UNICEL FACULDADE LITERATUS

CURSO DE PEDAGOGIA

OZINEI DOS SANTOS CHAVES

 

 

 

 REPENSANDO A MINHA FORMAÇÃO ATRAVÉS DA DIDÁTICA

 

 

 

 

Manaus – AM

2012

 

UNICEL – FACULDADE LITERATUS

CURSO DE PEDAGOGIA

 

OZINEI DOS SANTOS CHAVES

 

 

 

 

 

 

REPENSANDO A MINHA FORMAÇÃO ATRAVÉS DA DIDÁTICA

 

Memorial apresentado ao curso de Pedagogia – Faculdade Literatus da UNICEL como um dos pré-requisitos da AV2 parcial e para a conclusão da disciplina Didática da turma 2PED/11M sob a orientação da Profa. Jane Gonçalves.

 

 Manaus – AM

2012

 

 

 

DEDICATÓRIA

 

A todos que contribuem para o projeto de construção e transformação social através da Educação.

 

AGRADECIMENTOS

A Deus pelo sustento!

Aos meus pais e a minha esposa que sempre ao meu lado acreditaram em meus sonhos, como se deles fossem.

Aos meus mestres que mostraram o verdadeiro sentido da educação, em especial a professora Jane Gonçalves, que com muita dificuldade proporcionou momentos marcantes.

 

EPÍGRAFE

Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.

Paulo Freire

 

APRESENTAÇÃO                                            

            O grande desafio deste trabalho foi repensar a minha formação acadêmica através da Didática, recordando todas as contribuições que essa disciplina relacionada a outras áreas do conhecimento por meio da interdisciplinaridade proporcionou ao meu currículo.  Logo toda a essa reflexão contribui para trazer à memória de tudo que trouxe a esperança, a cidadania e o desenvolvimento de minhas capacidades. Desvendar as engrenagens que produziu esse tipo de reflexão, eis o objetivo desta obra.

          Este memorial representa um marco, uma história de vida repleta de sonhos, desejos, de angústias, de decepções, de luta e de conquista. Para a melhor compreensão, ele é dividido em duas partes. Na primeira parte, destaca trajetória vivida por esse autor com relação ao início de tudo, onde, quem, e como surgiu a ideia de ser professor, da motivação e o que o autor pensou acerca da Faculdade.

           A segunda parte refere-se ao curso da Pedagogia com seus subtemas divididos em: as expectativas com a Faculdade e o curso; eu e minha formação universitária no segundo período enfatizando o compromisso, o grau de prioridade e os empecilhos que possibilitaram o 2o plano da Faculdade e os anseios e sonhos conscientes.

         Em síntese, a obra trata de tudo que contribui para chegar aonde cheguei dos meus sonhos, das minhas decepções, mas acima de tudo, da concretização de alguns dos grandes objetivos traçados há muito anos atrás e, que hoje é motivo de repensar e refletir acerca das coisas boas que aconteceram e que acontecerão no decorrer dessa jornada acadêmica.

1. O INÍCIO DE TUDO

           Como tudo na vida tem seu início, a minha trajetória nesse processo educacional não foi diferente, a ideia de ser professor sempre fez parte do meu cotidiano. Lembro muito bem das vezes que diziam: você tem perfil para ser professor! E uma dessas pessoas era minha mãe, digo com toda certeza que ela contribui diretamente e indiretamente para que eu pudesse refletir sobre a possibilidade de uma trajetória na área da educação, dizia minha genitora: de todos os seus irmãos, você tem todo chance de ser um educador, você é paciente, atencioso, companheiro, gosta de ensinar, além de ensinar você gosta de mediar conflitos e ajudar nas dificuldades das pessoas.

          Mas na época não entendia a dimensão e a importância dessa função. Posso reconhecer que sempre tive admiração por essa profissão, com o tempo essa admiração se tornou um anseio, um desejo, logo esse desejo virou um sonho.  Com o tempo cresci, e esse sonho deixou de ser prioridade, logo surgiram outros cursos e dentre esses cursos, o de educação física me chamou atenção. Tentei de todas as maneiras ingressar na UFAM, porém  não conseguia alcançar a média cobrada pela instituição. A única tentativa seria uma faculdade privada, só que a situação financeira não era compatível, seria impossível entrar em uma escola de ensino particular.

          Independentemente disso, o que proporcionou está onde estou, foi confirmado no ano de 2011, com a inscrição para o ENEM conseguir concorrer vagas para o PROUNI. Observando os cursos oferecidos pelo sistema de seleção pude constatar que a média que adquirir no processo não dava para concorrer à vaga para o curso de educação física nas faculdades particulares, tendo em vista, poucas vagas e a média era incompatível para a concorrência com outros alunos.

