Palavras chave: Ensino e aprendizagem, didática e metodologia.


1.0- Introdução

Porque os licenciados em História ainda buscam o magistério mesmo com as intensas dificuldades apresentadas em todos os níveis de ensino? O que ainda motiva pessoas a trabalharem em uma atividade mal remunerada em sua maioria (refiro-me ao ensino municipal e estadual ,com algumas exceções ) e que os alunos muitas vezes , sequer os respeitam? Ainda encontramos pessoas que acreditam no magistério e fazem do seu trabalho, sua missão, seu propósito, sua força para viver, seu ânimo e sua fé.
Segundo MIguel Arroyo, o saber fazer, as artes dos mestres da educação do passado deixaram suas marcas na prática dos educadores e educadoras de nossos dias. Com certeza influenciando gerações de docentes em todos os niveis.

No instante que o professor explica, universos são criados e se expandem rapidamente, ligando-se com outros e gerando vida, despertando força interior. O ser humano nasceu para aprender a conviver com seus semelhantes, para evoluir, identificando seus defeitos e transmutando-os em suas qualidades opostas.

Os professores contribuem para isso, propondo desafios, apresentando as dificuldades dos alunos e buscando soluciona-las.Segundo Thomas Skidmore, na obra Uma História do Brasil, as não-elites do Brasil eram 95% da população logo após a proclamação da Independência, que não tinham rendas e nem ligações influentes para se elevarem na sociedade. Educação sempre teve o seu custo, desde o Egito Antigo, e no Brasil Colônia e Império não foi diferente.

Entende-se que o sistema educacional em países pobres é quase uma exclusividade da elite, os demais estão praticamente excluídos , com raríssimas exceções , sendo assim os que estão no poder conseguem se manter, e os que não estão , não tem acesso de forma alguma .

Os professores, muitas vezes, são filhos de burgueses, bem nascidos que tiveram a oportunidade de estudar nas melhores escolas com os melhores mestres , no exterior inclusive. Hoje este quadro está muito mudado e podemos ver cursos de Pedagogia com valores de mensalidades acessíveis a muitas pessoas, e existem muitas salas de aula repletas de graduandos buscando licenciaturas, apesar da dificuldade de diretores de unidades escolares publicas encontrarem para preencher seu quadro de docentes, necessitando convocar grande quantidade de professores eventuais.

Refletindo sobre as aulas de História, surgem então muitas perguntas. O que lecionar? Quais os recursos? Como avaliar? Como motivar os alunos? Os alunos precisam mesmo saber sobre a História da Europa?Porque tanta História européia e quase nada da Ásia e da África? Agora que começamos a ver nos livros didáticos, capítulos sobre Impérios Africanos, China e Índia, pois a força econômica sino-hindu é impossível de ser ignorada em qualquer país do mundo hoje.

2. 0- Desenvolvimento

Acredito que somente a identificação das necessidades reais de uma comunidade escolar , é que poderíamos traçar um Plano de ensino. A realidade de uma comunidade deveria ser o ponto de partida para a construção dos saberes e das praticas de ensino, ou seja , o que a sociedade necessita , é o que deve ser discutido e avaliado em sala de aula . os alunos podem saber sobre os grandes feitos da Europa, mas deve conhecer também a História Regional, como que os seus bairros surgiram e qual foi o contexto nacional e internacional que eles estavam inseridos.

Estando a comunidade ligada umbilicalmente com o Plano de ensino da escola , os alunos terão mais facilidade de enxergar as razões de estarem dentro de uma sala de aula durante 5 horas diárias.Alias , quem definiu que os alunos devem permanecer por todo este tempo? Como este numero foi definido? E mesmo que na época em que foi criado tenha sido o ideail, não significa que é o ideal hoje tambem.Com certeza as escolas de period integral, onde os alunos permanecem por dois periodos , possuem muito mais oportunidades de apresentarem um programa mais atualizado, interegado e alternativo para o corpo discente.

Os alunos devem ser ouvidos, é um direito deles e um dever dos professores e administradores, os bons gestores escolares já estão realizando isso.O aluno deve ser ouvido quando os programas forem redigidos , quando os educadores se reunem para poderem definir o que sera ensinado. Gestão democrática, o incentive a transparência , a participação efetiva dos pais, a criação e a difusão de Ouvidorias, a publicaçãodos resultados para toda a comunidade, tornam a vida escolar uma verdadeira democracia e um expressão da cidadania.

