O objetivo deste texto é proporcionar por meio de aporte teórico, uma breve reflexão a respeito da formação de professores para a educação infantil.

Relatos históricos apontam que o conceito de infância é uma ideia recente e que apesar de sempre existir criança, a infância não era considerada importante. (SARMENTO, 2004; Ariés, 1981).

Se atualmente as crianças são vistas como seres em processo de formação e desenvolvimento, na Idade Média, como afirma Ariés (1981) elas eram consideradas como adultos em miniaturas, desta forma, acredita-se que a partir das mudanças sociais ocorridas nesse período, a ideia de infância passou a ser pensada e construída.

Aos poucos as crianças passaram a ser reconhecidas como sujeitos de direitos a educação, saúde, bem como, moradia, alimentação e proteção.

Através da inserção da mulher no mercado de trabalho sentiu-se a necessidade de criar espaços em que elas pudessem ser “guardadas” em um abrigo seguro enquanto os pais trabalhavam. Reforçando assim, a tese de que as instituições de educação infantil tinham o caráter assistencialista em que predomina o cuidado das necessidades fisiológicas das crianças desprezando a função de educar.

Infelizmente, após tantas lutas e conquistas ainda há aqueles que consideram as instituições de educação infantil como um espaço de guarda das crianças enquanto seus pais e responsáveis trabalham.

Paiva e Santos (2012) reconhecem que a educação infantil, passou a ser considerada como um ambiente importante de socialização proporcionando a construção de uma educação de qualidade na qual requer profissionais que saibam reconhecer as especificidades desse ensino.

A respeito da formação de professores a LDB 9394/96 apresenta, no título VI do art. 62 que:

A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal.

Apesar de ser reconhecido por muitos como um elemento importante para a sociedade os professores são desvalorizados, visto que, em relação ao status social sua situação econômica é desprivilegiada. (PAIVA e SANTOS, 2012).

ANDRADE [s.d.,] afirma que para trabalhar na educação infantil é necessário ter um conhecimento teórico e prático adequados, pois a tese de que para educar e cuidar de criança basta ser mulher é uma ideia pejorativa, denegrindo o verdadeiro sentido da educação infantil.

O documento introdutório do RCNEI (1998) aponta que há uma necessidade de preparar adequadamente os profissionais que almejam trabalhar com a educação infantil, pois é notório observar que o papel destes profissionais vem sofrendo variações ao longo do tempo. O documento destaca que:

O que se esperava dele há algumas décadas não corresponde mais ao que se espera nos dias atuais. Nessa perspectiva, os debates têm indicado a necessidade de uma formação mais abrangente e unificadora para profissionais tanto de creches como de pré-escolas e de uma reestruturação dos quadros de carreira que leve em consideração os conhecimentos já acumulados no exercício profissional, como possibilite a atualização profissional. (BRASIL, 1998, p. 39).

Nesta perspectiva, compreende-se que o trabalho do professor de educação infantil é complexo e necessita assim como qualquer professor de uma valorização social.

Considerações relevantes

Entende-se que discutir sobre essa temática é muito importante, e há uma vasta lista de artigos acadêmicos que debatem de forma mais aprofundada este tema, porém o que procurei apresentar neste texto foi uma breve reflexão a respeito da formação de professores para a educação infantil.

 Referências Consultadas:

 

ANDRADE, J. Planejamento das atividades para a educação infantil: contribuição para o desenvolvimento da criança. Disponível em: http://www.artigonal.com/educacao-infantil-artigos/planejamento-das-atividades-para-a-educacao-infantil-contribuicao-para-o-desenvolvimento-da- crianca7023769.html Acesso em: Abril de 2015.

ARIÉS, Philippe. Os dois sentimentos da infância. In: História Social da Criança e da Família. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1981. p. 156-164.

Brasil. Ministério da Educação. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Vol.I _ Brasília: MEC/SEF, 1998.

________. Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

 PAIVA, Élis Franciélis Barbosa; SANTOS, Cenilza Pereira dos.  A formação do professor de educação infantil no curso de pedagogia da UNEB/DCHT CAMPUS XVI-IRECÊ-BA.Revista FACEVV. ISSN 1984-9133. Vila Velha. Número 8. Jan. / Jun. 2012.

SARMENTO, M. J. As culturas da infância nas encruzilhadas da segunda modernidade. In: M. J. Sarmento e A. B. Cerisara, Crianças e Miúdos. Perspectivas sociopedagógicas da infância e educação. Porto: Edições Asa, 9-34, 2004.