Com a finalidade de orientar professores, a escola, a família e o próprio aluno portador de dislexia. COMO LIDAR COM A DISLEXIA NA ESCOLA

DAIANA ALMEIDA*

RESUMO

Por se tratar a respeito de como lidar com o aluno, com a incapacidade de compreensão do que se lê, devido a lesão do sistema nervoso, ou seja, a pessoa disléxica. Com a finalidade de orientar os professores, a escola, a família e o próprio aluno portador de dislexia. Sequentemente os recursos abordados neste artigo, são para colaborar na capacitação dos mesmos.

Palavras- chave: Família. Escola. Professor.


RESUMO

Por tratarse a respecto de cómo reaccionar con el alumno, con la incapacidad de comprensión de que se leer, resultado de las lesiones del sistema nervioso, o sea, la persona con dislexia.
Con la finalidad de orientar los profesores, la escuela, la familia y lo proprio alumno portador de dislexia .En secuencia los recursos abordados neste artigo, son para colaborar en la capacitación de los mesmos.

Palabras Llave: Familia, Escuela, Profesor


INTRODUÇÃO

O presente artigo posicionará sobre como lidar com a dislexia na escola e como os professores, a família e o aluno portador da dificuldade, podem ser o eixo de facilitadores e não os dificultadores do processo de aprendizagem no âmbito escolar. Sendo que o conhecimento e a participação do professor influenciam diretamente na aprendizagem do aprendiz em sala de aula. Priorizando a ação e reflexão tanto do professor quanto do aluno. Entretanto essa abordagem inicia-se a parti do conhecimento básico sobre o que vem ser dislexia e qual o processo de tratamento do aluno portador, qual o papel da escola e do professor em proporcionar espaço, métodos e técnicas para que o aluno disléxico possa se sentir apto a adquirir e construir conhecimentos para sua formação ética, profissional e moral. Enfatizando que o tema dislexia se faz presente no cotidiano da educação. O referido traz um relato sobre a ação do pedagogo a frente de um aluno com distúrbio de compreensão do que se lê. De maneira a focar a relação "família e escola" e suas ligações. Sempre visualizando o sucesso de seus alunos. Sendo que o papel do pedagogo juntamente com a escola é se esforçar a melhorar as situações problemas e acolher os alunos com ou sem dificuldades de aprendizagens. A dislexia faz parte de um dos tantos fatores de dificuldades de aprendizagem, principalmente nas séries iniciais.
Aos professores cabe: observar os alunos tanto em sala como fora; comunicar aos especialistas se há alguma criança com problemas; preparar as aulas, organizando o material e os recursos didáticos para motivá-los; estar ciente de todos os distúrbios e saber diferenciá-los; procurar conhecer as diferentes formas de avaliações, para que o rendimento escolar dos alunos aumente e não reduza; levar em conta as possíveis perturbações físicas, emocionais, sociais e outros, que sofrem os alunos durante as épocas de provas.




1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Dislexia é um distúrbio de leitura, onde a criança demonstra sérias dificuldades com a identificação dos símbolos gráficos no início da sua alfabetização, o que acarreta fracasso em outras áreas que dependem da leitura e da escrita.
A dislexia é considerada uma "disfunção cerebral". A origem no eixo cerebral (base psicomotora) cujo desenvolvimento é anterior a escrita. O disléxico não tem noção de lateralidade. Pode ser um distúrbio específico do indivíduo em lidar com os símbolos (letras/números), e para que esse possa ser ajudado pelos professores na sala de aula.
Aqui estão as principais dificuldades apresentadas pela criança disléxica, de acordo com a Associação Brasileira de Dislexia (ABD). São:
- Demora a aprender a falar, a fazer laços nos sapatos, a reconhecer as horas, a pegar e chutar a bola, a pular corda.
- Tem dificuldades para escrever números e letras corretamente; ordenar as letras do alfabeto, meses, anos e sílabas de palavras cumpridas, distinguir esquerda e direita.
- Necessita usar blocos, dedos ou anotações para fazer cálculos.
- Apresenta dificuldade incomum para lembrar tabuada.
- Sua compreensão da leitura é mais lenta do que o esperado para sua idade.
- O tempo que leva para fazer as quatro operações aritméticas parece ser mais lento do que se espera para sua idade.
- Demonstra insegurança e baixa apreciação sobre si mesmo.
- Confunde-se às vezes com instruções, números de telefones, lugares, horários e datas.
- Tem dificuldade em planejar e fazer redações.

O esforço de lutar contra as dificuldades, a censura e decepção as vezes leva a criança disléxica a manifestar sintomas como dores abdominais, de cabeça ou transtornos de comportamento
Em geral, ela é considerada relapsa, desatenta, preguiçosa, sem vontade de aprender, o que cria uma situação emocional que tende a se agravar, especialmente em função da injustiça que possa vir a sofrer.
Muitos conflitos e frustrações acompanham o disléxico e sua família, pois sendo ele normal intelectualmente, as expectativas da família são sempre muito altas. E é a família quem primeiro proporciona experiências educacionais a criança, no sentido de orientá-la e dirigi-la.

