INSTITUTO DE ENSINO TEOLÓGICO

BULLYING: DILEMAS E CONSEQUÊCIAS

UM ESTUDO REALIZADO NO COLÉGIO ESTADUAL FLORESTAL

Erica Teles de Oliveira¹

Katiele Santana Santos²

 

Resumo

Diante as diversas pesquisas sobre bullying realizada em diferentes áreas, o objetivo deste artigo é mostrar as dificuldades enfrentadas pelas vitimas que sofreram esse tipo de violência, e também mostrar os efeitos psicológicos que o mesmo causa sobre essas crianças e adolescentes tem que se entender que o bullying não é uma brincadeira inocente, ele interfere no processo ensino e aprendizagem trazendo consequências negativas para a escola, não só para as vítimas, mas para todos que convivem neste ambiente. O bullying é a negação da amizade, do cuidado, do respeito. O agressor expõe o agredido às piores humilhações, de apelidos até as atitudes mais covardes de quem tem mais força física e também acredita ter mais poder, quando na verdade expõe o outro na tentativa de ser engrandecer, de alimentar seu ego pessoal, o agredido dificilmente encontrar coragem pra se defender, não são poucos os relatos de alunos que desistem de viver, quem tem à auto estima tão baixa a ponto de acreditar que as agressões acontecem devido a sua aparência. Os danos psicológicos em alguns casos chegam a ser tão grave, que a pessoa que sofre bullying terá vários problemas e traumas ao longo de sua vida, as mesmas sentirão se acuadas com medo de expor suas opiniões, poderá desenvolver quadros depressivos, além de poder se tornar agressivo fazendo novas vítimas, gerando sofrimento a outras famílias.

 

Palavras-chave:

 

Bullying, problemas emocionais, violência

 

Abstract:

 

On the various research on bullying performed in different areas, the goal of this article is to show the difficulties faced by victims who have suffered this type of violence, and also show the psychological effects that the same question about these children and adolescents have to understand that bullying is not an innocent joke, it interferes with the learning and teaching process bringing negative consequences for the school not only for the victims, but to all who live in this environment. Bullying is the negation of friendship, care, respect. The offender exposes the victim to the worst humiliations, nicknames until attitudes more cowards who have more physical strength and also believed to have more power, when in fact escapes another attempt be aggrandizing, feed your personal ego, assaulted hardly find courage to defend himself, there are few reports of students who quit to live, who has the self-esteem so low as to believe that the assaults happen due to its appearance. The psychological damage in some cases come to be so severe, that a person suffering bullying has several problems and trauma throughout his life, they will feel if acuadas afraid to expose his views, you can develop depressive frames can become aggressive making new casualties, causing suffering to other families.

 

Key-words:

 

Bullying, emotional problems, violence

 

INTRODUÇÃO

 

Bullying é toda a violência sofrida por uma pessoa vindo de outra ou de um grupo, consiste em agressões propositais e frequentes, aparentemente sem motivos, existe uma linha tênue entre brincadeira de mau gosto e bullying, as vezes o bullying surge como uma brincadeira de mal gosto, que se transforma em agressão, as pessoas que presencia o bullying acham bonito, já outros tem medo de falar e sofrer repressões. O termo bully, vem do inglês e significa “valentão”, até a década de 1970, ele ainda não era considerado violência, mas sim algo que fazia parte do amadurecimento das crianças, como explica Cleo Fante, pesquisadora sobre o assunto.

O mundo vem acompanhando sérios casos de bullying nas escolas, a criança que sofre o bullying fica mais tímida, sem quer sair de casa, perdendo vínculos sociais, além de apresenta na escola notas baixas, falta de concentração, sofrimento, fragilidade, pânico em pensar em voltar à escola, depressão, insegurança perdem o interesse em estudar e alguns casos até mesmo de viver. O bullying pode ocorrer em praticamente qualquer lugar no qual as pessoas interajam, como por exemplo, nas escolas, nas universidades, no local de trabalho, na família, etc. É caracterizado como todo e qualquer tipo de agressão física ou psicológica, e vem se tornando cada vez mais comum nas escolas.

