Venho refletindo sobre a infância, sua inocência e o desenvolvimento da criança. Com elas aprendo mais a cada dia...

Não entendo ou talvez não concorde muito com os rumos que a educação quer dar para elas.
Para mim a educação sempre será a base, o alicerce onde se deve erigir o sujeito-cidadão do mundo. A ele pertence o futuro, mas o futuro da humanidade também dependerá dele.
O que vejo na minha prática, na rotina da educação infantil é um excesso de atividades fragmentadas no tempo; uma preocupação com um fazer constante, como se disso viesse a garantia de um bom trabalho executado.

Como bem dizia Paulo Freire: A educação sozinha não transforma a sociedade, porém, sem ela tão pouco a sociedade muda.
Importa que a criança tenha seu tempo de "ser criança", respeitado; tempo para provar com a boca o gosto das coisas, pegar os objetos com as mãos e bater no chão, ouvindo o som produzido, arrastar pelo chão e ir tateando até conseguir subir e dar seus primeiros passos.
Vai cair e levantar muitas vezes, mas esse é o processo: aprender fazendo e repetindo as experiências.

Ao nascer trazemos características individuais, outras herdadas de nossos pais e antepassados. Assim vamos formando nossa personalidade, com características próprias, com as que herdamos e com o que aprendemos nas nossas experiências de vida.
A educação não pode ser uma preparação para a vida porque ela é a própria vida, como dizia Dewey. A vida é dinamismo e movimento.
Precisamos resgatar os valores perdidos e começar a cultivá-los no cotidiano das escolas; como o respeito a si e ao próximo, a cooperação e outros.

Sabemos que nos dias atuais, a grande dificuldade é interpessoal. As crianças devem ser preparadas para saber conviver em grupo, aceitando as diferenças, com regras de boa convivência e amizade, saber respeitar limites e também o professor.


É fundamental promover a integração entre a escola, aluno e a família para desenvolver vínculos afetivos, comunicação e confiança.

Os professores devem planejar atividades significativas, criando contextos que tem a ver com a realidade onde a criança está inserida; planejar para que as crianças se tornem adultos responsáveis, solidários, críticos e conscientes. Todos nós somos educadores e devemos ter sempre em mente qual sociedade queremos viver e que tipo de homem queremos formar.
Acredito em uma sociedade mais humana e justa, sem preconceitos, em que os cidadãos atuem compromissados com o bem comum; para isso dois conceitos são primordiais: igualdade e justiça social.

Isso não é uma tarefa simples e nem rápida. Exige paciência e perseverança; é necessário preparar o terreno fértil para semear e desenvolver nosso futuro.

Como uma árvore depende das condições do solo para crescer saudável e dar frutos, todos dependemos das condições onde crescemos.

Desde os primeiros meses de vida, essas condições começam a atuar na formação da criança.
Os pais, parentes, professores e o entorno dela, podem ser considerados os primeiros jardineiros.

A criança aprende muito observando e imitando os adultos. Devemos refletir sobre os exemplos que deixamos ao pensar, expressar e agir. Os maiores desafios serão: reconhecer as condições em que as crianças irão crescer e quais nutrientes faltam para alimentar o solo e fortalecer as raízes, as quais precisam ser bem estruturadas para enfrentar as intempéries que virão.

Aprender? Certamente mas, primeiro, viver e aprender pela vida, na vida.
John Dewey

Por Maria Teresa
Fonte: O Homem e Seus Símbolos - Autor: CARL GUSTAV JUNG

Leia sobre esse e outros assuntos no site:
http://www.carlosmartins.com.br/habilidades.htm