Indivíduo x provações

 

Este artigo desafia o individuo à reconhecer e avaliar a presença de Deus em meio às provações do dia a dia. Analisa, ainda, as situações aflitivas como oportunidades de crescimento pessoal e renovação de uma aliança com Deus.

 

Eclesiastes 11.8 diz a palavra de Deus: "Mas se o homem viver muitos anos e em todos, ele se alegrar, também se deve lembrar dos dias das trevas, por quehão de ser muitos..."

A palavra citada refere às inúmeras provações que nos acometem no curso da vida. Nos faz atentar para o quanto é recorrente, mesmo ao crente fiel, as provações e desafios. Nos leva a perceber que nem mesmo aqueles que tiveram uma vida de crença invacilante no Senhor, foram poupados do sofrimento. Dentre estes, é possível que citemos José, Paulo e em especial Jó. Homens que provaram a si a Deus que eram fieis em seus propósitos de amar a honrar ao Senhor, no entanto, foram submetidos às mais duras provas, para que ao superá-las pudessem, proclamar a glória de Deus.

Com que habilidades lidamos com as adversidades? Como reagimos às provações? Qual a consistência da armadura a ser vestida frente à batalhas que testam nossa fé e nossa capacidade de acreditar, confiar e esperar no Senhor?

No transcorrer de nossa vida, somos submetidos a desafios que testam nossa fé e coragem. Muitas vezes, vacilamos ao questionar a presença de Deus ao nosso lado, ao duvidar que permaneça nos apoiando, ao pensar que Ele, nos abandonou quando temos demonstrado tanta fidelidade a seus princípios e sua obra. Mesmo porque, é exatamente quando nossa sintonia com Deus está mais viva que nos acometem as provações,no entanto, estes momentos configuram-se em "passaporte" para a obtenção de uma vida mais intima com deus.

Em Eclesiastes 7.3 somos alertados de que "melhor é a tristeza do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração". Obviamente, em uma escala de preferência, não diríamos preferir esta tristes à rir, no entanto, é na adversidade, que nos tornamos melhor. Ao final de uma prova, encontramo-nos mais maduros e mais capazes de lidar com as situações difíceis. Situações estas, que inicialmente pareciam de impossível resolução, no entanto, se cremos e entregamos a Deus, todo problema se resolve.

Indireta e inconscientemente, o sofrimento nos dignifica, nos torna mais humanos, mais sensíveis e mais abertos ao próximo. É através dele, que valorizamos os tempos de bonança, e neste, as inúmeras bênçãos que nos são derramadas constantemente sem que minimamente percebamos. É por meio do sofrimento que nos aproximamos mais das pessoas e de Deus. Este contato, promove inúmeros benefícios, entre eles: sabedoria e prudência.

Assim, sob forma de valorização das situações aflitivas, o Senhor nos orienta "Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores do que estes? Por que nunca com sabedoria isso perguntarias" (Ec 7.10).

O que é esta "sabedoria", senão a experiência adquirida em meio à prova? O que é a maturidade, senão a capacidade, de ver nas coisas mais complexas, um fato irrelevante, com sua superação condicionada apenas à cautela e à crença no pai?

Dessa forma, é notório que o sofrimento a nos é sobreposto, com vários propósitos, entre eles, o de nos tornar melhor e mais próximos de Deus. Em Tg 1.3 somos orientados de que "a prova da vossa fé produz paciência" e não há maior virtude. Estas provações nos promovem a possibilidade de consolidar junto ao Senhor uma aliança revertida de perseverança, coragem e fé. E estes, são os principais adjetivos atribuídos ao crente fiel.

Tudo o que há sobre o mundo tentará sobre nós, no entanto, revertidos da armadura que nos é dada pelo Senhor, somos capazes de responder a tais adversidades. Afinal, toda e qualquer tentação somente nos será posta sob os olhos do Senhor, que está no controle de todas as coisas. Isso nos reporta a 1 Co 10.13 onde cita "Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fel é Deus, que não vos deixarás tentar acima do que podeis; antes; com a tentação dará também o escape, para que a possas suportar".

O Senhor é perfeito em suas decisões, e somente nos testa até onde somos capazes de responder, embora, não haja, em nenhum lugar, descrito em sua palavra que aquele que crê estará livre de provações. Ao contrário, o Senhor nos firma na promessa de que muitos serão os altos e baixos de nossa vida e frente a este fato inevitável e inerente à própria vida, nos resta SUPERAR. Assim, cita em Ec 7.14: "No dia da prosperidade, goza do bem, mas, no dia da adversidade, considera porque também Deus fez este em posição àquele, para que o homem nada ache que tenha de vir depois dele".

Além das citações evidentes, contidas na palavra, devemos acreditar que sempre que estamos em sintonia com Deus, devolvendo trabalhos e atitudes que lhe satisfazem, estamos deixando insatisfeito, todo aquele contrário à obra do Senhor. E contra nós se levantarão as mais diversas formas de represália.

Sabemos, no entanto, que não é fácil, superar as perdas, as provações, os testes...não basta pedir... é necessário pedir com fé, "não duvidando; porque o que duvida á semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte" Tg 1.6.

Assim, não basta desejar e buscar a força para não vacilar na fé, faz-se necessário, ainda, enfrentar as batalha com alegria, acreditando, sem fraquejar, na infalível providencia do Senhor, como cita Rm 5.3-4 "a tribulação produz a paciência, e a paciência, a experiência e a experiência, a esperança". Esta ultima, nos leva a firmar nossa fé na providência divina que não atrasa-se ou adianta-se, mas vem no momento exato (Sl 27.14).

Odineia Mesquita

Psicanalista