1 INTRODUÇÃO

            O desenvolvimento do Esporte da Escola no decorrer do estágio no Ensino Médio mostra através de análises dos relatórios do Estágio Supervisionado III a importância do Esporte da Escola. Segundo Coletivo de Autores (1992) educação física da escola tem que se preocupar em formar cidadãos críticos que possam ter uma visão diferente dentro da sociedade isso enquanto ser social. A escola tem um papel fundamental em desenvolver aspectos sócios afetivos, cognitivo, conhecimento das disciplinas e a educação física e o desporto devem ser vistos de maneira indispensável na vida dos educandos. 

Na concepção dos professores de Educação Física em determinadas ocasiões, o esporte é considerado como um conteúdo mínimo e único, o que acaba se tornando a exclusiva prioridade a ser promovida entre seus alunos: aos que jogam bem, a oportunidade de praticar; aos que possuem dificuldades, acabam como juiz, gandula ou ainda sentados no banco, só observando a turma jogar. Nestes casos, não há saúde social, ou, sequer, saúde motora. Como deve se sentir o aluno que permanece sentado durante toda a atividade dos colegas? O que ele acaba por representar? E sobre a prática de distribuir os alunos em dois times, onde são escolhidos um por vez, alternadamente: como se sente o último a ser escolhido? Como "resto"? São estas as práticas a serem repensadas (BARRETO, 2003).

            Para Ribeiro (2001) saúde é alegria de viver. É estar encantado com a vida. É ter entusiasmo, alegria, vitalidade, disposição. Saúde é um processo de equilíbrio do organismo. São milhões de mecanismos interagindo e movimentando o interior do seu corpo para que tudo funcione adequadamente. A pessoa encantada pela vida tem o cérebro trabalhando na formação de hormônios de altíssima qualidade que vão nutrir a perfeita elaboração da química interna nos bilhões de reações que ocorrem no organismo todo o tempo. 

Contudo, a Educação Física assim como a prática esportiva, apresenta evidências de que poderá participar do processo de crescimento e desenvolvimento humano, desde que se estruture a partir da caracterização da concepção de corpo que assume, da conceitualização e especificação de suas atividades próprias e de criar condições para humanizar, democratizar e organizar princípios que garantam a práxis pedagógica, tendo em vista superar a concepção de homem, de mulher, visto como um corpo máquina, que não pensa, não vive intensamente, limitado apenas a reproduzir o movimento que lhe é determinado (SILVA, 1995).

2 DESENVOLVIMENTO

O profissional de Educação física deve observar o conteúdo de forma ampla, porém não deve esquecer o seu papel como professor. Tubino (2000) classificou o esporte sob três aspectos de sua manifestação: o esporte-educação; o esporte-participação e o esporte-performance ou de rendimento, embora, na realidade concreta, nem sempre seja fácil localizar ou diferenciar essas manifestações.

Focalizado na escola, o esporte-educação tem por finalidade democratizar e gerar cultura pelo movimento de expressão do indivíduo em ação como manifestação social e de exercício crítico da cidadania, evitando a exclusão e a competitividade. Assim, o professor, ao trabalhar o esporte-educação, além de proporcionar aos alunos a vivência de diferentes modalidades, deve levá-los a refletir de forma crítica, não só sobre os problemas que envolvem o esporte na sociedade, tais como a utilização de drogas ilícitas para melhoria da performance, a corrupção e violência, mas também sobre seus aspectos positivos, como a geração de empregos, o desenvolvimento de pesquisas científicas, tanto no tocante a novas tecnologias, como na área médica.

Concordando com Paes (2002) e Tubino (2002), temos que acreditar em nossos estudos, pois se o esporte esta presente na vida do indivíduo, o mesmo, tem que ser inserido nas aulas de Educação Física escolar. Apresentando o objetivo de auxiliar na formação do cidadão e em sua convivência na sociedade.