Tem que se cuidar não só das vítimas também do agressor, por que tem algum motivo, se não ele não bancaria o “tal”, conforme afirmou a psicopedagoga Nivea Fabricio, os casos de agressão no geral vem de um histórico familiar, e também da crença popular, de que o fato de ser do sexo masculino tem-se que brigar, bater, agredir ofender como sinal de masculinidade.

Geralmente as vítimas de bullying tendem a fugi da escola, com dificuldade ou não na aprendizagem, a função da escola e da família é trazê-lo de volta à escola, dando apoio, fortalecendo e o valorizando. A ajuda de um psicólogo, de grupos de apoio, do professor, da família e dos amigos é fundamental.

O Bullying passou a ser objeto de investigação na Noruega a parti de 1970, na procura de entender o número crescente de tentativas de suicídio entre os adolescentes nas escolas. Pesquisas e campanhas passaram há investigar as causa e as estratégias preventivas para este fenômeno, com o objetivo de reduzir significativamente o aparecimento de comportamentos agressivos nas escolas.

Um dos pioneiros pesquisadores do bullying foi Dan Olweus, professor da Universidade de Bergen, na Noruega, que desde 1970, vem realizando pesquisas em escolas da Norueguesas afim de descobrir às consequências que o Bullying pode trazer para as suas vítimas.

No Brasil, as pesquisas em relação ao Bullying ainda estão em fase inicial, apesar de sua importância. Um dos trabalhos de maior visibilidade foi desenvolvido pela ABRAPIA (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência).

O interesse pelo tema surgiu por observar alunos e educadores, e seus comportamentos que vem mudando constantemente ao longo do tempo, além do bullying ser um problema de porte mundial e pode ocorrer em praticamente qualquer lugar no qual haja interação entre pessoas, como por exemplo, nas universidades, no local de trabalho, na família, nas escolas, onde vem se tornando cada vez mais comum.

            Já passamos ou estamos ligados á alguém que passa ou já passou por esse tipo de agressão, e também por se tratar de um assunto bastante debatido e que traz sofrimento e angústia aos envolvidos, direta ou indiretamente conforme afirmou Maria Teresa Maldonado, escritora de “A face oculta” livro adotado como leitura obrigatória em algumas escolas do Brasil.

            O bullying afeta tanto os agredidos a ponto de quererem abandonar a escola por medo que as agressões continuem, tem que se entender que ser diferente é normal. Se houvesse mais empenho por parte de funcionários da instituição, certamente esse quadro de violência escolar seria menor, já que as agressões no geral ocorrem fora de um olhar adulto.

Uma pessoa que sofre bullying terá vários problemas, ao longo de sua vida, as mesmas sentiram ser acuadas com medo de expor suas opiniões, uma parte das vitimas tem sua auto estima tão baixa que chegam a pensar que a culpa das agressões é dela por se considera feia, ou gorda, ou fraca, por ter alguma deficiência, enfim por vários fatores.

A vitima de bullying pode sofrer esse tipo de maus tratos por muito tempo sem que ninguém perceba e interfira, o agressor chegar a exercer tanta pressão, que a vítima se mantém em silêncio por medo de uma retaliação ainda maior, os educadores e os pais só passam a notar se algo está errado quando o adolescente ou a criança começam a apresentar baixo rendimento escolar, medo de ir à escola, isolamento, entre outros, é fundamental fala desse assunto afim de alertar pais e professores para que ambos possam identificar e intervir nessa situação, eles também têm que ficar  muito atentos principalmente quando se sabe que a criança tem uma alguma característica que possa se caracterizar como vítima fácil, isto é, se de alguma forma a criança foge aos padrões considerados normais.

            Uma pesquisa realizada em 2008 em 6 estados brasileiros, apontou que 70% de 12 mil alunos consultados afirmaram terem sido vítimas de violência escolar, pesquisas também revelam que além das características pessoais as crianças apresentam características de suas famílias.  Conhecer os impactos psicológicos que o bullying causa sobre as crianças e também conhecer os motivos que levam esse tipo de agressão acontecer é de extrema relevância.

Tem que se observar o comportamento dos alunos; nas brincadeiras, nas atividades dos professores, e se os professores desenvolvem alguma atividade de socialização entre os alunos, analisar o que motiva as crianças a adotarem tal comportamento e informar sobre o que a escola pode fazer para combater o bullying são maneiras importantes para combater o bullying.