Para (Patrícia Secco, 2005, p. 14) "Bem, as coisas mudaram lá em casa também, pois os meus pais começaram a me ajudar da maneira certa. Eles tem lido muito para mim, além de me encorajar a ler livros curtos, mas muito interessantes".
Tais experiências resumem-se na maior parte das vezes com os pais que tem, consciência de que seus filhos precisam de acompanhamento familiar e escolar, e que por sua vez são influencia sobre o comportamento dos seus filhos.
"Desde então minha vida mudou! A professora procurou saber mais sobre dislexia e aprendeu diversas coisas, como: me explicar tudo passo a passo, dividir minhas lições em partes, deixar que eu faça minhas provas e testes oralmente e muito mais". (Patrícia Secco, 2005, p. 13).
Na escola, o professor deve estar sempre atento as etapas do desenvolvimento do aluno, colocando-se na posição de um facilitador da aprendizagem e calcando seu trabalho no respeito mútuo, na confiança e no afeto. Esses sentimentos serão a base para o conceito que formará de si próprio (autoconceito) e do mundo. Uma criança que é desprezada aprende a desprezar-se; uma criança que é amada e aceita, tenderá a desenvolver atitudes positivas para a formação de seu autoconceito . O professor deve estabelecer com seus alunos uma relação de apoio, sempre atento para quem ajuda e para que é ajudado nas percepções e atitudes
É de suma importância, portanto, que o professor conheça o processo de aprendizagem sobre a dislexia, esteja interessado nos seus alunos como seres humanos em desenvolvimento. Ele precisa saber o que seus alunos são fora da escola e como são suas famílias.
Reprovações e abandono escolar são ocorrências comuns na vida escolar de um aluno adulto com dislexia. Existem também conseqüências mais profundas, no nível emocional, como diminuição do autoconceito, reações rebeldes e delinqüências, ou de natureza depressiva.

"Não sei por que, mas as letras faziam uma confusão tão grande na minha cabeça que eu preferia nem olhar para elas! E se eu tinha de ler em voz alta, então, era horrível...
Eu morria de vergonha. Tinha certeza de que meus amigos estavam olhando para mim, achando que eu era burro" (Patrícia Secco, 2005, p. 05).

A motivação é muito importante para criança disléxica, pois, ao se sentir limitada, inferiorizada, ela pode se revoltar e assumir uma atitude de negativismo. Por outro lado, quando se vê compreendida e amparada, ganha segurança e vontade de colaborar.
2 DIAGNÓSTICO DE DISLEXIA NA ESCOLA
Ao contrário do que a maioria pensam, a dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição socioeconômica ou nível de baixa inteligência. Ela tem se mostrado como uma condição hereditária devido a alterações genéticas, mas isto só ocorre numa pequena porcentagem de casos. Ela também é caracterizada por apresentar alterações no padrão neurológico.
Portanto, esses múltiplos fatores é que a dislexia deve ser diagnosticada por uma equipe multidisciplinar. Esse tipo de avaliação dá condições de um acompanhamento mais efetivo das dificuldades seguido do diagnóstico, alinhado- o às particularidades de cada indivíduo, o que levanta a resultados mais concretos.

2.1 Sinais de Alerta

Como a dislexia é genética e hereditária, se a criança possuir pais ou outros parentes disléxicos quanto mais cedo for realizado o diagnóstico melhor para os pais, à escola e à própria criança. A criança poderá passar pelo processo de avaliação realizada por uma equipe multidisciplinar especializada, mas se não houver passado pelo processo de alfabetização o diagnóstico será apenas de uma "criança de risco".

Quando identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve se procurar ajuda especializada.

Uma equipe multidisciplinar, formada por Psicóloga, Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista e outros, conforme cada tipo de caso.

A equipe de profissionais deve verificar e observar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia. É o que se chama de avaliação multidisciplinar e de exclusão.

Outros fatores deverão ser descartados, como déficit intelectual, disfunções ou deficiências auditivas e visuais, lesões cerebrais (congênitas e adquiridas), desordens afetivas anteriores ao processo de fracasso escolar (com constantes fracassos escolares o disléxico irá apresentar prejuízos emocionais, mas estes são conseqüências, não causa da dislexia).

Durante o processo ainda é muito importante: A participação da escola, dos pais e levantar o histórico familiar e de evolução do paciente. Essa avaliação não só identifica as causas das dificuldades apresentadas, assim como permite um encaminhamento adequado a cada caso, por meio de um relatório por escrito.

