As duas línguas do Brasil - Avaliação sociolinguística
Publicado em 09 de março de 2011 por Joel Junior
As duas línguas do Brasil
Existem no mundo diversas línguas que podem ser consideradas ágrafas. Línguas ágrafas são aquelas línguas nas quais não existe uma forma exata de expressá-las na forma escrita, ou seja, são apenas faladas ou gesticuladas. Podemos citar como exemplo as línguas xavante, falada por índios brasileiros, changana, falada em Moçambique, e bergamasco, falada em Bérgamo, Itália. Isso, a princípio, parece um tanto quanto fora de contexto, incoerente com o titulo, mas logo tudo se encaixará.
Suscitou-se uma duvida: Que língua que se fala no Brasil? Essa é uma pergunta aparentemente fácil de ser respondida. É obvio que no Brasil se fala o português. Isso é o que muitos responderiam, pois tomariam por base, primeiramente, o fato de o Brasil ter sido colonizado pelos portugueses; depois se baseariam nos telejornais, nos livros literários, redações oficiais, etc., o que torna o português uma errônea "língua civilizada". Mas a pergunta feita foi qual é a língua que se falava no Brasil, e não qual é sua língua civilizada. Sendo mais específico: comunicamos-nos oralmente através da mesma linguagem que escrevemos e lemos?
Indiscutivelmente a resposta é não. Ao falar, não respeitamos as chamadas "normas gramaticais", e isso não nos é exigido, porém, ao escrevermos, precisamos possuir certo domínio destas normas. Podemos exemplificar isso lembrando que, de acordo com a gramática, não se pode usar próclise em início de frase, contudo, em uma conversa no dia-a-dia, ninguém sai por aí dizendo: empreste-me seu livro, ou conte-me uma estória para dormir, papai. Baseando-se nisso, podemos afirmar que no Brasil existem duas línguas, uma que se escreve (que o autor chamou de "o português") e uma que se fala (chamada pelo autor de "vernáculo brasileiro" ou apenas "vernáculo"). Com isso, o autor afirma que o português não é a nossa língua materna, mas sim o vernáculo. Apesar disto, não se pode considerá-las como dicotômicas, mas também não podemos afirmar que são a mesma língua.
Apegando-nos a isso agora, dizemos que o "certo" é escrever o português e falar o vernáculo.
Ligando as coisas: o vernáculo é a língua materna de mais de duzentos milhões de brasileiros que a utilizam constantemente, não conhecendo outra forma de se comunicar oralmente se não por ela. Entretanto, ao lerem um artigo no jornal, percebem que não compreendem o que está escrito, isto pela falta de contato com a linguagem utilizada para a escrita desse artigo. Assim, nota-se que apesar de serem consideradas a mesma língua, o vernáculo e o português são satisfatoriamente diferentes. Isso faz com que no Brasil se crie mais uma língua ágrafa. Ela é o vernáculo, a verdadeira língua do povo brasileiro.
Existem no mundo diversas línguas que podem ser consideradas ágrafas. Línguas ágrafas são aquelas línguas nas quais não existe uma forma exata de expressá-las na forma escrita, ou seja, são apenas faladas ou gesticuladas. Podemos citar como exemplo as línguas xavante, falada por índios brasileiros, changana, falada em Moçambique, e bergamasco, falada em Bérgamo, Itália. Isso, a princípio, parece um tanto quanto fora de contexto, incoerente com o titulo, mas logo tudo se encaixará.
Suscitou-se uma duvida: Que língua que se fala no Brasil? Essa é uma pergunta aparentemente fácil de ser respondida. É obvio que no Brasil se fala o português. Isso é o que muitos responderiam, pois tomariam por base, primeiramente, o fato de o Brasil ter sido colonizado pelos portugueses; depois se baseariam nos telejornais, nos livros literários, redações oficiais, etc., o que torna o português uma errônea "língua civilizada". Mas a pergunta feita foi qual é a língua que se falava no Brasil, e não qual é sua língua civilizada. Sendo mais específico: comunicamos-nos oralmente através da mesma linguagem que escrevemos e lemos?
Indiscutivelmente a resposta é não. Ao falar, não respeitamos as chamadas "normas gramaticais", e isso não nos é exigido, porém, ao escrevermos, precisamos possuir certo domínio destas normas. Podemos exemplificar isso lembrando que, de acordo com a gramática, não se pode usar próclise em início de frase, contudo, em uma conversa no dia-a-dia, ninguém sai por aí dizendo: empreste-me seu livro, ou conte-me uma estória para dormir, papai. Baseando-se nisso, podemos afirmar que no Brasil existem duas línguas, uma que se escreve (que o autor chamou de "o português") e uma que se fala (chamada pelo autor de "vernáculo brasileiro" ou apenas "vernáculo"). Com isso, o autor afirma que o português não é a nossa língua materna, mas sim o vernáculo. Apesar disto, não se pode considerá-las como dicotômicas, mas também não podemos afirmar que são a mesma língua.
Apegando-nos a isso agora, dizemos que o "certo" é escrever o português e falar o vernáculo.
Ligando as coisas: o vernáculo é a língua materna de mais de duzentos milhões de brasileiros que a utilizam constantemente, não conhecendo outra forma de se comunicar oralmente se não por ela. Entretanto, ao lerem um artigo no jornal, percebem que não compreendem o que está escrito, isto pela falta de contato com a linguagem utilizada para a escrita desse artigo. Assim, nota-se que apesar de serem consideradas a mesma língua, o vernáculo e o português são satisfatoriamente diferentes. Isso faz com que no Brasil se crie mais uma língua ágrafa. Ela é o vernáculo, a verdadeira língua do povo brasileiro.