DISCALCULIA- CONHECIMENTO NECESSÁRIO PARA EDUCADORES Maria Terezinha Rosa Apendino Eloana Conceição Cucolo Da Matta Emanuelle Evellinn dos Passos Aniceto RESUMO Este artigo tem como objetivo informar sobre um distúrbio muito freqüente em sala de aula, e que por inúmeras vezes passa despercebido pela figura fundamental para detectar esse problema que é o “professor”, por falta de conhecimento sobre o assunto, pois os primeiros sintomas aparecem nas séries iniciais e se o professor tem pouco conhecimento, pode prejudicar e até bloquear o aprendizado da criança, se não for diagnostica por profissionais competentes esse aluno terá dificuldades em todas as séries do seu caminho escolar, tornando-a incapaz de compreender os conteúdos seguintes, tornando-se isolado e tachado como uma criança com problemas mentais, sem mencionar na ausência de tratamento. Não que o professor seja capaz de diagnosticar tal distúrbio, mas é o principal observador e informante da família para que os mesmos procurem os especialistas competentes para o caso. É muito importante buscar auxílio para descobrir a discalculia nas séries inicias, quando alguns sinais são apresentados, pois alguns alunos que são discalcúlicos são chamados de desatentos e preguiçosos por não compreender os mais simples conceitos matemáticos . Palavras chave: discalculia, dificuldade com a matemática, problemas com a sequência dos números. 1 – INTRODUÇÃO Com o intuito de atentar os educadores na observação de alunos que apresentam o distúrbio da discalculia, para que o mesmo possa intervir na informação dos familiares para a procura de profissionais competentes e até mesmo ao se preparar para lidar com os alunos com este distúrbio, esse artigo vem informar algumas características que são fundamentais para que o educador faça seu pré-diagnóstico em sala de aula. É muito comum ouvir depoimentos de alunos ao dizerem que não entendem matemática, e que apresentam dificuldades que aparentemente parecem simples. Ainda que seja comum as dificuldades em conceitos matemáticos, pouco se faz para saber o fundamento e como solucionar essa dificuldade, não que não haja atitudes dos educadores, mas sim pela falta de conhecimento sobre as causas das dificuldades matemáticas, ou seja, por não conhecer a “discalculia” trabalham-se atividades simples e que não são suficientes para o aprendizado dessas crianças discalcúlicas, pois a mesma necessita de atividades diferenciadas freqüentes e com acompanhamento. Pretende-se, portanto, dada a importância do assunto, contribuir com os professores e profissionais da área da educação, sobre tudo das séries iniciais e da área de matemática, de maneira que possam dar a devida atenção aos alunos que apresentam tais características, identificando-os e intervindo pedagógicamente, procurando auxilio na criação de estratégias de trabalho que permita o sucesso do educando. 2 - DISCALCULIA- CONHECIMENTO NECESSÁRIO PARA EDUCADORES A discalculia é um problema causado por má formação neurológica que se manifesta como uma dificuldade no aprendizado dos números. Essa dificuldade de aprendizagem não é causada por deficiência mental, má escolarização, déficits visuais ou auditivos, e não tem nenhuma ligação com níveis de QI e inteligência. “A discalculia está, sobretudo, relacionada às crianças, é evolutiva e não é lesional.” (Nicasio Garcia, 1998, p.115). Crianças portadoras de discalculia são incapazes de identificar sinais matemáticos, montar operações, classificar números, entender princípios de medida, seguir sequências, compreender conceitos matemáticos, relacionar o valor de moedas entre outros . Ladislav Kosc descreveu seis tipos de discalculia: “a discalculia léxica - dificuldade na leitura de símbolos matemáticos; - discalculia verbal - dificuldades em nomear quantidades; - discalculia gráfica - dificuldade na escrita de símbolos matemáticos; - discalculia operacional, dificuldade na execução de operações e cálculos numéricos; - discalculia practognóstica - dificuldade na enumeração, manipulação e comparação de objetos reais ou em imagens; - discalculia