RESUMO

A presente pesquisairá propor uma reflexão crítica sobre o papel da tecnologia e do inglês como língua internacional na educação e inclusão social analisando possibilidades de ferramentas tecnológicas educacionais existentes no mercado atual para a democratização da educação em geral e para o acesso à informação e o ensino e aprendizado de inglês especificamente. Para tanto, o estudo fará uma breve revisão de literatura sobre conceitos de aprender e ensinar em geral e no âmbito do inglês como língua estrangeira a fim de analisar possibilidades de metodologias híbridas de ensino para o aprendizado de língua estrangeira e algumas ferramentas tecnológicas da internet. 

1INTRODUÇÃO

A presença das Tecnologias da Informação e Comunicação é cada vez mais evidente na vida do sujeito contemporâneo, influenciando e ressignificando as práticas sociais de que participa, dentre elas, o ensino e a aprendizagem de línguas (estrangeiras). É devido à configuração desse novo cenário, repleto de inovações e possibilidades de mudança e, ao mesmo tempo, tão flutuante e incerto, que surge a necessidade de ampliarmos esse ensino com os artefatos digitais, atualmente bastante acessíveis aos alunos.Sabemos que a tecnologia esta a favor da educação, pois elas podem ser utilizados como instrumentos de mediação pedagógica, nos processos de busca, construção e socialização do conhecimento, os papéis tradicionalmente desempenhados por professores e aprendizes de línguas se alteram, ora justapondo-se um ao outro, ora deslocando-se de um para o outro.

Diante do exposto, justifica-se o interesse pelo tema proposto devido a inspiração de já atuar como professora de inglês do ensino fundamental I e II sob influência exercida pelas tecnologias digitais na mediação do ensino-aprendizagem da língua inglesa, além de conviver com esses recursos midiáticos, pude também colaborar como TE (Técnica em Educação) dando suporte e colaboração aos colegas professores no manuseio e adaptação das tecnologias abraçadas pela escola na qual trabalhamos. Foi possível constatar a insegurança de alguns colegas de trabalho para com o uso da tecnologia, como também, a disposição e admiração de outros professores em utilizar recursos tão à frente de aulas conteudistas. Pois para esses desbravadores professores que não tiveram medo de errar e aprender usei-los como células multiplicadoras entre os colegas professores, facilitando assim, o trabalho em sala de aula com tecnologias educacionais. 

  1. 2. REFERENCIAL TEÓRICO

O avanço tecnológico tem promovido mudanças perceptíveis na sociedade atual e no contexto da educação, em que as possibilidades advindas da inserção de tecnologias da informação se fazem cada vez mais presentes na sala de aula e fora dela. No caso da educação de línguas especificamente, existem muitos recursos midiáticos que facilita o ensino para o educador, possibilitando um melhor e mais prazeroso aprendizado para o aluno.

De acordo com Belloni (2005, p. 07), “o impacto do avanço tecnológico sobre processos e instituições sociais tem sido significativo e perceptível em vários níveis”. Parte do avanço tecnológico no contexto educacional pode traduzir-se pela utilização das tecnologias da informação que, quando integradas à dinâmica de aprendizado da sala de aula nas abordagens de ensino chamadas híbridas, podem criar novas realidades educacionais ampliando conhecimentos, despertando interesses e desenvolvendo habilidades e letramentos múltiplos.

Para Lévy (1995, p. 14) “a mediação digital remodela certas atividades cognitivas fundamentais [...] o ensino e a aprendizagem, reestruturados por dispositivos técnicos inéditos, encaixam em novas configurações sociais”. Essa nova configuração social é um fato que não pode caminhar isolado da mediação na sala de aula. A mediação digital é uma realidade fora da sala de aula e deveria ser também dentro dela.

Assim, o ponto central da reflexão proposta neste estudoserá de que tanto o inglês quanto a internet são linguagens essenciais de inclusão e sobrevivência no mundo plano, globalizado e democratizado em que vivemos. Quem fala inglês e tem acesso à internet pode buscar uma infinidade de informações, tornando-se, assim, cada vez mais incluído socialmente como cidadão. O acesso à informação disponível (em sua maior parte em inglês) na internet torna o usuário autônomo no processo de uso e transformação da informação em conhecimento. Partindo da tese proposta neste artigo de que a internet e o inglês são linguagens de acesso à informação e, por conseguinte, de inclusão social, o artigo descreve algumas ferramentas tecnológicas disponíveis na internet que possuem potencial pedagógico para o ensino de inglês.

