos deficientes visuais, tendo como meta a família, meio onde são vivenciadas as principais ações comportamentais voltadas a este fim. Para interagir com a criança com deficiências visuais, onde estudos indicam a insegurança e a super proteção e desempenho social dos pais como fatores que influenciam nesse processo. Segundo Piaget, que o conhecimento se produz através do que é gerado pelo sujeito nas iterações com as crianças. As habilidades sociais permitem identificar fatores semelhantes de acordo com a necessidade do deficiente visual. Visando facilitar e aprimorar as técnicas e forma de ensino às crianças com deficiências visuais. Aquela que não tem uma deficiência visual tem a mesma habilidade que uma criança que tenha deficiência desde que tenha um acompanhamento da família, poderá estudar ter aulas de informática, ou seja, pode levar uma vida normal, de acordo com as suas limitações.

PALAVRAS- CHAVE: Habilidades, Deficiência Visual, Família



ABSTRACT

This paper aims to analyze the skills developed by the blind, targeting the family, which are experienced through the main behavioral actions targeted towards this end. To interact with children with visual impairments, where studies indicate insecurity and super protection and social performance of parents as factors influencing this process. According to Piaget, that knowledge is produced through what is generated by the subject in iterations with the children. Social skills for identifying similar factors according to the need of the visually impaired. To facilitate and improve the techniques and way of teaching children with visual impairments. One that has no a visually impaired, has the same skill that a child has a disability that has since monitoring of the family, can study, take computer classes or can lead a normal life, according to their limitations.

KEYWORDS: Skills, Visual Impairment, Family


1-INTRODUÇÃO


O presente artigo visar mostrar o desenvolvimento do deficiente visual de uma forma que ele se interesse e identifique sua diferença no meio em que vive. O desenvolvimento de uma criança com deficiência é relacionada ao padrão global de seu desempenho, ao desenvolvimento cognitivo e as condições emocionais de sua vida. A posição que o individuo estabelece com o mundo è a maneira de utilizar seus resíduos visual deixando o livre para que ele possa andar com suas próprias pernas e se torne independente de pessoas próximas.
O desenvolvimento e a habilidade são fundamentais para garantir à criança com deficiência visual o desenvolvimento normal de seus conhecimentos e a formação de uma personalidade harmônica. Embora isso seja verídico para todas as crianças, com ou sem deficiência, é ainda mais importante para aquelas que possuem alguma deficiência. Desde cedo, a criança com deficiência visual manifesta uma forte preferência por pessoas, enquanto seu interesse por objetos demora mais a se manifestar, em comparação com as crianças que enxergam. As pessoas de quem ela gosta são muito significativas determinantes. Essa relação de vínculo deve ir evoluindo, abrindo lugar para o interesse por objetos, por outras pessoas e pelo mundo exterior em geral.

Segundo Vigotsky ele caracteriza a interação entre elementos geralmente apresentados de forma de estanque em muitas abordagens da psicologia, tais como a posição entre "a percepção de informações pelo sentido e cognição "como processamento internos de informações (Vigotsky 2000).

Muitos consideram que a palavra ?deficiente? tem um significado muito forte, carregado de valores morais, contrapondo-se a ?eficiente?. Levaria a supor que a pessoa deficiente não é capaz; e, sendo assim, então é preguiçosa, incompetente e sem inteligência. Ênfase recai no que falta, na limitação, no ?defeito?, gerando sentimentos como desprezo, indiferença, chacota, piedade ou pena. Esses sentimentos, por sua vez, provocam atitudes carregadas de paternalismo e de assistencialismo, voltadas para uma pessoa considerada incapaz de estudar, de se relacionar com os demais, de trabalhar e de constituir família. No entanto, à medida que vamos conhecendo uma pessoa com deficiência, e convivendo com ela, constatamos que ela não é incapaz. Pode ter dificuldades para realizar algumas atividades, mas, por outro lado, em geral tem extrema habilidade em outras exatamente como todos nós. Todos nós temos habilidades e talentos característicos, nas pessoas com deficiência, essas manifestações são apenas mais visíveis e mais acentuadas.


A deficiência visual pode ser de origem hereditária (catarata congênita, glaucoma, albinismo etc) ou adquirida (acidentes, doenças, deficiência de vitamina A, entre outros), podendo nesses casos ser prevenida ou controlada (Hardman, Drew & Egan, 2005). O diagnóstico deve ser realizado por profissional especializado, o oftalmologista, que fará a indicação de auxílios ópticos especiais e orientará o seu uso e adaptação.

