UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CAMPUS DE LARANJEIRAS
NÚCLEO DE TEATRO


EVA CARDOSO DE SÁ LIMA


JOGOS DRAMÁTICOS COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO, SOCIAL E AFETIVO DE CRIANÇAS DE SEIS A NOVE ANOS







LARANJEIRAS, SE
NOVEMBRO DE 2010

EVA CARDOSO DE SÁ LIMA



JOGOS DRAMÁTICOS COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO, SOCIAL E AFETIVO DE CRIANÇAS DE SEIS A NOVE ANOS

Monografia apresentada ao Núcleo de Teatro da Universidade Federal de Sergipe como um dos pré-requisitos para obtenção do grau de licenciada em teatro.

ORIENTADORA: MSC. LOURDISNETE BENEVIDES













LARANJEIRAS
2010

EVA CARDOSO DE SÁ LIMA

JOGOS DRAMÁTICOS COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E AFETIVO DE CRIANÇAS DE SEIS A NOVE ANOS


Monografia apresentada ao Núcleo de Teatro da Universidade Federal de Sergipe como um dos pré-requisitos para obtenção do grau de licenciada em teatro, à comissão julgadora da Universidade Federal de Sergipe.





Aprovada em: _____/____/______



BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________________
Professora Mestra Lourdisnete Benevides Silva
Universidade Federal de Sergipe



___________________________________________________________________________
Professora Doutora Ana Angélica Freitas Góes
Universidade Federal de Sergipe


___________________________________________________________________________
Professora Mestra e Doutoranda Jussara Maria Viana Silveira
Faculdade de Negócios e Administração de Sergipe



















Para Duda, minha filha amada.






AGRADECIMENTOS

À minha mãe e ao meu marido, pelo seu amor incondicional;
Ao meu pai, tia, irmãos e sobrinhos, pela torcida;
À Regina, Sergio e a Carmem, pelo seu imenso carinho;
Aos meus amigos Adriana, Aline, Fernanda, Luciana, Michelle e Naiana, pela compreensão;
Às Professoras Daiana Teixeira, Jussara Silveira e Nete Benevides pelo incentivo e paciência;
Aos companheiros dessa jornada que muito me ensinaram, em especial, Sandy Oliveira, Gustavo Floriano, Estevão Andrade, Geovanina Oliveira, Luciano Góis, Rogério Alves, Patrícia Brunet, Luiza Fernanda, Priscila Caprice e Eduardo Vieira;
Em memória de minha saudosa avó Neuza e minha grande amiga Sandra Laura.


























"Não se pode falar de educação sem amor"
Paulo Freire



RESUMO

A presente monografia apresenta a inserção dos jogos dramáticos como ferramenta pedagógica nas séries iniciais do ensino fundamental visando o desenvolvimento cognitivo, social e emocional de crianças de seis a nove anos. Deste modo, essa pesquisa teve como metodologia o levantamento de dados de referenciais teóricos do teatro educação e psicólogos que amparam a linguagem artística na educação, finalizando com uma pesquisa de campo. Constituída em forma de capítulos, onde primeiro trata da importância do ensino do teatro baseado em autores da área tais como, Ingrid Koudela, Peter Slade e Viola Spolin. O segundo capitulo abordará as características das crianças de seis a nove anos na visão de psicólogos, tais como, Jean Piaget, acerca das suas descobertas sobre a estrutura, funcionamento e desenvolvimento cognitivo, Lev Semenovich Vygotsky, no enfoque interacionista do desenvolvimento humano e Henri Wallon no que diz respeito à formação e desenvolvimento emocional da criança. Por fim, no terceiro capitulo discorrerei sobre a pesquisa de campo realizada na Escola Estadual Euvaldo Diniz Gonçalves num período de três meses com crianças de seis a nove anos, por conta da disciplina Estágio Supervisionado de Roteirização de Montagem Cenográfica III, sob orientação da professora MSC. Lourdisnete Silva Benevides.
Palavras-chave: Criança, Experiência Pedagógica Jogos Dramáticos.








SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO..................................................................................................... 9 2- LUDICIDADE NA ESCOLA: O LUGAR DOS JOGOS DRAMÁTICO..........................................................................................................15
3- O UNIVERSO INFANTIL DOS SEIS AOS NOVE ANOS............................. 24
4- RELATO DE UMA EXPERIENCIA NA ESCOLA EUVALDO DINIZ GONÇALVES ..........................................................................................................33
5-CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................41 ANEXOS.....................................................................................................................43