Para tanto, partimos dos seguintes questionamentos: 1) como aprende o aluno do século XXI?;2) quem é responsável ou, de alguma forma, contribui para a sua aprendizagem?; e, por fim, 3) qual é o papel do professor em relação à aprendizagem do aluno? Ao analisamos as potencialidades pedagógicas dos Recursos Educacionais Abertos, sob a perspectiva do Conectivismo, observamos que o conhecimento é resultado de interações do tipo agente-artefato, entendendo-se o artefato apenas como mediador, ou agente-agente, entendendo-se o artefato como agente (ALMEIDA, 2002), desse modo, temos como hipótese para esse estudo que a identidade do professor de línguas (estrangeiras) do século XXI está sendo profundamente alterada, devido, sobretudo, às inúmeras possibilidades de acesso ao conhecimento oferecido pelos artefatos digitais. Essa transformação permite repensarmos o papel do professor de um modo geral, que, a nosso ver, deixa de exercer a função de protagonista no cenário educacional atual, ou seja, entendido como responsável pela transmissão ou mediação do conhecimento ao aprendiz, e passar a exercer a função de coadjuvante, no sentido que integra a rede de elementos (nós), por meio dos quais as interações ou conexões, essenciais à construção e socialização do conhecimento, se estabelecem e se proliferam. Portanto, ao longo deste estudo, buscamos destacar o papel do professor como coadjuvante, não mais como protagonista do processo de ensinar.

Belloni (2005) prevê que as máquinas inteligentes estarão cada vez mais presentes no nosso cotidiano e, por consequência, no campo da educação (BELLONI, 2005, p. 17). Vilson Leffa e Vera Menezes, alertam para a necessidade de investir mais no desenvolvimento do letramento digital e na formação de professores (LEFFA, 2005; MENEZES, 2013), no que são confirmados por estudos que mostram que o maior problema no uso de tecnologias na educação no Brasil não está no acesso às próprias, mas sim no uso delas pelos professores.

Pois, é provável que o motivo pelo qual encontramos alguma resistência no uso das tecnologias na educação seja o fato de que a prática pedagógica nem sempre está aberta a novas conexões e conhecimentos, hoje entendidos como sendo o resultado da construção e transformação da informação através da experiência.

De acordo com Maturana e Varela (1995) ao auto-organizar e reestruturar conhecimentos, cada indivíduo acaba, consequentemente, produzindo um novo mundo, uma vez que sua visão da realidade, suas experiências e seu modo de sentir tudo ao seu redor são únicos, inerentes ao seu próprio ser. Desta forma, cada um de nós é responsável pela consolidação de um novo olhar sobre um novo mundo sempre que aprendemos algo novo. Nesta perspectiva, o aprendizado constitui-se no próprio processo de vida, que inclui a percepção, a emoção, o desejo e o comportamento (a forma como auto-organizamos e reestruturamos nossas experiências de vida).

É tempo de mudança, em todos os sentidos. Para diminuir o antagonismo entre jovens e adultos, precisamos entender que os tempos atuais são diferentes, de uma forma sem precedentes. Não existem mais verdades definitivas. As verdades “definitivas” do passado duravam por dezenas ou mesmo centenas de anos. As verdades “definitivas” do presente duram meses. A mudança é constante e assustadora.

A mudança constante sem dúvida é uma ameaça. O ser humano não foi feito para conviver com mudanças constantes e se sente extremamente desconfortável em um ambiente que muda dia a dia. No limite, podemos dizer que o impossível não existe mais. O impossível de ontem é o banal de hoje. Ninguém, nem mesmo especialistas em tecnologia conseguem acompanhar esta revolução. O sentimento de inadequação é constante e bastante incômodo. O que dizer então de educadores que se viram em meio a este turbilhão tecnológico, que tomou de assalto as suas salas de aula? Os alunos comentam as últimas novidades, descobrem informação com grande facilidade e aprendem sozinhos. É no mínimo desconfortável e incômodo.

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