Memórias de meus primeiros anos de aprendizado escolar na infância

  

Israel Izidoro Pacifico[1]

 

Aos amantes do ensino e do aprendizado dedico estas memórias.

Ansiava de alegria em minha expectativa de adentrar um novo mundo; O mundo da vida escolar que para mim iria representar uma nova fase da vida. Fase esta cheia de encantos, pois a oportunidade de conhecer novos amiguinhos estava cada vez mais próxima, e sentia que eu deveria me preparar, ajeitando o tênis e as demais peças do vestuário que comporia o meu traje tão humilde o qual iria fazer parte de mim, em minha caminhada escolar.

  De minha humilde casa podia contemplar aquele prédio que na época para mim era de um formato esplendoroso, pois eis-o ali apenas a alguns metros de minha casa, como que me esperando para que o adentrasse e começasse a viver um mundo de encanto, onde tudo se aprenderia brincando, e aonde o ajuntado de crianças era vigiada por adultos do sexo feminino. Bolinhos grandes de crianças, mais de vinte; talvez mais de trinta, reunião em cômodos os quais se chamavam de “sala” onde se podia perceber que uma voz notável e dominante imperava; a voz da professora.

 Em fim chegou o dia, e eis-me ali subindo aquela imensa escadaria, transpassei o portão e cheguei ao grande pátio aonde todas crianças se reunião, e se separavam as turmas, montão por montão, e cada montão foi entregue a uma professora, a qual conduzia cada turma para os grandes cômodos que chamavam de sala, o que ao meu ver era um tanto curioso, pois ficava imaginando eu o que eles iriam fazer lá.

 Chegou meu tão esperado momento de seguir com os outros coleginhas, para o grande cômodo chamado sala de aula, ao que chegando lá deu inicio a aquilo que eu tanto ansiava que era aprender, o que com o passar dos meses foi-se acontecendo, pois introduzido pela voz amistosa da professora foi passando a conhecer primeiro vogais, escritas no grande quadro negro e introduzidas pela voz dominante da professora que regia a todos os alunos como que em um coral, os quais pronunciavam: Aaa, eee, iii, ooo, uuuuuu...

 Que mundo tão encantado! Pensava eu. Lá estava eu lutando para aprender também as consoantes, diante o empenha da amada professorinha que para introduzir a escrita junto com a leitura o fazia através de cantos, os quais ainda posso lembrar.

 De abóbora faz melão, de melão faz melancia......

 Assim introduzia minha professorinha a escrita de uma nova consoante, por uma cantiga tão fantasiosa que me estimulava ao raciocínio, e me fazia guardar as coisas ensinadas, as quais aos poucos ia eu usando no durante meu crescimento, e minha convivência com meus pais e coleginhas, pois ao mandar meus pais: Vai comprar cinco pães, já sabia eu o que representava o numero cinco, como também ao querer trocar vinte “bolinhas de gude”, lá estava eu com a consciência de o que estava fazendo.

 Uma facilidade aqui, uma dificuldade ali, afinal de contas tudo faz parte, ali estava eu aprendendo, enfrentando desafios, quando minha cabeça começava a esquentar o que ansiedade me dava de chegar logo o recreio. Qual seria a merenda? Come seria a brincadeira de pique pega, ou pique cola?

 Um dia inesquecível em minha vida escolar, fora um acontecimento fora de sala de aula, pois a escola determinou que cada professor visitasse seus alunos em sua residência, sendo eu visitado também, recebi em casa minha amada professorinha que me colocou em seu colo enquanto conversou com meus pais avaliando minhas condições de vida.

 Senti com isso que a escola poderia ser uma extensão do meu lar, e o meu lar poderia se estender até a escola, percebendo que a escola poderia ser muito mais que um lugar de aprender a ler e escrever mais sim um espaço até aonde a vida pode se estender, onde principalmente eu adquirir minha primeira idéia de mundo.

 Aliais! Que mundo fascinante.

 

Referências bibliográficas

  

Dicionário Aurélio on-line

 



[1] Pastor, Teólogo graduado pela UMESP São Bernardo do Campo e Pesquisador.