NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM 

Flávia Machado Rodrigues[1]

Gerusa Marinho Lourenço² 

RESUMO 

O presente artigo científico foi desenvolvido a partir de uma pesquisa bibliográfica e fundamentado teoricamente por um estudo que pretende analisar o processo de avaliação da aprendizagem no cotidiano escolar. A decisão de abordar este tema surgiu do interesse de se refletir sobre os principais aspectos relacionados com a avaliação no âmbito educacional na busca de um caminho que facilite o processo ensino-aprendizagem e a prática pedagógica do professor, principalmente no que se refere aos critérios e procedimentos utilizados para avaliar o aprendizado dos seus alunos. O foco deste estudo está voltado para a análise da seguinte problemática: De que maneira o educador poderá utilizar melhor a avaliação como um instrumento que o auxilie no processo de ensino/aprendizagem? Para ajudar na reflexão desta e de outras questões que poderão surgir no decorrer do desenvolvimento deste estudo, para isso consultamos as obras relativas a temática ora em relevo, como : Antunes (2010), Esteban (2001), Hoffman (2005), Luckesi (2010), Perrenoud (1999) e Souza (1995), dentre outros. O objetivo principal deste estudo é promover uma análise reflexiva sobre o desenvolvimento do processo de avaliação da aprendizagem no cotidiano da sala de aula. Como objetivo específico, pretende-se: a) conhecer os conceitos e a origem da avaliação da aprendizagem; b) identificar as funções fundamentais da avaliação e c) fazer um estudo bibliográfico que possibilite refletir sobre a prática que vem sendo adotada no dia-a-dia em sala de aula. Ao final deste artigo, destaca-se que a avaliação é uma ação que ocorre durante todo o processo de ensino e aprendizagem e não apenas em momentos específicos caracterizados como fechamento de grandes etapas de trabalho e que envolve não somente o professor, mas também alunos, pais e a comunidade escolar. 

Palavras-chave: Avaliação. Aprendizagem. Escola. 

ABSTRACT 

The present scientific article was developed from a bibliographical research and based theoretically by a study that intends to analyze the process of evaluation of the learning in the school routine. The decision to address this topic arose from the interest of reflecting on the main aspects related to evaluation in the educational field in search of a path that facilitates the teaching-learning process and the pedagogical practice of the teacher, especially with regard to the criteria and Procedures used to evaluate the learning of their students. The focus of this study is focused on the analysis of the following problems: In what way can the educator better use evaluation as an instrument to assist him / her in the teaching / learning process? To assist in the reflection of this and other questions that may arise during the development of this study, it was very important to consult the works of Antunes (2010), Esteban (2001), Hoffman (2005), Luckesi (2010), Perrenoud (1999) e Souza (1995), among others, as well as Related to the topics discussed here. The main objective of this study is to promote a reflexive analysis about the development of the evaluation process of learning in the classroom every day. The specific objective is: a) to know the concepts and origin of learning assessment; B) identify the fundamental functions of the evaluation and c) make a bibliographic study that allows reflecting on the practice that has been adopted in the day-to-day in the classroom. At the end of this article, it is highlighted that the evaluation is an action that occurs throughout the teaching and learning process and not only in specific moments characterized as closing of great stages of work and that involves not only the teacher but also students, Parents and the school community. 

Keywords: Evaluation. Learning. School. 

INTRODUÇÃO 

Para estudar e compreender a avaliação da aprendizagem no ambiente escolar se faz necessário repensar e refletir sobre a avaliação como uma ferramenta importante para o processo ensino aprendizagem, buscando encontrar caminhos que correspondam aos anseios das realizações profissionais e do desenvolvimento cognitivo tanto por parte do aluno quanto do professor.

Segundo Ludke (2011, p 02), 

Atualmente a avaliação educacional tem seu campo de atuação delimitado pelo planejamento, que tem como função principal a melhoria das decisões, porém e preciso observar sua função, permitindo a tomada de decisões onde sua atuação deve fornecer subsídios para que as atitudes promovam o desenvolvimento no processo ensino aprendizagem do aluno.