1- INTRODUÇÃO
A pesquisa intitulada Jogos Dramáticos como ferramenta pedagógica no desenvolvimento cognitivo e afetivo de crianças de seis a nove anos, visa observar o desenvolvimento sensível, criativo, social e expressivo de crianças através da experiência com Jogos Dramáticos.
Nessa perspectiva, a inserção da ludicidade na escola, sobretudo através dos Jogos Dramáticos, quer seja voltada para o público infantil ou jovem, é de grande importância para auxilio do desenvolvimento das habilidades cognitivas dos alunos, uma vez que essa é uma atividade que envolve o individuo em todos seus aspectos emocionais, motor, cognitivo e social. Pois, como afirma Ingrid Koudela:
A imaginação dramática, sendo parte fundamental no processo de desenvolvimento da inteligência, deve ser cultivada por todos os métodos modernos de educação. Piaget indica que o jogo está diretamente relacionado ao desenvolvimento do pensamento da criança. Com qualquer estrutura cognitiva há dois processos associados: O jogo assimila a nova experiência e, então, prossegue pelo mero prazer do domínio; a imitação relaciona-se com a experiência de modo a acomodá-la dentro da estrutura cognitiva ? jogo para assimilar, imitação para acomodar. Embora a imitação e o jogo estejam diretamente relacionados com o processo de pensamento e com o desenvolvimento da cognição, a imaginação dramática é um fator chave- é ela que interioriza os objetos e lhes confere o significado.
Para tanto, se faz necessário desde o inicio do ensino fundamental menor, o contato da criança com os Jogos Dramáticos que diferente dos Jogos Teatrais, é a própria brincadeira da criança, pois se trata do comportamento real dos seres humanos, onde elas representam sem regras explicitas.
Assim, a inclusão dessa linguagem na faixa etária dos seis aos nove anos de idade, provoca benefícios significativos na aprendizagem da criança, pois é nessa fase que a criança, denominada por Piaget de estágio pré-operatório também conhecido como fase intuitiva, que a criança tem mais facilidade de aprendizagem através da ludicidade. Nesse sentido Piaget afirmou que:
É nesta fase que surge na criança, a capacidade de substituir um objeto ou acontecimento por uma representação, esta substituição é possível, conforme Piaget, graças à função simbólica. Neste estágio a criança já não depende unicamente de suas sensações, de seus movimentos, mas já distingue um significador (imagem, palavra ou símbolo) daquilo que ele significa (o objeto ausente), o significado, é importante ressaltar o caráter lúdico do pensamento simbólico. Assim este estágio é também muito conhecido como o estágio da Inteligência Simbólica.
O lúdico deve ser compreendido como uma atividade de grande importância no curso da vida infantil, pois a criança que brinca é o ser que desenvolve com facilidade as possibilidades de relacionamentos sociais e afetivos e o aumento das capacidades cognitivas, pois no ato de brincar é o momento onde ela conhece a si mesmo e ao mundo. Almeida lembra que:
A educação lúdica está distante da concepção ingênua de passatempo, brincadeira vulgar, diversão superficial. Ela é uma ação inerente na criança, no adolescente, no jovem e no adulto e aparece sempre como uma forma transacional em direção a algum conhecimento, que se redefine na elaboração constante do pensamento individual em permutações com o pensamento coletivo.
A brincadeira infantil cumpre uma dupla função na vida do ser humano, pois num dado momento ela tem um caráter de divertimento e ao mesmo tempo educativo. Sendo assim, a criança é estimulada a agir diante das situações que ela mesma criou exercendo papéis diferentes para cada circunstância, ocasionando, portanto, um constante desenvolvimento global.
Por sua função lúdica e educativa, os Jogos Dramáticos é um tema que atualmente vem sendo discutido por teóricos da psicologia e educação. Diante de tais constatações, os educadores contemporâneos reforçam a inclusão dessa atividade em sala de aula, mas essa é uma prática que ainda precisa amadurecer diante do cenário educacional brasileiro, onde muitas vezes o lúdico é visto somente como atividade de passatempo.
Nessa perspectiva a utilização dos Jogos Dramáticos deve servir como linguagem que favoreça o enriquecimento repertório cultural de cada aluno. Portanto, os Jogos Dramáticos podem e devem ser trabalhados na escola conteúdos que adentrem a cultura e vivencia de cada um, para que dessa forma a criança se desenvolva dentro de seu contexto, contribuindo para o seu desenvolvimento pessoal e cultural. É interessante aqui, que o professor de Teatro construa sua aula juntamente com as crianças que estão inseridas nela, assim os Jogos Dramáticos inicialmente são sugeridos e aperfeiçoados pelo professor através das sugestões criativas dos alunos.
Para a ascensão de interdisciplinaridades essa é a linguagem de maior utilização, todavia deve-se ter cuidado para que os Jogos Dramáticos não se tornem apenas ferramenta audiovisual de transmissão de conteúdos das disciplinas obrigatórias do currículo escolar, prática muito comum nas escolas.
O currículo escolar, em sua grande parte, contempla as matérias teóricas e lógicas e constantemente os conteúdos abordados estão longe do universo da criança e o que se nota é que a arte é realizada como atividades secundárias nas instituições escolares.
Essa pesquisa justifica-se pela notável relevância que a linguagem artística, sobretudo o teatro possui como ferramenta de potencial lúdico capaz de explorar os aspectos sociais, afetivos e emotivos das crianças, sendo assim, a sua presença na escola torna-se indispensável para o desenvolvimento pleno das crianças.
A disciplina de arte está inserida como componente do currículo escolar obrigatório pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de número 9394/96 outorgada em 20 de dezembro de 1996, e segundo o Parâmetro curricular nacional (PCN) de Arte, esta disciplina deve acolher as quatro linguagens artísticas que são as artes plásticas, musica, dança e teatro. O que acontece é que as instituições dão mais enfoque a uma única modalidade, seja por falta de um espaço físico ou por falta de um profissional especializado em cada área, sendo assim, na maioria das vezes acaba enfatizando as artes plásticas ou "pincelando" conteúdos de cada segmento.
A inclusão do teatro na escola de ensino fundamental menor é quase inexistente e acaba deixando de lado todos os benefícios contidos nessa linguagem enquanto processo, onde estão inseridos os Jogos Dramáticos, linguagem lúdica de grande potencial que pouco foi explorado nas instituições de ensino básico.
O teatro dentro da escola tem cada vez mais se distanciando de seu sentido enriquecedor, o de explorar as capacidades críticas e sensitivas, sendo utilizada somente como função decorativa, caracterizado pela encenação de uma data cívica ou festejo escolar e complementar na aquisição de conhecimentos das disciplinas lógicas e teóricas da instituição escolar. No entanto:
É perfeitamente admissível a opinião de que as Artes representam um adorno à vida, mas isso contradiz radicalmente as leis que sobre elas descobre a investigação psicológica. Esta mostra que as Artes representam o centro de todos os processos biológicos e sociais do indivíduo na sociedade e que se constituem no meio para se estabelecer o equilíbrio entre o ser humano e o mundo nos momentos mais críticos e importantes da vida. Isso supõe uma refutação radical do enfoque das Artes como adorno .
Desse modo, é necessário um trabalho árduo e esclarecedor dentro das instituições escolares, no intuito de converter a visão que se tem da linguagem teatral, pois muitas das vezes o teatro é visto somente como uma atividade festiva e utilizada com uma única finalidade, o da encenação, quando seus benefícios também se encontram dentro do processo e é nessa etapa que as crianças melhor ampliam suas possibilidades de expressão e artísticas.
A linguagem teatral, dentro da realidade das escolas pública de Ensino Básico, é a arte de maior possibilidade funcional para ser trabalhada, pois para seu desempenho é necessário somente o espaço físico, que pode ser a própria sala de aula e a vontade de participar das atividades propostas. Diferente das outras linguagens, onde para a sua efetivação muitas vezes é necessário à presença de laboratórios e materiais específicos.
O que se objetiva com a inserção dos Jogos Dramáticos no Ensino Fundamental é facilitar o desenvolvimento das capacidades cognitivas e afetivas, para tal é necessário levar em conta o universo particular de cada individuo, promovendo atividades que possibilitem o desenvolvimento das habilidades cognitivas, sociais e emotivos da criança, proporcionando Jogos Dramáticos que promovam brincadeiras que permeiem o universo infantil no intuito de que elas representem papéis e criem personagens que favoreçam o surgimento da espontaneidade que possibilitem o desenvolvimento do raciocínio lógico das capacidades imaginativas e criativas do educando. E assim, possa-se contribuir com a formação dos aspectos emocionais da criança, fazendo com que a mesma se sinta mais confiante no rumo de seu desenvolvimento físico e mental.
Essa é uma pesquisa que apresenta uma abordagem qualitativa, visto que analisa a utilização de Jogos e brincadeiras no desenvolvimento integral das crianças de seis a nove anos. E bibliográfica, fundamentada na reflexão dos estudos de teóricos da área de teatro-educação e da psicologia do desenvolvimento, como Peter Slade, Ingrid Koudela , Viola Spolin , Piaget , Vygotsky e Wallon que serão abordados nos capítulos desse trabalho de acordo com suas especificidades teóricas.
Assim, para melhor compreensão da importância da experiência com Jogos Dramáticos com crianças de seis a noves anos, abordarei no primeiro capítulo o contexto histórico sobre o ensino brasileiro do teatro, onde também discorrerei sobre a importância da ludicidade no ensino contemporâneo dessa linguagem artística.
Para se compreender a criança de seis a nove anos, em seus aspetos emotivos, sociais e cognitivos, no segundo capítulo serão abordadas as contribuições dos psicólogos relacionados ao desenvolvimento infantil, como Wallon acerca dos aspectos emocionais, Piaget a respeito da formação da estrutura cognitiva da criança e Vygotsky sobre a importância da interação social para o aprendizado.
Por fim, no terceiro capítulo, apresentarei uma experiência com crianças dos seis aos noves anos com vivencia de Jogos Dramáticos semanalmente em uma escola de ensino fundamental menor, que serviu de vivência pedagógica para a disciplina de Estágio Supervisionado de Roteirização e Montagem Cenográfica III, ocorrida durante o Iº semestre de 2010, do curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Concluo o trabalho monográfico com algumas considerações significativas acerca da importância da presença da linguagem lúdica no espaço educacional como ferramenta de grande potencial no desenvolvimento cognitivo, afetivo e social de crianças de seis a nove anos, observadas no decorrer dessa pesquisa.








