RESENHA 

Introdução

No livro Sociologia da Religião e Mudança Social, nove dos principais especialistas brasileiros em sociologia da religião estudam as complexas relações entre os fenômenos religiosos, modernidade e mudança social. O rápido processo de mudança social do Brasil, acompanhado de um progressivo aumento das diferenças sociais e dos índices de desigualdade, mostrava seus efeitos sobre os movimentos religiosos. Mas, ao contrário do que se poderia prever, a religião também se modernizou, criando novas estratégias para influir na política, na cultura e até mesmo na economia. Atualmente, produtos religiosos movimentam um capital considerável. Não é possível compreender a realidade brasileira sem levar em conta a atuação dos diversos grupos religiosos no cotidiano. É necessário, portanto, indicar caminhos, métodos e levantar questões para entender relações entre religião e sociedade.

Descrição do Assunto

Uma análise sobre toda a narrativa da história e sobre tudo que ela gerou, sendo comumente chamado de “descendência intelectual” .        

Prefácio: A compreensão de um paradoxo

No prefácio, A compreensão de um paradoxo, Beatriz Muniz de Souza e Luís Mauro Sá Martino, estudam as complexas relações entre fenômenos religiosos, modernidade e mudança social.

Na sociologia, a religião sempre foi um dos temas prediletos. Os três “pais fundadores” das ciências sociais, Max, Weber e Durkheim, dedicaram várias páginas para explicar o que leva milhões de pessoas, em todo o mundo, a se curvarem diante de divindades invisíveis cuja existência não pode ser comprometida pela razão humana. Max denunciou a religião como elemento de alienação ao formular sua célebre expressão sobre o “ópio do povo”; Durkheim mostrou as funções de coerção e coação dos fenômenos religiosos, enquanto Weber se esforçou para compreender as relações entre religião e ação social. Contudo essas contribuições foram assimiladas tardiamente no Brasil.

Enquanto o mundo vive um rápido processo de mudança social e o Brasil encontra-se com a desigualdade social em âmbito muito grande.Se há 30 anos era possível falar em “católicos”, “protestantes” e “espíritas”, atualmente os dados do IBGE mostram que, no futuro, estaremos falando de um país de “católicos”, “protestantes” e “espíritas”, “sem religião” e “adeptos  dos novos movimentos religiosos”.

Parte 1

Católicos: Secularização e Mudança na Igreja

No primeiro capítulo, A compreensão de um paradoxo, Beatriz Muniz de Souza e Luís Mauro Sá Martino, estudam as complexas relações entre fenômenos religiosos, modernidade e mudança social.

O número de católicos vem caindo a cada censo realizado.

            “Uma teoria do declínio”

A sociologia da religião, em seus primeiros desenvolvimentos no Brasil, é majoritariamente uma sociologia do catolicismo em declínio, não é  apenas  porque a religião católica seja majoritária, mas porque esta foi tomada como objeto central de interesse dos sociólogos científicos da religião.

A situação social catolicismo institucional, perdendo espaço, prestígios e certezas e outros inclusive quadros clericais.

            “A herança weberiana”

            O Brasil depende das transformações culturais ocidentais, onde também são transformadas as instituições religiosas.

            O catolicismo sob o escrutínio da modernidade

            Camargo considera possível que o catolicismo exerça uma função de contestação, uma vez que os valores religiosos constituem a base de exigências morais contraditórias em relação à ordem social estabelecida.

                        O catolicismo sob o escrutínio dos valores modernos

            Há 30 anos, apontavam as transformações culturais do mundo ocidental e influência nesta transformação na religião. Três décadas depois teve certeza da secularização da sociedade brasileira. Muitos estudiosos da religião, consideram que a promessa da “volta do sagrado” fez recuar os ventos do “desencantamento do mundo”. Conforme Anexo I.

           

            Agonia de um modelo

                        Religiosidade brasileira e transformações sócio-históricas

            Já na década 1960, estudava-se a nova configuração socioreligiosa brasileira com bases teórico-medotdológicas de matrizes europeias. Tentando identificar práticas religiosas que pudessem influenciar em suas mudanças.

                        A criação de um sistema original de representação

            Rosado lembrou-se que o processo de colonização no Brasil por Portugal um país católico na época, confunde com a história da implantação de uma religião.

                        Crise do modelo histórico

            Hoje, a indiferença religiosa como mentalidade convive com buscas mais contraditórias do sagrado e do divino.

Parte 2

Protestantes: As Estratégias do Crescimento na Sociedade

                        Protestantismo brasileiro, uma breve interpretação histórica

            A presença do protestantismo no Brasil data do início de sua colonização. Entretanto, se recuarmos essa história para o aparecimento dos  huguenotes franceses no Rio de Janeiro, poderemos dividir a história do protestantismo no Brasil em três categorias: protestantismo de invasão, de imigração e  de conversão ou missão.