 

Nesta direção, o objetivo deste estudo é refletir sobre o desenvolvimento do processo de avaliação da aprendizagem no cotidiano da sala de aula. Assim sendo, busca-se rever a avaliação mediante o posicionamento de alguns teóricos, com os quais se buscou uma ponte norteadora para a temática, como, por exemplo, Antunes (2010), Esteban (2001), Hoffman (2005), Luckesi (2010), Perrenoud (1999) e Souza (1995).

O interesse em pesquisar o fenômeno da avaliação escolar se deu por perceber no dia a dia da sala de aula, enquanto professora do ensino fundamental a preocupação minha e dos colegas de trabalho em avaliar os alunos de forma justa e diversificada, buscando perceber assim as potencialidades e dificuldades dos alunos. A relevância deste estudo se dá na busca de compreender a avaliação como prática de construção no processo de ensino e aprendizagem.

Nesta vertente, Camargo (2010) ao realizar um estudo sobre a avaliação da aprendizagem no Ensino Fundamental, teve como objetivos investigar quais as concepções de avaliação que permeiam o cotidiano escolar, assim como, analisar o papel da avaliação no dia-a-dia de uma escola de ensino fundamental; explicitar os diferentes entendimentos sobre a temática na visão de diferentes autores; compreender o que professores, alunos e equipe pedagógica pensam a respeito da avaliação da aprendizagem. Os resultados desta pesquisa apontaram que ainda a avaliação é voltada para a classificação, tendo a nota como aspecto principal. Apesar dos professores possuírem concepções inovadoras acerca da avaliação, sente dificuldade de modificar sua postura em sala de aula.

Gonçalves (2010), ao desenvolver o estudo sobre o desafio da avaliação nas séries iniciais do Ensino Fundamental, teve como objetivo refletir sobre as práticas avaliativas adotadas pelas professoras da instituição investigada. Os resultados obtidos revelam que o maior desafio da avaliação nas séries iniciais é o investimento no processo, o olhar diferenciado, o respeito às especificidades de cada aluno, é o repensar sobre a prática pedagógica em sala de aula, é termos consciência de que os professores são os principais responsáveis pelas mudanças necessárias para vencermos todos os desafios de estar à frente de uma sala de aula.  

Nesta proposta de estudo, pretende-se focar e compreender a função da avaliação no rendimento escolar, comprometido com uma educação transformadora a serviço da construção de uma sociedade em direção ao desenvolvimento da mesma. Igualmente pretende-se observar no docente o anseio de despertar nos demais educadores discussões metodológicas da avaliação eficiente, a qual venha suprir as necessidades do processo ensino aprendizagem em sala de aula.

Aqui, se ressalta a avaliação escolar sob a óptica dos Parâmetros Curriculares Nacionais −PCN’s, como também as concepções tipológicas e os instrumentos utilizados na avaliação da aprendizagem. Apresenta-se ainda, uma reflexão sobre a avaliação da aprendizagem como ferramenta significativa e a importância da educação dos sentimentos, a inclusão escolar e a avaliação na perspectiva no contexto social como desenvolvimento cognitivo e educacional do educando. Nele se fazem presentes estudos críticos sobre a prática de como se avaliar e os tipos de avaliação, a formativa a diagnóstica e a somativa. 

1 A AVALIAÇÃO DE ACORDO COM OS PCN's. 

Avaliar vem do latim a + Valere, que significa 'atribuir um valor e mérito ao objeto em estudo'. Portanto, avaliar é atribuir um juízo de valor sobre a propriedade de um processo para a qualidade do seu resultado, porém, a compreensão do método de avaliação do processo ensino aprendizagem tem sido pautada pela lógica da mensuração, isto é, associa-se o ato de avaliar ao de “medir” os conhecimentos adquiridos pelos alunos.

Através das leituras, percebe-se a necessidade de aprofundar as discussões acerca da avaliação com o intuito de construir a aprendizagem de forma significativa e reconhecer o desenvolvimento das capacidades com relação à aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes em forma de inclusão na sociedade.

