RESUMO A aprendizagem humana é um processo continuo e permanente na vida das pessoas. Quando nos deparamos com uma dificuldade de aprendizagem faz-se necessário um repensar. As dificuldades de aprendizagem atingem uma parcela considerável das crianças em idade escolar e em alguma delas permanece ate a vida adulta. Atualmente é necessário que essas dificuldades sejam diagnosticadas e recebam tratamento adequado, para que a criança possa ter seu desempenho normalizado ou que seja menos comprometido. Pais e professores buscam trabalhar em conjunto para que sejam minimizadas as dificuldades encontradas pela criança. Este artigo visa auxiliar, pais e professores, na identificação de características de dificuldades de aprendizagem que as crianças apresentam em sala de aula, sendo necessário um encaminhamento aos profissionais para que se faça um diagnostico e inicie o tratamento, para que a criança possa ter sua dignidade restabelecida. Palavras chave: Aprendizagem. Dificuldade. Diagnostico. Introdução A aprendizagem do ser humano é um processo natural, que desde que a criança nasce vai se acumulando e construindo, assim também acontece com a aprendizagem escolar onde a criança inicia uma crescente busca ao conhecimento. O termo dificuldade de aprendizagem é muito confundido entre pais e professores por desatenção ou bagunça, porém a dificuldade de aprendizagem é um distúrbio que pode ser resultado de problemas cognitivos ou emocionais podendo afetar qualquer área do desempenho escolar. È quando a criança inicia sua vida escolar que o professor percebe o problema que ha muito tempo os pais já notavam, pois a criança já vem apresentando certos atrasos no desenvolvimento motor devido ao desajuste que apresenta. Todavia se torna importante que pais e professores saibam a diferença entre atraso no desenvolvimento, que deve ser diagnosticado pelo medico, ou simplesmente o tempo de maturidade da criança, pois cada ser tem o seu tempo de aprender. Daí a necessidade de ser comprovado, ou pelo menos identificado o problema para que se possa trabalhar com a criança da melhor forma possível, minimizando frustrações e sofrimentos. Pais e professores devem estar sempre atentos as causas possíveis de dificuldades de aprendizagens, que podem ser originadas por fatores orgânicos ou emocionais. Alem disso, deve-se sempre estar atento ao aluno que se apresenta muito calado em sala de aula, pois segundo Sampaio Não é só o comportamento agitado da criança que influencia nesta escala negativa. O aluno quieto, calado, pode estar entre aqueles que não aprendem bem. Por serem tímidos, quase nunca se manifestam, permanecendo com as duvidas acumuladas, tendo como conseqüência um baixo rendimento. (SAMPAIO p. 35) Desenvolvimento As dificuldades na aquisição do conhecimento que mais preocupam na atualidade são: dislexia, disgrafia, discalculia, dislalia, disortografia e o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), esse último traz muitos problemas nas salas de aula, pois apesar de inúmeras tentativas nem sempre, ou quase nunca, consegue-se alcançar o objetivo planejado, sem contar que a aceitação da família deve acontecer em primeiro lugar, haja visto que somente a partir dessa aceitação e o diagnóstico medico comprovado é que realmente a equipe escolar inicia alguns progressos no sentido da aquisição de aprendizado. Mas, cada uma dessas dificuldades merece atenção dentro da unidade escolar e também dentro do espaço familiar. Faremos um apanhado sobre cada uma delas: Dislexia É a dificuldade que aparece na leitura, impedindo o aluno de ser fluente, pois faz trocas ou omissões de letras, inverte sílabas, apresenta leitura lenta, dá pulos de linhas ao ler um texto, etc.. Para alguns estudiosos sua origem pode ser genética, porem nada ainda pode ser comprovado. Para que se possa ler é necessário saber que ler é interpretar o que se leu: Ainda sem saber realizar a correspondência correta entre os símbolos escritos e os sons que os representam, aos poucos se mantiver contato com o material de leitura e for estimulada a ler, a criança conseguirá situar todas as palavras de uma oração lida por ela, começando a perceber que a ordem da escrita corresponde a ordem das palavras (FERREIRO, p.60) Disgrafia Normalmente vem associada à dislexia, pois se o aluno faz trocas e inversões de letras conseqüentemente encontra