O esporte participação é referenciada pelos princípios do prazer lúdico, essas manifestações ocorrem em espaços não comprometidos como tempo e livres de obrigações da vida cotidiana, apresentam como propósitos a demonstração, a diversão, o desenvolvimento pessoal e a interação social. O esporte-participação pode ser praticado por jovens, adultos, indivíduos da terceira idade, portadores de necessidades especiais, homens, mulheres.

Segundo Tubino (2000) é comum observarmos as pessoas se organizando para jogar futebol, basquetebol, voleibol, praticar ciclismos, ginástica, realizar caminhadas ou ainda esportes de aventura, em espaços públicos de lazer e esporte, nos clubes, nas praias, nas ruas e também em algumas instituições de ensino que cedem espaços para a realização de tais atividades nos finais de semana (escola da família) ou nos períodos de ociosidade das atividades cotidianas.

 Tubino (2000) diz ainda que o esporte performance também chamado de esporte de rendimento, traz consigo os propósitos de novos êxitos e a vitória sobre os adversários. As diferentes modalidades esportivas estão ligadas a instituições (ligas, federações, confederações, comitês olímpicos) que organizam as competições locais, nacionais ou internacionais e têm a função de zelar pelo cumprimento das regras e dos códigos éticos. É exercido sobre regras universalmente preestabelecidas, e apresenta uma tendência a ser praticada pelos talentos esportivos, tendência que marca o seu caráter antidemocrático. Certamente que, em meio a tantos aspectos negativos, também a um grande número de aspectos positivos é citado o esporte de competição como uma atividade cultural que proporciona intercâmbio internacional o envolvimento de recursos humanos qualificados, o que provoca a existência de várias profissões especializadas no esporte, a geração de turismo, o efeito-imitação como influência ao esporte popular e o crescimento de mão-de-obra especializada na indústria de produtos esportivos. Exemplos dos esportes-performance podem ser vistos nos finais de semana, algumas modalidades com maior ou menor freqüência, pelas transmissões televisivas dos campeonatos nacionais e internacionais de futebol, voleibol, vôlei de praia, automobilismo, basquetebol, surf, judô, ginástica artística, natação, entre outros.

O PCN (2000) recomendam uma Educação Física que extrapole suas atividades curriculares, visando à construção de uma escola comprometida com a transformação social, permitindo o conhecimento crítico da realidade, onde a educação para a cidadania possibilitará que questões sociais sejam apresentadas para uma maior reflexão. Entendendo os conteúdos como produtos sócio-culturais, a Educação Física no Ensino Fundamental amplia a participação do aluno e transforma sua ação pedagógica. Assim, o esporte entra no contexto escolar de forma recreativa, na compreensão dos aspectos históricos, sociais, vivência de esportes individuais e coletivos no contexto participativo e também competitivo, organização de campeonatos dentro da escola, na capacidade de adaptar espaços e materiais para realização de esportes.

RAMIREZ apud SCARPATO (2007) trabalhar com os conteúdos dos esportes na escola tem como pressuposto o aspecto de servir ao desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor, como individuo e a construção do conhecimento.

  O esporte nas aulas de Educação Física Escolar deve estar segundo KUNZ apud DARIDO E RANGEL (2005) pedagogicamente transformado, esporte escolar tem como pressuposto o aspecto de servir ao desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor, e à construção do conhecimento. Nós educadores devemos permitir que as crianças descobrissem novos métodos de diversão e aprendizagem, pois brincadeiras exercidas por eles em casa já são realizadas cotidianamente, se nós educadores dermos atividades já executadas por eles, estaremos permitindo que eles fiquem estáticos, ou seja, que eles não aprendam nada de novo.