2- LUDICIDADE NA ESCOLA: O LUGAR DOS JOGOS DRAMÁTICOS
Identificar a funcionalidade do ensino do teatro no decorrer de sua própria história é compreender como se construíram e se discutiram as bases conceituais metodológicas do ensino dessa linguagem artística. Sabe-se que as práticas educativas surgem das mobilizações sociais, pedagógicas, filosóficas, e, no caso da arte, também artísticas e estéticas e quando caracterizadas em seus diferentes momentos históricos, ajudam a compreender melhor a questão do processo educacional e sua relação com a própria vida .
Por isso, se faz necessário aqui compreender a visão das artes dentro do âmbito escolar fazendo uma breve retomada histórica da sistematização de seu ensino através de documentos ligados ao campo educacional brasileiro como o PCN de arte, a LDB 4024/61 seguida pela 5692/71 e a LDB 9394/96.
O ensino de Arte na Educação Básica faz parte da área da Linguagem, denominada de Comunicação e Expressão. Com a adoção dos PCN, essa linguagem, anteriormente denominada de "Educação Artística" (Lei nº. 5692/71), foi aos poucos se profissionalizando e hoje, embora enunciada como "Arte" ainda continua sendo alvo de discriminação quanto à sua importância no currículo escolar .
A obrigatoriedade do ensino de arte na escola deriva da luta de educadores por uma Legislação na Educação, mas para chegar ao que se tem hoje é preciso compreender as várias modificações ocorridas com a fixação das diretrizes e bases da educação nacional no decorrer de seu curso.
A LDB 4.02404/61 foi publicada em 20 de dezembro de 1961 pelo presidente João Goulart quase trinta anos após ser prevista pela Constituição de 1934. O primeiro projeta de lei, foi encaminhado pelo poder executivo ao legislativo em 1948 sendo necessários treze anos de debate até o texto final. Esse documento, somente faz menção ao ensino de arte no artigo 38 quanto à organização do ensino médio em seu quarto capítulo. A arte na educação escolar, nesse momento, é considerada atividade complementar de iniciação artística, ou seja, ela é uma disciplina não obrigatória dentro dos curriculos escolares.
Na LDB 5692/71 no seu 7º artigo, era estabelecida como obrigatória a inclusão da educação artística, assim artes plásticas, artes cênicas e música, juntamente com desenho, constituiam o curriculo de habilitações específicas da licenciatua plena em educação artística conforme o disposto na resolução 23/73 do CFE (conselho federal de educação). A partir de então o ensino de arte, denominado de educação artística, torna-se uma materia obrigatória que exigia professores com habilitações específicas obtidas em curso de licenciatura plena, ignorando a inexistencia de cursos universitários para a formação desses profissionais.
Após três anos, o governo federal criou cursos para a preparação dos professores na área de educação artística, eram cursos de curta duração, aproximadamente dois anos e que tentavam capacitá-los para o dominio das quatro linguagens artísticas. A consequência não poderia ser outra, buscou-se profissionias formado em áreas afins para ajudar a resolver o problema mínimo exigido pelo MEC (ministério da educação e cultura).
Somente no fim da decada de 1970 é que o governo federal cria a licenciatura plena para as lingugens específicas, porem com fragilidades de bases teóricos-conceituais, o que ainda hoje representa uma grande lacuna no que se refere à formação do professor de teatro.
A LDB 9394/96, vigorando até os dias atuais é que modifica a nomenclatura educação artística para arte, sem o "s", pois segundo Japiassu:
O paragrafo 26 do texto da nova LDB a expressão o ensino de arte sem o s faz com que sejam possiveis diversas leituras do seu significado. O duplo sentido no caso pode significar tanto ensino das artes plasticas ou visuais como o ensino das diversas formas de expressão e lingugens artísticas.
Ficam evidente essas várias significações dessa nova nomenclatura dentro do contexto escolar brasileiro que agracia na maioria das vezes as artes visuais, portanto, fazendo juz a primeira hipótese levantada pelo arte- educador Ricardo Japiassu.
Somente no PCN de arte a segunda significação levantada pelo pesquisador é confirmada, pois o documento propõe que o educando tenha contato com as quatro liguagens no decorrer de sua formação no ensino básico.
Porem a falta de espaço adequado para a execução das atividades relacionadas às áreas artísticas como música e artes plásticas, dificulta a aceitação das artes em sua totalidade dentro das escolas, por outro lado quando se existe o espaço dedicado a essas linguagens dentro das escolas, acarretam consigo uma outa visão e exigência por parte da instituição, a formação artística do educando.
No segundo paragrafo do artigo 26 da LDB atual, o ensino de arte é citado como componente curricular obrigatório, nos diversos niveis da educação basica, que corresponde desde o ensino fundamental até o ensino médio, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos. A partir dessa obrigatoriedade, constatei que dentro da realidade do sistema educacional público do estado de Sergipe, pois aqui o ensino de arte vai desde a quinta série do ensino fundamental até o primeiro ano do ensino médio, ou seja, começa na segunda etapa do ensino fundamental denominada, ensino fundamental maior e termina no início do ensino médio, essa constatação foi conferida durante os estágios curriculares obrigatórios para o cumprimento da formação como licenciada nesses tipos de estabalecimentos.
Diante de tais constatações é conciso refletir acerca das possibilidades dos Jogos Dramáticos como instrumento pedagógico. O Teatro na Educação consiste em trazer para a sala de aula as técnicas do teatro e aplicá-las na comunicação do conhecimento. Então se faz necessário perceber que a sistematização dos Jogos Dramáticos nas escolas é de grande importância para a vida do educando, visto que essa é uma atividade integrativa de enriquecimento cultural, de conhecimentos artísticos, estéticos, corporais e lúdicos.
O teatro é uma atividade que esteve presente desde o período mais remoto da humanidade. Na história da humanidade é relatado que por volta do século VII na Grécia começaram-se a se realizar festivais religiosos em honra ao deus Dionísio, surgindo daí o teatro, onde os cânticos eram entoados por um coro, conduzido por um solista, o Corifeu. Portanto, o teatro em suas origens possuía um caráter ritualístico. O primeiro ator surge no século VI, na Grécia, quando o Corifeu Téspis destaca-se do coro e avançando até a frente do palco, declara está representando deus Dionísio. É dado o primeiro passo para o teatro como o conhecemos hoje. Em Roma, tragédia e comédia tinham tratamento diferenciado e as personagens eram criadas de acordo com o tipo da obra. Com o desenvolvimento do domínio e conhecimento do homem em relação aos fenômenos naturais, o teatro vai deixando suas características ritualísticas dando lugar as características mais educacionais.
Ainda na história da humanidade é relatado que o teatro era utilizado como instrumento educativo por alguns povos. Na Grécia, o teatro foi um importante instrumento educacional na medida em que disseminava o conhecimento e representava para o povo, o único prazer literário disponível. No período medieval, foi o teatro que proporcionou educação às massas. Na renascença, as atividades dramáticas surgiram em quase todas as escolas. Enfim a história do teatro acompanhou a história da humanidade, tendo cada povo a sua forma de representar, ganhando no decorrer nos séculos, principalmente com o pensamento humanista, mais espaço na área da educação.
Dentro do contexto nacional, o teatro serviu de ferramenta pedagógica para catequese dos índios. Os jesuítas reconheceram o poder persuasivo inerentes à representação teatral. Eles sempre valorizaram o teatro como instrumento pedagógico e o utilizavam no ensino aos jovens não apenas da religião, mas também do comportamento e conversação de acordo com as exigências de etiqueta das classes mais elevadas, e nesse particular seus alunos mais interessados eram os filhos da nobreza.
No Brasil a prática do ensino dessa linguagem ainda é muito modesta, devido à carga horária destinada para sua execução, que não passa de mais de uma hora semanal e também pela falta de profissionais habilitados na área. Pois, se observa que a maioria das pessoas que buscam o teatro como profissão visa à formação bacharel, ou seja, há uma grande demanda para a formação exclusivamente artística e uma baixa procura pelos cursos de licenciatura, talvez essa seja uma resposta pela desvalorização do profissional pedagógico brasileiro.
Refletir a pedagogia contemporânea é levar em conta a natureza própria da criança que recorre para a observação das etapas do desenvolvimento intelectual, emocional e social desse pequeno ser. Sendo assim, a inclusão de atividades lúdicas é uma prática que vem se adotando atualmente na educação como ferramenta de grande potencial para o desenvolvimento global da criança.
A importância dos Jogos já era notada, desde a antiguidade como ferramenta de grande potencial educativo. Platão considerava o jogo fundamental na educação. Achava que a educação deveria começar de maneira lúdica e sem qualquer ar de constrangimento, sobretudo para que as crianças pudessem desenvolver a tendência natural de seu caráter. Assim como Platão, Aristóteles e outros pensadores avaliaram a importância do jogo para o ensino. No século XIX Froebel observava as brincadeiras como primeiro recurso no caminho da aprendizagem. Deste modo, os jogos passam a assumir papel de destaque no cenário educacional contemporâneo.
No decorrer da história da humanidade vários pensadores observaram a importância da ludicidade como ferramenta educacional de grande potencial para o desenvolvimento integral das crianças, como John Dewey que inspirou o movimento da escola nova no Brasil.
Com o Movimento da Escola Nova o ensino do teatro será revolucionado. Esse movimento que surgiu em 1932 era um conjunto de princípios tendentes a rever as formas tradicionais de ensino, trazendo para o primeiro plano a expressividade da criança levando em conta o processo de seu desenvolvimento.
No âmbito educacional brasileiro quem primeiro observou a relevância do teatro-educação foi Ingrid Koudela, uma discípula da professora, atriz e diretora norte-americana Viola Spolin, chegando a traduzir cinco livros de sua autoria que abordam o tema do teatro na educação . Spolin defendia que a criança é um organismo em desenvolvimento, cujas potencialidades se realizam desde que seja permitido a ela desenvolver-se em um ambiente aberto à experiência. Essa idéia fazia oposição aos modelos adotados do ensino de teatro do século XIX que tinha apenas a função de preparar o espetáculo, não cuidando de formar o individuo.
Viola Spolin é uma autora referencial quando se fala de teatro na educação, influenciada pela filosofia do também renomado na área, Stanislavski, ela passa a formular importantes exercícios Teatrais visando à espontaneidade do praticante. Essa natureza espontânea surgiria então a partir do envolvimento com os Jogos Dramáticos que são instintivos do homem.
Essa autora foi pioneira na inclusão dos Jogos Dramáticos nas escolas de seu país na década de 70. Viola Spolin percebia a necessidade de se ativar cada aluno, sempre respeitando a capacidade imediata de participação de cada um e certifica-se de que o aluno está participando livremente, a todo o momento, mesmo quando não se encontra em cena.
Spolin enfatizou que a arte e o fazer artístico na dimensão e profundidade sustentava-se por si mesma, possibilitando ao sujeito em contato com esta linguagem o desenvolvimento na dimensão cultural e a artística. Conforme Spolin, "todas as pessoas são capazes de atuar no palco. Todas as são capazes de improvisar. As pessoas que desejarem, são capazes de jogar e aprender a ter valor no palco".
A autora acreditava na capacidade criativa do aluno e jamais o colocava como um "papel em branco" que estava na sala de aula para ser preenchido de conhecimentos, e sim como um ser dotado de experiências e vivencias que faziam parte de seu repertorio cultural que podiam ajudar na espontaneidade e criação como também tornar seus gestos e ações mecanizadas.
Dessa maneira, Viola Spolin sugeria para as improvisações de cenas em que fiquem claro o cenário, a personagem e a ação. Assim os próprios jogadores as constroem sem precisar de ajudas de um dramaturgo. Colocando toda a espontaneidade para criá-las, envolvidos com a estrutura e concentrados com a solução do problema, elas abandonam gradualmente seus comportamentos mecânicos e entram na realidade do palco, livres e naturalmente.
Essa estrutura de criação de cenas do método de Viola Spolin é associável á imaginação das crianças que ao brincar com suas bonecas ou carrinhos sempre criam essas ambientações para dar sentido a suas brincadeiras.
Deste modo, dentro de uma perspectiva teatral, as inclusões de Jogos podem valorizar as vivências lúdicas, como brinquedo e brincadeiras do cotidiano infantil, pois, são expressões que tem a capacidade de unir razão e emoção, conhecimento e sonho, formando um ser humano mais completo e pleno.
O brincar é visto como a forma mais pura de interpretar, de cultivar valores da nossa cultura nesse universo tão aberto e multifacetado do ambiente infantil. Tem sido também a forma mais pura de inserção da criança na sociedade a que pertence. Valores, crenças, hábitos, costumes, regras, leis, moral, ética, sistemas de linguagem e modos de produção são conhecimentos assimilados pela criança através das brincadeiras e Jogos.
A brincadeira é a forma de expressão das crianças e é uma atividade que tem um papel fundamental para o seu desenvolvimento e proporciona aprendizagens e os Jogos Dramáticos é uma linguagem estética pedagógica que permeia dentro desse universo lúdico infantil, valorizando os brinquedos, brincadeiras e Jogos que no primeiro momento é denominado como Jogos Dramáticos que diferentemente dos Teatrais, não possuem regra definida.
Sobre os Jogos Dramáticos infantis, Peter Slade (1978), conceitua-os, como "uma forma de arte por direito próprio; não é uma atividade inventada por alguém, mas sim o comportamento real dos seres humanos" .
Segundo Slade (1978), no drama, a criança descobre a vida e a si mesma através de tentativas emocionais e físicas e depois através da pratica repetitiva, que é o jogo dramático. As experiências são emocionantes e pessoais e podem se desenvolver em direção a experiência de grupo. Mas nem na experiência de grupo nem na pessoal existe qualquer consideração de teatro no sentido adulto, a não ser que nós a imponhamos.
Ingrid Koudela observa a transição do jogo dramático para o jogo teatral, e os diferencia assim:
A principal diferença entre o jogo simbólico da primeira infância e a representação improvisada está na aplicação controlada de esquemas cognitivos no exercício de todas as partes do corpo, em cada movimento e em cada sequencia de comportamento. As próprias crianças são as primeiras a perceber entre brincadeira fantasista e a representação intencional. Da mesma forma como nos exercícios de pensamento as crianças não brincavam de pensar, mas estavam seriamente empenhadas na tarefa de pensar, também na representação não simulam, mas dão vida aos objetos.
Assim, pode-se afirmar que o jogo teatral é o jogo dramático dirigido intencionalmente para observadores. Trata-se de uma atividade representacional dramática desenvolvida deliberadamente para uma platéia que não se encontra corporalmente engajada em um determinado fazer de conta.
Compreender as diferenças entre os Jogos Dramáticos e os Jogos Teatrais é perceber também que todos nós dramatizamos desde pequeno e assim nos desenvolvemos mais criativos e espontâneos, dramatizar é brincar. Sendo assim, é importante que inicialmente a criança em contato com o teatro, trabalhe primeiramente com os Jogos Dramáticos para que haja uma transição qualitativa para quando forem utilizados os Jogos Teatrais.
Os Jogos Dramáticos na escola devem ser utilizados como uma ferramenta poderosa para contribuição da formação do individuo. Assim, é importante, que o profissional de teatro, tenha em mente disso para não transformar suas aulas em momentos constrangedores, bloqueando a espontaneidade e a criatividade dos alunos.
Romper com estruturas educacionais de certo modo é também a função do teatro na Educação e ainda é uma luta de muitos artistas educadores, pois a partir desse contexto é possível desconstruir a visão antiga do teatro de somente servir de suporte para datas festivas.
Tendo em vista as contribuições de Viola Spolin, Peter Slade, Ingrid Koudela para o teatro educação, a presença de um profissional de teatro não objetiva a formação de ator, pois a escola não é um espaço de formação profissional e sim um local de experimentação.