                                   Protestantismo e política

            A partir da Segunda República, alguns poucos protestantes históricos ingressaram na política, fazendo parte da Constituinte de 1934.

                        Educação e protestantismo brasileiro: reflexões e hipóteses

            A primeira questão diz respeito à classificação do protestantismo brasileiro.

  1. Protestantismo e educação: algumas considerações

 

A educação foi o grande ideal das elites brasileiras e latino-americanas em geral, alimentada pela ideologia de progresso, permitindo a inserção dos grupos estrangeiros representantes do liberalismo social, político e econômico. Incluem-se aí a maçonaria e o protestantismo.

 

  1. A prática pedagógica do protestantismo brasileiro e a ideologia liberal

Os historiados da educação no Brasil reconhecem que o sistema educativo influenciou na prática oficial da religião no Brasil.

 

2.1.        A Escola protestante: algumas ênfases pedagógicas do período

 

O princípio liberal da flexibilidade indica que os indivíduos e as sociedades experimentem um processo contínuo de desenvolvimento, em que não só ocorrem mudanças na tecnologia, como também nos princípios e valores sociais.

 

2.2.        Os princípios pedagógicos e educacionais da educação protestante

Tomaram por base da obra de Jether Ramalho os princípios básicos da educação protestantes e suas ênfases pedagógicas.

            Protestantismo brasileiro e mudança social

            Esse objeto de estudo, mas tais conhecimentos, devido a tantas transformações na sociedade brasileira, necessitariam de aprofundamento e rediscussões.

                        Protestantismo como objeto de estudo

            A investigação do fenômeno religioso no Brasil, principalmente do protestantismo, que obteve financiamento por organismos ligados a instituições religiosas, tonando este estudo mais ciêntífico.

                        A complexidade do protestantismo

            Nesta análise do movimento originário de Católicos, Protestantes, Espíritas é também uma boa oportunidade para ressaltar os traços resultantes da multiciplidade e crescente complexidade do protestantismo.

                        O campo protestante: mensuração

            As características anteriores e o crescimento do protestantismo, valorizarão a mensuração dos dados na busca de informações sobre a religião no Brasil.

 

 

Parte 3

Novos Movimentos Religiosos: As Tomadas de Posições dos Aspirantes do Campo

            Estrutura e dinâmica dos novos movimentos religiosos

            Trata-se de um fenômeno no Brasil, vem sendo detectado desde a década de 1960 e que  condensa, de certo modo, transformações mais amplas na sociedade e no campo da cultura. Exemplos: orientalização, esoterismo, secularização, comunidade, cultura alternativa, ambientalismo, reencantamento, novos paradigmas, terapias, OVINIs, Nova Era, crise da modernidade, sincretismo, hibridismo, quebra de fronteiras e, inevitavelmente, a genérica globalização.

            Apontamentos sobre novos movimentos religiosos

            Os diferentes modelos analíticos de fenômenos culturais e religiosos, tanto oriundos da tradição inglesa, da tradição norte-americana, quantos da tradição francesa buscaram encontrar explicações para articulação teórica das redes e das conexões entre cultura e religião.

            A visibilidade das novas religiões no Brasil

            Os novos movimentos religiosos estão ascendo rapidamente tendo em vista que se encontra em terceiro lugar na atribuição religiosa.

Considerações Finais

            A contribuição sobre este estudo no Brasil, vem dando campo a investigação da sociologia da religião. Mostrando assim que a mudança social influência na religião, como imigração internacional, cultura, economia entrando ainda psicologia do ser humano.

Segundo Allport (1996), a Psicologia Social se ocupa do estudo científico - por meio da investigação metódica e empírica - do modo pelo qual as variáveis humanas quantificáveis de interesse à Psicologia, em um dado indivíduo ou em um grupo de indivíduos, são afetadas pela presença real, implícita ou imaginária de outros indivíduos.

Como esclarece Bock, o estudo científico é a construção de um conjunto de conhecimentos sobre um objeto de estudo definido: um aspecto ou um conjunto de aspectos da realidade. Esta construção deverá ser realizada de maneira programada, sistemática e controlada, para que possa ser verificada e validada por estudos posteriores.

Esta forma de construção de saberes possibilita a continuidade de tal forma que todo novo conhecimento produzido é baseado em algo que havia sido desenvolvido anteriormente. (Ibid. p. 20) Daí a importância  do estabelecimento de um embasamento teórico para a elaboração de investigações para Psicologia Social e demais áreas da Psicologia.

            Propiciando assim aos novos fenômenos religiosos. 

Referências Bibliográficas

Souza, Beatriz Muniz de. SOCIOLOGIA DA RELIGIÃO e MUDANÇA SOCIAL, Ed. Paulus-SP.

Jornal Folha de São Paulo (2001 e 2002)