Movimento corporal/linguagem corporal

A linguagem corporal como forma de expressão de ideias e sentimentos é inerente ao ser humano. Embora, em algumas situações não usemos a linguagem oral para expressarmos nossas emoções, acabamos deixando-as transparecer por meio de posturas e expressões corporais e faciais. Sentimentos como dor, tristeza, alegria, raiva, nervosismo, euforia entre outros não necessitam ser verbalizados para serem percebidos pelas pessoas a nossa volta.

Por isso dizemos que "o corpo fala". Nossos gestos, posturas e expressões dizem muito a nosso respeito.

Desde a educação infantil a preocupação com o movimento da criança é muito considerada. Os desafios motores, as estimulações sensoriais, o reconhecimento dos espaços, tudo faz parte de um trabalho integrado, voltado para o desenvolvimento global da criança. Por meio de experiências motoras a criança reconhece seu corpo e o do outro, estabelecendo relações com o espaço a sua volta, desenvolvendo noções de autocuidado, cuidado com o outro, além de vivenciar a cultura participando de danças, brincadeiras, jogos e etc.

Nas interações com os espaços, os objetos e demais crianças e adultos a sua volta por meio das brincadeiras, a criança desenvolve e aprimora as habilidades de se movimentar e se expressar percebendo-se como agente de mudanças no ambiente ao qual está inserida, pois segundo Wallon (1975) "movimentar-se é uma condição essencial para a criança conhecer o mundo".

Nesta perspectiva, o brincar assume papel importantíssimo pois acrescenta prazer ao processo de desenvolvimento físico e emocional da criança. O trabalho com as artes no âmbito do teatro e da dança favorece o desenvolvimento da expressividade. Por meio dele a criança assume papéis, manifesta emoções e desejos, fantasia, atribuindo significados ao corpo e aos objetos como no faz-de-conta por exemplo.

Vale ressaltar que não se deve almejar um produto final impecável. Ao participar de uma dramatização, teatro ou dança a criança precisa ser respeitada em suas limitações. Incluí-la na construção de alegorias, adereços, cenários fará com que sinta-se mais segura e estimulada a participar percebendo-se como ser produtor de cultura.

Nerli de Lourdes Cesarino Vieira [email protected]