3- O UNIVERSO INFANTIL DE SEIS A NOVE ANOS
A criança desde o inicio de sua vida está em constante e profunda transformação. Inicialmente as respostas das crianças são dominadas por processos naturais e é através dos adultos que os processos psicológicos mais complexos tomam formam. Dessa forma, a aprendizagem da criança inicia-se muito antes de sua entrada na escola, isto porque, ela já está exposta desde o primeiro dia de vida aos elementos do seu sistema cultural, e à presença do outro se torna indispensável para a mediação entre ela e a cultura.
O ser humano nasce e se desenvolve primeiramente pelo auxilio de suas respostas inatas, como por exemplo, o ato de mamar para saciar a fome. Com o passar do tempo ele adquire habilidades que lhe possibilitarão o convívio dentro de uma sociedade.
Inicialmente a criança passa por um processo de autoconhecimento, primeiramente descobre as mãos, os pés e então percebe que com eles podem conquistar o que não está ao seu alcance e ainda com a ajuda desses "novos" membros, engatinha, depois anda e corre, essa é uma fase que dura aproximadamente um ano.
Após um ano de idade até os três, a criança já anda, mas ainda não tem uma adequada coordenação motora, sendo necessária uma supervisão constante do adulto para evitar acidentes.
Observando algumas crianças, é possível notar que aos quatro anos, ela já sabe falar e expressar o que deseja através dessa nova habilidade, seja pelos signos do seu sistema cultural ou pelos signos criados por ela mesma, através da interação de suas respostas inatas aos padrões comportamentais de sua sociedade, por exemplo, quando a criança desejar beber água, ela pode falar dessa necessidade expressando a frase: "Eu quero beber água" ou levar o copo até o adulto que entenderá o seu desejo, ou seja, o código criado por ela para expressar a sua vontade de beber água está expressa no ato de entregar o copo a alguém.
A criança até os cinco anos de idade ainda é muito dependente dos pais, ou seja, a família é a primeira relação social que se constitui dentro do ciclo de vida de uma pessoa e é nessa relação onde a personalidade da criança se formará para o viver dentro de uma sociedade. Sabe-se que muitos dos conflitos existentes na fase adulta, na maioria das vezes se originam daí, pois a maior parte de sua vivencia diária encontra-se dentro do universo familiar, pode-se dizer então que apesar de rápido e constante, o desenvolvimento dela ainda é limitado pela realidade em que se encontra. Esse é um período onde se constrói o companheirismo, a confiança e o respeito entre pais e filhos. A comunicação é de extrema importância nesta construção.
Diante da realidade de uma sociedade contemporânea é muito comum a inserção da criança, ainda em sua fase bebê dentro do ambiente escolar, decorrente do fato dos pais trabalharem o dia todo para a sustentação de sua família. Hoje a sociedade possui um modelo não mais conservador de estrutura familiar onde a mãe ficava em casa para cuidar de seus filhos e o pai era o núcleo do sustento família. Assim, a criança é inserida na escola a partir da creche, mas só começa o processo de escolarização partir dos seis anos de idade, quando ela está inserida no ensino fundamental que a partir de 06/07/2006 com a lei de n° 11.274 passar a ser composto por nove anos.
Dentro desse processo de escolarização, outros leques de relações sociais se abrirão, é um momento de ruptura, onde uma parcial independência dos pais acontece e é nesse momento que a escola constituirá a experiência central desta parte da vida e é fundamental para o desenvolvimento físico, cognitvo e sócio-emocional da criança. O contexto escolar vai proporcionar á criança o contato com a diversidade através da interação com as outras crianças e da aprendizagem de novos conhecimentos que as preparam para se relacionar com o mundo real.
É nesse universo que é preciso compreender a importância do desenvolvimento humano e perceber que a criança não é um adulto em miniatura e que essas possuem características próprias de sua idade, ou seja, existem formas de perceber, compreender e se comportar diante do mundo que nas palavras de Piaget quer dizer que existe uma assimilação progressiva do meio ambiente, que implica acomodação das estruturas mentais a este novo dado do mundo exterior .
Tendo em vista disso, o lugar da brincadeira na infância torna-se indispensável para o desenvolvimento da criança. Sobre isso Piaget (apud BIBIANO) alerta que, no jogo a criança pode construir, com liberdade e espontaneidade, símbolos com os quais expressam o que não pode manifestar por meio da linguagem verbal.
Essas características são relevantes no momento de planejamento do que ensinar e como ensinar, pois não podemos igualar uma mesma idade à outra, por mínimo que seja a diferença entre elas, existem um nível de desenvolvimento das estruturas mentais para ambas; E considerar ainda de que em cada criança existe um mundo diferente. Pois, o desenvolvimento do individuo não se faz somente no ambiente escolar, existem a interação de vários fatores, como a hereditariedade, crescimento orgânico, maturação neurofisiológica e o meio social.
Conforme Book (1996), estudo responsável pelo desenvolvimento humano coube a Psicologia do desenvolvimento, que é uma área de conhecimento da psicologia que compreende as mudanças a partir de várias questões, como habilidades motoras, solução de problemas, percepção de conceitos, aquisição da linguagem, formação de identidade e o entendimento da moral. Estudam as mudanças comportamentais referentes à idade no percurso da vida, os processos de ensino- aprendizagem, diferenças de gênero e ciclo vital, bem como, descobre os motivos pelos quais as mudanças ocorrem e como ocorrem.
O desenvolvimento humano inicia-se desde o momento de sua concepção até a sua morte, ou seja, o desenvolvimento mental e o crescimento orgânico. O desenvolvimento mental é uma construção continua que se caracteriza pelo aparecimento gradativo de estruturas mentais que são formas de organização da atividade mental que vão se aperfeiçoando e se solidificando até o momento em que todas elas, estando plenamente desenvolvidas, caracterizarão um estado de equilíbrio superior quanto aos aspectos da inteligência, vida afetiva e relações sociais.
O desenvolvimento humano deve ser entendido como uma globalidade, mas, para efeito de estudo, tem sido abordado a partir do aspecto físico-motor, Aspecto intelectual, Aspecto afetivo-emocional e o aspecto Social. As teorias do desenvolvimento humano parte do pressuposto de os quatro aspectos são indissociáveis, mas elas podem enfatizar aspectos diferentes, isto é estudar o desenvolvimento global a partir da ênfase em um dos aspectos.
Quanto ao desenvolvimento intelectual, Piaget (apud BOOK) divide os períodos do desenvolvimento de acordo com o aparecimento de novas qualidades do pensamento, o que por sua vez, interfere no desenvolvimento global onde cada período é caracterizado por aquilo que de melhor o individuo consegue fazer nessas faixas etárias. Todos os indivíduos passam por essas fases ou períodos, nessa sequência, porém o inicio e o término de cada uma delas depende das características biológicas do individuo e dos fatores educacionais, sociais. Portanto a divisão nessa faixa etária é uma referencia que pode variar de individuo para individuo.
Destacarei aqui dois Estágios que compreende o foco da minha pesquisa, que são crianças de seis aos nove anos que se encaixam no segundo e terceiro período da linha de desenvolvimento intelectual de Piaget.
O Estágio pré-operatório ou 1° infância, que compreende dos 2 aos 7 anos que marca a passagem do Estágio sensório-motor para o pré-operatório é o aparecimento da função simbólica ou semiótica, ou seja, é a emergência da linguagem. Por ser uma fase que dura cinco anos ela ainda é dividida em duas partes, que é o periodo simbólico que compreende dos 2 aos 4 anos, caracterizada pelo surgimento da função semiótica que permite o aparecimento da linguagem, do desenho, da imitação, da dramatização, etc.. Podendo criar imagens mentais na ausência do objeto ou da ação é o período da fantasia, do faz de conta, do jogo simbólico. Com a capacidade de formar imagens mentais pode transformar o objeto numa satisfação de seu prazer.
O período que se estende dos 4 aos 7 anos de idade é denominado de período intuitivo caracterizado pelo desejo de explicação dos fenômenos. É a "idade dos porquês", pois o indivíduo pergunta o tempo todo. Para melhor exemplificar essa fase utilizo a música gravada pela Adriana Calcanhoto chamada "oito anos", a canção é uma composição de Paula Toller onde a letra é composta por uma lista de perguntas que seu filho Gabriel, com oito anos de idade fez a ela, a artista ressalta qual o objetivo da criança fazer tantas perguntas que é menos para saber a resposta que para treinar a ferramenta perguntadora e a paciência do respondedor.
Ainda nessa segunda fase a criança é capaz de distinguir a fantasia do real, podendo dramatizar a fantasia sem que acredite nela. Seu pensamento continua centrado no seu próprio ponto de vista. A criança nessa fase não tem uma conversação longa, mas já consegue responder com coerência aos pensamentos de seus colegas.
