UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ –UVA

CENTRO DE FILOSOFIA LETRAS E EDUCAÇÃO - CENFLE

CURSO DE LETRAS – HABILITAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA

 

 

 

 

 FRANCISCA RENATA GOMES ARRUDA

 

 

 

 

A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA INGLESA NO CURRÍCULO ESCOLAR

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SOBRAL - 2013

FRANCISCA RENATA GOMES ARRUDA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA INGLESA NO CURRÍCULO ESCOLAR

 

 

 

Artigo Científico apresentado ao curso de Letras com Habilitação em Língua Inglesa da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA, como requisito parcial para obtenção do título de Graduada em Letras com habilitação em Língua Inglesa.

 

Orientador: Prof. Esp. Francisco Wagner Cavalcante Portela.

 

 

 

 

 

 

 

SOBRAL - 2013

A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA INGLESA NO CURRÍCULO ESCOLAR

 

Artigo Científico ao Curso de Letras com habilitação em Língua Inglesa da Universidade Estadual do Vale do Acaraú como requisito parcial para obtenção do título de Graduada em Letras com habilitação em Língua Inglesa e suas respectivas Literaturas.

 

 

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Francisca Renata Gomes Arruda

 

 

Artigo aprovado em: ____/____/____

 

 

Orientador: ________________________________________________________________

Prof. Esp. Francisco Wagner Cavalcante Portela

 

 

1º Examinador: _____________________________________________________________

Prof. Me. Francisco Evandro Oliveira Moreira

 

 

2º Examinador: _____________________________________________________________

Prof. Fábio Silva Sipaúba

 

 

 

 

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Profª. Me. Maria Elisalene Alves dos Santos

Coordenadora do Curso de Letras

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dedico este trabalho feito com muito empenho e esforço à minha família e em especial a meu esposo que está sempre comigo, me ajudando e apoiando a conquistar novos objetivos e a realizar os projetos de vida que construímos juntos.

 

AGRADECIMENTOS

À Deus pelo dom da vida  e por acompanhar todos os meus passos. À minha família, em especial minha mãe, pelo apoio e incentivo.

Ao meu esposo e à minha filha que foram compreensivos e pacientes durante o curso.

Aos colegas e professores pelo companheirismo, incentivo e apoio.

Ao professor Wagner pelo desempenho, pela dedicação e motivação durante o Curso.

Enfim, a todas as pessoas que contribuíram e ajudaram direta ou indiretamente para a conquista de mais essa etapa de aprendizagem e enriquecimento.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O bom professor é o que consegue, enquanto fala trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas.

                                                                                                                                       (Freire)


 


A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA INGLESA NO CURRÍCULO ESCOLAR

 

Autor: ARRUDA, Francisca Renata Gomes[1]

Orientador: PORTELA, Francisco Wagner Cavalcante[2]

 

 

RESUMO: Este artigo científico surgiu da necessidade de mostrar a valorização da Língua Inglesa na grade curricular das escolas regulares. Baseando-se nas observações do cotidiano das escolas públicas, percebe-se a deficiência e a desvalorização que é dado a essa disciplina. Este artigo tem como objetivo analisar a importância da oralidade da Língua Inglesa em sala de aula, como uma necessidade fundamental na atualidade. A metodologia aplicada nesse estudo tem caráter bibliográfico e como base primordial a análise dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), bem como fundamentação teórica de autores renomados no assunto, que mostram a importância do estudo dessa disciplina para o crescimento pessoal e profissional do ser humano, destacando importantes dimensões da prática docente. O ensino da Língua Estrangeira no mundo contemporâneo ocupa um espaço de grande importância na formação crítica e social dos alunos das escolas públicas ou privadas do país. Dessa forma, a aprendizagem dessa disciplina, torna-se uma possibilidade de aumentar a autopercepção do aluno como cidadão.

 

 

PALAVRAS-CHAVE: Língua Estrangeira. Aprendizagem. Prática de Ensino.

 

 

1 INTRODUÇÃO

Segundo o Ministério da Educação para a inclusão de línguas estrangeiras no currículo escolar devem se considerar três critérios importantes: fatores históricos, fatores relativos às comunidades locais e fatores relativos à tradição. Dessa forma, o domínio de idiomas significa crescimento, desenvolvimento e, acima de tudo, melhores condições de acompanhar as rápidas mudanças que vêm ocorrendo nesse novo e tecnológico século.