A avaliação é uma operação descritiva e informativa nos meios que emprega. Formativa na intenção que lhe preside e independente em face de classificação. De âmbito, mais vasto e conteúdo mais rico, a avaliação constitui uma operação indispensável. Sabendo-se que, o processo de ensino aprendizagem é um caminho a seguir entre um ponto de partida e um ponto de chegada. Naturalmente é necessário verificar-se que o trajeto deste caminho em direção á meta, se alguns pararam por não saber o caminho ou por terem enveredado por um desvio errado que embasam a proposta educacional da qual faz parte (CAPISTRANO; SILVA, 2009).

A avaliação proporciona também o apoio a um processo a decorrer, contribuindo para a obtenção de produtos ou resultados de aprendizagem. A avaliação a que o professor procede enquadra-se em três grandes tipos: A avaliação diagnóstica, formativa e somativa.

Partindo do que foi discorrido, observa-se que é necessário haver sempre planejamento para que a avaliação possibilite aos educandos que estão aprendendo a observar de maneira sucinta o desenvolvimento dos alunos e avaliá-los de forma contínua valorizando seus conhecimentos construídos.

Desse modo, precisa-se conhecer e colocar em prática processos avaliativos, que estejam a favor dessa realidade e colaborem com o desenvolvimento e a superação dos estudantes nessa etapa escolar.

Sabe-se que muitos deles sofreram consequências negativas decorrentes de concepções avaliativas equivocadas, que deixaram marcas profundas nesses indivíduos, como baixa estima, temor e insegurança. A avaliação tem um papel fundamental em relação a esse panorama desde que seja concebida como parte integrante do processo de ensino aprendizagem e seja praticada como ação educativa cotidiana e não no momento final do semestre ou do trabalho como uma unidade de estudo.

Para essa etapa, o processo de avaliação é continuo, introduzindo assim a avaliação diagnóstica, que se realiza ao investigar os conhecimentos da vivência de cada um. Essa prática nos fornece informações muito importantes que podem nos orientar na elaboração ou nos ajustes do planejamento de trabalho e na definição dos objetivos a serem alcançados perante o ensino e aprendizagem.

Avaliar constantemente é outro compromisso do educador, que pode ao longo de suas ações de ensino, verificar a aprendizagem e as dificuldades dos alunos, validar estratégias e recursos utilizando para algumas vezes tomar decisões de retomar conteúdos, visando alcançar os objetivos propostos à formação dos estudantes.

Os educadores, ao avaliarmos os alunos, não podemos esquecer de “avaliar” nossa própria atuação como professores e as atividades de ensino que são planejadas e executadas diante do seu alunado. A avaliação deve ser um processo que auxilie o aluno a compreender qual objetivo conseguiu alcançar e quais ainda necessitam ser alcançados, por isso, é necessário que o professor seja um mediador desse processo, e percorra lado a lado com o educando para ambos chegarem a um determinado sucesso na aprendizagem e em situações extra-escolares. 

1.1 AS CONCEPCÕES DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 

Para Luckesi (2010), avaliar se define a partir da concepção de ensino aprendizagem, em função da avaliação. É necessário chamarmos atenção para os procedimentos de avaliação no cotidiano escolar. Estes muitas vezes não consideram o processo de construção do conhecimento.

Desta forma, o que acontece, acaba valorizando-se o produto final, isto é, chamadas provas bimestrais, ao invés do processo em si. Este produto final acaba sendo a expressão definitiva independente do aprendizado ou do desenvolvimento cognitivo do aluno. Sem levar em conta o caminho percorrido por esse indivíduo, suas dificuldades e suas conquistas.

No processo educativo e das orientações didáticas postas em práticas, à avaliação acontece de forma sistematicamente, isto é, durante as atividades de ensino aprendizagem. Teorias norte-americanas sobre avaliação tiveram grande influência no Brasil nos anos de 1960 até os tempos atuais (LUCKESI, 2010).

O termo avaliação educacional tornou-se conhecido com os trabalhos de Ralf Tyler. Ele inventou a denominação de avaliação e militou na prática educativa, defendendo a ideia de que a avaliação poderia subsidiar um modo de fazer o ensino. Ele propunha a “avaliação por objetivos” geralmente na escola o único objeto avaliado é o educando ou às vezes a sua aprendizagem, mas no processo de ensino aprendizagem deveríamos avaliar também outros elementos, tais como: os objetivos, os conteúdos, as propostas de invenções didáticas, seus materiais e recursos utilizados (ESTEBAN, 2001).

