A Língua Falada no ensino de Português

 

 

O atual ensino da Língua Portuguesa passa por três crises, que são de ordem social, científica, e do magistério.

A crise social diz respeito às mudanças da sociedade brasileira, principalmente no que se trata no processo de urbanização e seus reflexos no ensino formal.

Apesar do processo de urbanização do Brasil ter sido tardio, a intensidade foi numerosa, pois apenas em dois anos, 80% da população eram consideradas urbanas, e que 2/3 da população economicamente ativa estava na zona rural.

Com isso ocorreu o dinamismo do português urbano na linguagem trazida pelos migrantes rurais, pois os falantes quando expostos às pressões do padrão urbano tendem a adquirir as terminações diferenciadas, dessa forma, é fato que a linguagem trazida alterou o perfil sócio-econômico do alunado, as escolas deixaram de abrigar somente os alunos de classe média urbana, e passaram a incorporar filhos de pais analfabetos.

A crise científica afeta os estudos lingüísticos, com conseqüência no ensino, com três modelos teóricos: a língua como atividade mental que será a gramática implícita ou da competência interessada a explicar como as pessoas adquirem uma língua; a teoria da língua como estrutura, que será a gramática estrutural, na qual busca identificar as regularidades das cadeias da fala, e a que considera a língua como atividade social, que é a gramática funcional, na qual procuram os pontos de contato ente as estruturas identificadas pelo modelo anterior.

Tomadas em conjunto, as duas primeiras vêem a língua como um fenômeno homogêneo que deve ser examinado independentemente de suas condições de produção.E a terceira vê a língua como funcionalmente heterogêneo, representável por meio de regras variáveis socialmente motivadas.

E a crise do magistério soma os problemas da desvalorização de nossa profissão. Pois as mudanças sociais do país e o momento de transição científica colocam o professor numa situação desconfortável com respeito de como ensinar e como ensinar.

A isto se somam as deficiências da formação, pois os professores formados à alguns anos atrás, receberam uma formação que ao se integrarem no mercado de trabalho hoje, no mesmo sistema público de ensino receberão salários bem inferiores.

No caso dos materiais didáticos, são repetitivos e os educadores têm que recicla-los e lutar pela valorização da carreira.

Em particular da língua Portuguesa, os pais tem papel importante no desenvolvimento do professor, pois não se acredita mais que a função da escola deva concentrar-se apenas no ensino da língua escrita, a pretexto de que o aluno já aprendeu em casa.

 

Palavras-chave: crises, social, científica, magistério, mudanças, urbanização, linguagem, implícita, funcional, deficiências.