Ao refletirmos sobre o esporte nas aulas de Educação Física escolar, procuramos destacar uma educação fazendo de seus conteúdos uma ferramenta para o processo de formação dos alunos. A maneira que é utilizada o esporte nas aulas, destaca-se o sistema escolar, caracterizando o não esporte da escola e sim o esporte na escola, concordando com o (COLETIVO DE AUTORES, 1992), é questionado a forma de ser trabalhado o esporte no ambiente escolar, pois é repassados regras e regulamentos dos esportes competitivos aos alunos. O professor acaba se tornando um treinador de seus alunos atletas, onde começam a ser exigido resultados e comparações a talentos esportivos.

3 METODOLOGIA

 

Desenvolvemos o artigo através de pesquisa qualitativa, onde analisamos os relatórios das aulas de observação, corregência e regência e podemos chegar a este objeto de estudo. A abordagem qualitativa se faz necessária pois segundo Severino (2000) este instrumento nos traz embasamento teórico e prático para chegarmos aos resultados de nossas próprias experiências como autores.

Utilizamos também referencias bibliográficas tais como artigos consultados no banco de dados SCIELO e livros de autores especializados no assunto, procurando assim através de publicações embasamento teórico que nos dessem norte em relação ao problema de investigação.

Segundo os autores pesquisados e também nossos próprios relatórios nos direcionavam para um esporte transformador em que o alunos não tinha mais como papel ser objeto e sim se tornar sujeito dentro do processo de ensino, sendo assim este aluno além de aprender o significado real das aulas de Educação Física e do esporte como parte de integração e reflexão corporal.

A partir de uma experiência de estágio em escola campo desenvolvido em um Colégio do município de Goiânia –Go com alunos do 2º Ano do Ensino Médio, juntamente com uma pesquisa bibliográfica acerca do tema citado acima.

Para conclusão do mesmo obtivemos ajuda do professor da disciplina que dividiu o estágio em três partes:

  • Fase de observação com 12 horas/aula;
  • Fase de Co-Regência, sendo 06 horas/aula;
  • Fase de Regência, com 42 horas/aula;

 

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nas observações feitas vimos que os alunos do 2º ano do Ensino Médio tem uma Educação Física de qualidade, no aspecto sociocultural cooperativo e no desenvolvimento intelectual e motor, porém ainda com todas estas boas referencias chegamos a conclusão de que o Esporte da Escola não estava sendo aproveitado dentro da Educação Física da forma que deveria diante de sua importância. O Coletivo de Autores (1992) nos direciona para uma Educação Física onde o aluno tenha como premissa o entendimento global do conteúdo, fazendo com que este saiba o real motivo de sua participação e consiga reproduzi-lo trazendo-o para sua realidade.

O momento de co-regência foi de suma importância para que pudéssemos obter ferramentas para solucionar nosso objetivo de levar a Educação Física e o Esporte da Escola de forma coletiva, social e educativa. Uma vez que o PCN de Educação Física (2000) orienta os educadores para que seja dada amplitude em seu trabalho no que se relacione ao conteúdo proposto.

A aulas práticas tiveram um inicio de bastante resistência para os alunos, pois não estavam habituados a este tipo de situação, onde o seu professor regente observa e dois estagiários comandam a aula.

Durante as aulas de regência os alunos foram se habituando de forma positiva aos objetivos que as aulas propunham, na qual todas as aulas o esporte da escola foi o principal tema discutido e trabalhado em sala ou em quadra utilizando a práxis, os alunos começaram a entender a prática dos movimentos e não meros gestos repetitivos. Também começaram a entender a importância do esporte dentro da escola entendendo a diferença entre o esporte na escola. De certa forma todas nossas aulas foram positivas até as aulas que alguns alunos eram resistentes, pois toda experiência nova há um estranhamento e soubemos trabalhar em cima disso para conseguir realizar nossas aulas com ênfase total. Os PCN’s (2000) recomendam uma Educação Física que extrapole suas atividades curriculares, visando a construção de uma escola comprometida com a transformação social, permitindo o conhecimento crítico da realidade, onde a educação para a cidadania possibilitará que questões sociais sejam apresentadas para uma maior reflexão.