A descrição concepção de avaliação apresentada por Tyler estipula como função, avaliar e classificar e não a diagnóstica como deveria ser, podendo assim, o educando ser classificado com inferior, médio ou superior. No novo contexto social a avaliação ainda e precária entre a sociedade. A avaliação para cumprir os fins educativos dela esperados ao menos do plano discursivo, precisaria mais significado político e pedagógico, mostrando-se coerente com a função formativa que dela se espera, se fosse discutida de modo isolado das demais categorias do trabalho escolar. A cultura de avaliação que tem dominado a cena pedagógica permanece centrada no aluno e no quanto se esforçou por aprender aquilo que lhe foi ensinado (ESTEBAN, 2001).

A avaliação é a reflexão transformadora em ação, essa, que nos impulsiona as novas reflexões. Reflexão permanente do educador sobre sua realidade e acompanhamento, passo a passo, do educando, na sua trajetória de construção do conhecimento. Segundo Hoffman (2005, p. 18), "Um processo interativo, através do qual educandos e educadores aprendem sobre si mesmos e sobre a realidade escolar no ato próprio da avaliação”.

E para Antunes (2010, p. 21), 

A proposta construtivista sugere que o resultado de qualquer avaliação se explique pela interação entre educador e educando. Entretanto, o papel do educador é o de comunicar e mediar o processo de ensino aprendizagem. A avaliação por competências, concepções que tem como adepto Perrenoud, considera que as competências na linguagem comum estão associadas a um conjunto de elementos que permitem a um sujeito abordar uma situação complexa e resolvê-la. Seguindo essa linha de pensamento, é possível conceituar competência no campo que nos interessa, isto é, a educação escolar. 

Em uma perspectiva construtivista, a avaliação é um resultado conjunto entre professor e aluno, ambos, desempenhado seu papel, mediando valores e associando ideias, transformando a prática pedagógica e o rendimento em aprimoramento mútuo. Portanto cabe ao professor ser o elo entre o educando e o conhecimento a ser adquirido, desenvolvendo um papel de condutor, aquele que conduz o discente ao raciocínio lógico e consequentemente ao desenvolvimento cognitivo.

Segundo Perrenoud (1999), competência é a capacidade de o sujeito mobilizar recursos cognitivos visando abordar uma situação complexa. Esse conceito relaciona três aspectos importantes: O primeiro é entender a competência como uma capacidade do sujeito ser capaz. O segundo é ligado ao verbo mobilizar, que significa, movimentar com força interior, o que é diferente apenas deslocar, que seria transferir de um lado para outro. O terceiro está ligado á palavra recursos, a competência exige além dos recursos do domínio emocional. Enfim, o conceito de competência está ligado a sua finalidade, abordar (e resolver) situações complexas.

Ainda conforme Perrenoud (1999, p. 76): “mudar a avaliação significa provavelmente, mudar a escola”. A avaliação apresenta desta forma como o retrato da escola, demonstrando a educação que ali se aplica, desvelando a concepção de escola, de homem, de mundo, de sociedade.

Avaliar o rendimento escolar, portanto, é um dos elementos para reflexão e, da qualidade do ensino. Os aspectos qualitativos devem prevalecer sobre os quantitativos (LOCH; GORODICHT 1999).

Sabe-se que a avaliação e algo que está inserido no currículo escolar desde sempre, mudar essa prática é algo muito minucioso. Se não podemos mudar tal Sa prática que é cobrado por uma hierarquia pode-se transformar o modo de aplicá-la ,não classificando ou reprovando o aluno mas, ajudando-o a refletir sobre a aprendizagem e seu desenvolvimento cognitivo de forma responsável.

De acordo com Abrecht (1994, p. 43), 

Avaliar, mais do que saberes técnicos, exige sabedoria para compreender a complexidade do ser humano em desenvolvimento, para revelar suas deficiências menores, para despertar valores e virtudes, muitas vezes adormecidas, e, sobretudo, um depósito de discernimento, equilíbrio, afetividade, valores morais, intelectuais, estéticos, religiosos, elementos fundamentais para a importância e a grandeza da ação do educador. 

