Hoje dia 21 de julho de 2014, eu Silvio Jadão Fernandes me encontro no município de Itaituba no estado do Pará, onde resido e trabalho como psicólogo e professor universitário.

Sou “filho” da cidade de Marabá situada na região sul do estado do Pará, na qual nasci no dia 09 de dezembro de 1988 no hospital municipal, dando início a minha participação na sociedade. Tive uma infância tranquila e dei início na vida escolar no Centro Educacional Branca de Neve no ano de 1992 nas séries de jardins, no ano de 1994 fui para escola C&A, onde fiz a alfabetização por duas vezes, pois minha mãe exigiu que eu saísse de lá sabendo ler, em seguida no ano de 1996 cursei minha primeira série. Já no ano de 1997 devido à mudança de bairro, mudei para escola Disneylândia na qual cursei a segunda série. Nessa década de 90, houve vários processos e mudanças na educação do país, como a reformulação do sistema da educação nacional.

Em 1998, as condições financeiras de minha família já não eram das melhores, então, fui transferido para a escola Municipal Jonathas Pontes Athias para dar andamento em minha vida escolar na  terceira série e metade da quarta, pois no ano de 1999 meus pais passaram por processo de separação e minha mãe se mudou para o Município de Castanhal que fica na região norte do estado. Foi uma época difícil, ainda era julho e metade do ano letivo, fui obrigado a deixar pra trás um ritmo de vida, família e amigos de classe, sendo mais difícil ainda à minha adaptação na Escola Padre Salvador Traccaioli, pois além de ser horário intermediário os alunos da minha classe já tinham um certo entrosamento, me senti um estranho e tive muita dificuldade na interação, mas ao decorrer do tempo fiz algumas amizades que me ajudaram bastante. Ainda no Traccaioli, fiz minha quinta série já mais à vontade.

Na volta das férias com meu pai, fiquei em Belém na casa de uma tia sem destino, pois a situação de vida de minha mãe havia piorado, sem emprego teve  que nos deixar (eu e meus irmãos) na casa de amigos e parentes, nisso no ano de 2001 voltei a Marabá para morar com um tio irmão de minha mãe. Sua esposa, minha tia que por sinal trabalhava na escola Jonathas Pontes Athias e providenciou meu retorno a mesma para cursar a sexta série, onde reencontrei velhos amigos de séries anteriores que lá eu já tinha feito, particularmente falando, foi uma das melhores turmas que já tive, no ano seguinte 2002 prossegui na sétima série, onde acorreu a inserção de laboratórios de informáticas nas escolas públicas, momento que não se apaga de minha memória.

Mais uma vez fui passar férias com meu pai no Município de Oriximiná situado no oeste do Pará, onde meu irmão mais nova também estava morando, meu pai como trabalhava viajando me pediu e fez uma proposta para morar com eles para assim poder cuidar de meu irmão mais novo que não poderia ficar sozinho. Sendo assim, mais uma vez fui transferido, dessa vez para Escola Municipal Lameira Bitencourt para finalizar meu Ensino Fundamental, novamente veio a dificuldade de interação que dessa vez foi mais tranquila e fiz amizades que permeiam até os dias de hoje.

Já adaptado na cidade de Oriximiná, fiz o primeiro, segundo e terceiro ano do ensino médio na Escola Estadual Dr. Almir Gabriel, foi uma fase boa da minha vida, fases de superação, pois desde a partida de Castanhal, ainda não tinha vido minha mãe, e já se passavam seis anos quando a mesma realizou uma visita para mim e meu irmão, sempre atenciosa, carinhosa e preocupada, assim, apenas reforçando seus ensinamentos que coube a mim repassar para meu irmão. Com a conclusão do Ensino Médio fiquei meio que perdido e desorientado, pois com pais ausentes devido consequências da vida eu não sabia o que fazer, tinha feito o ENEM no último ano do ensino médio e tirei ótima nota, mas nem sabia pra que servia deixando o de lado, poderia ter usufruído do PROUNI que foi instituído pela lei de n° 11.096/2005 para iniciar a vida acadêmica, mas também não possuía o conhecimento. Via os amigos indo embora para o município de Santarém-PA para ingressar na faculdade e ficava apenas pensando e sonhando.