 

O Bullying e suas consequências

 

       O Bullying é toda a violência sofrida por uma pessoa vindo de outra ou de um grupo, consiste em agressões propositais e frequentes, aparentemente sem motivos, existe grandes diferenças entre bullying e brincadeira de mal gosto, as vezes o bullying surge como uma brincadeira de mal gosto, que se transforma em agressão, as pessoas que presencia o bullying acham bonito, já outros tem medo de falar e sofrer repressões.

 

Conforme colocam Beaudoin & Taylor:

 

...os alunos vitimados tornam-se agressores, agressores passam a ser vitimados, e o desrespeito move-se furtivamente das relações entre alunos para as relações entre alunos e professores, e então para as interações entre professores e alunos (Beaudoin & Taylor, 2006 p.18).

 

Independente do quão envolvida a pessoa está em atitudes agressivas, tais ações deixam marcas profundas causando frustrações e comportamentos desajustados. A vítima passiva é a mais prejudicada, pois os efeitos desse sofrimento, em silêncio, poderá se arrastar durante boa parte de sua vida. Sendo assim, poderá desenvolver ou reforçar a insegurança e a dificuldade de se relacionar, tornando-se uma pessoa retraída, com baixa auto estima e com sérios problemas de comportamento na vida adulta. A superação dos traumas sofridos na escola poderão ser superados, parcial ou totalmente, dependendo das características individuais da vítima e de como se relaciona com os meios em que vive, especialmente a família.

Em relação ao agressor, o uso da violência não pode se consolidar como uma forma de resolução de conflitos, pois este irá reproduzir na vida adulta o modelo de relação anti-social que manteve na infância, adotando atitudes agressivas no meio familiar ou no ambiente de trabalho.

Pessoas que sofreram bullying quando crianças são mais propensas a sofrerem depressão e baixa auto estima quando adultos. Da mesma forma, quanto mais jovem for a criança frequentemente agressiva, maior será o risco de apresentar problemas associados a comportamentos antissociais em adultos e à perda de oportunidades, como a instabilidade no trabalho e relacionamentos afetivos pouco duradouros.

Como a maioria dos casos de acontecem em áreas de menos de supervisão dos adultos como por exemplo nos recreios escolares e áreas isoladas da instituição. De acordo com o livro The ABC’ of Bullying Prevention: A Comprehensive Schoolwide Appoach.

 

 A autora afirma que:

 

Sabemos que para combater o bullying é necessário que exista mais supervisão por parte dos funcionários da instituição escolar. (SHORE, 2006, p.32)

 

Geralmente as vítimas de bullying tendem a fugi da escola, com dificuldade ou não na aprendizagem, a função da escola e da família é trazê-lo de volta à escola, dando apoio, fortalecendo e o valorizando. Grupos de apoio, ajuda de um psicólogo, do professor, da família e doas amigos é fundamental, já que as consequências relacionadas ao bullying são inúmeras e podem ser físicas ou emocionais, de curto ou longo prazo, gerando dificuldades na aprendizagem, dificuldades de convívio social. O tempo e a regularidade das agressões contribuem fortemente para o agravamento dos efeitos.

O mundo vem acompanhando sérios casos de bullying nas escolas, a criança que sofre o bullying fica mais tímida, sem quer sair de casa, perdendo vínculos sociais, além de apresentar na escola notas baixas, falta de concentração, sofrimento, fragilidade, pânico em pensar em voltar à escola, depressão, insegurança, perdem o interesse em estudar e alguns casos até mesmo de viver.

De acordo com Fante as consequências provocadas bullying são muitas, dependendo de como as vítimas recebem as agressões, de como reagem a seus agressores.

Sobre isso Fante comenta:

 

“As consequências para as vítimas desse fenômeno são graves e abrangentes, promovendo no âmbito escolar o desinteresse pela escola, o déficit de concentração e aprendizagem, a queda do rendimento, o absentismo e a evasão escolar.” (Fante 2005, p.44)

 

As vítimas do bullying não sofrem consequências somente em sua vida escolar, pois se analisarmos, esses alunos sofrem dificuldades devido a sua baixa auto-estima, devido a sua saúde emocional  abalada. A adolescência é um período de transição para o mundo adulto, começa a ser cobrado de coisas que ainda não está preparado, há uma necessidade de ouvi-los, de entende-los, na geração atual o jovem está exposto a muitas coisas. Quem sofre com o bullying se tornará uma pessoa insegura temendo frequentar lugares públicos devido o seu medo de sofrer rejeição.