Atualmente, a avaliação ainda não é capaz de formar sujeitos com autonomia, o que é sem dúvida uma forma de promoção do ser humano, que é essencialmente o significado no aspecto qualitativo (LOCH; GORODICHT, 1999).

A avaliação do rendimento escolar tem como alvo a classificação do educando. Ela necessita ser direcionada, pois a competência ou a incompetência do educando não resulta apenas da escola ou do educador, e sim de todos aqueles que participam do contexto escolar e social do educando (ABRECHT, 1994).

A avaliação ainda não contempla os aspectos qualitativos que são difíceis de serem mensurados, pois, envolvem objetivos, postura, política, crenças e valores. Serve como meio de controle, feito através de atribuições de pontos ou notas, para que os educandos realizem-nas e tenham comportamentos esperados, no qual o professor e a instituição desejam. Não se importa com o tipo de notas que o educando obteve. A nota, portanto, passa a apresentar, um objetivo diferente da representação do rendimento do educando. O ponto chave da educação deve ser, o educando aprender a prender, saber pensar, ser crítico a analítico. E é dentro dessa perspectiva que a avaliação deve trabalhar (ESTEBAN, 2001). 

2 AS TIPOLOGIAS DA AVALIAÇÃO 

De acordo com os estudos de Souza (1995), a avaliação educacional, em geral, e a avaliação da aprendizagem escolar, particular, são meios e não fins em si mesmas, estando assim delimitada pela teoria e pela prática que as circunstanciariam. Neste sentido, Souza (1995, p. 33) destaca: "A avaliação não se dará num vazio conceitual, mas sim dimensionada por um modelo teórico de mundo e de educação, traduzida em prática pedagógica".

Nessa perspectiva a avaliação escolar não esta sendo efetuada gratuitamente, esta a serviço de uma pedagogia que nada mais é do que uma concepção teórica da educação, que por sua vez, traduz uma concepção teórica da sociedade (ANTUNES, 2010).

A avaliação da aprendizagem é um momento importante e fundamental no processo ensino aprendizagem, no qual o educador busca detectar o que o educando aprendeu e qual a utilidade do conteúdo absorvido em seu cotidiano. Para poder avaliar, os educadores precisam ter bem claros quais tipos de avaliação deve utilizar.

Existem conceitos de avaliação e citarei alguns classificados em categorias. Segundo Ludke e Mediano (2004, p. 62): “A avaliação quanto aos objetivos de ensino; quanto á referência e quanto á procedência”.

Para Antunes (2010, p. 28-9), 

A avaliação quanto aos objetivos de ensino torna-se clássica dentro da problemática da avaliação por objetivos são elas: avaliação diagnóstica, formativa e somativa. A avaliação quanto à referência trata-se das medidas que podem ter por referência a norma ou podem se fundamentar em critérios. A avaliação quanto à procedência são categorias que dizem respeito a qual, a quem faz a avaliação. Nesta classificação entram a autoavaliação, a heteroavaliação e a coavaliação. 

A palavra hétero vem de origem grega, que significa “outro ou diferente” neste contexto, heteroavaliação está em oposição à autoavaliação. Por esse motivo heteroavaliação corresponde à avaliação feita por outro ou por outras; dentro do contexto escolar, ela é feita pelo educador. A coavaliação refere à evolução do desempenho de um aluno com objetivo de determinar o nível que está em cada matéria de forma mais realista.

Como de costume é o professor que ajuda a evolução de cada estudante usando métodos diferentes. Por exemplo, um exame escrito, uma prova oral ou ainda a realização de trabalho individual ou em grupo. A coavaliação tem como objetivo saber qual a situação atual do aluno, em relação ao conhecimento de uma determinada matéria.