As aulas de História , podem ser de muitas formas, mas antes de tudo , as disciplinas devem estar interligadas. Isolamento não é produtivo no ambiente escolar.Ligar História e Geografia sequer é necessário, uma está tão próxima da outra que elas quase se fundem imperceptivelmente.Você escreve usando a Lingua Portuguesa, pode realizar graficos e tabelas em qualquer materia, Biologia sempre foi um element constitutivo fundamental na História, como por exemplo as analisar as epidemias que assolaram a Humanidade , tais como a Peste negra em 1348, e a Gripe espanhola durante a I Guerra Mundial.

Pode-se tambem usar textos em Ingles ou Espanhol para enriquecer as explicações.Enriquecer as aulas nunca foi dificil, executar tudo que foi planejado , avaliar corretamente ,sim.Se a inserção do jovem no mercado de trabalho é um dos momentos mais importantes da vida professional, o que estamos fazendo efetivamente paa faciliat isso?Qual éa ação e a abrangência real e efetiva do ensino de História para colaborar com este fato que para muitos . É um grande obstáculo? Que História lecionar para facilitar esta iniciação profissional?

As respostas não são facéis de serem encontradas mas é possivel criar novas soluções para problemas antigos. Segundo Isabel Alarcão ,a sociedade da informação , como sociedade aberta e global , exige competência de acesso , avaliação e gestão da informação oferecida.Sendo assim, deveríamos levar os alunos para mais proximo da realidade professional, pois os diretores das empresas tambem poderiam dar suas contribuições no processo educacional dos jovens e as empresas deveriam colaborar, mostrando claramente que tipo deprofissional é desejado hoje e quais as habilidades e competencias são realmente usadas no dia a dia .

Palestras de executivos direcionadas aos jovens deveriam ser uma constante no sistema escolar, os professores podem estar atualizados,mas nada como uma pessoa que vivencia diariamente os problemas de uma linha de produção ,de uma concessionária de veículos ou de uma rede de supermercados , para expor aos jovens as reais dificuldades em admitir, treinar , conviver com pessoas em um ambiente profissional.

Aula de História deveria ser ponto de partida para o real, o passado como ferramenta ,o presente como realidade e o future como meta, buscando fazer com que o cidadão encontre a si mesmo dentro da nação que constitui . Sessões de aprendizagem com base nas atuais necessidades do Brasil? O que estamos precisando? sabemos ? Se sabemos, devemos dirigir nossos esforços para a concretização destas necessidades seja partindo da escola e de outras instituições sociais.Conforme Circe M. Fernandes Bittencourt , a a relação entre História escolar e cidadania nos remete evidentemente às finalidades políticas da disciplina.Este é um grande e atualíssimo desafio par aos professores.

As aulas sobre a Revolução Industrial poderiam ser dentro de uma industria, lógico que o planejamento deveria ser muito feito, pois não será viavel ter 42 adolescentes dentro de uma fábrica de uma só vez?Visitas são fundamentais , em museus ,em jornais , em outras escolas , teatros, quartéis ,hospitais e prisões .

Somos elementos de uma mesma sociedade e tudo deveria nos interessar, pois somos atomos de uma mesma estrutura , células de um mesmo orgão e nossa integração será o cimento social que unirá as mentalidades em torno de ideiais patrióticos e progressistas. Cresça e ajude a crescer.

3.0- Conclusão

Idéias nao faltam e propostas surgem sempre, pois muitos professors e alunos contribuem para a apresentação de novidades, a questão não é o que e sim como fazer. Porem as analises acima podem ser um ponto de partida para novas formas de ensino e novas formas de aprendizagem .

Muito está sendo feito em varias escolas particulares,municipais,estaduais,federais, militares, religiosas e filantrópicas, os casos de sucesso não faltam e muitos outros surgirão. Cabe a todos nós, incentivar estas mudanças quando necessárias e apresentar propostas coerentes com a realidade educacional do Brasil.


4.0 - Bibliografia

Isabel Alarcão. Professores reflexivos em escola reflexiva. Editora Cortez. 2003. São Paulo.

Thomas Skidmore. Uma História do Brasil.Editora Paz e Terra,1998. São Paulo.

Miguel Arroyo. O Oficio de mestre. Editora Vozes,2000.Petrópolis.

Circe M. Fernandes Bittencourt. O Saber histórico na sala de aula. Editora Contexto.1997. São Paulo