CONCEPÇÕES DE INTEGRAÇÃO ENTRE FAMÍLIAS, E, SEU(S) FILHO(S) DEFICIENTE(S) HOJE: UMA NECESSIDADE PARA A EFETIVAÇÃO DA APRENDIZAGEM EDUCACIONAL 

Maria Aparecida Mendes dos Santos 21/06/2013 

            O presente estudo tem como ponto de partida as indicações de PAULA (2007) "para orientar os pais nas questões relativas às necessidades especiais de seu filho com deficiência, assumindo uma atitude ativa na direção da própria vida e da vida de seus filhos, participando das escolhas e decisões, especialmente quanto ao processo educacional."

     Há que se considerar, portanto, as mudanças decorrentes na sociedade frente à imagem da família, bem como, do papel que cada membro da unidade familiar representa atualmente. Assim sendo, é importante falarmos sobre o papel que a mulher tem hoje com relação à hierarquia familiar, ressalvando que, o papel tradicional de homem sofreu mudanças consideráveis frente à sua posição de homem/casado/mantenedor da família. Haja vista que, a mulher desde a década de 70, por conta da sua inserção no mercado de trabalho, e, pelas constantes crises de desemprego masculinos, vêm colaborando com a manutenção do "Lar", e ou, vêm sendo a única mantenedora deste, o que podemos notar na fala de BRAGA (iii). 

            Há ainda que, se considerarem  que, não só a mulher tomou frente da família (quer sendo casada ou solteira), como também, ocorreram novas concepções em relação à formação do núcleo familiar, há hoje mães que dependem de parentes (pais, avós) para se agruparem enquanto família há pais que por motivos variados passaram a tomar conta dos filhos (independente da presença da mãe/esposa), há casais homossexuais (que vêm alcançando cada vez mais os mesmos direitos que a família conjugal tradicional) esposo/cônjuge/esposa/cônjuge, bem como, outras formações familiares.

            Devido a essas novas concepções de família, portanto, se faz necessário o respeito às diferentes formas de se pensar e se constituir a família, bem como, suas crenças, valores, e, concepção de hierarquia dentro do núcleo familiar. Pois, hoje vivemos em uma sociedade inclusiva, onde a participação de todo e qualquer ser humano nas diversas instâncias sociais, e, serviços públicos como a escola devem ser priorizados.

​            De acordo com PAULA (2007) uma sociedade inclusiva pode ser tida como um espaço onde:

 

 

[...] as diferenças sociais, culturais e individuais são utilizadas para enriquecer as interações e a aprendizagem entre os seres humanos. Trata-se de uma mudança profunda no comportamento e na atitude das pessoas. No caso específico das pessoas com deficiência, promover a compreensão da diversidade é a forma mais coerente de favorecer a inclusão social e a aprendizagem dessas pessoas.

 

 

             Daí a importância da família frente à educação do(s) Deficientes, pois, essa tem papel fundamental, já que, "é na família que aprendemos a nos relacionar com os outros. [...], a construção dessa sociedade inclusiva começa nas famílias. Os pais e as próprias pessoas com deficiência são seus principais agentes." PAULA (2007)

            Porém, se a família não estiver realmente envolvida com as ações que permeiam o seu papel frente à realidade social, com constante participação em reuniões escolares, de igrejas, associações, serviços públicos, ocasiona-se uma desinformação a respeito do que é melhor ou essencial para o seu filho, principalmente, o Deficiente. 

       Portanto, é importante que a família esteja participando dessas reuniões, sugerindo, questionando, conhecendo, aprendendo e se inteirando das propostas dispostas para o seu filho ou sua família em tais eventos. Assim sendo, os pais não mais deixarão sua responsabilidade para com a integração/inclusão/educação de seu filho para que outros profissionais decidam por eles o que será feito, e qual serviço será oferecido ao seu filho para que, esse venha efetivamente estar em um espaço educativo/inclusivo, e, reabilitador (se necessário). 

            Segundo PAULA (2007:

 

 

para se construir uma sociedade inclusiva é fundamental que as famílias tenham autonomia para cuidar das questões relacionadas às necessidades especiais de seus filhos. Em uma sociedade inclusiva, as famílias de pessoas com deficiência devem estar presentes em todos os momentos, participar das decisões, fazer valer os seus direitos e lutar por melhores condições de vida para todos.

 

 

            Como se pode notar, é de estrema importância o envolvimento dos pais frente à educação dos filhos, para que, esses realmente sejam incluídos tanto na escola, quanto na sociedade, pois, permitirá que ele vivencie situações de convivência/aprendizagem/entretenimento/outros, com as mais diversas crianças de sua escola.

            Hoje é preciso "reconhecer os benefícios que uma escola inclusiva traz para todos os alunos. Nessas escolas, as crianças aprendem umas com as outras. Crianças sem deficiência aprendem a reconhecer e valorizar as diferenças entre seus colegas." PAULA (2007)

         Permitir que o seu filho Deficiente conviva em novos ambientes como a escola, e, fora do âmbito familiar que está acostumado, o ensinará a lidar melhor com a própria deficiência, também, colaborará para que ele tenha um futuro melhor, pois a escola aí, representa a própria sociedade.

            A escola é também, um espaço para a convivência, aceitação, e, valorização as diferenças e diferentes, como as características distintas de cada um, por isso, se torna um espaço inclusivo, e, é "construída sob o princípio da educação como direito de todos os cidadãos.” PAULA (2007)

           Portanto deve ser oferecida em todas as modalidades: Educação Infantil, Ensino Fundamental I e II, EJA, Ensino Médio, Ensino Técnico, Ensino Profissionalizante e Universitário. Daí a importância de que a família esteja envolvida com o processo educacional inclusivo de seu filho, pois, assim perceberá o quanto ele poderá evoluir em nível de aprendizagem, e, socialização. E posteriormente, constatará o quanto sua contribuição significou para essa evolução/ crescimento.