         Portanto, percebi que havia três cursos que poderia concorrer de igual para igual, era o de Segurança no trabalho, de Ciências biológicas que até fiz um período na faculdade ESBAM e o de Pedagogia. Olha que decisão teria de tomar para decidir o curso de 1a, 2a e de 3a opção. Foi questão de alguns minutos pensando e analisando a melhor decisão para a primeira opção. Logo, decidir a Pedagogia e fui pré- selecionado na primeira chamada e após a comprovação das informações na segunda chamada, fui aprovado no processo seletivo no curso de Pedagogia pela Faculdade Literatus com a média 568,34, acredite! Último colocado, não pense que isso me rebaixou, pelo contrario, só me incentivou a lutar e a buscar os melhores lugares de agora em diante.

2. PEDAGOGIA

2.1 As expectativas com a Faculdade e com o curso

           Após todo esse processo exaustivo, desgastante chega o momento de comparecer a Instituição de ensino para efetuar a matricula, confesso que foi um marcante, uma sensação do dever cumprido diante desse processo, mas que no fim se tornou gratificante. E quando assinei o contrato, pensei comigo mesmo: essa é uma vitória das muitas batalhas que perdi, logo veio à lembrança do inicio de tudo, da trajetória de vida, das perdas, das decepções e das lutas que travei no decorrer dos anos.

          A partir daí, posso dizer que as expectativas nessa nova face da minha vida foram as melhores possíveis, principalmente por ter conquistado essa bolsa de estudo, de ter aproveitado essa oportunidade que a meu ver é única. A minha motivação é ver que tudo que passei surtiu efeito significante. No primeiro período percebi a quanto à faculdade possui uma estrutura muito boa, um recurso didático que a sala de aula oferece aos alunos e professores, e que às vezes esse recurso não é usado por alguns docentes, lamento muito!

          Até em tão não tinha muito conhecimento do curso de Pedagogia, mas no passar dos dias naquele primeiro período constatei que a Pedagogia é apaixonante e extremamente importante para quem almeja a construção da cidadania, da transformação social e do bem estar da sociedade. Logo aprendi que este curso representa a criticidade, a reflexão, a mudança e a transformação em que a educação se encontra.  Embasando meu raciocínio, Aranha (1996, p.15) afirma que “a pedagogia é a teoria crítica da educação, isto é, da ação do homem quando transmite ou modifica a herança cultural”.

          Dessa forma, tanto a faculdade quanto o curso superaram minhas expectativas, logo percebi em algumas aulas que o diálogo, a alegria e o compromisso pela educação era a marca dessas aulas. Como ensina Paulo Freire (1996) “A escola deve ser antes de tudo um local aberto à alegria, ao diálogo, à franqueza, à beleza e acima de tudo, com as condições devidas para que tanto a aluno como o professor sintam-se valorizados, respeitados e amparados”.

 

2.2 Eu e minha formação universitária no segundo período

        O ano de 2011 termina e com ele o primeiro período, em 2012 inicia o segundo período marcando mais um degrau, mais um desafio a ser superado. Nessa jornada fui impulsionado a viver bons e maus momentos, os maus serviram como aprendizado e nos bons vivenciei uma nova prática educativa pautada na pesquisa, na história da educação, na ética ligada à filosofia, na antropologia ligada à educação, na psicologia da educação direcionada as dificuldades da aprendizagem e na Didática.

          Em cada disciplina, em cada novo assunto aparecia um leque de oportunidades e com esse leque o avanço do desenvolvimento pessoal e profissional, além de gerar uma visão de mundo baseada na criticidade, na ludicidade e no reconhecimento do meu papel na sociedade.

          Dessa forma, fui desafiado diariamente a penetrar em níveis cada vez mais profundos e abrangentes do saber pedagógico. Aprendi que preciso ser mais humano, mais prático, questionar a minha própria prática e acima de tudo, ser apaixonado por gente! E essa sim é uma marca, uma característica fundamental no fazer e no ser do educador.

          É na Didática que a maioria dessas contribuições aconteceu, foi com as ideias de Libâneo que o conceito dessa disciplina surtiu efeito na minha formação. De acordo com Libâneo (2002, p.5) “ela ajuda o professor na direção e orientação das tarefas do ensino e da aprendizagem, fornecendo segurança profissional”. Além disso, a Didática é, atualmente, para Libâneo (1990, p.25), “uma área da Pedagogia, uma das matérias fundamentais na formação dos professores, denominada para ele teoria do ensino”.

         Uma observação merecedora de minha atenção foi à questão da Interdisciplinaridade, palavra muito usada nas discussões em sala de aula, que se tornou hoje um principio inquestionável na organização do conhecimento, por se tratar da integração de duas ou mais disciplina para a compreensão de um fato. No decorrer das aulas pude perceber que as diversas áreas do conhecimento, ou melhor, as ciências da educação possui uma relação genuína uma com a outra, e por isso, que faz da pedagogia uma disciplina interdisciplinar.

