FRANCISCA ADENILZA DA SILVA COSTA

RESUMO
Este artigo tem a intenção de mostrar sem sombras de dúvidas que a escrita leitura são duas vertentes inseparáveis do processo continuo que é a produção textual, enfatizando que, a intertextualidade como recurso para a produção textual é um recurso impar para o aumento da produtividade intelectual, buscando mediar em caráter seqüencial a construção processual de conhecimento. Através da intertextualidade o relacionamento professor aluno se entrelaça tornando a produção textual cada vez mais significativa e prazerosa. Mas, esse aluno devera ter coerência e coesão quando estiver produzindo seu texto, o mesmo deve procurar desenvolver a capacidade de identificar com qualidade essas analises textuais. A leitura não é a simples decodificação de um sistema, seja escrito, desenhado, esculpido, seja qualquer outro. Não basta uma análise formal do código em que foi cifrado para torná-lo legível, pois o que importa para a significação é o universo do discurso, o contexto de sua produção. Se cada indivíduo é capaz de interpretações diferentes, devemos pensar como se dará tal interpretação com uma boa leitura que jamais será entendida como decodificação, mas como fruto de um calculo interpretativo, é, portanto primordial para que se desenvolvam as capacidades básicas no exercício da sumarização e a competência na captação da macroestrutura de um texto.

Palavras-chave: Texto. Intertextualidade. Produção. Leitura.

RESUMEN

Este artículo tiene la intención de demostrar sin las cortinas de las dudas que la lectura de la escritura es dos fuentes inseparables del proceso continúa que es la producción literal, acentuando eso, el intertextualidade como el recurso para la producción literal es un recurso impar para el aumento de la productividad intelectual, buscando para mediar en carácter secuencial la construcción procesal del conocimiento. A través del intertextualidade la pupila del profesor de la relación si entrelaza hacer la producción literal cada uno un tiempo más significativo y más agradable. Pero, esta pupila debe tener coherencia y la cohesión cuando producirá su texto, iguales debe buscar para desarrollar la capacidad de identificar con calidad que éstas analizan literal. La lectura no es el descifrar simple de un sistema, cualquiera escrita, dibujado, esculpido, cualquiera ningún otro. Un análisis formal del código no es bastante donde lo cifraron para hacer él legible, por lo tanto qué importa para el significação está el universo del discurso, el contexto de su producción. Si cada uno individual es capaz de diversas interpretaciones, debemos pensar pues tal interpretación con una buena lectura será dada que nunca sea entendida como descifrando, pero como la fruta de una yo calcula interpretativo, es, por lo tanto primordial para desarrollar las capacidades básicas en el ejercicio del sumarização y la capacidad en el captation de la macroestructura de un texto.
Palabras-clave: Texto. Intertextualidade. Producción. Lectura.


INTRODUÇÃO

O presente artigo tem por objetivo destacar a intertextualidade como recurso para a produção textual, partindo do pressuposto que a mesma é um universo cultural muito amplo e complexo, pois implica na identificação textual; evidentemente, que está ligada ao "conhecimento de mundo", que deve ser compartilhada, ou seja, comum ao produtor e ao receptor de textos.
Dessa forma a intertextualidade é um recurso valioso para o estudo de textos. Um texto cita outro com diversos fins, saber identificar e utilizar este recurso habilita o estudante a interagir melhor com práticas de compreensão e produção de textos. O objetivo deste artigo é investigar o recurso da intertextualidade durante o processo de criação de textos, compreendendo que com a leitura colhemos os conhecimentos que ficam armazenados na nossa memória e é nela que acumulamos o conjunto de conhecimentos que caracteriza tanto um indivíduo, através de sua história pessoal, quanto um grupo social, ou até mesmo uma nação, uma etnia, por sua cultura e tradição. Ao tirar da oralidade o registro e a memória de tudo que foi vivido, e fixando-a na escrita alfabética, a sociedade humana faz, sem dúvida, um dos avanços mais qualitativos e complexos de toda sua história.
Neste momento, estamos repensando o tradicional conceito de leitura, sobretudo aquele que está diretamente relacionado com a escolarização, pois é ela que permite aprender sílabas, reconhecer palavras, ler frases e parágrafos inteiros. Mas, não basta uma análise formal do código lingüístico para torná-lo legível, pois o ato de ler não pode ficar no primeiro momento de nosso aprendizado. Muitas vezes o texto se torna indecifrável, apesar de ser foneticamente recuperável pelo leitor que se diz alfabetizado, pode-se verificar então, com muita freqüência, infelizmente, que mesmo entre estudantes universitários a compreensão de um texto se dá com certa dificuldade, situação que provoca outra que essa está diretamente relacionada e que torna o nosso fato ainda mais preocupante: a relação com a escrita.