A manifestação da linguagem ocasiona modificações importantes nos aspectos cognitivos, afetivos e sociais da criança, já que ela possibilita as interações humanas e fornece, principalmente, a capacidade de trabalhar com representações para atribuir significados à realidade. Tanto é assim, que a aceleração do alcance do pensamento neste estágio do desenvolvimento, é atribuída, em grande parte, às possibilidades de contatos interindividuais fornecidos pela linguagem, e é aqui o papel fundamental da escola com a inserção de atividades lúdicas no contexto escolar, ampliando o leque de possibilidades do desenvolvimento global do individuo.
Segundo Book (1996), embora o alcance do pensamento apresente transformações importantes, ele caracteriza-se, ainda, pelo egocentrismo, uma vez que a criança não concebe uma realidade da qual não faça parte, devido à ausência de esquemas conceituais e da lógica.
Assim, neste estágio, embora a criança apresente a capacidade de atuar de forma lógica e coerente em função da aquisição de esquemas sensoriais-motores na fase anterior, ela apresentará, paradoxalmente, um entendimento da realidade desequilibrado em função da ausência de esquemas conceituais.
A outra fase que abrange o público alvo desse trabalho é denominado de Período Operatório Concreto que compreende dos 7 aos 11 ou 12 anos de idade. É o período em que o indivíduo consolida as conservações de número, substância, volume e peso. Já é capaz de ordenar elementos por seu tamanho (grandeza), incluindo conjuntos, organizando então o mundo de forma lógica ou operatória. Sua organização social é a de bando, podendo participar de grupos maiores, chefiando e admitindo a chefia. Já podem compreender regras, sendo fiéis a ela, e estabelecer compromissos. A conversação torna-se possível, pois já é uma linguagem socializada, sem que, no entanto possam discutir diferentes pontos de vista para que cheguem a uma conclusão comum.
No decorrer de minha vida acadêmica, onde foram criados vários momentos propiciadores de aproximação com grandes estudos de teóricos sobre a psicologia e de como se desenvolvia a criança, foi notável que as características abordadas por Piaget, acerca do desenvolvimento cognitivo da criança, continuam reverberando as práticas pedagógicas dos educadores contemporâneos que relacionam educação com o desenvolvimento e a constituição dos aspectos psicológicos infantis.
Assim, debater em torno do desenvolvimento humano é perceber quantos foram os teóricos que contribuíram com a psicologia do desenvolvimento e para a educação. Para melhor entender a criança ainda nessa fase fará necessário discursar acerca de outro aspecto essencial para o desenvolvimento da criança, o social, que recebeu grandes contribuições das teorias de Vygotsky.
Vygotsky (apud BIBIANO) apontou que a produção de cultura depende de processos interpessoais. Ou seja, não cabe apenas ao desenvolvimento de um individuo, mas às relações dentro de um grupo, por isso destacou a importância do professor como mediador e responsável por ampliar o repertorio cultural das crianças. Consciente de que elas se comunicam pelo brincar, Vygotsky considerou uma intervenção positiva a apresentação de novas brincadeiras e de instrumentos para enriquecê-las. Ele afirmava que um importante papel da escola é desenvolver autonomia da turma. E, para ele, esse processo depende de intervenções que coloquem elementos desafiadores nas atividades, possibilitando às crianças desenvolver essa habilidade.
O pressuposto básico da obra de Vygotsky é que as origens das formas superiores de comportamento consciente devem ser achadas nas relações sociais que os homens mantem. Vygotsky (apud BOOK) entende o homem como ser ativo, que age sobre o mundo, sempre em relações sociais, e transforma essas ações para que constituam o funcionamento de um plano interno. O desenvolvimento está alicerçado sobre os planos das interações, pois é aqui aonde os primeiro símbolos das crianças vão se formar.
Vygotsky (apud BOOK) observa o quanto é importante à interação social no desenvolvimento humano e é aqui o papel fundamental de pais e professores como mediadores na formação social das crianças, pois diferente de Piaget, ele observa que para adquirir novas experiências, habilidades e atividades, é necessário à participação do adulto. Depois de internalizá-lo, a criança se torna voluntário e independente.
Para melhor ilustrar essa necessidade tomamos como exemplo o estudo feito por Vygotsky sobre o desenvolvimento da fala, ele observou que inicialmente os aspectos motores e verbais estão misturados, sendo a fala um meio de dirigir o comportamento do adulto e em uma determinada fase essa fala passa a ser distinta para si mesma adquirindo agora a função de autodireção. Ou seja, no começo a criança necessitou a intermediação do adulto para conquistar o que desejava e depois percebeu que ela mesma poderia fazer isso sozinha.
Ou seja, a fala inicial da criança tem, portanto um papel fundamental para desenvolvimento das funções psicológicas. A criança vai aprendendo a falar e a gesticular, a nomear objetos, a adquirir informações a respeito do mundo que a rodeia, a manusear objetos de eu universo cultura; ela vai se comportando de acordo com as necessidades e as possibilidades.
O aprendizado resulta em desenvolvimento mental, pondo em movimento processos que seriam impossíveis de acontecer já que ela não possui instrumentos endógenos para seu desenvolvimento. A escola surgirá, então, como lugar privilegiado para o desenvolvimento do organismo e a aquisição das capacidades superiores que caracterizam o psiquismo humano, pois é o espaço em que o contato com a cultura é feito de forma sistemática, intencional e planejada.
A aprendizagem acontece na interação de adultos e colegas e que o ambiente escolar é o local propicio para a estimulação do desenvolvimento cognitivo, social e afetivo da criança. Nessa perspectiva Japiassu salienta que:
Conhecer a abordagem interacionista do desenvolvimento e incorporá-la ao exame de questões que dizem respeito ao ensino do Teatro é de grande relevância para se contribuir com o esclarecimento das inter-relações entre Teatro e Educação.
Quanto ao desenvolvimento dos aspectos afetivos, que é um dos principais elementos do desenvolvimento humano, aqui será destacado o psicólogo Henri Wallon que foi o primeiro a quebrar os paradigmas da época ao dizer que aprendizagem não depende apenas do ensino de conteúdos: para que ela ocorra são necessários afeto e movimento também.
Ele afirmava que era preciso ficar atento aos interesses das crianças e deixá-las se deslocar livremente para que façam descobertas. Levando em conta que as escolas davam muita importância à inteligência e ao desempenho, propôs que considerassem o ser humano de modo integral. Isso significa introduzir na rotina atividades diversificadas, como Jogos .
Wallon observou que o desenvolvimento de crianças de 6 aos 9 anos depende essencialmente de como cada uma faz as diferenciações com a realidade exterior. Primeiro porque, ao mesmo tempo, suas idéias são lineares e se misturam ? ocasionando um conflito permanente entre dois mundos, o interior, povoado de sonhos e fantasias, e o real, cheio de símbolos, códigos e valores sociais e culturais. Nesse conflito entre situações antagônicas, ganha sempre a criança. É na solução dos confrontos que a inteligência evolui. Wallon garante que o sincretismo (mistura de idéias num mesmo plano), bastante comum nessa fase, é fator determinante para o desenvolvimento intelectual. Daí se estabelece um ciclo constante de boas e novas descobertas. (GALVÃO, 1993)
Ele observou ainda, que as transformações fisiológicas em uma criança revelam traços importantes de caráter e personalidade. "A emoção é altamente orgânica, altera a respiração, os batimentos cardíacos e até o tônus muscular, tem momentos de tensão e distensão que ajudam o ser humano a se conhecer" , explica Heloysa Dantas, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), estudiosa da obra de Wallon há 20 anos. Segundo ela, a raiva, a alegria, o medo, a tristeza e os sentimentos mais profundos ganham função relevante na relação da criança com o meio. "A emoção causa impacto no outro e tende a se propagar no meio social" , completa a pedagoga Izabel Galvão, também da USP.
A proposta de Wallon (apud GALVÃO) põe o desenvolvimento intelectual dentro de uma cultura mais humanizada. A abordagem é sempre a de considerar a pessoa como um todo. Elementos como afetividade, emoções, movimento e espaço físico se encontram num mesmo plano.
Trabalhar os aspectos do desenvolvimento da criança dentro do âmbito educacional é uma tarefa que muitas das vezes parece complicado, pois a realidade brasileira mostra o quanto os professores se sentem desmotivados com baixos salários e péssimas estruturas escolares e que essas ainda continuam com um modelo idealista arcaico. Por outro lado existe a criança que não tem um adequado acompanhamento e como conseqüência, elas também estão desmotivadas. A tarefa é árdua que cabe a nós educadores (professores, genitores e gestores) agirmos em prol dessa mudança com ideais mais humanistas, valorizando desde cedo os aspectos emocionais, sociais e intelectuais da criança.
Tendo em vista desses conceitos e estudos acerca do desenvolvimento infantil e ainda embasada de um conhecimento teórico sobre os Jogos Dramáticos infantis, fui instigada a observar como o casamento desses conhecimentos se executava dentro de um ambiente escolar infantil. Assim a respeito dessa experiência, tratarei no capítulo posterior como se deu essa vivência do início ao fim, bem como o perfil da escola e dos alunos envolvidos nesse experimento.
















