Aprendizagem no Ensino de Jovens e Adultos, com Base na sua          Diversidade.

 Raquel Gonçalves da Silva

Resumo

A educação de adultos compreende a educação formal e permanente, a educação não formal e toda a gama de oportunidades de educação informal e ocasional existentes em uma sociedade educativa e multicultural, na qual se reconhecem os enfoques teóricos baseados na prática.

Palavras chaves: Educação de Jovens e Adultos. Diversidade. Ensino.

Introdução

 O presente estudo tem como enfoque principal a Educação de Jovens e Adultos (EJA), ou seja, o conjunto de processos de aprendizagens, formais ou não formais, graças aos quais as pessoas, cujo entorno social consideram-os adultos, desenvolvem suas capacidades, enriquecem seus conhecimentos e melhoram suas competências ou profissionais ou as reorientam a fim de atender suas próprias necessidades e as da sociedade.

EJA – O BRASIL E A REALIDADE

Construir algo que reconheça as especificidades do público da EJA perpassa diversos aspectos, tais como: a diversidade de sujeitos com características peculiares; a preocupação com a existência de uma infraestrutura que acolha a realidade desse público; a elaboração de propostas curriculares que vá ao encontro das necessidades, das exigências e dos interesses desses sujeitos, incluindo a flexibilidade dos tempos e espaços; a disponibilidade de recursos didáticos que atendam e desenvolvam as potencialidades desses sujeitos; as iniciativas de formação inicial e continuada de educadores; políticas compensatórias de alimentação e transporte que favoreçam a permanência dos alunos.

No Brasil, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) está prevista na Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional, Lei nº 9.424/1996, e classificada como parte integrante da Educação Básica e valorização do magistério. Entretanto, há divergências na aplicabilidade deste dispositivo. Da ótica pedagógica, existe a falta de profissionais capacitados para trabalhar com adultos, falta de materiais didáticos e, principalmente, falta de metodologia específica para este público.

Atualmente é notória a ampliação da educação básica, porém, em contrapartida, as condições sociais interferem no sucesso de muitos alunos. A repetência, a reprovação e a evasão são aspectos claros da realidade escolar. Assim, nestes casos, a EJA torna-se a única opção de inclusão social para aqueles que já se encontram afastados do sistema de ensino regular.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, as matérias ministradas durante as aulas devem seguir um padrão mínimo, além de sistematizar asas peculiaridades do local em que o ensino está sendo aplicado, ou seja, oferecendo condições básicas para que os alunos desenvolvam suas ideias.

Vygotsky (1998) afirma que o desenvolvimento do ser humano é consequência de um processo sócio-histórico, tal teoria ficou conhecida como sócio interacionista, no qual enfatiza o papel histórico e cultural da aprendizagem.

O processo de ensino-aprendizagem não se limita apenas ao processo de letramento, uma vez que a educação possui caráter permanente. Segundo Freire (1980, p. 28), "não há seres educados e não educados. Estamos todos nos educando. Existem graus de educação, mas estes não são absolutos".

O grande obstáculo deste processo consiste em romper os limites da atividade escolar que as apresentam apenas como uma mera repetição de conteúdos. Cabe ao docente debater acerca da relevância do papel desempenhado por cada aluno em sua comunidade, uma vez que essas atividades compreendem o processo de alfabetização.

A sociedade tem consciência de que a EJA é uma modalidade de ensino cada vez mais requisitada por aqueles que não tiveram oportunidade de concluir alguma etapa da vida escolar ou, por um motivo ou outro, não tiveram tempo para tal realização, uma vez que necessitam de um nível de escolaridade para que possam conseguir um bom trabalho, ser inseridos no meio social contemporâneo ou simplesmente para sua realização pessoal.

Entretanto, faz-se necessário que o educador note que após determinado tempo longe da escola ou repetindo o ano, o aluno da EJA tem a esperança que a escola seja cúmplice do seu cotidiano, ou seja, não espera que o professor imponha um modelo de como se aprender, e nem ignore as experiências trazidas com cada um. Espera-se que o educador tenha capacidade de compreender as diversidades que envolvem os alunos de maneira positiva, construindo um novo conhecimento junto a cada aluno, lançando mão de suporte pedagógico dos mais variados instrumentos tecnológicos juntamente com as práticas educativas independentes.

Conclusão

Deste modo, por anos a história brasileira busca métodos e práticas educacionais adequadas à realidade cultural e ao nível de conhecimento de cada aluno, tendo a escola como local de diálogo e produção do saber. Com o aumento das possibilidades de educação para classes populares, fez com que a justiça social ficasse mais efetiva no âmbito escolar, reduzindo a desigualdade social brasileira. Portanto, referimos à Educação de Jovens e Adultos remete-se àqueles que procuram recuperar o tempo perdido quando eram mais jovens ou a chance que não tiveram de ingressar em uma sala de aula, assim o processo de formação ultrapassa a peculiaridade do aluno, uma vez que a escola assume papel relevante na formação do cidadão, levando em consideração métodos, técnicas e linguagem veiculadas em sala de aula.

Referências

 BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais de 5ª a 8ª séries. Introdução - Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC / SEF, 1998.

 

______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso em: 01 abr. 2014.

BRASIL. Ministério da Educação. Alunos e Alunas da EJA. Coleção Trabalhando com a Educação de Jovens e Adultos. Brasília: MEC, 2006.

 

______. Proposta curricular para educação de jovens e adultos. Brasília, 2001.

 

VYGOTSKY. Lev Semenovich. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1988.