Diante disso, hoje em dia se recomenda o uso do termo ?pessoa portadora de deficiência?, referindo-se, em primeiro lugar, a uma pessoa, um ser humano, que possui entre suas características, magra, morena, brasileira etc. uma deficiência ? mental física ou de locomoção, auditiva ou visual. A visão é o canal mais importante de relacionamento do indivíduo com o mundo exterior. Tal como a audição, ela capta registros próximos ou distantes e permite organizar, no nível cerebral, as informações trazidas pelos outros órgãos dos sentidos. Estudos recentes revelam que enxergar não é uma habilidade inata, ou seja, ao nascer ainda não sabemos enxergar, é preciso aprender a ver. Não é um processo consciente, embora nem pensemos nisso, estamos ensinando um bebê a enxergar, ao carregá-lo no colo e ir mostrando.
A deficiência visual, em qualquer grau, compromete a capacidade da pessoa de se orientar e de se movimentar no espaço com segurança e independência o desenvolvimento das habilidades de orientação e mobilidade, parte essencial do processo educacional de qualquer criança deficiente visual, precisa começar desde cedo, em casa, com o apoio dos pais. Depois, o treinamento continuará na escola, com o professor especializado. À família, base do desenvolvimento do ser humano, cabe a tarefa de oferecer ao portador de deficiência visual condições para seu crescimento como indivíduo, tornando-o capaz de ser feliz e produtivo, dentro de sua realidade, de suas potencialidades e de seus limites. Embora nem sempre seja fácil, a família precisa entender que o portador de deficiência é, antes de qualquer coisa e acima de tudo, uma pessoa total, evitando focalizar a atenção na cegueira, ou na baixa capacidade visual. A primeira atitude importante consiste em acreditar nas potencialidades da criança, considerando a capaz de estudar, de ser independente, de trabalhar, praticar esportes e tantas outras coisas que seus amigos fazem. Para muitos portadores de deficiência, a maior dificuldade está na falta de oportunidades além da família, a escola e a sociedade também podem e devem contribuir no sentido de ajudar a enfrentar os obstáculos colocados pela deficiência. A escola é uma das grandes aliadas na luta pela integração. Nesse espaço, as questões relacionadas a preconceitos, mitos e estigmas podem ser debatidas e analisadas por todos os professores, alunos e funcionários. Para conhecer o deficiente visual seus significados, interesses, conhecimentos e habilidades, é necessário acompanhá-lo nesse trajeto percorrido pelo seu corpo, prestando atenção ao referencial perceptual que ele irá revelar que não é o da visão. Partindo dos próprios caminhos perceptuais dos deficientes visuais, o educador pode oferecer-lhes oportunidades para entrarem em contato com novos objetos, pessoas e situações e, assim, saber ou aprender.


