AS DIFERENTES FASES DA TECNOLOGIA   EDUCACIONAL

                ( sociedade oral ,sociedade escrita e sociedade digital)

A oralidade, a escrita e a informática coexistem e todas estão presentes atualmente em todo espaço, onde o homem se faz presente. A informática começa a despontar no contexto social e contribuir para a formação de novas maneiras de aprender, pensar e agir das pessoas, despertando-lhes o lado sensorial e todos os seus sentidos: visão, audição e o tato estarão sempre em atividade, contribuindo assim, para que haja uma aprendizagem qualitativa. Dependendo do modo de transmissão do conhecimento; circularidade, linearidade ou não linearidade, são atributos significativos que ajudam a classificar a sociedade em momentos intelectuais.

Confimou que as novas tecnologias informacionais na área da educação busca novas estratégias motivadoras, atraindo o aluno a se interessar pelos diferentes conteúdos e, de certa forma, diminuir a evasão ou exclusão escolar. Demonstrando a clientela escolar que seu futuro depende, exclusivamente, desses fatores citados anteriormente.

O embasamento teórico e pratico para a comunicação oral, escrita é essencial para operacionalizar avanços nas diferentes ciências que controla o desenvolvimento dos países, estados e municípios.

As contribuições prestadas por Kensku (1997, p. 57) autor da obra “Novas Tecnologias, o rendimento do espaço e do tempo e os impactos no trabalho docente,” certamente aumentam a credibilidade do processo e facilitam a convergência da sua eficácia, pois:

A cada época corresponde o domínio de uma tecnologia e, a cada tecnologia, o homem altera as suas próprias formas de viver o presente, de recuperar o passado e de projetar o futuro.  A evolução tecnológica conduziu o desenvolvimento humano para usos que vão da memória fluída dos relatos orais às interfaces com as memórias tecnológicas e registradas nos equipamentos eletrônicos de última geração.

São instrumentos que permitem promover mudanças mais rápidas, mas estável, para o desenvolvimento das diferentes profissões em curto prazo espacial.

Um dos maiores desafios desses recursos são suas implicações na Educação é satisfazer às diversas necessidades de cada profissão cada vez mais diversificada. Para vencer esse desafio, faça-se a importância da oralidade, a escrita e a informática coexistente e estão presentes atualmente. A informática começa a despontar em nossa sociedade e contribui para a formação de novas maneiras de aprender, pensar e agir das pessoas, despertando-lhes o lado sensorial, envolvendo mais todos os seus sentidos, quanto a visão, a audição e o tato estarão sempre em atividade, contribuindo para o aprendizado. A depender do modo de transmissão do conhecimento, circularidade, linearidade ou não linearidade, é que se classifica as sociedades em determinadas fases.

           

          A Sociedade Oral

A necessidade e possibilidade de se tecer esta formação de maneiras complexa incorporando os múltiplos conhecimentos transversais são produtos da oralidade coisa que determinam os níveis intelectuais que adquirem de certo modo através dos canais comunicativos, reflexos da oralidade coerente, independente o regionalismo e também da  escrita coerente e entendível.

A estruturação da oralidade é uma seqüência de conhecimentos, comentados por Lévy (1993, p. 81) significando que:

Nas sociedades orais, é a linguagem falada que serve tanto para a comunicação como para a transmissão do conhecimento adquirido para os seus semelhantes. A memória humana é dotada de alto grau de importância para as sociedades orais, uma vez que, dependem dela para passar às gerações futuras as suas tradições e os seus conhecimentos.

Tais conhecimentos relatados pelo autor revelam a existência de dois tipos de memória: a de curto e a de longo prazo. A primeira centra-se na repetição e dependerá da atenção da pessoa para que os fatos sejam lembrados e, a segunda, baseia-se em uma rede associativa, que constrói representações de fatos, para que eles sejam lembrados.

Complementa esses tipos de memórias em diferentes épocas, acrescentando que:

A memória de longo prazo que permite às sociedades orais a retenção e transmissão dos fatos, sejam lembradas e, a segunda, baseia-se em uma rede associativa, que constrói representação dos fatos, que os oralistas julgam importante. Mas, ocorre que esta memória apresenta uma dificuldade que é a de encontrar isso, faz-se necessários que a representação seja interligada à uma rede de associação, que seja capaz de estabelecer a comunicação necessária para acionar a nossa memória de longo prazo, lembrando a recordação de determinado fato, mesmo decorrido um longo tempo.