 

2.3 Os anseios e os sonhos consciente

          Falar de anseios, de sonhos, é falar de desejo, de vontade, de superação e de conquista. Como o tempo me ensinou, não basta apenas imaginar, desejar, querer, é preciso lutar, correr para alcançar o objetivo. Quando falo desses sentimentos vem à memória tudo que tracei, todas as metas, cada passo que dei cada erro que cometi, e em cada degrau eles iam surgindo e se materializando.

         Nessa visão, Marilena Chauí (2000, p.142) afirma que “a memória não é um simples lembrar ou recordar, mas revela uma das formas fundamentais de nossa existência, que é a relação com o tempo, e, no tempo, com aquilo que está invisível, ausente e distante, isto é, o passado”. Por esse motivo, que Aristóteles escreveu, na metafísica: “é da memória que os homens derivam a experiência, pois as recordações repetidas da mesma coisa produzem o efeito duma única experiência”.

          O principal objetivo até em tão, é a minha formação acadêmica, e que a partir daí que surgirão as oportunidades e, consequentemente, a formação continuada, a especialização na área de orientação e supervisão escolar ou psicopedagogia. No decorrer das leituras analíticas dos textos, dos assuntos e dos temas que surgiram no desenrolar das aulas ministradas pelos professores, foram aparecendo palavras e termos desconhecidos por este acadêmico, e com esses questionamentos, essas dúvidas tive uma ideia.

          Dessa ideia surgiu à vontade de escrever futuramente um livro destacando o conceito e o significado dessas palavras, o ideal que esse livro seja chamado “Glossário acadêmico do curso de pedagogia”, Além dessa ideia, existe a possibilidade de escrever outro livro, chamado “Os grandes mestres das ciências da educação”.

          Essas duas ideias fazem parte do anseio, do desejo, posso dizer com toda certeza, um dos grandes projetos já imaginado por esse autor, e que um belo dia verei com os meus próprios olhos e direi: tudo é possível ao que crer! Dedicarei para se tornar futuramente um profissional dedicado, comprometido com as causas da educação, fazendo dessa educação alienadora para uma educação libertadora, fazendo com que o indivíduo reconheça seu papel na sociedade.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

           Confesso que diante de desse trabalho tive muita dificuldade, mas que no decorrer das reflexões, das lembranças pude repensar e recordar as mais importantes e relevantes questões que contribuíram para essa nova fase da minha existência. De tudo que foi visto e dito a maior lição é o compromisso que o educador precisa ter com a Educação e com os que o cercam. Essa disciplina permitiu a compreensão da identidade do professor que se constrói a partir da significação, da revisão da profissão e também, da reafirmação de práticas significativas.

         No fazer pedagógico, o professor é o mediador e o aluno é o sujeito de sua própria prática. O professor deve desenvolver no aluno a autonomia de pensamento, a criticidade e a busca do fundamento das coisas por meio do compromisso, da luta pela dignidade e pelo diálogo. Uma questão bastante importante e que merece minha atenção é a visão de Paulo Freire a cerca da leitura e releitura de mundo que se constrói a partir do desvelamento da realidade de forma crítica.

         Outra questão merecedora de destaque é a ludicidade que diz respeito à capacidade do ser humano de criar e recriar, de descobrir e redescobrir por meio do diálogo, do respeito e da interação social. Essa crítica ao lúdico deve ser constante, mas o que deixa a gente triste é o fato que não está sendo utilizada de forma contínua e objetiva nas escolas.

          Talvez essa parte da minha história nunca fosse contada se não fosse à oportunidade que a professora Jane Gonçalves proporcionou. Diante disso, descobrir alguns fatos relevantes que o tornaram um homem, um pai, um irmão, um companheiro, um amigo, um vencedor, um dos mais corajosos dos seres, dos mais que cometeram erros para pode conquistar um dos desafios que um estudante brasileiro de origem humilde e de escola pública conseguiu que é o ingresso em uma Instituição de ensino superior.

         Finalizo este memorial com o trecho do livro Você é insubstituível de Augusto Cury: “Você nasceu vencedor. Hoje, vencedor não é deixar de cometer erros e falhas, mas reconhecer nossos limites e corrigir nossas rotas. Vencer é não desistir”.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2000.

CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. 7 ed. São Paulo; Atlas, 2000.

CURY, Augusto Jorge. Você é insubstituível: este livro revela a sua biografia. Rio de Janeiro: Sextante, 2002.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia – Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática velhos e novos temas. Goiânia: Edição do autor, 2002.

PIMENTA, Selma Garrido. Formação de professores – Saberes da Docência e Identidade do professor. Vol. 3. São Paulo: Nuances. p. 5-14. Set, 1997.

SANTOS, Luciana Ferreira dos. Leitura de mundo e multiculturalismo na escola sobre a ótica Freiriana. V colóquio Internacional Paulo Freire. Recife, 19 a 22- setembro 2005.