 Aprender um idioma se tornou uma necessidade básica para profissionais de diversas áreas e para aqueles que se preparam para ingressar em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo.

A problemática discutida neste estudo tem o seguinte questionamento: A busca pelo conhecimento e a valorização da capacitação do educando são desafios enfrentados pelos educadores no contexto escolar?

Refletindo sobre essa questão, sabemos que para enfrentar os grandes desafios no contexto escolar o educador precisa: Dominar novas tecnologias e aquisição de uma nova Língua, pois esses tópicos são essenciais para que seja ampliado o universo de aprendizagem, é necessário também a busca de novas formas para trabalhar a leitura e atividades que possa levar o educando a utilizar estratégias de aprendizagem e de raciocínio crítico. Dessa forma, o educando não só aprenderá a Língua Inglesa, mas, também aprenderá a empregar tais conhecimentos e selecionará organizadamente as informações recebidas.

O objetivo geral deste artigo é analisar a importância da oralidade da Língua Estrangeira em sala de aula, como uma necessidade fundamental na atualidade.

Nesta perspectiva surgiram os objetivos específicos, dentre eles: Verificar as dificuldades de aprendizagem no ensino da língua estrangeira; Analisar os recursos pedagógicos disponíveis na escola para aperfeiçoar a prática de ensino; Reconhecer a Língua Inglesa como um valor necessário a formação pessoa e profissional do ser humano; Analisar a aplicação de atividades lúdicas em sala de aula para que o ensino da língua inglesa seja mais valorizado.

Partindo da premissa de que o ensino-aprendizagem de Língua Estrangeira é restrita, devido a fatores relativos à formação de profissionais e a recursos de apoio didático, este estudo justifica-se por acreditar ser necessário revisar constantemente a base que orienta o planejamento nas nossas escolas, aonde os alunos chegam com experiências muito relevantes do seu dia a dia para que possamos, assim, adaptar nosso planejamento de acordo com sua realidade.

Este estudo é de caráter bibliográfico com embasamento teórico de estudiosos do assunto em discussão. No final pretende-se a partir do levantamento bibliográfico, mostrar que se faz necessário o desenvolvimento de processos culturais e sociais, onde o educando  perceberá a importância (valor) da Língua Inglesa em seu cotidiano.

Contudo, a necessidade de conhecimento de língua estrangeira na sociedade de hoje, coloca para o professor o desafio de trabalhar a partir da heterogeneidade de experiências e interesses dos alunos, visando organizar formas de desenvolver o trabalho escolar de maneira a incorporar seus diferentes níveis de conhecimento e ampliar as oportunidades de enriquecimento pessoal e profissional do ser humano.

 Portanto, espera-se que o ensino da Língua Inglesa seja algo prazeroso, contudo são verídicas as inúmeras dificuldades encontradas no aprendizado do Inglês em todas as séries, principalmente nas escolas públicas, devido à ausência de recursos pedagógicos que facilitem essa aprendizagem, resumindo-se muitas vezes no simples livro didático. Espera-se que a proposta contida neste artigo releve o uso da língua estrangeira pelos estudantes, ressaltando a importância desse uso nos dias de hoje. Nas considerações finais, enfatizamos a importância da percepção do professor da língua estrangeira como foco de uma autonomia comunicativa para o aluno.

2  IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA ESTRANGEIRA

2.1 FORMAÇÃO E APRENDIZAGEM DO ALUNO

Ao longo dos anos, o processo de ensino e aprendizagem de língua estrangeira vem sofrendo influências de estudos e pesquisas em várias áreas do conhecimento e, como consequência, mudanças podem ser percebidas, nos procedimentos didáticos.

O estudo e a aprendizagem da língua estrangeira a aprendizagem  contribui para o processo de formação integral do aluno e representa muito mais do que uma mera aquisição de formas e estruturas linguísticas em um código diferente, mas também ampliam-se as possibilidades do aluno de agir discursivamente e compreender com mais facilidade as manifestações culturais próprias e de outros povos.

Segundo os PCN (1998, p. 15):

A aprendizagem de uma Língua Estrangeira é uma possibilidade de aumentar a autopercepção do aluno como ser humano e como cidadão. Por esse motivo ela deve centrar-se no engajamento discursivo do aprendiz, ou seja, em sua capacidade de se engajar e engajar outros no discurso de modo e poder agir no mundo social.