As informações devem ser escolhidas as melhores nas quais serão memorizadas e interligadas a família, ou seja, “á implantação emocional das pessoas face aos itens a lembrar que com o decorrer dos tempos a modificará, suas performances memórias. Quanto mais estivermos envolvidos com uma informação, mais fácil será lembrá-la.” (Lévy, 1993, p. 81)

Mediante ao processo de como a memória humana funciona, evidencia-se que os fatos que “sobrevivem” melhor nas sociedades orais, onde a memória prevalece como meio de transmissão, são aqueles que com cita o autor, estiverem interconectado, envolvendo causa e efeito, mantiveram contato direto com o sujeitos, levando em conta os princípios da memória de longo prazo.

A memória, nas sociedades orais, não era apenas valorizados, mais também, explorada. Os oralistas precisavam da memória, para transmitir os seus conhecimentos, e por isso procuravam desenvolve-las ao máximo.

Mais uma vez, Lévy, reforça à utilização da memória, nas sociedades orais, como sendo a:

Dramatização, personalização e artifícios narrativas diversas não visão apenas dar prazer ao espectador. Eles são também condições serve que non do perenidade de um conjunto de proposições em uma lembrança recorrendo às memórias musicais e sensoriomatoras como auxiliares da memória semântica. As rimas e os ritmos dos poemas e dos cantos, das crianças e os rituais tem, como as narrativas, uma função minemotécnica . (op. cit, p. 82)

Verifica-se, que a dinâmica das sociedades orais é a circularidade, que determina a forma com as reformações são transmitidas.

Nestas culturas, qualquer preposição que não seja periodicamente retornada e repetida em voz alta está condenada a desaparecer. Não existe nenhum modo de armazenar as representações verbais para a futura reutilização. A transmissão a passagem do tempo supões, portanto, um incessante movimento de recomeço, de reiteração. Ritos e mitos retidas, quase intocadas, pela roda das gerações, Se o curso das coisas supostamente retorna periodicamente sobre si mesmo, é por que os ciclos sociais é cárismicos ecoam o modo oral de comunicação do saber. (op. Cit. 1993, p. 83-84)

Isso significa que nas sociedades orais, tudo que é transmitido primeiro pelas pessoas da comunidade. As quais escutam, memorizam, imitam e então passam o seu conhecimento. Sendo que alguns, desses conhecimentos são transmitidos da mesma forma. São como teia de aranha que vão tecendo de ponto a ponto, tradições familiares e nossas habilidades são exemplos de que a oralidade continua presente em nossas vidas, mesmo com o surgimento de novas tecnologias intelectuais, como a escrita e a informática

A sociedade da Escrita

Compreende-se a escrita como determinante dos conhecimentos que vão se acumulando, nos dias atuais. A lógica da circularidade perde espaço para a lógica linear, que marca a escrita. Com a escrita, “a teoria, a lógica e as sutilezas dos textos foram acrescentadas as narrativas orais” (op. cit., p. 89), uma vez que, a ciência torna-se o modo do conhecimento predominante.

Com a implementação da agricultura, conclui-se que a escrita tenha seu primeiro marco na história, conseqüente da vida nômade em sedentária, contribuindo para o surgimento, de uma maneira de transmissão do conhecimento. A escrita”reproduz, no domínio da comunicação a relação com o tempo e espaço que a agricultura havia introduzido na ordem da subsistência alimentar. O escriba cava símio na argila de sua tabuinha assim como o lavrador cava sulcos no barro de seu campo” (Idem).

De certa forma a memorização e a figura de um mediador predominava nas sociedades orais como meios de transmitir conhecimento, mais com as sociedades de escritas há necessidade de compreensão do que está sendo transmitido, por que há um espaço entre emissor e receptor da mensagem, que desfaz do mediador de conhecimento mais relevante e eficiente. Porque, o ser humano entendeu que há um espaço entre o emissor e o receptor do que já foi citado.

Nessa nova visão do contexto, o desenvolvimento da interpretação torna-se constante com o surgimento da escrita. A circulação de textos fora do ambiente do leitor começara “ser mais procurada e exigida, possibilitando de certo modo, com que o leitor e autor pudessem fazer parte de realidades distintas no tempo e no espaço e isso pode levar a interpretações distintas, contrariando de certo modo, com que o leitor e autor pudessem fazer parte de realidades distintas no tempo e no espaço e isso pode levar a interpretações distintas, contrariando o sentido que o autor lhe havia dado. Para Lévy (1993, p. 90) “a separação do emissor e do receptor, a impossibilidade de interagir no contexto para construir um hipertexto comum são os principais obstáculos da comunicação escrita”.

Conclui-se, segundo os argumentos transcritos, que as teorias surgem em decorrência da escrita “separar as mensagens das situações onde são usadas e produzidas os discursos /.../” (op. cit. , p. 91) e, certamente veio à contribuir para que o generoso teórico comece a ser o modo de transmissão do conhecimento, com a narração declinada cada vez mais. Segundo o autor, a introdução teórica do conhecimento dos seus autores, sendo as teorias universais e descontextualizadas, independendo do tempo e do espaço da sua elaboração e de sua recepção.