1. O TEXTO E O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Faz-se necessário dizer que, neste artigo o texto é entendido como "toda unidade de produção de linguagem situada, acabada e auto-suficiente do ponto de vista da ação ou da comunicação" (Bronckart, 1999). Mediante o autor Bronckart, cada pessoa procura utilizar o sistema idiomático da forma que melhor lhe exprime o gosto, e o pensamento não prejudicando a unidade superior da linguagem, ela é também instrumento de ação. O texto é o elemento básico com que devemos trabalhar no processo de ensino de qualquer disciplina. É através do texto que o usuário da língua desenvolve a sua capacidade de organizar o pensamento e o conhecimento de transmitir idéias, informações, opiniões em situações comunicativas. Segundo Yunes (2002, p.13) "... só comparável ao domínio do fogo, à interdição do incesto e à invenção da luneta, que fizeram o mundo sair dos eixos". De acordo com a autora, o processo de comunicação do ser humano tem a necessidade imperiosa de externar suas idéias desenvolvidas para que a leitura seja produtiva no momento de sua leitura.
Atualmente, a escola enfatiza o trabalho da leitura e da produção de textos, tentando equilibrá-lo com a análise das estruturas da língua e com seu uso. Dessa forma, através da interação com vários gêneros textuais e o intertextos presente neles, o professor pode investigar a experiência anterior do aluno enquanto leitor de palavras e de mundo e seguir pistas deixadas pelo autor no texto para considerar também o implícito, inferindo, assim as intenções do autor. Então, o aluno, por sua vez, desempenha ora o papel de leitor, ora o papel de produtor de textos, ou seja, aquele que pode ser entendido pelos textos que produz e que o constituem como ser humano.

1.1 A Intertextualidade

O processo ensino e aprendizagem de Língua Portuguesa devem basear-se assim em propostas interativas a fim de promover o desenvolvimento do indivíduo numa dimensão integral. Portanto, nessa perspectiva, o trabalho do professor é, dentre outros, desenvolve no aluno a capacidade de identificar um intertexto. A intertextualidade é um fenômeno constitutivo da produção do sentido e pode-se dar entre textos expressos por diferentes linguagens, sendo que, esta tem um campo amplo e profundo que está presente veementemente no nosso cotidiano.
O professor deve, então, investir na idéia de que todo texto é o resultado de outros textos. Isso significa dizer que não são "puros", pois a palavra é dialógica. Quando se diz algo num texto, é dito em resposta a algo que já foi dito em outros, por isso, é imprescindível que o professor leve o aluno a perceber isso. Quanto à intertextualidade na publicidade, pode-se dizer que ela assume a função não só de persuadir o leitor como também de difundir a cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte. Assim, quando há a utilização deste recurso, boa parte do efeito de uma propaganda ou do título de uma reportagem é proveniente da referência feita a textos pré-existentes. Esses textos ora são retomados de forma direta, ora de forma indireta, levando o destinatário a reconhecer no enunciado o texto citado.
Portanto, segundo Almeida, pode tratar-se da citação tanto de um enunciado cuja autoria é reconhecida (Os documentos são "imexíveis usando o neologismo criado pelo ministro do trabalho Magri "imexível"); quanto de um enunciado anônimo pertencente ao patrimônio social (um político) diz: "Se Lincoln fosse vivo, ele estaria rolando no túmulo", fazendo alusão a este enunciado "Fulano deve estar rolando no túmulo" cujo valor é de descontentamento.

1.2 Como realizar a intertextualidade

A competência em leitura e em produção não depende apenas do conhecimento do código lingüístico. Sendo assim, ler e escrever com proficiência é imprescindível conhecer outros textos, estar imerso nas relações intertextuais, pois um texto é produto de outro texto. A essa relação que se estabelece entre textos dá-se o nome de intertextualidade que também influencia decisivamente, como o processo de compreensão e de produção desses textos.
E conforme nos diz Julia Kristeva (1974, p.64) nos dá um conceito clássico de intertextualidade: "[...] todo texto se constrói como mosaico de citações, todo texto é absorção e transformação de outro texto". A autora Kristeva esclarece que essa relação entre os textos se dá unicamente através do conhecimento amplo e diversificado de cada produtor/leitor com a finalidade de produzir continuamente, em aspectos seqüenciais a elaboração de seu texto em um processo amplo e diversificado.
1.3 A apropriação do texto