Partindo desse pressuposto, percebe-se que a aprendizagem de uma Língua Estrangeira possibilita ao discente o desenvolvimento da comunicação e funcionalidade da sua própria linguagem, tomando consciência da importância dessa língua como recurso para compreender os paradigmas que envolvem os elementos formadores da sociedade na qual está inserido.

O processo educativo do ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira é também uma maneira de estabelecer interação entre os conteúdos que fazem parte do currículo escolar, induzindo o discente à curiosidade, transformando esse desejo um elo para aprender outros conteúdos, que estão interligados às disciplinas curriculares.

Percebe-se a importância do ensino da língua estrangeira ao analisar os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN):

[...] ao ensinar uma língua estrangeira, é essencial uma compreensão teórica do que é a linguagem, tanto do ponto de vista dos conhecimentos necessários para usá-la quanto em relação ao uso que fazem desses conhecimentos para construir  significados no mundo social. (1998, p.27).

Diante dessa premissa, percebe-se que o ensino dessa língua, ultrapassa as barreiras de sala de aula, pois no mundo competitivo e globalizado da atualidade o mercado de trabalho necessita de profissionais aptos a estabelecer uma boa comunicação, que facilite a política comercial e diplomática entre os países.

Assim percebe-se que:

Pela aquisição do adequado conhecimento linguístico, o individuo pode apropriar-se de saberes, transmitir sua cultura e estabelecer vínculos com outras, ampliando seus horizontes. O estudo da língua estrangeira permite a reflexão sobre o idioma e a cultura como bens de cidadania, além de contribuir para a eliminação de estereótipos e preconceitos. (BRASIL, 1998, p. 101).

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O desenvolvimento de habilidades comunicativas, em mais de uma língua é fundamental, para o acesso a sociedade da comunicação. (BRASIL, 1998, p. 38).

Pode-se afirmar diante da citação, que a aprendizagem da língua inglesa, ajudará a construir em cada indivíduo uma base concreta de consciência dos seus direitos e deveres junto à sociedade, além de aproximar o estudante à cultura de outros povos, proporcionando a integração no mundo globalizado.

Os PCN (1998, p.23) apresentam claramente o motivo pelo qual a Língua Inglesa está no currículo das escolas regulares e precisa ser colocado em prática:

 

O caso típico é o papel representado pelo inglês, em função do poder e da influência da economia norte-americana. Essa influência cresceu ao longo deste século, principalmente a partir da Segunda Guerra Mundial, e atingiu seu apogeu na chamada sociedade globalizada e de alto nível tecnológico, em que alguns indivíduos vivem neste final de século. O inglês, hoje, é a língua mais usada no mundo dos negócios, e em alguns países, como a Holanda, Suécia e Finlândia, seu domínio é praticamente universal nas universidades. É impossível antever que, no futuro, outras línguas desempenhem esse papel.

Percebe-se dessa forma, que o ensino dessa língua se faz essencial dentro da sala de aula, pois a aprendizagem de leitura em língua estrangeira, como é proposta, pode ajudar o desenvolvimento integral do letramento do aluno.

Reforçando esse argumento, Paiva (1996, p.19) ressalta que:

[...] aprender uma língua é tão importante como aprender uma profissão. “Esse idioma tornou-se necessário para a vida atual que, para conseguirmos aprimorar qualquer atividade profissional, seja no campo da medicina, da eletrônica, física, temos de saber falar inglês”.

Diante dessa proposição, percebe-se a importância da Língua Inglesa para o convívio social, com a evolução nos meios de comunicação principalmente, no próprio manuseio dos aparelhos, visto que os comandos estão explícitos em inglês.

O aperfeiçoamento da Língua seguida da linguagem é uma ferramenta que carrega um poder inimaginável. Dessa forma se pode atribuir mais credibilidade à inserção da Língua estrangeira no cotidiano escolar. O escritor Roland Barthes em sua obra "Aula", destaca o poder da língua e afirma:

 

A linguagem é uma legislação, a língua é seu código. Não vemos o poder que reside na língua, porque esquecemos que toda língua é uma classificação, e que toda classificação é opressiva: ordo quer dizer, ao mesmo tempo, repartição e cominação. (BARTHES, 2002, p. 12).