Desta forma, é possível determinar os pontos positivos e as áreas de melhoria. Existem outros métodos para avaliar o desempenho de um aluno como, mostrar a aplicação dos regimes da coavaliação. Trata-se de um método através do qual o aluno é avaliado por outro companheiro em vez de ser pelo professor. Através da coavaliação se propicia o feedback entre colegas ou seja , com críticas construtivas, observações pessoais e certos pontos a serem levados em considerações, sempre supervisionado pelo professor. Vale salientar que para obter sucesso no ensino, o educador deverá entrar em aula com alguns objetivos perfeitamente determinados, não só o educador precisa saber dos objetivos, mas os educandos também (ESTEBAN, 2001).

Ainda segundo o autor supracitado (ibidem, p. 102-3), 

[...] é importante ressaltar dois pontos. Primeiro, que nem tudo o que é proposto, discutido e estudado em sala de aula precisa ser avaliado. Há pontos que completam a compreensão da aprendizagem e que não constituem pilares fundamentais na estrutura conceitual. Mas há outros que sustentarão o edifício intelectual do educando. Esses precisam ser avaliados para orientar o educador no processo de ensino, tão importante quanto estabelecer os objetivos para o ensino e para a avaliação da aprendizagem e escolher estratégias adequadas para a intervenção pedagógica. A partir dessa escolha dependerá muito provavelmente, o sucesso da aprendizagem. 

A avaliação diagnóstica ou inicial faz um prenúncio sobre a capacidade de um determinado educando em relação a um novo conteúdo abordado ou os conteúdos por ele passada, para avaliar onde e como o aluno está perante o desenvolvimento cognitivo, assim podem-se detectar dificuldades dos educandos para que o educador possa melhor proceder às estratégias para solucionar ou amenizar os problemas.

A avaliação diagnóstica será com certeza, um instrumento fundamental para auxiliar cada educando no seu processo de competência e crescimento para a autonomia. Para que essa avaliação educacional escolar assuma o seu verdadeiro papel de instrumento dialético de diagnóstico para o crescimento, terá de se situar e estar a serviço de uma pedagogia que esteja preocupada com a transformação social e não com a sua conservação (ANTUNES, 2010).

Segundo Ludke e Mediano (2004, p. 121), “A avaliação formativa é uma parte, integrante do processo ensino aprendizagem e, quando bem realizada, assegura que a maioria dos educandos alcance o objetivo desejado”. Para que se processe a avaliação formativa é necessário selecionar objetivos e conteúdos e distribuí-las em pequenas unidades de ensino e formular esses objetivos com vistas à avaliação, em torno de um comportamento observável.

Uma avaliação formativa tem a finalidade de proporcionar informações acerca do desenvolvimento de um processo ensino aprendizagem. A avaliação formativa é uma avaliação que contribui para melhorar a aprendizagem e ao educando sobre os seus sucessos e fracassos, o seu próprio caminhar (LUCKESI, 2010).

Ao escolher as estratégias o educador, deverá ter em mente três variáveis fundamentais, relacionadas às características, do educador, do educando e da disciplina. Do educador leva-se em conta seu poder de comunicação, sua linguagem, sua experiência, ou seja, um educador que tem boa comunicação oral, que sabe fazer corpo (falar) que domina facilmente um grupo de educandos pela palavra, que administra bem a entonação de voz, pode usar com mais frequência à estratégia de aula expositivo-participativa (SOUZA, 1995).

Para Ludke e Mediano (2004, p. 132), 

A maneira como o sujeito aprende passa a ser mais importante que aquilo que aprende, porque facilita a aprendizagem e capacita o sujeito para continuar aprendendo permanentemente, consciente do modo como o sujeito aprende (professor e a professora) descobrem a forma de ajudá-lo. 

A avaliação somativa é uma modalidade avaliativa pontual que ocorre ao fim de um processo educacional, ano, semestre, bimestre, ciclo, curso etc., propondo-se a realizar um balanço somatório de uma ou várias sequências de um trabalho de formação. Seus objetivos estão preocupados com os resultados das aprendizagens, ela pretende assim fazer um balanço somatório, dessa modalidade sintetiza as aprendizagens dos alunos tendo como base critérios gerais. Suas características principais é a capacidade de informar, situar e classificar o avaliado, tendo a perspectiva de conclusão em evidência, pois acontece no final de um processo educacional.