4- UMA EXPERIÊNCIA NA ESCOLA EUVALDO DINIZ GONÇALVES
Para a construção deste capítulo será relatado uma experiência de estágio supervisionado de roteirização e montagem III realizada na Escola Euvaldo Diniz Gonçalves, localizada na Praça da Bandeira n° 70 no Bairro São José, em Aracaju, Sergipe.
Esse foi um estágio diferente de todos os outros, pois o público alvo agora seriam crianças que estivessem ingressas no ensino fundamental menor, ao contrário do Estágio supervisionado de roteirização e montagem cenográfica I e II que aconteceram em Laranjeiras, onde no primeiro trabalhamos com adolescentes do ensino médio e o segundo com jovens e adultos que estudavam a 6º série pelo turno da noite.
O Estágio I era composto de adolescentes com idade entre 14 e 17 anos e cursavam o primeiro ano do ensino médio, muitos deles moravam próximo da escola e outros moravam nos povoados próximo da instituição, esses últimos eram obrigados a se retirar vinte minutos antes do termino da aula por conta do horário do transporte escolar municipal que o conduziam até suas cidades, a esse fato atribuo a dispersão dos alunos quanto às atividades que trabalhávamos em sala de aula, pois era grande o numero de pessoas que dependiam desse tipo de locomoção. Mesmo com poucos alunos em sala de aula, conseguíamos desenvolver bastante e era muito gratificante esse retorno dele com o nosso estágio.
Já o público de estágio II eram alunos que trabalhavam pelo dia e estudavam pela noite, era um público que inicialmente pensávamos que não dariam importância a nossa presença em sala de aula, mas ao contrario desse pensamento, eles participavam ativamente. Como esses alunos eram pessoas que trabalhavam o dia todo, nosso planejamento com eles foi executar uma interdisciplinaridade com o assunto que eles estavam trabalhando com as artes visuais, como eles estavam estudando a arte medieval, determinamos trabalhar com eles características do teatro medieval, como textos e autores da época. Levamos apostilas criadas pela equipe de estágio no intuito de contextualizar aquele momento histórico, após essa etapa levamos para ele um trecho da peça O auto da barca do inferno de Gil Vicente e trabalhamos com eles. Inicialmente fizemos uma leitura do texto sem intenção e depois pedi para que eles colocassem intenção nas falas das personagens e a partir dessa etapa, expliquei a diferença de um para outro, disse que a leitura sem intenção é denominada de leitura branca e leitura com intenção é chamada de leitura dramática e propôs para eles que ao fim do estágio, fizéssemos uma leitura dramática daquele texto e todos aceitaram.
O estágio III aconteceu em Aracaju, isso por que foi acordado entre a professora e os alunos do 7º período que os discentes teriam a liberdade de escolher o local e o público alvo a ser trabalhado. Como já havíamos trabalhado com adultos e adolescentes, por conta da realidade de educação básica municipal e estadual de Laranjeiras a presença dessa faixa etária. Determinamos então, instituir a pratica pedagógica teatral com crianças que estavam iniciando sua vida escolar, mas é claro que havia outros motivos para a escolha do público alvo nesse momento.
O estágio continuou sendo realizado em dupla com parceria de Sandy de Oliveira Soares, colega de turma e Luiza Fernanda Secundo, também estudante de Licenciatura em Teatro da Universidade Federal de Sergipe, que se propôs a vivenciar uma experiência de estágio. A escolha por essas duas parceiras se deu por conta da afinidade delas com crianças, principalmente Luiza que já tinha um histórico com essa instituição, pois a mãe dela trabalhava nesse estabelecimento desde a sua infância.
A escolha pela Escola Euvaldo Diniz Gonçalves se deu por três motivos, primeiramente por nossa vontade de experimentar técnicas e exercícios de Jogos Dramáticos com crianças de seis a nove anos; pelo fato dessa instituição funcionar nos dois turnos e não contemplar atividades lúdicas no currículo e também pelo perfil dessa escola que acolhe crianças em educação integral.
Como optamos em trabalhar com o público infantil, precisamente com crianças do ensino fundamental menor que compreende do primeiro ao quinto ano, estagiamos com uma turma de cada série, sendo dedicada para cada turma uma hora por semana, então todas as segundas e quarta feiras das 14h00min às 16h30min horas estávamos presente na Escola Euvaldo Diniz.
A instituição de ensino foi bastante acolhedora em relação ao nosso estágio, pois é um local acostumado a receber estagiários, sendo estes os responsáveis por maior parte do quadro de professores da escola.
Inicialmente a inclusão dessa linguagem na escola foi vista, por parte dos gestores da escola, como uma atividade em que estaríamos empenhados em montar peças que abordassem o tema cotidiano daqueles indivíduos. Uma sugestão oferecida pela diretora foi que montássemos "Chapeuzinho vermelho" abordando a violência infantil, mais precisamente a pedofilia, pois era algo que muitos deles vivem ou viveu algum dia, muitas das vezes dentro da própria relação familiar. Conversamos com ela e tentamos convencê-la de que nossa finalidade naquele momento não era montar peças educativas e sim proporcionar um momento lúdico, que era algo bastante carente na vida daquelas crianças. Ela aceitou e confiou em nossa proposta.
As crianças permanecem na escola em tempo integral, ocorrendo pela manhã o período correspondente à série e pela tarde as aulas de reforço e de atividade complementares, como as nossas aulas de Teatro. A Escola também tem o perfil de receber crianças que são filhas de empregadas domésticas, ou seja, as maiorias das crianças ficam no colégio em tempo integral porque seus pais trabalham durante o dia e voltam as suas casas pela noite. Acreditamos que essas informações sobre a escola sejam de grande valia, pois isso nos ajudou a traças o perfil dos alunos, e percebemos que o papel da escola vai muito além do que estávamos acostumadas a ver.
No primeiro dia de aula fizemos um plano com a finalidade de conhecê-los, conversamos de um por um, perguntávamos sobre eles, o nome, do que gostavam de fazer, e como se viam daqui a dez anos. Eles participaram ativamente, as respostas foram curtas, porem espontâneas e criativas.
De inicio, aplicávamos Jogos Teatrais e começávamos a perceber que muitos deles não seguiam as regras preestabelecidas e acabavam criando variações dos exercícios proposto. Primeiramente essa não aceitação por parte deles foi muito estranhada pela equipe de estágio e assim percebemos conjuntamente que precisávamos de alguns estudos que nos amparassem melhor em nossas próximas aulas, então fomos entender a diferenciação do jogo teatral para o jogo dramático e passamos a compreender que o mais adequado para se trabalhar com criança nessa faixa etária são os Jogos Dramáticos, pelo seu caráter lúdico que se iguala com a própria natureza da criança. Então começamos a traçar outras metodologias com eles. Decidimos então, acatar as variações que surgissem no decorrer de cada atividade, assim respeitávamos as sugestões deles. Nesse momento passamos a perceber que eles se envolviam cada vez mais e os dias de nossas aulas passaram a ser esperados ansiosamente por eles. Diante dessa nova proposta lúdica de planejar a aula, passamos a utilizar técnicas de Jogos Dramáticos.

