A leitura é um ato de conhecimento, pois ler significa perceber e compreender as relações existentes no mundo. Ela tem a capacidade de influenciar nosso modo de agir, pensar e falar.

A aquisição de ideias pelo ser humano apresenta um grande efeito colateral: a reflexão. A leitura é capaz de nos oferecer o poder de questionar, sendo a mesma frequente em nossas vidas. Igualmente, é impossível que a nossa visão do mundo ao redor não se modifique com essa capacidade adquirida.

Ler enriquece o vocabulário, dinamiza o raciocínio e a interpretação, permite àquele aluno e hábil leitor estar a frente de seus colegas  ao escrever uma redação para algum concurso, expor conhecimento de mundo, sair-se bem nas conversas,estar apto para falar sobre assuntos diversos,ser crítico  e ter argumentos convincentes.

Com a sua prática frequente, tudo isso é expresso de forma clara e objetiva. Pessoas que não possuem esse hábito ficam presas a gestos e formas rudimentares de comunicação.

A leitura é a base para o desenvolvimento e a integração na sociedade e na vida, porquanto viver não é apenas respirar. A leitura permite ao homem se comunicar, aprender e até mesmo desenvolver, trabalhar suas dificuldades.

A leitura deve ser construída passo a passo, desde a infância, desde pequeno, desde a creche. A leitura de texto literário é fonte de prazer e precisa, portanto ser considerada como meio para garantir o direito de lazer das crianças e dos adolescentes. No entanto, sabemos que, em nosso país, nem todas as crianças e adolescentes têm a oportunidade de conviver com livros de literatura infantil e juvenil antes e fora da escola e, com isso destacamos a importância da escola garantir em sua  rotina pedagógica a prática de ler livros de literatura.

A prática da leitura tem sido tema de discussão de diversas pessoas, ligadas direta ou indiretamente à educação; tendo por um lado, os problemas que estão mais direcionados aos alunos, e por outro, a questionável atuação do professor que, cada vez mais, distancia-se de livros e textos que possam auxiliar na ampliação de seus conhecimentos. É essa falta de leitura que vem interferindo nas práticas pedagógicas e participando das causas de fracasso escolar, já que, muitas vezes, a aprendizagem baseia-se na simples aquisição da capacidade de leitura e escrita, sem que haja o preparo dos alunos para o hábito da reflexão sobre o que se está lendo.

Mas porque isso acontece?

O grande cerne desta questão é, sem dúvida, o movimento de formação histórico do conteúdo da leitura dentro da escola e da pedagogia, principalmente aqui no Brasil.

Dentro das escolas, a leitura foi vista como um processo lento, permeado de dificuldades, sendo profundamente ligada a prática oral dentro dos espaços familiares e igrejas. Junta-se a isso, o processo da formação da educação no Brasil, que sendo lento e precário, fortalecia o estereotipo da escola como privilegio de poucos.

Mesmo com a evolução histórica da educação brasileira e sua ampliação como um direito básico de todos os cidadãos, a prática de leitura ainda é pouco incentiva, não tendo meios que viabilizem políticas de inventivo à leitura.

A leitura ainda é vista como uma obrigação para os alunos, isso se deve principalmente ao modo como o texto é apresentado em sala, ou seja, há uma consequência da apresentação que o professor faz do texto em sala, há influências sobre o aluno que está inserido no âmbito escolar.

Assim, a escola vem deixando de construir sujeitos críticos, criativos e capazes de realizar as mudanças necessárias na sociedade em que se inserem. Existe uma clara necessidade em se alterar os mecanismos de ensino, de modo que as crianças desde cedo possam construir a sua compreensão dos textos e sua utilização como uma das maneiras significativas de produzir discursos, ou seja, dizer algo para uma pessoa, de uma forma determinada, numa certa circunstância histórica.

O primeiro passo para uma mudança pedagógica e para a transformação do aluno em um leitor, é a motivação. Ela é uma ferramenta necessária para se obter resultados positivos nos processos de ensino-aprendizagem. A escola e os professores precisam construir um ambiente estimulador para a leitura e escrita, fornecendo constantemente a seus alunos novas experiências com os livros e textos. As práticas de leitura devem ser mediadas pelo professor de uma maneira prazerosa que faça sentido ou que esteja dentro do contexto da realidade do aluno, não limitando assim a capacidade de desenvolvimento de cada um. Isso exige do educador um maior aprofundamento teórico que provoque mudanças em sua prática docente.

O segundo passo, é o professor reconhecer as diversas leituras que seus alunos fazem, não somente daquela imposta dentro da sala de aula, mas também daquela que o aluno faz por escolha própria.

O mundo em que vivemos é feito de interatividade. Os alunos tem acesso a uma gama de mídias, e o livro, parece ser obsoleto diante das novas tecnologias. O professor então deve mostrar a seus alunos que existem outras formas de se ler o mundo e os livros.

O professor deve procurar aproximar os seus alunos dos escritores, seja através da visão de suas vidas, seja através de um bate papo, proporcionando a interatividade que no mundo atual é praticamente indispensável para se provocar esse contato entre escritor e o futuro leitor.

Outra metodologia que pode ser aplicada são os ciclos de leitura, incentivando essa prática as crianças desde o inicio das séries fundamentais com obras especificas para seu público alvo, permitindo que os alunos adquiram conhecimentos gerais e aumentem sua capacidade de comunicação e interpretação. Junto a isso, os professores também devem ler e encontrar em suas leituras aqueles prazer que desejam despertar em seus alunos.

A escola, por sua vez, deve dispor de bons livros, um plano diário de atividades ligado à leitura, garantindo que essas atividades tenham a mesma importância que as demais. O acesso à biblioteca deve ser livre e estimulado diariamente, tendo a finalidade e compromisso de despertar o interesse do aluno como leitor.