Constrangidos pelo amor

Por Talita Menezes

Sabe quando você para pra pensar na vida e, entre tantos devaneios, percebe que Deus te abençoou com tantas pessoas maravilhosas?

Você pensa em sua família, nas pessoas que cuidam de você, te protegem e se desgastam para que você sinta-se bem; pensa no amor de sua vida, que dá brilho aos seus olhos, sorrisos sem motivos, e faz seu coração bater mais forte e mais fraco ao mesmo tempo; e você pensa também naqueles “anjos” que trazem luz à sua vida, cores aos seus dias e te fazem feliz pelo simples fato de existirem. A esses “anjos” nós chamamos de AMIGOS.

Com nossos amigos nós vivemos aventuras, enfrentamos perigos, vencemos barreiras e superamos limites. Ao lado deles temos coragem pra fazer coisas que jamais imaginamos fazer e a companhia deles nos faz querer ir mais adiante e vencer os nossos medos. Com eles, sorrimos e choramos, perdemos e ganhamos, lutamos e (às vezes) fugimos, pois as conquistas e derrotas não são apenas de um, mas são compartilhadas por ambos.

Nossos amigos nos dão conselho e auxílio quando precisamos; emprestam dinheiro, ombros e até o colo para chorarmos. Eles entendem nosso silêncio e sabem ler nossa alma através do nosso olhar. Eles nos ouvem e muito nos falam; falam o que nós queremos e até o que não queremos, mas precisamos ouvir. Eles não apenas nos dizem que somos especiais, mas em singelos gestos provam isso.

Com o passar do tempo, esses amigos tornam-se irmãos, primos, tios, pais, avós e por aí vai... Deixam de ser apenas “eles” e passam a ser um pouco de “nós”.

Mas, como reagir quando nossa imperfeição, nossos erros e defeitos os afetam? O que sentir quando, mesmo sem querer, machucamos quem tanto nos faz bem? O que pensar quando nos precipitamos e julgamos alguém por fazer algo que nós também fazemos?

Nessas horas, as lembranças dos bons momentos que vivemos juntos vêm à tona e é como se esbofeteassem nossa face revelando nossa ingratidão. Nosso coração aperta e em nós surge a dor de saber que provocamos tristeza no coração de quem tanto nos fez sorrir. Nos sentimos criaturas terríveis por vermos que um pequeno erro fez tanto estrago. Mas... somos humanos! Falhamos e continuaremos a falhar durante a vida. Inevitavelmente nossos erros atingirão quem está ao nosso redor - por mais injusto que isso seja.

Diante dessa trágica realidade, a única solução que nos vem à mente é a solidão. Procuramos nos isolar e nos afastamos das pessoas, a fim de não machucá-las outras vezes. Pensamos que decepcionar um amigo uma vez é horrível, mas duas ou três vezes, já nos tira qualquer direito de existir na vida dessa pessoa. E quando estamos prontos a riscar os “anjos” de nosso mundo, uma luz brilha e as coisas começam a mudar...

Deus nos faz entender que Ele, antes mesmo de nós nascermos, já sabia que seríamos assim – fracos, falhos e cheios de defeitos – mas, ainda assim, Ele nos amou e colocou esses anjos/amigos em nosso caminho para, dentre tantas outras formas, nos mostrar esse amor que sente por nós.

Deus nos faz ver que perfeição só Ele tem; que, enquanto estivermos aqui na terra, nossa tarefa é continuar tentando acertar e quando errarmos, Ele estará sempre ao nosso lado para dizer “Vamos tentar outra vez?”.

Deus nos mostra que a melhor forma de tentar acertar é amando, porque se nós amarmos nosso próximo em todo o tempo – independentemente se o amor for retribuído ou não – quando nós errarmos outra vez, (talvez) todo o amor ofertado antes seja maior que nossa ofensa, pois o amor “cobre uma multidão de pecados”.

Então, AME! Ame a todos os que estão perto e os que estão longe de você. Ame-os em todo o tempo. Prove seu amor não apenas com palavras, mas em ações também. E quando (sem querer) você, por causa de seus erros e defeitos, voltar a machucar alguém, você saberá o quão maravilhoso é o poder do perdão e a felicidade de saber que (também) somos amados, apesar de sermos como somos.

“O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor jamais acaba.”

I Cor 13.7,8a