Como já frisado no primeiro capítulo dessa pesquisa, os Jogos Dramáticos são brincadeiras com características Teatrais que seguem a mesma natureza da brincadeira infantil e sua presença é de grande importância no cotidiano das crianças. Nesse sentido Slade salienta que:
É uma forma de expressão que diz respeito à natureza humana inteira. As crianças tornam-se confiantes e obedientes usando o drama e os adultos, sábios, observando-os, podem ver até onde uma criança chegou na vida. Pois é com a própria vida ? que esta forma de arte se preocupa na realidade. Conhecendo o Drama infantil, nossa atitude para com as pessoas pode mudar e nossa compreensão pode ser aprofundada. Ele é portanto de grande importância para todos os pais, bem como para os professores(...)


Nessa perspectiva, compreendemos a eficácia da presença dos Jogos Dramáticos na vida infantil devido à contribuição para o desenvolvimento cognitivo, social e afetivo e pelo fato deles se encontrarem numa idade onde o brincar é natureza própria dessa fase e devido à realidade em que eles se encontravam muitas das vezes o lúdico era algo que ficava distante do universo deles, assim valorizamos as brincadeiras que eles traziam consigo e mesclávamos com nosso repertorio de atividades lúdicas, era um momento de aprendizado para ambas as partes, pois eles aprendiam com a gente e nós aprendíamos muito mais com eles.
A maioria de nossas aulas começava com exercícios de atenção, como atividades em que equilibrávamos a bola em diversas partes do corpo e exercícios com comandos e depois partíamos para o jogo dramático propriamente dito. Tudo era trabalhado da maneira mais prazerosa possível, para que assim eles pudessem se sentir a vontade e participasse de nossas aulas.
Dentre atividades trabalhadas com eles, sempre utilizávamos de exercícios que exigissem seu envolvimento integral, desde o movimento corporal até seu envolvimento social e afetivo. Existia uma atividade que sempre utilizávamos no inicio de nossas aulas, que consistia em solicitar das crianças que ao nosso comando formassem grupos de acordo com o número solicitado. Essa atividade proporcionava a eles um momento de integração, onde àqueles que não se tocavam nesse instante passou a se tocar e se abraçar, ou seja, houve o momento de socialização e afetividade.
Foram três meses bastante significativos na vida de todos os alunos e estagiários. Para eles porque o lúdico, como já frisado anteriormente, era um momento que estava bastante carente na vida deles. E para nós três porque percebemos que nem todos os planejamentos que traçamos serão sempre seguidos à risca, entendemos que o verdadeiro planejamento é aquele que construímos conjuntamente entre o professor e o aluno. A gente passou a se questionar, como planejar atividades para alunos que ainda nem sequer estabelecemos nenhum tipo de contato e nem ao menos conhecemos? E chegamos à conclusão que a etapa do planejamento é algo bastante valioso para se estruturar o decorrer de uma aula, mas antes de qualquer coisa precisamos conhecer o universo cultural desses alunos e criar um vinculo com eles, para que através desse contato, seja possível estabelecer segurança e confiança entre ambas às partes e assim encontrar um planejamento qualitativo e significativo para a execução das aulas.
Todas as nossas aulas terminavam com uma conversa, em que era possível perceber a opinião deles sobre as aulas, a maioria avaliavam a aula com uma única palavra e geralmente todos repetiam a mesma opinião do colega, mas esse era um momento bastante valorizado por eles, era perceptível que a maioria deles queria se expressar para ter atenção voltada para si, pois muitos ali decorriam de uma família desestruturada com grande histórico de violência. Era notável a carência dessas crianças por alguém que o escutassem e lhe dessem atenção.
Com o tempo fomos conhecendo melhor a escola, saímos da sala convencional e fomos fazer nossas atividades na sala de dança ou até mesmo no pátio. O tempo nos fez estabelecer uma relação afetiva com os alunos e nem sempre seguíamos o nosso planejamento a risca em todas as aulas, devido ao desenvolvimento que a atividade estabelecia e sugeria como atividade lúdica.
Nossa aproximação também foi com a coordenação da escola, em que recebemos muito conselho de como proceder com eles. Devido a esse perfil de passar o dia todo na escola, percebemos em alguns momentos que a atenção para eles deveria ser redobrada. O exemplo disso foi em uma turma que a Diretora nos pediu para que conversássemos com eles, devido ao "mau comportamento" deles em outras aulas. Com isso preparamos uma atividade diferente para eles, sentamos todos no chão e fizemos uma roda em que era permitido falar o que quisesse, e a regra era respeitar o outro, ou seja, ouvir quando o amigo estivesse falando e falar quando fosse permitido.
Nessa roda percebeu-se que o problema do "mau comportamento" era que eles ficavam maior parte do tempo prestando atenção no que o outro estava fazendo. Pois quando eles levantavam a mão para falar eles não falavam sobre si mesmos, e sim sobre o colega. Então, um acordo foi estabelecido, podia falar o que quisesse sobre si mesmo, mas, nada de falar do outro colega. Dessa vez eles começaram a falar dos problemas de casa, e a função de todos era tentar dizer algo positivo sobre o assunto que o colega estava desabafando. Foi uma aula muito emocionante para todos, devido ao relato deles e a confiança que eles depositaram um nos outros.
Depois desse dia, no começo das aulas com eles, fazíamos essa roda durante um espaço curto de tempo, e depois começávamos a aula. A mudança foi notável. O momento da conversa em roda é possível trabalhar aspectos sociais e cognitivos como a integração da criança consigo e com o mundo à sua volta e através de Jogos, era possível notar o estimulo ao interesse, a investigação, ao senso analítico, a criatividade na articulação da sua própria opinião e o desenvolvimento do seu potencial expressivo.
As brincadeiras realizadas pelas crianças durante o estágio, mais especificamente o faz-de-conta, foi possível notar o envolvimento delas nas situações criadas por elas mesmas, tais situações muitas das vezes se assemelhavam com o seu cotidiano com perspectivas diferentes, ou seja, elas se apropriavam dos elementos de sua cultura dando outros significados.
Dentro dessas brincadeiras de faz de conta, sempre trabalhávamos atividades que proporcionassem o prazer a essas crianças, no intuito de integrá-las de forma lúdica dentro desse universo e assim promovendo seu desenvolvimento integral qualitativo.
Assim, foi notável a mudança qualitativa que os Jogos Dramáticos estimularam em grande parte das crianças que fizeram parte desse processo, visto que inicialmente, parte delas nem se envolviam nas brincadeiras e outras mantinham um comportamento inadequado dentro de tais atividades.
Nessa caminhada pedagógica observamos alguns aspectos que evidenciavam o comportamento desses alunos, além de seu histórico familiar, percebemos algumas posições autoritárias de algumas pessoas que conviviam com eles diariamente dentro da instituição como forma de receber o respeito deles, e o que se notou foi uma atitude amedrontada por parte dos alunos com alguns professores e funcionários da instituição que agiam dessa forma.
Finalizando essa reflexão que intitulei uma experiência na escola Euvaldo Diniz Gonçalves e devido às experiências anteriores de estágios constatei meu amadurecimento pedagógico diante desses alunos. Percebi como foram imprescindíveis as nossas conversas antes e depois das aulas, quando sentávamos para conversar sobre como foi a aula (erros e acertos) e para planejar as próximas etapas. Dessa forma conseguíamos alcançar os objetivos que almejamos no inicio de nosso projeto de estágio, mesmo nos adaptando as modificações necessárias dessa caminhada. Foi uma troca humana bastante significativa em nossas vidas.




















