Paulo Freire idealizou e testou tanto um sistema educacional quanto uma filosofia de educação, primariamente nos vários anos de seu ativo envolvimento na América Latina. Seu trabalho foi, posteriormente, desenvolvido nos Estados Unidos, na Suíça, na Guiné-Bissau, em São Tomée Príncipe, na Nicarágua e em vários outros países do Terceiro e do Primeiro Mundo. A concepção educacional freireana centra-se no potencial humano para a criatividade e a liberdade no interior de estruturas político-econômico-culturais opressoras. Ela aponta para a descoberta e a implementação de alternativas libertadoras na interação e transformação social, via processo de "conscientização". "Conscientização" foi definida como o processo no qual as pessoas atingem uma profunda compreensão, tanto da realidade sócio-cultural que conforma suas vidas, quanto de sua capacidade para transformá-la. Ela envolve entendimento praxiológico, isto é, a compreensão da relação dialética entre ação e reflexão. Freire propõe tal abordagem para a educação, no sentido de uma ação criticamente reflexiva e de uma reflexão crítica que seja baseada na prática.

O sistema educacional e a filosofia da educação de Freire têm suas referências em uma miríade de correntes filosóficas, tais como Fenomenologia, Existencialismo, Personalismo Cristão, Marxismo Humanista e Hegelianismo, cujo detalhado enfoque ultrapassaria os limites desse perfil. Ele participou da importação de doutrinas e idéias européias para o Brasil, assimilando-os às necessidades de uma situação sócio-econômica específica e, dessa forma, expandindo-as e refocalizando-as em um modo de pensar provocativo, mesmo para os pensadores e intelectuais europeus e norte-americanos.

Para decepção de muitos intelectuais acadêmicos tradicionais do Primeiro Mundo, sua filosofia e "sistema" tornaram-se tão correntes e universais que os "temas geradores" permaneceram no centro dos debates educacionais da pedagogia crítica nas últimas três décadas.

Freire experimentou várias expressões da opressão. Ele as usou para formular sua crítica e análise institucional, dos modos pelos quais as ideologias dominantes e opressivas estão encravadas nas regras, nos procedimentos e nas tradições das instituições e sistemas. Fazendo isso, ele permanecerá o utópico que é, mantendo sua fé na capacidade do povo em dizer sua palavra e, dessa forma, recriar o mundo social, estabelecendo uma sociedade mais justa.

 Quando o indivíduo não consegue chegar ao seu objetivo sente-se frustrado. A frustração varia de obstáculos internos e externos e muita das vezes a frustração reforça o motivo. Por exemplo, quando o educando tenta ler um rótulo de algum produto que necessita usar e não consegue, então busca a escola para ter acesso à leitura. Ou mesmo quando vai procurar emprego e não consegue devido não ter escolaridade comprovada. 

Deve-se ter como ponto de partida o reconhecimento do valor de suas experiências de vida e visões de mundo que cada jovem e adulto pode se apropriar das aprendizagens escolares de modo crítico e original, sempre com a perspectiva de ampliar sua compreensão, seus meios de ação e interação com o mundo.

O maior desafio dos educadores atuais é motivar o educando a aprender, posto que uma pedagogia motivadora, para alguns educadores, tende a perder a credibilidade dos mesmos, para outros significa oportunizar a construção conhecimento de forma prazerosa. Para tanto, observa-se que a campainha do  início e do término do recreio é o que separa estas duas relações: o lúdico dos conteúdos curriculares, esta situação propõe ao aluno um esforço maior para sentir-se motivado, às vezes, encontra-se frustrado por não conseguir o êxito desejado pela escola em certo conteúdo de trabalho. 

A proposta pedagógica deveria voltar-se para as motivações de permanência e acesso de outros conhecimentos pelos educandos, que num primeiro momento busca-se o interesse superficial, ou seja, a motivação externa, isto não significa deixar os alunos entregues a si mesmos, mas subsidiar um ensino atraente utilizando suas tendências espontâneas.

Está claro que para ensinar algo é necessário servir-se das motivações. Na pedagogia tradicional a motivação emerge no sentido de querer despertar no aluno o interesse suscitado pelo exterior, voltado no prender a atenção a um objetivo comum a todos, ou seja, um interesse que vem do exterior. Na pedagogia ativa o indivíduo tende a levar a motivação em torno de seus próprios interesses, de suas preocupações individuais.

Através da necessidade de progredir, de “vencer na vida”, o indivíduo é levado a responder ao apelo à educação, a superação de seu principal objetivo de vida está ligado às tarefas escolares ou profissionais. 

Quando há competição em situação grupal, o educando busca o prestígio social, de consideração, a presença dos outros é estimulante na realização de uma tarefa, porém se houver a frustração no ato da atividade, o indivíduo sofrerá efeitos mais negativos, este resultado tende a testificar o fracasso ou ainda poderá servir de subsídio para emergir mais motivação.

O emprego de incentivos na escola serve para despertar o interesse, a atenção dos alunos, sendo necessário que o professor utilize-se de vários recursos para que assim possa gerar um motivo por parte dos alunos e o interesse em aprender. Os incentivos são fatores externos que têm o poder de despertar o motivo. Entende-se aqui, portanto, incentivos com o mesmo significado de motivação extrínseca. Têm-se exemplos de incentivos como: elogio, recriminação, penalidade e recompensa.

A motivação está vinculada ao pleno desenvolvimento de todas as capacidades funcionais do ser humano, as quais procura desenvolver nas relações que estabelece com o grupo social. 

Neste sentido, as escolhas feitas por um adolescente é dada por meio das motivações recebidas das afinidades sociais e eventuais conseqüências comportamentais no grupo, por isso, a cada estágio da vida são apresentadas diversas escolhas diferentes. As escolhas de um adolescente de classe média, difere e muito, de um adolescente de classe baixa. Um indivíduo que não teve acesso, ou não foi dado o valor necessário à leitura e à escrita, não tem interesse nenhum em freqüentar a escola, por exemplo.  

Considerando a própria realidade dos educandos, o educador conseguirá promover a motivação necessária à aprendizagem, despertando neles interesses e entusiasmos, abrindo-lhes um maior campo para o alcance do conhecimento. 

A educação, por se tratar de um processo social, sugere-se a construção de saberes fundamentada no diálogo entre os educadores e os alunos, práticas baseadas na realidade vivenciada, de modo a desencadear a inclusão do educando ao contexto escolar, bem como realizar de fato a transformação da visão de mundo e sociedade, culminado no exercício da cidadania, no intuito de melhorar sua própria vida. A presente pesquisa, propoem, através da construção do conhecimento, o exercício pleno da cidadania, onde os alunos possam perceber que além do aproveitamento dos estudos para o mundo do trabalho, o mesmo pode se  sentir cidadão pleno, posto que com a aquisição da escrita e da leitura, podem participar ativamente na sociedade. E um cidadão consciente de suas ações, tende a contribuir com o desenvolvimento da sociedade, neste sentido a motivação na aprendizagem atribue valores positivos num grupo social.

Por fim, todo processo de educação significa construção de um sujeito que desenvolve os aspectos cognitivos, afetivos, motores e que interage com o meio e com os outros sujeitos produtores de conhecimento. Ao longo da vida, a razão e a emoção se alternam inclusive na escola. Enquanto não nos atentarmos para o valor afetivo na relação educador/aluno, corremos o risco de dissociar a construção do conhecimento da formação integral do sujeito, deixando de lado a sua afetividade. Assim, é positivo pensar em formas de identificar professores com verdadeira vocação para educador.