É importante valorizar o brincar como ferramenta fundamental para adquirir conhecimento, mas, não o brincar por brincar e sim um brincar dirigido, ou seja, com o objetivo de estabelecer uma aprendizagem construtiva, rica e prazerosa. Brincar é uma importante forma de comunicação, é por meio deste ato que a criança pode reproduzir o seu cotidiano. O ato de brincar possibilita o processo de aprendizagem da criança, pois facilita a construção da reflexão, da autonomia e da criatividade, estabelecendo, desta forma, uma relação estreita entre jogo e aprendizagem.

“Através do brincar a criança experimenta, organiza- se, regula-se, constrói normas para si e para o outro. Ela cria e recria, a cada nova brincadeira, o mundo que a cerca. O brincar é uma forma de linguagem que a criança usa para compreender e interagir consigo, com o outro, com o mundo”. (DORNELLES, 2001, p. 104).

“A partir do faz de conta, a criança aos poucos aprende a dominar e conhecer o mundo no qual vive. Junto a isso também aprende a lidar com regras, trabalha suas emoções e medos, experimenta situações de maldade, de bondade, de alegria, de tristeza, dentre tantas outras. (Cortes. et. All, 2000)”.

“A criança em idade pré-escolar envolve-se em um mundo ilusório e imaginário onde os desejos não realizáveis podem ser realizados, e esse mundo é o que chamamos de brinquedo. A imaginação é um processo psicológico novo para a criança, representa uma forma especificadamente humana de atividade consciente Vygotsky (1998)”.

Vygotsky (1998) em sua obra nos afirma que “é no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva ao invés de numa esfera visual externa, dependendo das maturações e tendências internas, e não dos incentivos fornecidos pelos objetos externos.”, isso significa que a criança começa a lidar com o significado das coisas, projetando nos objetos sua fantasia criativa, por exemplo, uma panela pode se tornar um tamborim, uma lenço comprido amarrado à cabeça se torna rapidamente em um cabelo comprido.

Este teórico vê a brincadeira infantil como um recurso que possibilita a transição da vinculação entre significado e objeto concreto à operação com significados separados dos objetos que só crianças em idade mais avançada, adolescentes e adultos o farão. Esta transição se realiza a partir das vivencias pelas brincadeiras.