5- CONSIDERAÇÕES FINAIS
As teorias que abordam sobre desenvolvimento infantil demonstram que as condições orgânicas e sociais, influenciam profundamente as experiências de um indivíduo ao longo de seu crescimento. Assim a criança precisa ser estimulada nos seus aspectos sociais, cognitivos e emotivos com atividades que contribuam favoravelmente para seu desenvolvimento e os Jogos Dramáticos é capaz de cumprir esse papel.
A presença das artes, sobretudo os Jogos Dramáticos no constante desenvolvimento global das crianças é um grande estimulo ao processo de ensino-aprendizagem. Práticas educativas que visam exaltar somente o aspecto cognitivo da criança, deixando de lado o aspecto social e afetivo, são aitudes que demosntram que o desenvolvimento da criança é compreendido de uma forma banal, pois exaltar somente o aspecto intelectual é tornar cada vez mais a criança limitada e frustada. É prudente que se compreenda que a criança está em constante tranformações que requer tambem o suprimento das necessidades afetivas e sociais para que haja um desenvolvimento sádio.
Os Jogos Dramáticos ajudam em diversos fatores como o convívio em sociedade, o trabalho em grupo, a concentração, a memorização, tendo em vista disso o teatro na escola, não pode ser visto como uma atividade de formação de atores e sim como uma atividade lúdica que contribuirá para a formação do ser. Assim, é preciso se compreender primeiramente que a escola é o lugar onde o aluno pode ter acesso a experimentação de várias áreas do conhecimento, podendo escolher um caminho entre tantos outros para percorrer no ensino superior. O ensino do teatro nas escolas deve ser visto como um dos caminhos e não como oficinas de arte que objetivam a formação profissional da area.
Entende-se que o brincar para as crianças não tem função única de divertimento, como já citado anteriormente, já que é nas brincadeiras que a elas desenvolvem suas capacidades globais, como o social, intelectual e emocional. Por isso atividades que adentrem o universo lúdico devem ser cada vez mais valorizadas e presentes nas instituições escolares, para que juntamente com outras matérias e atividades, possam-se contribuir significativamente para o crescimento pleno da criança.
A inclusão de Jogos Dramáticos deve ser refletida desde o inicio de seu planejamento até o momento de sua aplicação, sem perder de vista a forma mais adequada de se trabalhar com os aspectos cognitivos, emocionais e sociais da criança.
Os Jogos Dramáticos bem apropriados por um profissional de educação servirão como uma ferramenta lúdica poderosa que contribuirá significativamente para o desenvolvimento humano dos pequenos aprendizes que anseiam encontrar no espaço escolar um ambiente propício para suas experimentações.
Por fim, a vivência com Jogos Dramáticos servirá de estímulos ao desenvolvimento cognitivo, emocional e social dos indivíduos participantes, pois os Jogos Dramáticos para crianças devem ser visto como meio de exteriorizar, ora pelo gesto ou pela voz, ou pelas duas expressões ao mesmo tempo, seus sentimentos e suas observações pessoais. Podemos compreender essa atividade como a primeira manifestação teatral que ocorre no âmbito familiar e da escola. Pode ser uma atividade coletiva ou individual, mas sempre será livre, participa quem quiser, e não visa a uma reprodução fiel da realidade. A característica principal deverá ser o prazer, mas, não poderemos esquecer que a aprendizagem lúdica poderá acontecer, sem necessariamente o prazer ser o foco do jogo dramático.
Portanto, ao final desse trabalho, acredito que a relevância das brincadeiras infantis, nesse campo de estágio que me propus, tenha seguido de um mero passatempo para um sentido educativo, sobretudo porque também acredito que os Jogos Dramáticos sempre servirão como ponte desse desenvolvimento pleno de aprendizagem.










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http://recantodasletras.uol.com.br/resenhasdeteatro/579253. Acessado em 18 de outubro de 2010 às 21h36min.


http://www.anped.org.br/reunioes/30ra/grupo_estudos/ge01-2860--int.pdf. Acessado em 05 de novembro de 201 às 10h29min.


http://www.revistafenix.pro.br/pdf22/texto_17_artigo_dossie_marina_miranda_de_carvalho_fenix_jan_fev_mar_abr_2010.pdf. Acessado em 14 de novembro de 2010às 17h54min.


http://www.revistafenix.pro.br/pdf22/texto_08_apresentacao_dossie_ingrid_dormien_koudela_fenix_jan_fev_mar_abr_2010.pdf. Acessado em 14 de novembro de 2010 às 20h25min.


http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/henri-wallon-307886.shtml acessado em 15 de setembro de 2010 ás 13h46min.


http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/educador-integral-423298.shtml acessado em 15 de setembro de 2010 ás 14h15min.


http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/biografia_jean_piaget.htm. Acessado em 14 de novembro de 2010 às 21h30min.


http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/biografia_vygotsky..htm. Acessado em 14 de novembro de 2010 às 21h35min.


http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/formador-criancas-pequenas-422947.shtml. Acessado em 15 de novembro de 2010 às 23h17min.

ANEXO A- Registro fotográfico

Figura 1: Atividades coletivas aplicadas durante as aulas de estágio III
Fonte: Pessoal


Figura 2: Conversa em roda
Fonte: pessoal

Figura 3: resolução de conflitos
Fonte: pessoal


Figura 4: Envolvimento nos Jogos Dramáticos
Fonte: Pessoal




ANEXO B- Plano de Curso de Estágio III

1- Ementa
Vivencia de roteirização e montagem da produção cênica nas escolas de educação básica.

2- Objetivos
2.1-Geral: Utilizar Jogos Teatrais como ferramenta pedagógica para o desenvolvimento dos aspectos cognitivos, motor e afetivo.
2.2- Específicos:
? Desenvolver as habilidades psicomotoras do educando;
? Promover um ambiente favorável ao relacionamento social;
? Desenvolver as capacidades de relacionamento, espontaneidade, imaginação, observação, percepção e sensibilidade das crianças;
? Favorecer ao desenvolvimento do raciocínio lógico da criança;
? Incentivar o aluno a utilizar suas capacidades expressivas na comunicação;
? Possibilitar que as crianças criem personagens e pequenas peças Teatrais
3- Conteúdo programático
? Jogos Dramáticos desenvolvidos em etapas, o primeiro focando o relacionamento social, seguido por Jogos que trabalhem a espontaneidade dos envolvidos, finalizando com Jogos que trabalhem a observação e a percepção.
? Teoria do teatro: significados da palavra, origem e a tríade essencial que é o ator, texto e público.
4- Metodologia
Os estagiários propiciarão um ambiente favorável à participação ativa do aluno através da aplicação de dinâmicas individuais e em grupo, que possibilitarão o desenvolvimento de suas capacidades cognitivas. Será também aplicada uma aula expositiva para esclarecer os diversos significados da palavra teatro, bem como levar conteúdos que expliquem a origem da palavra teatro e a tríade essencial.
5- Recursos didáticos
? Som
? Objetos variados
? Pincel
? Quadro
? Cd
? Textos
6- Formas de avaliação
Avaliação processual observando o envolvimento e desenvolvimento dos alunos com as atividades propostas, após tal observação será passado para a professora responsável pela turma, um relatório contendo esses dados para que fique o seu critério à atribuição de notas.
7- Cronograma
Data da aula Conteúdo
03-05-2010 Apresentação da turma com o professor e vice-versa.
05-05-2010 Apresentação da turma com o professor e vice-versa.
10-05-2010 Introdução à história do teatro
12-05-2010 Introdução a História do teatro
17-05-2010 Jogos Dramáticos: Aquecimento corporal e vocal
19-05-2010 Jogos Dramáticos: Aquecimento corporal e vocal
24-05-2010 Jogos Dramáticos: Desinibição e relacionamento grupal
26-05-2010 Jogos Dramáticos: Desinibição e relacionamento grupal
31-05-2010 Jogos Dramáticos: Improvisação
02-06-2010 Jogos Dramáticos: Improvisação
07-06-2010 Avaliação
09-06-2010 Avaliação






ANEXO C- PLANOS DE AULAS


Aula 1: Dia 03/05/2010 e 05/05/2010
Objetivos: Conhecer o perfil da turma e suas expectativas quanto às aulas de teatro.
Conteúdos: Jogos de apresentação
Estratégias: Aula expositiva com orientação do professor
Avaliação: Posteriormente
Turma: 1º ao 4º ano

Aula 2: Dia 10/05/2010 e 12/05/2010
Objetivos: Propiciar ao aluno que ele aprenda sobre a origem do teatro e os diversos significados da palavra teatro.
Conteúdos: História do teatro, tríade essencial: Ator, texto e público e os diversos significados da palavra teatro.
Estratégias: Aula expositiva e 80 fotocópias.
Avaliação: Posteriormente
Turma: 1º ao 4º ano

Aula 3: Dia 17/05/2010 e 19/05/2010
Objetivos: Desenvolver as capacidades de expressão corporal e vocal e a coordenação motora.
Conteúdos: Jogos de aquecimento vocal e corporal
Estratégias: Aula expositiva, Som e Cd com músicas de cantigas de roda e músicas instrumentais.
Avaliação: Posteriormente
Turma: 1º ao 4º ano

Aula quatro: Dia 24/05/2010 e 26/05/2010
Objetivos: Desenvolver o relacionamento de grupo e promover a desinibição
Conteúdos: Jogos Dramáticos: Jogo do 1, 2,3, Jogo do gato e rato uma brincadeira escolhida pela turma.
Estratégias: Aula expositiva com orientação do professor.
Avaliação: Posteriormente
Turma: 1º ao 4º ano

Aula 5: dia 31/05/2010 e 02/06/2010
Objetivos: Desenvolver as capacidades criativas
Conteúdos: Jogos Dramáticos com objetos que na mão da cada integrante teria uma significação diferente e a partir desse novo sentido cada aluno iria para frente e mostrava seu objeto para os demais alunos.
Estratégias: Aula expositiva com orientação do professor e diversos objetos, como apagador, vassoura, boneco, caderno, etc.
Avaliação: Posteriormente
Turma: 1º ao 4º ano

Aula 6: 07/06/2010 e 09/06/2010
Objetivos: Fazer auto-avaliação e avaliação do professor no desenvolvimento de sua aula.
Conteúdos: Jogos Dramáticos: Jogo do 1,2,3, Jogo do gato e rato uma brincadeira escolhida pela turma.
Estratégias: Aula expositiva com troca de diálogos entre alunos e professor
Avaliação: resultados estão expostos no relatório final desse estágio
Turma: 1º ao 4º ano