Ensino Médio: até hoje está à deriva.  

Iza Aparecida Saliés

O Ensino Médio no Brasil até agora não convenceu, apesar das constantes intervenções do governo, os resultados das avaliações nacionais e internacionais, ambas, demonstram índices elevados de evasão, abandono e reprovação. Urgem providências sérias, os jovens precisam ter perspectiva de um futuro melhor.

Os dados são alarmantes, o abandono é acentuado no primeiro ano do ensino médio, dados de 2010 dizem que 12,5% dos alunos que ingressam nessa turma deixaram a escola, contra 7,6% no 3º ano[1]. São dados que demonstram claramente problemas estruturais, internos e externos, nos Sistemas de Ensino que atendem o ensino médio no país.  

É notória a dificuldade que os Estados encontram para atender o ensino médio, considerando que precisa de elevados investimentos como laboratórios, pesquisa, livros, equipamentos, formação para professores e demais coisas que possam somar aos aspectos pedagógicos.

Além de conhecer as deficiências dos Estados nesse atendimento, sabemos também, que as deficiências estão focadas nas escolas, no currículo de ensino, na formação de professores, nos materiais didáticos e na gestão da escola.

Outro desafio a ser superado é o da formação inicial dos professores que ingressam na rede estadual de ensino, fazem o curso em Institutos de Ensino Superior, cuja estrutura curricular ainda é dúbia, parte atende o bacharelado e outra o pedagógico, assim, não atende as demandas necessárias para trabalhar com aluno do ensino médio.

Não sabemos se o problema da formação inicial está nos cursos de pedagogia ou nas licenciaturas, ambos, denotam que não conseguem trabalhar de forma articulada os componentes curriculares dos conhecimentos básicos da ciência como os conhecimentos específicos da profissão, os pedagógicos.

As licenciaturas possuem uma matriz curricular cujos componentes pedagógicos como metodologia, didática, disciplinas estruturais de educação não  são abordadas de forma insuficiente, o tempo parece incipiente para tamanha complexidade que demanda formar uma pessoa para desenvolver habilidades e competências formativas para um educador, o  ato de ensinar e de aprender. Os reflexos disso tudo vai aparecer no como ensinar, o que ensinar e no como aprender.

Temos muitos professores com dificuldade de trabalhar determinados conteúdos no ensino médio, com sérias fragilidades pedagógicas, no domínio das teorias e as práticas pedagógicas, é gravíssima a situação, há caso em que os alunos deixam de conhecer conteúdos importantes para sua formação.   

Com essa clientela de profissionais da educação, os Sistemas de Ensino dos Estados precisam fazer fortes investimentos na formação continuada do professor, destinando recursos para fazer o que a formação inicial não fez. Na formação continuada o estado supri as carências dos cursos de formação de professor focado para a prática pedagógica, para o conhecimentos das normas e rotina da escola e mais, faz formações necessárias para a implementações e implementação de suas políticas educacionais.   



[1] Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).