Como resultado obtivemos alunos que ao final do estagio estavam com uma visão mais critica das aulas de Educação Física entendendo o significado do Esporte da Escola e assim conseguindo diferencia-lo do esporte na escola ou mesmo das aulas de recreação sem um fundamento especifico

Ao analisarmos as aulas de regência podemos observar a importância do esporte transformado á realidade pedagógica, onde assume características distintas ao do esporte performance, ou, as do esporte lazer. Segundo Tubino (2010) no esporte educação podemos encontrar situações de transformação sócio educativa, participação, inclusão social onde o aluno não e preparado apenas para a repetição de movimentos técnicos, mas há também uma transformação sócio cultural á qual ele e submetido.

Durante as aulas os alunos demonstraram que não sabiam e não entendiam a importância do esporte da escola, porém conseguimos fazer com que eles começassem a ter o interesse em descobrir o conceito do esporte educação.

Utilizamos a abordagem critico superadora como ferramenta norteadora nas aulas, fazendo uma interação maior entre professor, conteúdo e os próprios alunos afim de que as atividades propostas tivessem real sentido dentro do conteúdo planejado, não saindo da realidade social vivenciada por cada aluno. Gallati e Paes, (2006) afirma que o professor de Educação Física não deve se preocupar apenas com os conteúdos relacionados a técnica e tática de diferentes modalidades, mas o papel também deste professor é na contribuição para a formação do cidadão.

6  CONCLUSÃO

Podemos concluir com o resultado positivo das aulas de regência que há grande possibilidade de darmos sentido maior as aulas de Educação Física, de modo que é necessário que o aluno sinta se parte do processo sociocultural que o esporte da escola traz em seu objetivo, tirando a alienação sobre a disciplina de educação física, á tendo  como uma  disciplina de igual seriedade às demais. E para tanto se faz necessário distanciar o estigma de que às aulas são apenas momentos de recreação, ou de técnica seletiva, onde, apenas os mais aptos participam, com a continuidade de tal trabalho estes alunos poderão observar em um futuro as diversas possibilidades que as aulas trazem consigo, como a socialização e o conhecimento técnico, a discussão e o respeito às regras combinadas.


 

REFERÊNCIAS BICLIOGRÁFICAS

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Educação Física, 3º e 4º ciclos, v. 7, Brasília: MEC, 1998.

www.google.com.br/pdfparametrocurricularnacional

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino de Educação Física. 12 ed. São Paulo: Cortez, 1992;

www.google.com.br/pdfcoletivodeautores.

KUNS, E. Transformação didático –pedagogica do esporte. Ljuí: Unijuí, 1994. Le BOUCHE, J. Psicocinética. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.

www.google.com.br/pdftransformaçãodidáticopedagogicadoesporte.

MESQUITA, I.  O ensino do voleibol: proposta metodológica. In: GRAÇA, A; OLIVEIRA, J. (Ed.). O ensino dos jogos desportivos. 3. ed. Lisboa: Universidade do Porto, 1998. p. 153-199.

www.google.com.br/voleibolcomopropostametodologica.

PAES, R.R. A pedagogia do esporte e os jogos coletivos. In ROSE JR., D. de; et al. Esporte e Atividade Física na Infância e na Adolescência. Porto Alegre: Artmed, 2002, p.89-98.

www.google.com.br/pdfapedagogiadoesporteejogoscoletivo.

RAMIREZ, Fernanda. O Esporte nas Aulas de Educação Física in SCARPATO, Marta (Org.) Educação Física – como planejar as aulas na Educação Física, São Paulo, Editora Avercamp, 2007 (59-75).

www.google.com.br/pdfoesportenasaulasdeeducaçãofisica.

TUBINO, Manuel José Gomes. O que é Esporte, - Coleção primeiros passos; São Paulo, Editora Brasiliense, 1999.

www.google.com.br/pdfosignificadoqueéoesporte