Basicamente, será objeto de investigação a filosofia da educação a partir da dimensão social, política, ética e existencial do homem, por meio do platonismo.

Não podemos negar que somos seres sociáveis e que vivemos em comunidade, sejam estas comunidades abertas ou fechadas temos por obrigação nos relacionarmos uns com os outros.

Constantemente, somos tomados pelo impulso da criatividade e nos moldamos a cultura, somos seres políticos e nos organizamos conforme os interesses do bem comum, não é verdade? Somos regidos por leis (direitos e deveres), somos um país, uma nação e fazemos parte da construção civil do Estado, somos democráticos, votamos e escolhemos nosso próprio estilo de vida, somos cidadãos. É por isso, afirmo com veemência que somos seres do comum, não podemos negar a existência de círculos a nossa volta, estes círculos são a dimensão da comunidade do qual fazemos parte desde que nascemos. Nesse mundo do qual fazemos parte, não podemos negar a educação enquanto provedora da evolução e revolução humana, no qual através dela não temos limites para realizarmos os nossos sonhos.

Sem educação não somos nada. É através da educação que tomamos consciência de nossa própria existência. Vejamos o caso de uma nação desenvolvida e rica, ela só o será por completo se, seu foco principal for a formação humana através de uma educação de qualidade.

Por mais que haja uma transformação social e econômica, a educação nunca deixará de está à frente dessa mudança.

É por isso, que iremos resgatar o pensamento de um dos mais importantes pensadores da história da filosofia, neste primeiro momento quero, destacar o pensamento de Platão como ponto de equilíbrio entre o passado e o novo, mas, que este passado está sempre atual, aliás, ele nunca deixou de ser atual, porque possui conceitos filosóficos insuperáveis ao longo dos séculos. Este mesmo passado será responsável por julgar o presente e o construir o futuro, de fazer sempre o novo, mudando tudo e todos.

O pensamento platônico é atual e amplo. Porque busca conhecer o objeto essencial de uma natureza humana que ainda está por se revelar, ele busca bem mais que a realidade das coisas. É através de um projeto educacional, que Platão idealiza a sociedade perfeita, ele cria uma ideia de mundo perfeito a partir de si mesmo, negando o erro e imperfeito.

Somente a educação será capaz de transformar os homens em homens educados, instruídos que servirão de elementos para uma potencial mudança, porque o mundo em si é mudança (é Devir). Posso afirmar sem medo de errar que, se o homem não estiver preparado para a mudança, ficará terminantemente parado no tempo, ficará para traz, e com isso, também não será capaz de realizar as mudanças que a sociedade tanto almeja e precisa.

A educação tem por proposta, transformar o homem em uma dialética, para que seja capaz de conhecer o bem, de fazer o bem. A educação é a prática do bem e saber o que é esse bem, significa elevar-se da categoria de homem-animal para homem-político, fazendo parte de um mundo.

É através do ideal que a educação platônica não visa um fim em si mesmo, mas, visa criar elementos necessários para transformar os homens, para que saibam do tamanho de seu compromisso com a comunidade, preparado para viver em sociedade e exercer sua cidadania, para construir, criar e recriar o seu próprio mundo.

O nosso mundo, ou seja, o mundo da modernidade precisa parar de fabricar seres fracos e desesperados, sofredores e solitários, seres que vivem presos as suas próprias angústias, seres que são incapazes de conviverem em um mundo de coletividades. Eu proponho uma educação dos sentimentos, de filosofia para a vida, onde prevaleça o todo em detrimento do “Eu”. Que seja uma educação de liberdades, mas, que delegue responsabilidades e deveres. Dê autonomia, mas, condicione sentimentos aos corações despedaçados e desiludidos com a vida, para que uns se preocupem com os outros, e principalmente com seus sentimentos.

Politicamente, devemos educar nossos jovens para que sejam os políticos do amanhã, que não sejam nem melhor ou pior dos que aqui estão nos governando, mas, que façam diferentes e sejam éticos e íntegros. Devemos amar e respeitar as crianças, para que sejam homens que amam e respeitam os outros semelhantes. A educação tem de deixar de ser utilitarista. Estou convencido de que toda forma de conhecimento é válido para a promoção da vida, que a educação seja integral, para que forme além do intelecto humano, forme o corpo e o espírito através da harmonia com a natureza, música, artes plásticas e o exercício do corpo.