METODOLOGIAS UTILIZADAS NA CLASSE HOSPITALAR (Neusa Amorim)
Publicado em 26 de agosto de 2011 por Neusa Amorim
METODOLOGIAS UTILIZADAS NA CLASSE HOSPITALAR
Na classe hospitalar as atividades aplicadas aos alunos devem condizer com as que o mesmo estaria realizando caso não estivesse hospitalizado, e corresponder também à faixa-etária do aluno.
Devido a circunstâncias em que se encontram, doentes, em tratamento e possivelmente debilitados, o professor deverá utilizar uma metodologia flexível. Diante disso Matos; Muggiati (2008, p. 101) ressaltam que:
[...] a assistência pedagógica na hospitalização, sugere uma ação educativa que se adapta ás manifestações de cada criança/ adolescente, em diferentes circunstancias, nos enfoques didáticos, metodológicos, lúdicos e pessoais. Neste sentido ela apresenta, em todos os momentos, um alto grau de flexibilidade e adaptabilidade às estruturas.
Dessa forma, sugere-se que o professor utilize procedimentos metodológicos flexíveis, pois poderá ocorrer a necessidade de alterar conteúdos, plano de aula ou até mesmo suspendê-los dependendo do quadro clínico do aluno enquanto paciente, por isso, a necessidade da prática educativa hospitalar ser baseada em metodologia que possibilite inúmeras possibilidades e adaptações, já que estes alunos também poderão apresentar um quadro clínico de melhora.
De acordo com Brasil (2002, p. 17): "a oferta curricular ou didático-pedagógica deverá ser flexibilizada de forma que contribua com a promoção de saúde e ao melhor retorno e/ou continuidade dos estudos pelos educandos envolvidos", ou seja, uma metodologia que respeite a limitação que os problemas de saúde causou nestes alunos e ao mesmo tempo favoreça a aprendizagem visando o retorno destes a escola regular.
Observa-se, que o docente não deverá preocupar-se excessivamente com os métodos ou prender-se em quantidade de conteúdos a serem aplicados, pois, de acordo com Cury (2003, p. 64): "professores fascinantes possuem sensibilidade", a qual entende-se que deve permear as práticas de todo educador, principalmente do pedagogo hospitalar, que lida com alunos que vivenciam um momento delicado em suas vidas.
Diante do exposto, e considerando a necessidade de humanização no atendimento pedagógico de alunos hospitalizados, é importante ver o olhar de Matos; Muggiati (2008, p. 73), quanto ao que afirmam sobre a Pedagogia Hospitalar:
Propõe um trabalho não somente de oferecer continuidade de instrução. Ele vai além, quando realiza a integração do escolar hospitalizado, prestando ajuda não só na escolaridade e na hospitalização, mas em todos os aspectos decorrentes do afastamento necessário do seu cotidiano e do processo, por vezes, traumático da internação.
As autoras sugerem que o trabalho educativo hospitalar vai além da transmissão de conteúdos, pode inclusive contribuir no sentido de minimizar os traumas causados pela interrupção do convívio social. Sabe-se que o processo de internação, geralmente, é acompanhado de vários fatores negativos, como traumas, insegurança, medo da morte, falta do convívio familiar e outros. Nesse sentido, a prática educativa pode trazer o benefício de amenizar estes aspectos negativos.
Além disso, outros aspectos precisam ser observados, conforme Justi; Fonseca; Souza (2011, p. 18):
É necessário entendermos que, no espaço escolar hospitalar, é possível refletir e aprender sobre uma serie de questões pertinentes não apenas à escolaridade da criança doente, mas também à qualificação profissional do docente, à organização do espaço físico e da dinâmica de funcionamento, ao planejamento e ao registro do trabalho desenvolvido nessa modalidade de ensino, que se mostra rica de possibilidades para que os processos de desenvolvimento e de aprendizagem se aperfeiçoem e o conhecimento se construa.
Cada aspecto, citado pelas autoras, é essencial no trabalho educativo realizado no ambiente hospitalar uma vez que se faz necessário que a metodologia seja flexível, pois os alunos enquanto hospitalizados estão limitados, por isso nem sempre será possível desenvolver o plano de aula na íntegra.
Conforme Justi; Fonseca; Souza (2011, p. 42): "É preciso lembrar que nem sempre o professor conseguirá atingir os objetivos propostos, por vezes havendo necessidade de reformular sua abordagem por meio de uma flexibilização do planejamento", para que não prejudique o estado de saúde do aluno.
O registro desse trabalho é muito importante, pois através deste, será possível verificar o progresso destes alunos individualmente, podendo ser útil também no momento de saída do hospital, ao ser entregue à escola de origem destes alunos. Além disso Justi; Fonseca; Souza (2011, p. 19) ressaltam que: "o exercício diário de planejamento, observação, registro e reflexão sobre o trabalho realizado com o aluno é aquilo de que o professor precisa quando busca aperfeiçoamento em sua atuação profissional", ou seja, a partir dessas ações terá a oportunidade de melhorar sua prática.
Para citar este trabalho: AMORIM, Neusa da Silva. A PEDAGOGIA HOSPITALAR ENQUANTO PRÁTICA INCLUSIVA. Porto Velho, 2011. disponível em:
Para conhecer este trabalho na íntegra ou outras obras da autora envie email para: [email protected]