dificuldade no grafar essas letras (escrita). Além disso, está associada a letras mal traçadas e ilegíveis, letras muito próximas e desorganização ao produzir um texto. Discalculia É a dificuldade que as crianças apresentam para cálculos e números, de um modo geral, não identificam os sinais das quatro operações e não sabem usá-los, apresentam dificuldade em compreender e interpretar o enunciado dos problemas, não conseguem quantificar ou realizar comparações, não entendem seqüências lógicas. Esse problema é um dos mais sérios, porém ainda pouco conhecido, costuma dizer que a criança não aprende porem não existem muitos estudos no sentido de diagnosticar a origem da discalculia. Dislalia É a dificuldade na emissão da fala, apresenta pronúncia inadequada das palavras, com trocas de fonemas e sons errados, tornando-as confusas. Manifesta-se mais em pessoas com problemas no palato, flacidez na língua ou lábio leporino. Problema de fácil diagnóstico, tratamento e acompanhamento de fonoaudiólogo pode amenizar o problema. Disortrogafia É a dificuldade que as crianças apresentam na linguagem escrita, pode também aparecer como conseqüência da dislexia. Suas principais características são: troca de grafemas, desmotivação para escrever, aglutinação ou separação indevida das palavras, falta de percepção e compreensão dos sinais de pontuação e acentuação. TDAH O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um problema de ordem neurológica, que traz consigo sinais evidentes de inquietude, desatenção, falta de concentração e impulsividade. Hoje em dia é muito comum vermos crianças e adolescentes sendo rotulados como DDA (Distúrbio de Déficit de Atenção), porque apresentam alguma agitação, nervosismo e inquietação, fatores que podem advir de causas emocionais. É importante que esse diagnóstico seja feito por um médico e outros profissionais capacitados. Acredito ser esse o mais grave e complicado problema encontrado na atualidade. Muitos são os estudos realizados, para diagnosticar e tratar o TDHA, porem os resultados são mínimos, mais e mais crianças apresentam o transtorno, cabendo ao professor, sempre muita atenção com os alunos que apresentam características do transtorno. Os traços característicos do TDAH são a desatenção, a hiperatividade, e a impulsividade que acabam por afetar a criança na aprendizagem e no comportamento. As crianças ainda podem apresentar pouca tolerância à frustração, auto-estima baixa e dificuldade de relacionamento com os colegas. Sua coordenação motora é falha, sendo uma criança muito desorganizada. Conclusão A criança que apresenta qualquer tipo de dificuldade de aprendizagem deve ser atendida na sua individualidade, buscando quando necessário apoio técnico, médico e terapêutico. Pois algumas dessas crianças com dificuldades de aprendizagem podem precisar de modificações apropriadas no programa e subsídios para auxiliá-las. Para Fonseca (1995), a criança com dificuldade de aprendizagem não deve ser “classificada” como deficiente. Trata-se de uma criança normal que aprende de uma forma diferente. Não pertence a nenhuma categoria de deficiência, não sendo sequer uma deficiência mental, pois possui um potencial cognitivo que não é realizado em termos de aproveitamento educacional. As escolas precisam fornecer às crianças com dificuldades de aprendizagem uma educação apropriada, incluindo bons sistemas escolares, bons profissionais que se dediquem ao diagnóstico cuidadoso e ao atendimento remediador de qualidade, servindo também de elo de ligação entre a criança e a família, tendo em vista que as famílias por vezes não aceitam as condições de seus filhos. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS CAGLIARI, Luis Carlos, Alfabetização e lingüística, Editora Scipione,1987. FERREIRO, Emilia. Alfabetização em processos,13º Ed. São Paulo,Editora Cortez, 2001. FONSECA, V. da. Introdução às dificuldades de aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. FREIRE, Paulo. A Educação na Cidade. São Paulo, SP: Cortez, 3ª ed,1999. PERRENOUD Philippe. A pedagogia na escola das diferenças: fragmentos de uma sociologia do fracasso. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001. ROCHA, Ruth, Quem tem medo de que?2ª Ed. São Paulo Global. SAMPAIO, Simaia. Dificuldades da aprendizagem: a Psicologia na Relação, Sujeito, Família e Escola; Rio de Janeiro: Wak Ed. 2009.