DESIGUALDADE E A PERSPECTIVA DE INCLUSÃO NO ÂMBITO ESCOLAR À LUZ DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

A escola é um meio de transformação social, responsável pela formação do indivíduo, promotora da autonomia, responsabilidade e valores, por isso cabe a ela o tronco inicial para o desenvolvimento da igualdade, a responsabilidade de promover o ensino de qualidade a todos, sem importar-se com a cor, raça, gênero ou deficiências. Para que haja uma maior homogeneidade entre os alunos a escola desenvolve projetos de inclusão social para alunos especiais e com superdotação, de forma a atender esses alunos de maneira “igualitária” em meio aos outros, para que possam desenvolver suas habilidades e competências. Porém há escolas que não estão preparadas para receber alunos especiais devido a sua estrutura física e também sua estrutura docente.

Por isso, para a realização deste trabalho é essencial pesquisas e entrevistas em escolas para ter conhecimento das reais condições em que se encontram os alunos com deficiências, como eles são atendidos e estimulados a desenvolverem suas habilidades. Desta forma, foi feita uma pesquisa na Escola de Ensino Fundamental Deputado José Pereira Lúcio, localizada em Vila Bananeiras, município de Arapiraca pertencente ao estado de Alagoas, baseada em uma entrevista com a diretora e o corpo docente, em que responderam as perguntas de um questionário sobre assuntos de diversidade e inclusão, quais os projetos propostos pela escola e a perspectiva de mudanças que eles almejavam, expondo também como tais assuntos eram tratados pela escola e pelo corpo docente, sem deixar de analisar também se havia o auxílio físico para o atendimento dos alunos especiais como salas multifuncionais, e também se o PPP era fonte de um projeto democrático construído continuamente.

A Escola de Ensino Fundamental Dep. José Pereira Lúcio, situada à Rua São José, 292, em Vila Bananeiras, teve sua origem em 1945 com o Prefeito João Ribeiro Lima. Este criou a Escola Rural Municipal Fernandes Lima que funcionava no salão do Sr. João Florentino e, em 1946, passou a funcionar no salão do Sr. Vicente Magalhães. Na gestão do então Prefeito Francisco Pereira Lima, de 1961 a 1966, foi construída uma sala de aula para funcionar a primeira escola municipal na localidade Sítio Piauí, como era conhecido na época. Em1970, aadministração municipal do Prefeito João Batista da Silva construiu uma escola em parceria com o Dep. Estadual José Pereira Lúcio, e em 29 de outubro, através do Decreto nº 544/70, denominou Escola Municipal Dep. José Pereira Lúcio, a unidade escolar de Bananeiras. Hoje a escola é considerada de porte médio. Funciona com 878 alunos, 68 funcionários – sendo 35 professores, 9 salas de aulas, 1 pátio, 1 sala para os professores, 3 banheiros – sendo 1 masculino, outro feminino com vários repartimentos e outro para os professores, e ainda uma sala para a diretoria, cozinha e despensa.

A escola atende a vários alunos especiais, com deficiência física e psicológica. Sendo que não há estrutura para atender esses alunos, não existem salas multifuncionais para que os alunos possam desenvolver suas capacidades com mais espaço junto com profissionais preparados para compreendê-los. E, quando precisam utilizar uma sala para atendimento especial, é realizado na sala dos professores. Mas, pelo que foi presenciada, a escola sempre desenvolve projetos para a inclusão desses alunos, tais como apresentações e peças teatrais envolvendo todos os alunos de forma homogênea. E, os professores tratam todos os alunos por igual, sempre alertando para o “bicho papão” que é o bullying – apelidos mal intencionados e também a rejeição de um coleguinha. As professoras conversam sempre com seus alunos, mas sempre há atos de descriminação entre um coleguinha e outro, sempre ocorre casos de um coleguinha formular um apelido de mal gosto para o outro. Por isso, essas crianças estão em constante aprendizagem acerca deste assunto.

Desta forma, a escola se esforça ao máximo para atender a estes alunos de forma mais acessível possível, através de recursos que tem em disponibilidade, como por exemplo, não disponibilizam de uma sala multifuncional, por isso realizam atividades na sala dos professores com joguinhos, quebra-cabeças e monta peças.

O Projeto Político Pedagógico é construído democraticamente, através de reuniões com o corpo docente, comunidade política e os membros da escola. Estando sempre sujeito a modificações, de acordo com o que se apresentar necessário modificar. Assuntos como projetos para superar a desigualdade e programar a inclusão são sempre pautados, de forma que venham a ser postos em prática por todos que fazem parte direta ou indiretamente da instituição escolar.

Portanto, a escola é o ambiente principal para promover a esperança de um futuro de inclusão e superar a desigualdade, pois serão educadas desde a sua infância contra atos de descriminação e preconceito para com o seu semelhante. Através de projetos, peças teatrais e apresentações as crianças vão se homogeneizando, trocando informações e tendo contato umas com as outras. Porém, necessitam sempre de atendimentos especiais para desenvolverem suas habilidades, podendo ser através de jogos que desenvolva suas habilidades e competências. Há escolas que não dispõem desses recursos, mas que há um grupo de professores que se esforçam para dar seu melhor em prol dessas crianças, como é o caso da Escola José Pereira Lúcio, mas que utilizam as fontes presentes para realizar seu trabalho. Alguns professores têm uma formação continuada, mas outros não.

É necessário que assuntos como este sempre estejam em pauta na elaboração do Projeto Político Pedagógico, e que este projeto seja fonte de observações diárias por parte da escola, envolvendo toda a comunidade que está envolvida na instituição escolar. Assim, é preciso repensar uma perspectiva de inclusão nas escolas a luz do Projeto Político Pedagógico, para que seja um assunto trabalhado diariamente como um objetivo a ser conquistado.