FNC – Faculdade Nossa Cidade

Administração

Fábio Jsé dos Santos

Orientador – Lawton Benatti

A gestão do conhecimento dentro as organizações voltada para o estímulo à inovação.

Parte 2.

Processos e esquemas.

Capital de processos.

O capital de processos é constituído por processos devidamente mapeados e organizados, normas (como a ISO 9000) e programas direcionados aos colaboradores, que organizam e aumentam a eficiência da produção ou prestação de serviços.

Além de aumentar a eficiência na produção, o mapeamento dos processos contribui para detecção de oportunidades e facilita no momento de fazer alterações e correções.

Contribui na entrada de novos colaboradores e principalmente em seu treinamento.

Todo conhecimento prático dos colaboradores é organizado e estruturado no mapeamento dos processos.

Stewart (1998) coloca que a gestão do capital intelectual é como um oceano recém descoberto, que ainda não consta do mapa, e poucos executivos entendem suas dimensões ou sabem como navegá-lo. Podem saber um pouco sobre ativos intelectuais codificados, como patentes e direitos autorais. Podem ter uma noção do valor dos outros, como o patrimônio da marca. Podem intuir que o treinamento e a experiência obtidos na curva de aprendizado fazem parte, de alguma forma, de sua base de ativos.

Com isso é fato que os administradores precisam se tornar mais próximos de seus colaboradores.

Para isso, devem utilizar as ferramentas de gestão para conseguir captar o que existe de melhor nos colaboradores e que muitas vezes está escondido na exaustão das atividades rotineiras.

Captando conhecimento.

Com determinado tempo executando uma tarefa, operacional ou não, os colaboradores das organizações adquirem uma percepção que pode colaborar para a melhoria do produto ou serviço.

Mas para que isso aconteça de forma eficiente, é necessário ter um canal que possa recepcionar o conhecimento dos colaboradores.

Não haverá sucesso se a experiência dos funcionários não puder ser captada. As organizações podem receber informações diretamente dos colaboradores por meio de diversas ferramentas.

As reuniões de equipes, as cartas e caixas de sugestões, o conhecimento do trabalho realizado em outras áreas, a participação direta no processo de decisão, são ferramentas que geram um retorno de colaboradores que possuem conhecimento sobre a organização.

Meio ambiente.

O meio ambiente em que a organização atua e ao mesmo tempo proporciona para seus colaboradores, é fundamental para que o conhecimento possa ser utilizado e se transforme em estimulo para a inovação.

Sveiby (1998) coloca que a economia da era do conhecimento oferece recursos ilimitados porque a capacidade humana de gerar conhecimentos é infinita. Sendo assim o ambiente fornecido para que os colaboradores atuem deve ser pensado para que esses tenham acesso aos canais de captação de conhecimento.

A gestão deve ser próxima dos colaboradores. A arquitetura dos escritórios devem favorecer a comunicação e evitar barreiras entre os departamentos e pessoas.

Os colaboradores devem se sentir próximos da gestão e se sentirem confortáveis para abordarem todos que estiverem ao seu redor. A competitividade deve ser explorada não somente para se obter produtividade e qualidade, mas também, para conseguir melhoria nos processos e inovar. Uma forma para se chegar a esse resultado é o estimulo as sugestões.

Nonaka e Takeuchi (1997) afirmam que as empresas japonesas são peritas em fomentar a inovação de forma contínua, incremental e em espiral e que a chave disso é a criação do conhecimento organizacional, que é entendido como a capacidade de uma empresa de criar novo conhecimento, difundi-lo na organização como um todo e incorporá-lo a produtos, serviços e sistemas.

O capital de inovação é o potencial de renovação do trabalho executado e os resultados da inovação que é facilmente percebida pelos cliente. Os produtos e serviços oferecidos apresentam características que melhoram constantemente a vida dos clientes e por sua vez os clientes aceitam com maior flexibilidade o que inova e facilita suas vidas.

Nonaka e Takeuchi (1997) relatam uma nova estrutura, chamada de organização em “hipertexto”, para permitir a criação do conhecimento de forma eficaz e contínua na organização, transformando dinamicamente o conhecimento entre dois níveis estruturais: o nível de sistema de negócios, organizado como uma hierarquia tradicional, e o nível de equipe de projeto, organizado como uma força-tarefa típica.

O conhecimento gerado nos dois níveis é então categorizado e contextualizado no terceiro nível, a base de conhecimento.

A estrutura organizacional tradicional, é extremamente formalizada, especializada e centralizada, alcança bem os resultados do trabalho de rotina e em grande escala.  Já a estrutura conhecida como estrutura de portas abertas, consegue atingir o mesmo objetivo, porém fornece mais subsidio para extrair de seus colaboradores o conhecimento a ser utilizado no processo de inovação.

É extremamente difícil alterar a cultura existente na maioria das organizações. De imediato, no mínimo custoso, pois as algumas mudanças exigem alterações na estrutura de produção e escritórios.

Porém o resultado obtido gera melhores condições para que a gestão atue na captação da experiência dos colaboradores no processo de mapeamento do conhecimento existente em todos os níveis hierárquicos.

Para que ao final desse processo o resultado seja positivo, é necessário alcançar a inovação em diversos temas da organização. Inovação nos processos, nos produtos produzidos, no serviço prestado e inclusive na logística.

Somente haverá o resultado positivo se existir um bom aproveitamento e gestão do conhecimento. Assim é possível também alcançar a continuidade da inovação, pois um ciclo será consolidado envolvendo os colaboradores, processos e meio ambiente.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

NONAKA, Ikujiro, TAKEUCHI, Hirotaka.  Criação de Conhecimento na Empresa: como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação.  Rio de Janeiro: Campus, 1997.

STEWART, Thomas A.  Capital Intelectual: a nova vantagem competitiva das empresas.  Rio de Janeiro: Campus, 1998.

SVEIBY, Karl E.  A Nova Riqueza das Organizações: gerenciando e avaliando patrimônios de conhecimento.  Rio de Janeiro: Campus, 1998.