 

Em se tratando de dificuldades emocionais, Marchesi afirma:

 

“As dificuldades emocionais dos alunos podem alterar suas relações sociais com professores e colegas e dificultar seriamente sua aprendizagem. Entre elas se encontram a percepção da falta de afeto, o isolamento social, a tristeza prolongada, o sentir-se marginalizado e maltratado.”(MARCHESI 2006, p.82)

 

 

 

Metodologia

O presente estudo é caracterizado como pesquisa exploratória visando proporcionar maior familiaridade com o problema de modo a torná-lo mais claro.

Foi desenvolvido no Colégio Estadual Florestal no município de Nova Canaã, no estado da Bahia, Nordeste do Brasil.

            As informações coletadas foram obtidas por meio de um levantamento bibliográfico, entrevistas com professores que vivenciam experiências com o problema pesquisado.

O questionário, elaborado conteve 5 questões abertas, a fim de saber como o professor lida e qual é a sua percepção diante de casos de Bullying no ambiente escolar, e foi aplicado a 2 professores que ensinam na instituição e 2 alunos um da 8ª e outro da 7ª série, período vespertino, a escolha da instituição foi devido ao fato da mesma ser umas das maiores em números de alunos, além de ser uma das mais conhecidas da região.

 

Resultados e discussões

 

Ao termino dessa pesquisa, foi analisado que o bullying se encontra presente em diversos lugares, e ele vem crescendo numa escala assustadora nas escolas, pois não há uma supervisão adequada de funcionários da instituição, e há também a falta de preparo dos professores que em muitos casos não sabem como lidar com tal situação, por não ter recebido em sua formação acadêmica a orientação correta, e também por que os alunos se encontram mais agressivos, sem respeito aos outros e sobre si mesmo, as consequências afetam todos os envolvidos seja direta ou indiretamente, a vítima de bullying sofre de depressão, insônia dificuldade de concentração, diminuição do rendimento escolar, desaparecimento de material escolar, stress, suicídio, ataques de pânico sem motivo, mudanças súbitas de humor, entre outros, o agressor ser torna um sujeito anti-social, com tendências de ser tornar cada vez mais violento se não for freado, pode ser envolver com o mundo da criminalidade, já no meio escolar pode gerar evasão, desrespeito e agressão com os professores, ações judiciais contra a escola ou outro responsável (professor, diretor, coordenador, entre outros.), assim como contra a família do agressor, Como pode ver, as consequências deste fenômeno no meio escolar não afetam somente os alunos, mas todas as entidades presentes nestes locais, desde alunos até professores  e afins.

A escola é local onde adolescentes e crianças passam uma grande parte tempo é necessário que nela seja desenvolvida mais atividades de socialização entre alunos e professores afim de melhor as relações de ambos, no Colégio Estadual Florestal não foi visto nenhuma supervisão adulta especifica durante o intervalo, e nenhuma atividade de socialização com acompanhamento durante esse período.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Bibliografia

 

CHALITA, Gabriel. Pedagogia da amizade: Bulying sofrimento as vitimas e dos agressores, Editora Gente Liv e Edit Ltd, 2008, 280 páginas, disponível em Google Books, acessado em: 18 novembro 2011.

 

FANTE, Cleo. Fenômeno Bullying: Como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. Editora Verus, 2005, 224 p, disponível em Google Books. Acesso em: 19 novembros 2011.

 

VENOSA, Silvio. Responsabilidade dos pais pelos filhos menores. Disponível em: http://www. silviovenosa.com.br/index.cfm?fuseaction=artigos&codNews=25 acesso em: 17 novembro 2011.

 

FABRÍCIO, Nívea. Psicopedagoga fala sobre Bullying. Disponível em http://entretenimento.r7.com/marcas-da-vida/, acesso em 07 dezembro 2011.