2 - AS HABILIDADES

Uma das habilidades é a estimulação precoce os adultos que acompanham a criança com deficiência visual têm a função de ajudá-la a utilizar as mãos para descobrir o mundo e se interessar por ele. Esse trabalho recebe o nome de estimulação precoce é uma ação facilitadora para a construção do conhecimento, por meio da interação e, no entanto, para que o sentido do tato e seus principais agentes, as mãos, se coloquem a serviço do bebê cego, ou com visão residual, é preciso que ocorram duas adaptações. A mão deve ser ?educada? para se transformar em órgão de percepção, em instrumento de exploração e de conhecimento.
A coordenação bi manual das duas mãos e a coordenação ouvido/mão precisam substituir a coordenação olho/mão estabelecida pelas crianças que enxergam. As mãos são os olhos das pessoas com deficiência visual. O uso das mãos como instrumento de percepção deve ser intensamente estimulado, incentivado e aprimorado. O adulto que nasceu com deficiente visual ou adquiriu essa deficiência mais tarde, sempre pode aprender muito graças à linguagem oral e gestual, ao pensamento abstrato, aos símbolos etc. Mas o bebê com deficiência visual precisa percorrer um longo caminho antes de dispor desses recursos, que se desenvolvem com a idade. Os recursos fundamentais de que dispõe para ajudar a integrar as informações recolhidas no ambiente é a percepção tátil e a sonora, além da afetividade. O tato permite analisar um objeto de forma parcelada e gradual, a visão, ao contrário, é sintética e globalizada assim, as informações parciais fornecidas pelo tato precisam ser integradas, para chegar a uma conclusão global. Adiscriminação tátil é uma habilidade básica que deve ser desenvolvida em crianças com cegueira de forma contextualizada e significativa.
O tato é uma via alternativa de acesso e processamento de informações que não deve ser negligenciada na educação. O sistema háptico é composto por receptores cutâneos e sinestésicos pelos quais as informações provenientes do meio são conduzidas ao cérebro para serem interpretadas e decodificadas. Deste modo, o frio ou calor e a dor e o prazer são sensações involuntárias e conscientes que podem ser reguladas ou controladas mediante artifícios e condições exteriores, enquanto o tato em movimento pode ser dirigido e orientado, voluntariamente, para detectar estímulos e informações sobre as características de um objeto. O tato fornece informações sobre tamanho, forma, peso, consistência, espessura, densidade, textura, dentre outras, e possui propriedades importantes e diferentes das propriedades da visão no que concerne à percepção de um objeto. Enquanto o tato analisa as partes para configurar o todo, a visão é imediata, global e simultânea.
As habilidades sociais, para serem mais facilmente avaliadas, são divididas em vários componentes. Segundo Del Prett (1999), os "componentes comportamentais" das habilidades sociais podem ser: verbais de conteúdo, verbais de forma ou não verbais. Como verbais de conteúdo inclui-se: fazer/responder perguntas, solicitar mudanças de comportamentos, lidar com críticas, pedir/dar, opinar/concordar/discordar, elogiar/recompensar/gratificar, agradecer, fazer pedidos, recusar, justificar-se, auto-revelar-se/usar o pronome eu, e usar conteúdo de humor. A percepção auditiva ajuda a criança portadora de deficiência visual a compreender que existe uma realidade exterior, separada dela. Precisa aprender o significado dos sons, ao ouvir a batida de uma porta, não sabe como é a porta, para que serve, e nem que é feita de madeira. A aquisição do significado do mundo dos sons é um processo lento, objetos sonoros em geral são bem aceitos por bebês com deficiência visual, já a preferência por texturas varia muito alguns não gostam do contato com a pelúcia outros rejeitam objetos de borracha. A mãe logo aprende a preferências de seu filho o desenvolvimento afetivo é fundamental para garantir à criança cega o desenvolvimento normal de seus conhecimentos e a formação de uma personalidade harmônica. Embora isso seja verdadeiro para todas as crianças, com ou sem deficiência, é ainda mais importante para aquelas que possuem alguma deficiência.
O domínio do corpo Muitas vezes, a criança deficiente visual demora muito tempo para se sentir confiante e segura o suficiente para andar sozinho. Afinal de contas, é assustador andar sem conseguir dominar a situação, sem ver o ambiente em que se desloca. Mas os adultos não devem desanimar vale a pena ser paciente e insistir se ela for aprendendo a andar com apoio, vai chegar a hora em que possa andar sozinha. A prática aumenta sua competência e também a confiança nela e nos adultos, o trabalho feito para estimular o desenvolvimento motor deve promover experiências multissensoriais, combinando movimentos com panos, bolas e bambolês e estímulos sonoros, como músicas e instrumentos musicais, incentivando com brincadeiras o uso do corpo o desenvolvimento de habilidades manuais é necessário trabalhar o tato e as coordenação motora fina, para que a pessoa possa aprender o Braille e desempenhar com mais facilidade e eficiência as atividades da vida diária.
O sistema Braille é a maneira pela qual o deficiente visual tem para poder escrever e se beneficiar da linguagem, da diversidade de jogos e de exercícios táteis o mais cedo possível. A criança com cegueira deve compreender que esta modalidade de escrita é diferente da escrita em tinta, mas tem os mesmos usos e funcionalidades. Ela vincula a fala aos símbolos gráficos, descobre a função da escrita e suas convenções e inicia a conceituação espontânea de letras, de palavras e de frases. A Mobilidade é alcançada por meio de métodos sistematizados, em vivencias favorecendo o desenvolvimento de habilidades e de capacidade perceptivo-motoras do indivíduo.


3- AEE - (atendimento educacional especializado)


O AEE (atendimento educacional especializado) complementa e suplementa a formação do aluno, visando a sua autonomia na escola e fora dela, constituindo oferta obrigatória pelos sistemas de ensino. Oportuniza o enriquecimento curricular para alunos com altas habilidades. Disponibiliza todos os métodos para que o deficiente visual necessite para desenvolve suas habilidades e obter meios de convivência na sociedade.