 

 

Diante da citação, consta-se a importância do ensino do uso da língua ao aluno. Para que assim se crie um diferencial na hora do uso da língua. Que ela não venha a ser usada de modo escravista, mas com o poder total que ela detém, de forma dinâmica, prazerosa e motivadora, capaz de despertar no aluno o gosto e a vontade de aprender.

O autor Piletti (2004, p. 63), destaca:

A motivação é fator fundamental da aprendizagem. Sem motivação não há aprendizagem. Pode ocorrer aprendizagem sem professor, sem livro, sem escola e sem uma porção de outros recursos. Mas mesmo que existam todos esses recursos favoráveis, se não houver motivação não haverá aprendizagem.

Os PCN (1998, p. 29) nos apresentam claramente em relação à disciplina de LE, a proposta da grade escolar:

 “[...] aumentar o conhecimento sobre linguagem que o aluno construiu na sua língua materna, por meio de comparações com a língua estrangeira em vários níveis; possibilitar que o aluno, ao se envolver nos processos de construir significados nessa língua, se constitua em um ser discursivo no uso de uma língua estrangeira.”.

Constata-se que através desses conteúdos faz-se fundamental desenvolver as habilidades comunicativas já que o documento enfatiza a importância destas para o acesso à informação.

Partindo desse pressuposto, podemos afirmar que o homem só aprenderá algo caso ele sinta necessidade, desejo e vontade de aprender e estes sentimentos devem ser ocasionados por elementos intrínsecos ou extrínsecos. Os motivos para a aprendizagem dependerão de uma pré-disposição do aluno, sendo estabelecidas por atitudes vindas do próprio discente ou ainda fornecida pelo ambiente onde se encontra esse indivíduo, seja na família, grupo de colegas ou a própria sala de aula.

2.2 PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA  FACILITAR A APRENDIZAGEM

 

 

A atividade profissional docente é complexa e exige saberes e competências especializadas ao seu exercício. Tardif (2000, p. 27) baseia-se no pressuposto de que a prática docente não se resume a um espaço de aplicação de saberes, mas compreende que essa prática é, também, um palco de produção de saberes relativos ao ofício profissional.

Assim, Tardif (2000, p. 29) propõe que:

[...] o trabalho dos professores de profissão seja considerado como um espaço prático e específico de produção, de transformação e de mobilização de saberes e, portanto, de teorias, de conhecimentos e de saber-fazeres específicos ao ofício de professor.

 

 

Essa premissa nos leva a compreender que a atuação docente em qualquer nível de ensino exige uma reflexão constante por parte do docente em relação aos objetivos e à aprendizagem dos alunos.

Atualmente no cotidiano das escolas à prática pedagógica utilizada no ensino de inglês, baseia-se num modelo tradicional ainda aplicado. Em contrapartida, percebe-se o surgimento de novos parâmetros para a ação do profissional da educação de um modo geral, fincados na concepção da prática docente como uma prática social.

Nesta perspectiva, têm-se os papéis do professor, saindo de uma denominação simplesmente técnica, àquele responsável pela transmissão de conhecimento, para uma noção de que esse deve se tornar um observador e pesquisador do seu próprio trabalho, sensível à especificidade e complexidade da prática pedagógica, tornando suas aulas mais dinâmicas.

Neste contexto, Perrenoud (1991, p. 56) afirma:

 

 

o professor, e em especial o de Língua Inglesa, que desenvolve uma prática crítica e

 reflexiva propondo a reabilitação da razão prática, a aprendizagem por meio da experiência, a utilização da intuição e da reflexão na ação e sobre a ação, sem querer passar ‘receitas’ - pois só o professor para conhecer melhor o seu contexto,seus alunos e alunas, seus coordenadores, suas ferramentas de trabalho - busca se formar, se informar, se equipar, tanto com questões teóricas sobre educação,pedagogia, ensino, quanto com conhecimentos da e sobre a língua e a cultura que ensina, a fim de potencializar sua ação prática.

 

 

Diante desta premissa, o professor precisa  descobrir que não precisa ter medo dos conflitos e transformações advindas de uma postura dialética no exercício do seu trabalho, pois, assim como acontece na vida real das pessoas, não existe uma receita de sucesso.

Na prática pedagógica docente, a forma de agir e de estar no mundo não pode mudar sem transformações advindas das atitudes, das representações, dos seus saberes, das competências e dos esquemas de pensamento e de ação. Para uma transformação duradoura na prática educativa, essas são condições necessárias que visam uma transformação livremente assumida dos profissionais, ainda que nem sempre seja explicita.