Os seus resultados servem como forma de avaliação somativa fornece informações sintetizadas que se destinam ao registro e a publicação do que parece ter sido assimilado pelos alunos, ou seja, seus resultados servem para verificar, classificar, situar informar e certificar sem levar em conta o cognitivo, o meio, e aprendizagem do aluno. Nesse tipo de avaliação o que se conta é o resultado final através de notas e conceito (CAED/UFJF, 2016).

Segundo Luckesi, (2010, p. 96), 

A avaliação somativa é um processo de descrição e julgamento para classificar os educandos ao final de uma unidade, semestre ou curso, segundo níveis de aproveitamento expressos em uma avaliação somativa e pontual, já que, acontece no final de uma unidade de ensino, sempre tratando de determinar o grau de domínio de alguns objetivos previamente estabelecidos. 

Assim sendo, as estratégias de ensino precisam estarem ligadas ás características do educador, elas precisam também respeitar as dos educandos. Em cada nível de ensino e em cada contexto social e psicológico, é preciso usar estratégias adequadas ao público alvo (CAPISTRANO; SILVA, 2009).

As características psicossociais e cognitivas dos educandos nesta faixa etária são bem diferentes, o que deveria levar o educador a utilizar estratégias distintas, para os educandos de séries inferiores, utilizar mais exemplos concretos, explorando analogias e metáforas para educandos de séries mais avançadas.

Refletir também sobre a natureza do planejamento da relação ensino e aprendizagem e do processo avaliativo que nos impõe uma aproximação com as novas produções teóricas que alimentam o paradigma das aprendizagens significativas. Esse paradigma vem se constituindo em um movimento de resignação do processo de ensino e de aprendizagem. Isto ocorre quando se considera que os alunos possuem a potencialidade de aprender. Nessa linha de pensamento, o espaço educativo se transforma em ambiente de superação de desafios pedagógicos que dinamizam a aprendizagem, que passa a ser compreendida como construção de conhecimento.

Como afirma Rocha (2016, p. 01), “Pensar na escola como perspectiva cultural, significa ver cada escola não só diferente de qualquer outra instituição como também de qualquer outra organização escolar, através de sua particular cultura”.    Nessa abordagem, Ludke e Mediano (2004, p. 133) destaca: 

Para assegurar a aprendizagem reflexiva de conteúdos concretos, quem aprende necessita explicar, argumentar, deliberar, discriminar, defender suas próprias ideias e crenças e simultaneamente, aprender a avaliar. 

Dominar a arte de perguntar é talvez uma das competências mais importante do educador. Isto é, uma boa pergunta possibilita uma boa resposta. Normalmente o educador faz perguntas e pressupõe que o educando responderá dentro do contexto que ele esta falando. Mas é preciso lembrar que o período da escola é um período de desenvolvimento intelectual do educando em que ele precisa se preparar para entender linguagens em contextos dos mais diversos. Tão importante quanto saber perguntar é saber ouvir.

Na resposta a uma pergunta bem formulada, o educador tem boa possibilidade de ter uma resposta dentro de sua expectativa. No entanto, como a pergunta será recebida e analisada dentro do contexto do desenvolvimento cognitivo e social do educando, a resposta precisaria ser analisada dentro do significado que ele provavelmente estaria dando ao seu discurso (LUCKESI, 2010).

Segundo Moretto (2005), a frase do educador mais importante que deveria ser e mais frequente em sala de aula é: ”o que você quis dizer com isso?”. Com ela o educador daria oportunidade ao educando de repetir de outra forma seu pensamento para detectar outros indicadores do significado que ele provavelmente estaria dando ao seu discurso.

Em suma, pode-se afirmar que a atividade do mediador segue um grande princípio da perspectiva construtivista, sociointeracionista, relacionando aos conceitos de ensinar e de aprender. Ao educador, não cabe o papel de transmitir algo já pronto, e sim, instigar o cognitivo do aluno para que ele estabeleça ralações significativas na perspectiva do seu desenvolvimento intelectual.

