...E serão os dois uma só carne.

Deus, depois de gerar a mulher através de Adão, de constituir a família com o primeiro casal, estabelece um princípio universal - acultural e atemporal – para o matrimônio: ‘uma só carne’ - Gn 2: 24. Essa metáfora nos remete a conjecturarmos muitos aspectos da interdependência no casamento. O Criador, aqui, constitui um grande fundamento no matrimônio, uma lei magna, e como toda lei é para benefício do homem, se a cumprirmos vamos desfrutar de incontáveis benesses. A execução deste estatuto é essencial para o correto funcionamento do relacionamento conjugal, que reflete para uma família feliz e uma sociedade melhor.

Todos os decretos de Deus, a pesar de não conhecermos sempre os porquês, são bons e perfeitos. ‘Uma só carne’ nos faz refletir sobre unidade, coesão, união, etc. Homem e mulher, que através de um acordo, comprometem-se caminhar numa mesma direção e propósito até o fim de suas vidas. É como corpo e espírito, vivem e sobrevivem em dependência, de fato são uma só coisa, o ser.

 Muitos não seguem e nem conhecem o princípio da cumplicidade, separam-se em bifurcações que os distanciam cada vez mais, e, em desacordo com o projeto, vão colher o que plantaram: discórdia, incompatibilidade, perda da qualidade de vida, culminando num possível racha. Todo esse mal irradia e maltrata quem os circunda. Quando se vive a cumplicidade, ápice da comunhão, a vida corre como um rio perene.   Compartilhar os ideais, as dores, a simplicidade do dia a dia, as finanças como uma só, tudo isso com o foco de que se trata de ‘uma só pessoa’, isso sim é entender e obedecer a essa orientação do Éden. Acerta-se no alvo.

Deus estabeleceu a forma, e sua ação, sua presença, se torna eficaz quando encontra uma terra preparada, fértil. Quando o casal vive nessa sabedoria, compartilhando a caminhada, naturalmente as coisas vão melhor. Espiritualmente falando então, o Espírito Santo regozija-se muitíssimo e derrama suas bênçãos. Coisas que estariam em oculto, por haver unidade, são manifestas parte a um, parte a outro, até completar-se mutuamente.

Esse princípio tem que acontecer em todos os tipos de convivência. Na família e na igreja é um critério ímpar exigido pelo Pai. Ninguém vive sem depender do outro, não somos uma ilha. O Espírito de Deus realiza o seu querer na comunidade, mas através de cada um. Uns de uma forma, outros de outra. Mas sempre haverá essa interdependência. O salmo 133 diz o quanto é precioso a união para que ali seja derramada a bênção e a vida. Esta verdade pode funcionar numa empresa, escola, comunidade, etc., qualquer ambiente onde haja vivência humana.

Tentei eximir-se, mas não tem como. Falando de causa própria, tenho vivido essa realidade com minha esposa. Costumeiramente, temos sempre o nosso tempinho de compartilhar o cotidiano. Sobretudo, temos momentos mais específicos tratando assuntos diversos: vida espiritual, sexualidade, atualidade, Deus e muito mais. Se não transitarmos no mundo do outro, nos distanciamos. É incrível como o Espirito se alegra quando vivemos assim, e de repente, do nada, Ele traz revelações profundas e fortalece nossas almas e razão. Sou grato pela vida de Edilane, ela é um canal de ensinamento. Aprendo e dependo muito dela. Esse mesmo artigo, diria que foi gerado nessa cumplicidade conjugal.