No entanto, agora a escrita de curto prazo que passa a ser valorizada, tem ainda, algo haver com as tabuinhas de argila, o papiro, o pergaminho ou a fita magnética repetissem, mecanicamente, aquilo que se confiam a eles, sem tentar compreende-los; sem conectá-lo a outros elementos de informação. (Lévy, 1993, p. 91).

Desse modo as tecnologias intelectuais também são auxiliares da memória humana e refletem a evolução humana. Com o advento de novas tecnologias intelectuais tornam-se possíveis acumular e transmitir novos conhecimentos. A escrita deixa o homem mais livre para criar, uma vez que, sua memória não necessitava mais acumular os conhecimentos que deveriam ser transmitidos. Agora, não são mais os contos ou narrativas que transmitem novos conhecimentos, e sim as disposições em sistemas ganham espaço, com a escrita. “na verdade, diversos trabalhos de antropologia demonstram que os indivíduos de culturas têm tendência a pensar por categorias enquanto que as pessoas de culturas orais captam inicialmente as situações” (Lévy, 1993, p.3).No entanto, não se omite, que é a escrita que favorece o pensamento lógico e crítico que não é possível realizar através da oralidade.

Com a expansão das teorias na sociedade da escrita Lévy (1993, p.94) chega a conclusão que “o alfabeto fonético grego teria desempenhado um papel fundamental quanto a isso, ao fazer com que textos falassem realmente, enquanto que os primeiros sistemas de escrita envolviam apenas signos  mais ou menos fáceis de decifrar”.

A partir desse momento na sociedade escrita o tempo, passa ser linear. O crescimento do que havia para ser transmitido não comporta mais a circularidade, o eterno retorno da oralidade e a disposição do saber agora é em linhas. Essa mudança em relação ao tempo, tornado-o datado, permite o surgimento da história. “A história é um efeito da escrita” (op. cit. , p. 95). Com a impressão, a história consolida o seu papel dentro da escrita. “Sem a escrita, não há datas nem arquivos, não listas de observação,tabelas de números, não há códigos legislativos, nem sistemas filosóficos e muito menos críticas destes sistemas.”(op. cit., p.96). E conseqüentemente não teríamos a história, onde a qualquer momento se pode consultar o conhecimento, independente da memória e da transmissão oral, numa nova era reconhecida mundialmente com sendo, a era digital.

 A Sociedade Digital

A sociedade digital é diretamente proporcional aos investimentos de um determinado país em educação, ciência e tecnologia. Observa-se o imperialismo econômico atual, ataca co argumento não tradicional (não se trata, neste contexto de armas tradicionais como bombas, armas modernas como agentes químicos ou biológicos) isto é, armamento informacional. O poder maior das nações,é uma realidade que perpassa pela informação.

Nas palavras de Miller (1995, p. 42):

Estamos vivendo certamente, num mundo de profundas e céleres mudanças paradigmáticas nos campos científicos, tecnológico, e político e social. E neste mutável mundo de hoje, em que tudo acontece com uma rapidez incrível, só resta mesmo uma saída, tanto pra as organizações como para s indivíduos ousar/mudar.

Isso comprova que o valor que a sociedade atribui à informação, também é diretamente proporcional ao seu desenvolvimento, tornando assim conseqüentemente maior o valor da sociedade informacional. Assumir este paradigma é fundamental “/.../ ser um profissional que devemos ser vivo e atuante”.

Kensky (1997, p.51) explica, que a:

Sociedade digital leva-nos a novas formas de apreensão e transmissão do conhecimento e os seus, suportes permitem que a memória artificial seja cada vez mais desenvolvida. Passamos a ver e a ouvir mais com as imagens e sons que as novas tecnologias intelectuais produzem, favorecendo um maior aproveitamento do nosso lado sensorial. A continuidade não marca mais as formas de aquisição e de transmissão do conhecimento e a linearidade cede espaço para a não linearidade. A tecnologia digital rompe com a narrativa contínua e seqüenciada das imagens e textos escritos e se apresenta como um fenômeno descontínuo.

Esses argumentos são características da cultura, cultura digital é o aprendizado de ocorre através da simulação. Ao fazermos um retrospecto sobre as culturas anteriores, iremos observar que tanto a oralidade, como a escrita Sá utilizavam a simulação como forma de apreensão do conhecimento, ocorrendo, na era digital, uma melhor utilização da mesma, provocada, principalmente pelo desenvolvimento do lado sensoriomotor provocado pelos suportes digitais.