ideognóstica - dificuldades nas operações mentais e no entendimento de conceitos matemáticos.” ( 2006 apud Silva; Kosc,1974, p.84) Para que o professor consiga detectar a discalculia em seu aluno é imprescindível que ele esteja atento à trajetória da aprendizagem desse aluno, principalmente quando ele apresentar símbolos matemáticos malformados, demonstrar incapacidade de operar com quantidades numéricas, não reconhecer os sinais das operações, apresentar dificuldades na leitura de números e não conseguir localizar espacialmente a multiplicação e a divisão. Caso o transtorno não seja reconhecido a tempo, pode comprometer o desenvolvimento escolar da criança, que com medo de enfrentar novas experiências de aprendizagem adota comportamentos inadequados, tornando - se agressiva, apática ou desinteressada. O psicopedagogo é o profissional indicado no tratamento da discalculia, que é feito em parceria com a escola onde a criança estuda. Geralmente os professores desenvolvem atividades específicas com esse aluno, sem isolá-lo do restante da turma. A discalculia já pode ser notada a partir da pré-escola, quando a criança tende a ter dificuldades em compreender os termos já utilizados, como igual, diferente, porém somente após a introdução de símbolos e conceitos mais específicos é que o problema se acentua e sim já pode ser diagnosticado. Existem métodos que podem facilitar a vida dessas pessoas quando necessitam da matemática. Para melhorar o seu desempenho, o professor deve permitir que o indivíduo utilize tabuada, calculadora, cadernos quadriculados e elaborar exercícios e provas com enunciados mais claros e diretos. Ainda pode estimular o indivíduo passando trabalhos de casa com exercícios repetitivos e cumulativos. Para que a matemática não se desenvolva desde as primeiras séries escolares como um bicho de sete cabeças para alguns alunos, devemos como educadores saber identificar através das dificuldades apresentadas em sala de aula e já começar a tomar as providencias, que é em primeiro lugar, alertar os pais e deixá-los a par desses sintomas para que com a ajuda de um especialista na área como: psicopedagogo, psicólogo, psiquiatras e neurologista, tome as iniciativas cabíveis a esse caso, alem desses profissionais os jogos e atividades lúdicas que estimulam o raciocínio lógico como: dominó, cartas, quebra-cabeça, banco imobiliário, material dourado entre outros podem ajudar no desenvolvimento desse distúrbio, podendo ser trabalhado juntamente com outros alunos em sala de aula, evitando assim a discriminação ou exposição indevida do discalcúlico. 3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS Discalculia, um distúrbio praticamente desconhecido por profissionais da educação que merece ser divulgado e acima de tudo observado pelos pais e professores para que juntos consigam melhorar o aprendizado de quem mais sofre com a falta de informação “o aluno” que diversas vezes se recusa a fazer as atividades por não compreender e é classificado como aluno ruim e ate mesmo com problemas mentais. Ao se deparar com alunos discalculicos, o professor precisa dispensar maior atenção para poder identificar as dificuldades apresentadas que vão das dificuldades na compreensão da ordem sequencial numérica, contagem, valor da posição no sistema numérico à resistência a atividades de exigem leitura e escrita. Jogos e matérias concretos podem ajudar na compreensão desses conceitos e levantar o auto estima. Não podemos esquecer do apoio de uma equipe de acompanhamento que vai do professor, psicopedagogo e fonoaudiólogo para que juntos consigam resultados satisfatório do rendimento matemático escolar e do dia-a-dia desse aluno. 4 - BIBLIOGRAFIA GARCIA, J.N. Manual de Dificuldades de Aprendizagem: linguagem, leitura, escrita e matemática. Porto Alegre, ed.Artmed, 1998. SILVA, Wiliam Rodrigues Cardoso da: Discalculia: Uma Abordagem à Luz da Educação Matemática / Wiliam Cardoso da Silva – Guarulhos: [s.n.], 2006. 45 f.; 30 cm. Relatório Final (Projeto de Iniciação Científica) – Universidade Guarulhos. Orientador: Profª Drª. Rosana Tosi da Costa