A leitura é um processo complexo e bastante abrangente que faz rigorosas exigências ao nosso cérebro, à nossa memória e às nossas emoções sem deixar de envolver a experiência de vida dos leitores. Assim, com muita eficácia, a leitura ajuda a escrever melhor. É com ela que vamos enriquecendo a nossa memória, o nosso senso crítico e absorvemos realizações sobre os mais diferentes assuntos acerca dos quais se podem escrever. Nossa forma de ler e nossa experiência com os mais diversos textos de vários autores influenciarão de muitas maneiras nossos procedimentos de escrita. Temos sempre que situar a leitura em um determinado universo de discurso, pois é justamente isso que importa para a significação, além de sempre considerar o contexto da produção, pois apenas assim, conseguiremos resgatar com maior fidelidade a intenção do autor.
O leitor passa a ser, durante o processo de leitura, tão decisivo para o caráter do discurso quanto quem o produz porque nem tudo que o enunciado deixa ou faz entender se acha explícito nele, pois parte do seu sentido já está no conhecimento do leitor. Um texto traz em si marcas de outros textos, implícita ou explicitamente e essa ligação entre textos pode ser de uma simples citação ou até de uma paródia completa.
Em todas as formas de leitura, muito do nosso conhecimento prévio é exigido para que haja uma compreensão mais exata, pois é preciso compreender simultaneamente o vocabulário e a construção das frases, ativarem as informações antigas e novas sobre o assunto, perceber os implícitos, as ironias, as relações estabelecidas com o nosso mundo real. E esse é o jogo que torna a leitura produtiva; em textos mais complexos a intensidade do esforço para compreender a intertextualidade pode variar e sempre vai depender de conhecimentos prévios comuns ao autor e leitor. Podemos então constatar que a leitura não é um procedimento simples, ao contrário, é uma atividade extremamente complexa e não podemos considerar apenas o que está escrito, pois, para compreender as intenções e posições do autor devemos ir muito além do texto.
Assim, como a leitura faz muitas solicitações ao nosso cérebro somos levados a desenvolver e consolidar habilidades muito sofisticadas para pertencer, então, ao mundo dos que lêem. Segundo Garcez (2002, p.26), "Escrever de modo unificado, podemos nos comunicar com mais eficiência". Afirma a autora, que o ser humano precisa está sempre em sintonia com as palavras, para que no decorrer da sua produção haja um contexto amplo de comunicação e expressão.
Para que essa compreensão efetivamente ocorra temos que percorrer um longo e acidentado caminho que envolve: decodificação de signos; interpretação de itens lexicais e gramaticais; agrupamento de palavras em blocos conceituais; identificação de palavras-chave; seleção e hierarquização de idéias; associação com informações anteriores; antecipação de informações; elaboração de hipóteses; construção de inferências; compreensão de pressupostos; controle de velocidade; focalização da atenção; avaliação do processo realizado; reorientação dos próprios procedimentos mentais.
Dessa forma, o leitor deve sempre considerar todos os recursos técnicos e cognitivos que podem ser desenvolvidos para que a leitura seja produtiva, pois a leitura não se esgota no momento em que se lê. Ela vai muito, além disso, é como uma pavimentação firme e segura no caminho do nosso aprendizado, pois os conhecimentos que adquirimos formam uma base sólida em que outros novos vêm se instalar de forma muito mais consistente. Sabe-se que leitura é um termo que comporta um sentido bastante amplo. O uso desse vocábulo está, na maioria das vezes, relacionado a textos escritos; entretanto, pode-se falar, também, da leitura de textos orais (no ato de ouvir), na leitura de produções audiovisuais (como TV, vídeo), na leitura de obras de arte, leitura de situações, entre outras. Cabe observar que, entretanto, a definição mais comum do termo leitura é apresentada como ato de transcodificar signos gráficos em seus correspondentes na fala, sejam eles expressos sonoramente ou mantidos em uma cadeia de pensamentos. Essa definição, contudo, é insignificante se comparada à complexidade que o termo encerra. O ato de ler, mais que decodificação, como afirma Paulo Freire (1986, p.11) "se antecipa e se alonga na inteligência do mundo". Segundo Freire, o conhecimento vem ao longo do tempo com a visão de Mundo de cada um.
Entretanto, dentre essas noções, algumas considerações fazem-se necessárias: o texto não é um aglomerado de frases; todo texto contém um pronunciamento dentro de um debate de maiores dimensões. A palavra texto, portanto, designa um enunciado qualquer, situado em contexto específico. O texto, como afirma Guimarães (1999, p.14), pode ser: "oral ou escrito, longo ou breve, antigo ou moderno (...) uma frase, um fragmento de um diálogo, um provérbio, um verso, uma estrofe, um poema, um romance, e até mesmo uma palavra-frase". De acordo com Guimarães, essas definições são um fenômeno constitutivo da produção do sentido que pode se da entre textos expressos e diferentes tipos de linguagem no qual toma posição. O importante é que se pense em texto, de um lado, como um sistema concluído, acabado, ímpar, organizado através de suas intra-estruturas; de outro, como um objeto aberto, inacabado, inconcluso, dialogante, ligado ao contexto extralingüístico. Segundo Fiorin:

... entende-se por contexto uma unidade lingüística maior onde se encaixa uma unidade lingüística menor. Assim, a frase encaixa-se no contexto do parágrafo, o parágrafo encaixa-se no contexto do capítulo, o capítulo encaixa-se no contexto da obra toda. (2000,p.12).

Mediante o autor Fiorin, esse aspecto terá de ser ainda desenvolvidos estabelecendo critérios mais específicos e fundamentados como um enriquecimento da leitura. Contudo, é importante lembrar que nem sempre o contexto vem explicitado lingüisticamente. Os elementos em que se produz o texto podem dispensar maiores esclarecimentos e dar como pressuposto o contexto em que ele se situa.
Conforme afirma Fiorin:

"... nenhum texto é uma peça isolada, nem a manifestação isolada de quem o produziu. De uma forma ou de outra, constrói-se um texto para, através dele, marcar uma posição ou participar de um debate de escala mais ampla que está sendo travado na sociedade". Fiorin (2000:13).


Nessa visão de mundo do autor, o importante é que se pense realmente em texto é através dele que a sociedade interage com amplo leque de informação e conhecimento do Mundo. Uma boa leitura nunca pode basear-se em fragmentos isolados do texto, já que o significado das partes sempre é determinado pelo contexto dentro do qual se encaixam. Além disso, para que haja uma boa leitura, não se pode deixar de apreender o pronunciamento contido por trás do texto, já que sempre se produz um texto para marcar posição frente a uma questão sócia? histórica - científica qualquer.



CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme o estudo pleiteado do tema "A intertextualidade como recurso para a produção textual", esta designa uma soma misteriosa de influência, transformação e assimilação de vários textos, sendo assim intertextualidade apresenta como um processo de incorporação de um texto em outro, ou seja, com a finalidade de produzir no sentido de transformá-lo, também serve como excelente recurso no enriquecimento de informações que possam ligar as idéias defendidas, como na interpretação do que se ouve e se ler, esse exercício de análise comparativa dar a você melhor leitura com competência.
O objeto de estudo deste artigo, serviu para ilustrar a importância do conhecimento de mundo e como esse fator interfere no nível de compreensão do texto. Pois, embora o aluno-leitor não identifique o intertexto, vai entendê-lo. Mas ao relacionar um texto com outro, compreenderá o texto lido na sua profundidade e por conseqüência será capaz de refletir sobre o recurso adotado pelo autor para quando for compor textos.
A intertextualidade deve fazer parte do planejamento do professor de Português e de Literatura. Pois, afinal, é a cultura do país e do mundo que estão em movimento. Cabe a ele, então, levar o leitor a reconhecer intertextos e a redigir utilizando também esse recurso, faz-se necessário o conhecimento de autores citados neste artigo, com a finalidade de adquiri-se não só o conhecimento em termo de leitura, mas a forma como os textos são construídos e levados ao publico de maneira clara e objetiva.
O estudo criterioso de textos em função de relações intertextuais proporciona ao leitor ? produtor de textos o desenvolvimento de habilidades em termos de leitura e escrita. Portanto, as condições da produção de textos serão processualmente é afetada por esse exercício de construção do conhecimento.

REFERÊNCIAS:

FIORIN, J. L. & SAVIOLI, F. P. Para entender o texto: leitura e redação. 7ª. ed. São Paulo, Ática, 2000.


GARCEZ, Lucília Helena do Carmo. Técnicas de redação. São Paulo: Martins Fontes, 2002.


GUIMARÃES, E. A Articulação do Texto. 6. Ed., São Paulo, Ática, 1999.


YUNES, Eliana (org.). Pensar a leitura: complexidade. São Paulo: Loyola, 2002.


BRONCKART, J. P. Atividade de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sócio-discursivo. São Paulo: EDUC, 1999.


KRISTEVA, Julia. Introdução à Semântica. São Paulo: Perspectiva, 1974.


FREIRE, Paulo Educação como prática para a Liberdade. 17ª edição, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.