A respeito disso, Lévy observa que:

...ao analisar tudo aquilo que, em nossa forma de pensar depende da oralidade, da escrita e da impressão, descobriremos que apreendemos o conhecimento por simulação, típico da cultura informática, com os critérios e os reflexos mentais ligados às tecnologias anteriores (LÉVY, 1993, p. 99)

Em conformidade com a referida citação, pode-se dizer que o aprendizado por simulação estabelece quatro pólos funcionais que o envolve:

  • a produção ou composição de dados de programas ao de representações audiovisuais (todas as técnicas digitais de ajuda à criação);
  • a seleção, recepção e tratamento dos dados, dos sons ou das imagens (os terminais de recepção “inteligentes”);
  • a transmissão (a rede digital de serviços integrados e as mídias deusas como os discos óticos);
  • finalmente, as funções de armazenamento (bancos de dados, bancos de imagens, etc.), ( 1993, p. 103).

Isso comprova que a imagem é um ponto importante na era digital, contribuindo para o envolvimento sensorial que se estabelece atualmente. Assim como os dados, as imagens contem informações que podem ser consultadas no momento oportuno fazendo parte do estoque armazenado pela memória artificial. No ambiente sensorial, os cinco sentidos são favorecidos, a imagem desempenha uma importante função: a de nos fazer ver e sentir de forma ampliada. É notório que os avanços da informática estão cada vez mais ligadas a criar linguagens e programas acessíveis aos usuários das novas tecnologias intelectuais. Há uma preocupação, por parte dos especialistas em informática, em aproximar a maquina e o usuário. Os computadores estariam “humanizando-se“ para interagir ainda mais com o usuário.

Lévy (1993, p.107) acrescenta ainda mais que:

Humanização é como se os informatas revestissem incansavelmente os computadores de novas interfaces com seu meio ambiente físico e humano: sistemas inteligentes de gerenciamento de bancos de dados, módulos de computadores de linguagem natural, módulos de compreensão  de linguagem natural, dispositivos de reconhecimento de formas ou sistemas especialistas em diagnostico, e interfaces: telas, ícones, botões, menus, dispositivos aptos a conectarem-se cada vez melhor aos módulos cognitivos e sensoriais dos usuários a captar.

Fica assim mais uma vez confirmada que a era digital abrangem diversos desenvolvimentos: cognitivos dos usuários das suas novas tecnologias intelectuais, mas também, o próprio desenvolvimento sensório motor dos usuários, despertando-lhes a atenção para o desenvolvimento que deve existir no momento da aquisição e da transmissão do conhecimento. Não é mais a linearidade é que irá orientar as novas formas de saber.

Nesse processo, a escrita deixa de ser linear tornando-se cada vez mais hipertextual e precisará de uma multidisciplinaridade, onde vários conhecimentos serão necessários para a sua realização. A carência textual abrirá espaço para a interatividade própria da era digital. O som e a imagem terão importante papel nessa nova escrita da era digital. O saber adquire um novo formato e a transmissão do conhecimento, já não são reconhecidos como linear.

A informática não enfatiza mais o conhecimento como algo permanente. O conhecimento é sempre renovado e pode sofrer modificação a casa instante. È momentâneo e o que há de verdade nele estará atrelado ao instante da enunciação. O tempo é agora, o presente, é perecível e transitório, o mesmo ocorrendo com a transmissão do conhecimento /.../ Por analogia com o tempo circular da oralidade primária e o tempo linear das sociedades históricas, poderíamos falar de uma espécie de implosão cronológica, de um tempo pontual instaurado pelas redes de informática. (LÉVY, 1993, p.115)

Com a informática, as técnicas mnemônicas deixam de ocupar o lugar de destaque que ocupavam na sociedade oral. A quantidade de informações que é transmitida aumentou desde a oralidade e a memória humana não teria mais capacidade suficiente para armazená-la. O saber não depende apenas da memória pessoal e foi preciso que novos suportes fossem criados para servirem como uma espécie de extensão da memória humana, facilitando o registro e a transmissão do conhecimento.

FERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KUENZER, Acácia, Z. Exclusão Excludente e Inclusão Excludente: a nova forma de dualidade estrutural que objetiva as novas relações entre Educação e Trabalho. In: LOMBARDI, José C. et ali. Capitalismo, Trabalho e Educação. Campinas: Autores Associados, HISTEDBR. 2004.

LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. São Paulo: 34, 1993.

OLIVEIRA, Avelino da R. MARX e a exclusão. Pelotas, RS: Seiva, 2004.

VYGOTSKY, L. Pensamento e Linguagem. 4ª ed. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1991