Sendo diagnosticada a dislexia, o encaminhamento orienta o acompanhamento consoante às particularidades de cada caso, o que permite que este seja mais eficaz e mais proveitoso, pois o profissional que assumir o caso não precisará de um tempo, para identificação do problema, bem como terá ainda acesso a pareceres importantes.

Conhecendo as causas das dificuldades, o potencial e as individualidades do indivíduo, o profissional pode utilizar a linha que achar mais conveniente.
Os resultados irão aparecer de forma consistente e progressiva. Ao contrário do que muitos pensam, o disléxico sempre contorna suas dificuldades, encontrando seu caminho. Ele responde bem a situações que possam ser associadas a vivências concretas e aos múltiplos sentidos. O disléxico também tem sua própria lógica, sendo muito importante o bom entrosamento entre profissional e paciente.

Outro passo importante a ser dado é definir um programa em etapas e somente passar para a seguinte após confirmar que a anterior foi devidamente absorvida, sempre retomando as etapas anteriores. Ë o que chama-se de sistema multissensorial e cumulativo.

É de extrema importância haver também uma boa troca de informações, experiências e até sintonia dos procedimentos executados, entre profissional, escola e família.
3 SUGESTÕES PARA AJUDAR A CRIANÇA DISLÉXICA
Entre as sugestões apresentadas pela ABD, texto de Marion Welchmann, são:
Estabelecer horários para refeição, sono, deveres de casa e recreações.
- As roupas do disléxico devem ser arrumadas na sequência que ele vai vestir para evitar confusões e preocupações a criança (simplificar usando zíper em vez de botões, sapatos e tênis sem cordão e camisetas).
- Quando for ensinar a amarrar os sapatos, não fique de frente para a criança; coloque-se a seu lado, com os braços sobre os ombros dela.
- Como a criança tem muita dificuldade para saber horas, marque no relógio, com palavras, as horas das obrigações. Isso evita a preocupação da criança.
- Para as que tem dificuldade com direita e esquerda, uma marca é necessária. Isso pode ser feito com um relógio de pulso, um bracelete ou um botão pregado no bolso do lado favorecido.
- Reforçar as ordem das letras do alfabeto, cantando e dividindo-as em pequenos grupos.
- Ensinar a criança à "sentir" as letras através de diferentes texturas de materiais como areia, papel, veludo, e outros.
- Ler histórias que se encontrem no nível de entendimento da criança.



4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dentro do que foi abordado, de que forma a escola, os professores e os pais podem colaborar na prevenção das dificuldades de aprendizagem do aluno portador de dislexia, e dentre outras dificuldades.
Primeiramente há uma necessidade que todos se conscientizem de que esses problemas existem e que qualquer criança independente da classe social, está sujeita a algum deles. Por isso devemos fazer um esforço conjunto para tentar minimizar esses problemas ou até fazer com que eles sejam completamente excluídos da vida de todos os envolvidos.
À escola cabe o papel de orientar os professores, cuidar da atualização e aperfeiçoamento, fornecendo assistência pedagógica, biblioteca, recursos e materiais necessários, procurando ainda não superlotar as classes, para permitir o atendimento às diferenças individuais dos alunos. Também orientar os pais, a respeito desses problemas, através de palestras, filmes e discussões com especialistas.
Aos pais, cabe conhecer e compreender os distúrbios que seu filho pode apresentar, aceitando e seguindo orientações de algum especialista. Participar das reuniões escolares, onde pode acompanhar a evolução ou não do filho. Em casa é importante seu acompanhamento nas lições, supervisionando os hábitos de higiene e disciplina nos estudos, garantindo assim afetividade e um bom desenvolvimento tanto em casa quanto na escola.
Se cada um desempenhar seu papel de forma correta há uma garantia de que as crianças com ou sem dificuldades de aprendizagem se saiam muito bem acima do esperado.
A educação em seu ponto conceitual vai muito além de metodologia e transmissão, é através dela que uma sociedade perpetua seus conhecimentos, seus valores e sua cultura, transformando homens em pessoas melhores. A educação científica tem como objetivo principal (desenvolver a capacidade de pensar e agir de forma consciente), então se torna evidente que a metodologia de ensino pode fundamentar-se na pura transmissão de um conteúdo estanque, dogmático. Mas deve ajudar o aluno a aprender a observar, comparar, classificar, interpretar, criticar, elaborar hipóteses...
5 REFERÊNCIAS

SECCO, Patrícia. João preste atenção.Gráfica e editora Modelo Ltda. 1°ed.2005.
WELCHMANN, Marion.
http:// www.dislexia.org.br
http: // www.dislexia.com.br
http: // dislexianainfancia.blogs.sapo.pt/

*Acadêmica do Curso de Licenciatura Plena e Específica em Letras da Universidade Vale do Acaraú UVA- Macapá. Professora de Educação Infantil, 03/05/2010. [email protected] (ou) [email protected]