Em conversas com minha falecida madrinha e tia Silvia Lopes Fernandes me decidi optar pelo curso de psicologia que era novo em Santarém, minha mãe desejava que eu fizesse geologia em Marabá e meu pai queria que eu fosse estudar em Minas Gerais pra ficar com meus irmão e mãe. Mas “bati o pé” e insisti em ir para Santarém, meu pai não me apoio, mas deixou eu ir. Chegando lá fui morar com amigos dividindo apartamentos. Fiz alguns meses de cursinho preparatório para o vestibular, mas depois parei, pensava que não tinha futuro. Então esperei a prova do vestibular na Instituição Esperança de Ensino Superior (IESPES) que era a única que tinha o curso de psicologia, sendo um dos mais caros. Fiz a prova e fui aprovado, mas meu disse que eu teria que conseguir bolsa para prosseguir, e nisso eu tinha dinheiro apenas para pagar alguns meses de mensalidades, tentei a bolsa que a própria instituição ofertava, passando por um rigoroso processo, na visita da assistente social onde eu residia com um amigo não foi um sucesso pois eu estava fora e ela descobriu que o amigo que dividia aluguel comigo era filho de vereador em Oriximiná, e a mesma alegou que eles me ajudavam de alguma forma.

Então diante disso, não fui selecionado de primeira para obter a bolsa de estudos, e no decorrer do tempo já se findava o primeiro semestre e meu débito na instituição já começa a aumentar com algumas mensalidades atrasadas. No início do segundo semestre, fui chamado para comparecer na gratuidade da instituição, setor este responsável pelas bolsas de estudos, onde me anunciaram uma bolsa de 50%, sendo esta dada desde o início do curso, com isso as mensalidades atrasadas foram quitadas e a matrícula do segundo semestre paga com o dinheiro descontado das mensalidades pagas. Continuei com o curso já com apoio de meu pai que já me via com orgulho. Em 2009, quando fui no setor de gratuidade renovar a matrícula da bolsa, fui surpreendido com uma bolsa de 100%, onde passei a valorizar mais ainda meus estudos já que a media era 8 e posteriormente passou a ser 7. Em decorrer do curso passei por algumas dificuldades devido o ensino médio não ter sido um dos melhores no município que fiz, mas me sai bem.

Durante o curso, participei de simpósios sobre, saúde mental, violência contra as mulheres, necessidade do luto entre outros, assim como vários minicursos ofertados pela própria instituição. Estagiei em postos de saúde, APAE Secretaria de Educação do Município de Santarém, sendo estes pelo estagio profissional que a instituição oferecia para os alunos que optavam pela área social.

Fiz meu trabalho de conclusão de curso com a amiga Isis Cristina Vasconcelos e Silvia Martinele, escolhemos falar sobre idosos com o tema: As mudanças no contexto social dos idosos aposentados que frequentavam o centro de referência do idoso do município de Santarém sob a orientação do Msc. Psicólogo Fernando Mello, onde alcançamos nosso objetivo e tiramos a nota máxima.

Com a falta de oportunidade de emprego após o curso, comecei a trabalhar aplicando testes psicológicos para AC Terra e Planagem que presta serviço a Mineração Rio do Norte, mas não era com frequência. Nisso apareceu uma oportunidade de trabalhar no comércio no município de Itaituba PA, onde minha namorada na época e hoje noiva já residia, assim mudei-me para a cidade supracitada, e fiquei trabalhando como vendedor de celular, quando apareceu uma vaga para trabalhar na minha área profissional como psicólogo no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). Mas antes, eu já havia deixado currículos em vários setores da cidade, que me fez aparecer a proposta de dar aula no nível superior, desde que eu estivesse cursando uma pós-graduação, que foi ai que surgiu minha inserção na Pós-Graduação de Docência no Magistério para Ensino Superior na Faculdade de Itaituba (FAI).

E nesse momento, estou muito satisfeito com a experiência da docência, pois me sinto lisonjeado, por, está repassando o conhecimento para pessoas de várias idades. Desta forma, participando da formação de profissionais que serão, assim como eu, responsáveis de proporcionar melhorias para a nossa sociedade com contribuições científicas e prestação de serviço de qualidade.