4-A LEITURA
A leitura tem a função de desenvolver o imaginário, a criatividade e promover a aprendizagem. Para que a criança com cegueira tenha acesso ao mundo da leitura, recomenda-se a criação de cantinhos de leitura, com livros em Braille, em casa e na escola, que possam servir de referência para ela. As imagens podem ser representadas por objetos em relevo mantidos junto com o livro.

Aprender é aqui entendido como a capacidade humana de receber, colaborar, organizar novas informações e, apartir desse conhecimento transformado, agir de forma diferente do que se fazia antes. Aprende-se numa relação com o outro ser humano e/ou com as coisas a seu redor. (Masini, 1993)

As pessoas com deficiência visual nem sempre conseguem ter suficiente velocidade de leitura para conseguir ler de forma eficiente e prazerosa. A velocidade da leitura em Braille depende da idade em que a pessoa aprendeu a ler, e também do grau de desenvolvimento do tato: quanto maiores forem as oportunidades para pesquisar e explorar o ambiente e quanto antes se iniciar o processo de alfabetização, melhor será a qualidade da leitura. Para o cego, a atividade de leitura envolve dificuldades bem peculiares. Por exemplo: a pessoa vidente pode ler durante horas, sem parar; já a pessoa cega é obrigada a interromper a leitura após algum tempo, pois os dedos indicadores (os mais utilizados para ler) vão perdendo a sensibilidade e se torna difícil identificar as palavras e as letras.


5-CONSIDERAÇÕES FINAIS

A vitória escolar de alunos com deficiência visual é o desafio da inclusão na sociedade. Por tanto o acordo com teóricos dos desenvolvimentos, a deficiência visual em si não constituía um empecilho necessário para o desenvolvimento e para a aquisição de conhecimentos, a trajetória de vida de muitas crianças com deficiência visual acaba sendo mal sucedida devido a um conjunto de fatores que envolvem desde os serviços de detecção e a intervenção precoce,incluindo-se,ai a assistência crianças e a orientação á família ,até a instrumentação dos educadores para utilizar,com cada faixa etária e com cada criança,os recursos que promovam o interesse e a participação de plena atividades escolar. O trabalho orientado nessa direção deve integrar conhecimentos, sobre o desenvolvimento aprendizagem e necessidades especificas desses grupos, assim como conteúdos sobre o estilo pessoal de cada individuo sobre o comportamento do grupo em que está inserido. Os exemplos de confecção e de uso de matérias de fácil acesso em atividades concretas e projetos de ensino remetem ao conjunto de conhecimento que contribui a base sobre a qual estratégia pedagógica serão construídas, utilizando recursos específicos ,matérias diversos de qualidade e pequena adaptação ,segundo a necessidade de cada individuo. O foco da dimensão social da aprendizagem, filiado a remoção de obstáculos e de estratégias que favoreçam o uso coletivos matérias cooperação que possibilitará ao professor utilizar recurso sustentável para os alunos seja acessível a todo os alunos.


























REFERENCIAL TEÓRICO

ESTRATÉGIAS DO ENSINO DE ALFABETIZAÇÃO. Falando sobre metodologia. Disponível em: http://proavirtualg28.pbworks.com. Acesso em 27 de ago de 2010.
CADA TIPO DE DEFICIÊNCIA PODE SER IDENTIFICADO POR UM SÍMBOLO. A natureza é algo mais que uma paisagem: o perfume que exala do vento, a textura das plantas e da terra são um conjunto de elementos forte, mas que nem todos conseguem sentir. Disponível em: http://www.nppd.ms.gov.br/dicas_ceg.htm. Acesso em 01 de set. de 2010.
DEFICIÊNCIA VISUAL. A deficiência visual e sua historicidade na inclusão. Disponível em: http://www.infoeducativa.com.br/index.asp?page=artigo&id=159. Acesso em: Acesso em 05 de set. de 2010.
MASINI, Elcio F. Salzano (organizadora ) A Pessoa com deficiência visual : um livro para educadores. 1ª edição-são paulo: vetor, 2007.
CAIADO, Kantiana Regina Moreno: aluno deficiente visual na escola: lembranças e depoimentos. 2 edição. campinas -são paulo autores associados: PUC ,2006-(COLEÇÃO EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA)
SMITH, Deborah Deutsch. Introdução à educação especial: ensinar em tempos modernos. 5. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
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Hardman, Michael L. Drew, Clifford J. Egan, M. Winston: Human exceptionality: school, community, and family -2005