“Parabéns, ó brasileiros! Já, com garbo juvenil, Do universo entre as nações/ Resplandece a do Brasil.”

          Celebramos a Independência do Brasil. São 195 anos de histórias, sentimentos e muita contradição que urgem reflexão e entendimento de nosso povo. Não podemos continuar com meras e simples demonstrações de sentimento cívico e esquecer dos reais problemas de nossa nação. Dentro desse espírito, faz-se necessário que as escolas, juntamente com as autoridades constituídas, utilizem-se dos desfile de sete de setembro para levar a população a resgatar (se é que em algum tempo tivemos um pleno entendimento de patriotismo) o amor à pátria, afim de aguçar o sentido desse verdadeiro amor e, os desfiles cívicos são bons momentos para a população ser estimulada a refletir a respeito do que foi a História do Brasil e como ela continua sendo utilizada em proveito próprio.Nos versos iniciais, colocávamos um estrofe do Hino da Independência, de 1822, argumentando que o Brasil destaca-se entre as todas as nações mundiais. Seria isto uma verdade nos dias atuais? Somos ou não um país livre e Independente? O que foi a “Independência do Brasil” e o que ela representa no contexto histórico brasileiro? É possível ligar os acontecimentos de 1822 com os dias atuais? Quais os motivos que levam tantos brasileiros no sete de setembro organizar o “grito dos excluídos”? Estas indagações devem estar presentes quando buscamos refletir sobre a “Semana da Pátria”.

Dentre os pontos ligados com a ‘verdadeira’ Independência de nossa pátria, somos da opinião que todos eles devem passar pela educação. No último final de semana, fomos convocados para ajudar na aplicação da prova o ENEM e ficamos perplexos ao ver como nossos alunos estão despreparados. Como ser independente quando não se consegue decifrar um enunciado de uma simples questão?

De que vale saber o nome de todos os governantes do Brasil e que passamos por tr6es momentos políticos: Colônia, Império e República se não fomos convencidos que é pela sólida, séria e firme educação que iremos nos tornar pessoas livres e independentes? Nos idos anos oitenta, quando lecionávamos no Colégio Mater Dolorum, em nossas polêmicas e pujantes aulas de Educação Moral e Cívica fazíamos belas discussões a esse respeito. E hoje, passados quando vinte anos, percebemos que aqueles alunos que procuravam levar a sério seus estudos estão com suas vidas, poderíamos dizer, financeiramente, independentes, ou seja, foram além do viver com um salário-mínimo.

Portanto, queremos deixar claro aos nossos leitores, principalmente aos mais jovens e não esquecendo de nossas autoridades, que o amor à Pátria passará indiscutivelmente pela boa, autentica e profunda educação que se recebe. E, nesse sentido, não podemos jogar toda a atribuição à escola. É dever dos pais, da família e da sociedade promover a boa formação dos jovens, pois muito bem dizia o filósofo Aristóteles, isto a mais de dois mil anos: “todos os que pensam no futuro da humanidade estão convencidos de que a educação da mocidade é o melhor caminho”. 

E assim, caros amigos, fica a grande interrogação para ser debatida: como anda a educação e o convívio familiar? E em nossas escolas – Mater Dolorum, Belisário Pena, Viver e Conhecer, Sílvio Santos, as do interior, dos bairros e as particulares – como anda o processo educacional? Existe ou não a aprendizagem? Acontece reflexão, análise, debate e questionamentos? Ou ainda é a mera e simples memorização que tem valor?

Se desejamos a plena Independência é preciso que a educação seja prioridade dos governantes, caso contrário, continuaremos, ano após ano, falando e discursando balelas, pois, na verdade, nossa gente, continuará sendo um “bando” de teleguiados, uma massa que não sabe para onde vai.