A avaliação será próspera e eficaz quando considerar a fraqueza dos educandos e, a partir dela, trabalhar, arquitetar, planejar, em fim, traçar um novo caminho para aplicar os conteúdos, visando à qualidade e o rendimento satisfatório para todos os integrantes da educação. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Falar de avaliação como instrumento de transformação de uma sociedade é um princípio norteador diante da realidade atual no processo de construção cognitiva de um indivíduo.

Para que a avaliação adquira a importância que realmente tem no processo ensino e aprendizagem é necessário seguir princípios básicos, buscar caminhos para a construção e transformação de uma sociedade, visando assim melhorar e desenvolver igualmente todos os componentes curriculares.

 Nesse sentido, podemos diversificar as atividades avaliativas, explorar o cotidiano dos alunos, desenvolver trabalhos em grupos, observar sua participação durante as aulas e diagnosticar seu rendimento diante do planejamento apresentado.

Sabe-se que no atual método educacional a avaliação é usada por muitos simplesmente para classificar o educando, o que não tem contribuído para a melhora da aprendizagem significativa, portanto a mesma deve possibilitar ao educador o entendimento de como o educando está reagindo diante do conhecimento explorado. Contudo este processo deverá ser contínuo, embora possa ser estabelecido um tempo para realizá-lo, não é algo que termine num determinado momento.

Vale salientar que a avaliação está ligada diretamente com o desenvolvimento do educando e entre todos os que interagem com os mesmos, nesta temática o processo dialético permite que todos assumam o compromisso de autoconstrução, autodesenvolvimento e formação de indivíduos em uma concepção de tarefas pedagógicas da avaliação educacional e dos conteúdos de várias áreas como parte integrante do ensino aprendizagem.

Por fim, a reflexão da ação pedagógica, assim como a busca da fundamentação teórica devem ser tarefas constantes no trabalho do educador para que o mesmo possa redimensionar a sua atuação a fim de melhorar o processo ensino aprendizagem na formação do educando, atribuindo o uso dos conhecimentos para incluir, formar, perpetuar valores, construir e criar estratégias para que a educação torne-se uma educação com mais qualidade.

 REFERÊNCIAS 

ABRECHT. R. O. A Avaliação formativa. Portugal, Rio Tinto: Asa, 1994. 

ANTUNES, C. A Avaliação da aprendizagem escolar. 8. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. 

CAED\UFJF, Portal da. Avaliação somativa. Disponível em: Acesso: 28/abr/2016. 

CAPISTRANO, J. D. G; SILVA, P. B. Avaliação da aprendizagem – o contemplar e o acolher: dois gestos necessários. Monografia do Curso de Licenciatura em Pedagogia. João Pessoa: UFPB, 2009. 

ESTEBAN, M. T. (org.). Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. Rio de Janeiro: DP&A, 2001. 

HOFFMAN, J. Avaliação e reflexão. Porto Alegre: Mediação, 2005. 

LOCH, J. M. P.; GORODICHT, C. Avaliando a avaliação na escola cidadã por ciclos de formação. Porto Alegre: Secretaria Municipal de Educação, 1999. 

LUCKESI, C. C. A Avaliação da aprendizagem escolar. 21. ed. São Paulo: Cortez, 2010. 

LUDKE, M.; MEDIANO, Z. (coords.). Avaliação na escola de primeiro grau: uma analise sociológica. Campinas: Papirus, 2004. 

MORETTO, V. P. O Sucesso no ensinar. 6. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005. 

PERRENOUD, P. Construir as competências para a escola. Porto Alegre: Artmed, 1999. 

SOUZA, C. P. (org.). Avaliação do rendimento escolar. 4. ed. Campinas: Papirus, 1995. 

ROCHA, J. Papel da supervisão educacional. Disponível em:

Acesso: 28/abr/2016. 

[1]Pós-Graduada em Supervisão e Orientação Educacional, pelo Centro Integrado de Tecnologia e Pesquisa e Faculdade Nossa Senhora de Lourdes – CINTEP/FNSL. E-mail: [email protected].

²Pós-Graduada em Supervisão e orientação Educacional- Faculdade Nossa Senhora de Lourdes  CINTEP/FNSL. ²Graduação, pela FFPG em ciências com habilitação em Matemática. E-mail:geruzalourenç[email protected]