Tardif (2000, p. 39) nesse contexto apresenta a seguinte análise:

 

 

[...] a prática profissional nunca é um espaço de aplicação dos conhecimentos universitários. Ela é na melhor das hipóteses, um processo de filtração que os dilui e os transforma em função das exigências do trabalho; ela é, na pior das hipóteses, um muro contra o qual vêm se jogar e morrer conhecimentos as vezes, considerados inúteis, sem relação com a realidade do trabalho docente diário nem com os contextos concretos de exercício da função docente.

 

 

Diante do pressuposto, consta-se que a docência é uma atividade profissional complexa que exige saberes e competências necessárias ao seu exercício, de modo que compreender como os professores constroem seus saberes e a maneira como ele interage à sua prática pedagógica, subsidiando-o com um suporte teórico-metodológico, é uma forma de percebê-los, ouvi-los, reconhecê-los e valorizá-los como sujeitos em evolução e desenvolvimento constantes responsáveis, de certa forma, por uma sociedade mais democrática, mais crítica e acima de tudo mais humana.

No dia a dia o professor constrói e reconstrói seus conhecimentos conforme a necessidade de utilização dos mesmos, suas experiências, seus percursos formativos e profissionais e busca adequá-los as necessidades e realidades do discente.

Na formação docente, em relação ao ensino de uma língua estrangeira, de modo especial, construiu-se a falsa consciência de que para ministrar aulas de Língua Inglesa bastaria que o professor dominasse as quatro habilidades básicas de uma língua: falar, ouvir, ler e escrever, que em inglês, respectivamente, seriam speaking, listenning, reading e writing.

Nessa suposição no processo de ensinar e aprender, o mais importante é o domínio dos conhecimentos referentes à área de atuação, visto que esta possibilita aquisição de novos conhecimentos e contribui para o crescimento pessoal do docente.

Para a realização dos objetivos quanto a um ensino de qualidade, cabe aos docentes e gestores agregarem ferramentas que aumentem o patamar de oportunidades dos discentes ao mercado de trabalho, quebrando, assim, o conceito de aprendizagem da Língua Estrangeira, que antes era vista como algo insignificante, em que sua principal função era apenas abranger conteúdos gramaticais, não levando em consideração a preparação do aluno junto ao mercado de trabalho ou a formação de um indivíduo consciente de sua função como cidadão.

Segundo Leffa (2001, p.89):

“[...] para se formar adequadamente um profissional de Língua Estrangeira é necessário a percepção de quatro aspectos principais: É necessário ter uma teoria (base de conhecimento profissional), fazer uma prática, conduzir uma pesquisa e finalmente, desenvolver uma política de atuação.”.

 

 

Analisando estes aspectos, constata-se que no conhecimento da teoria profissional o professor deverá será capaz de mudar a história e ter segurança em modificar de modo efetivo o currículo. Já na prática o conhecimento pode ser construído e utilizado, a partir do trabalho colaborativo entre professor e aluno.

A pesquisa é vista como atividade que possibilite a construção de uma ponte entre teoria e prática, e o professor que pesquisa é capaz de estabelecer uma relação entre o que faz e o que acredita. O último aspecto diz respeito a desenvolver uma política de atuação sobre ensinar e aprender línguas, que demonstra a quebra de paradigmas da imagem do professor detentor de verdades e julgamentos para a  remodelagem  da nova forma de professor ideal para os novos tempos.

Nesse enfoque, o mesmo autor afirma que:

 

 

[...] a formação de um verdadeiro profissional capaz de demonstrar competência e segurança no que faz é um trabalho de muitos anos,que apenas inicia quando o aluno sai da universidade. A verdadeira formação, que incorpora não apenas aquilo que já sabemos, mas abre espaço para abrigar também aquilo que ainda não sabemos. (LEFFA, 2001, p. 57).

 

 

Nesse sentido, percebe-se a necessidade do professor estar sempre buscando novos conhecimentos, aprimorando suas técnicas de ensino e dando maior atenção ao processo de ensino e aprendizagem, maior ênfase à realidade educacional  com a análise dos problemas concretos da sala de aula, enfatizando a relação teoria-prática, numa perspectiva que entende que a teoria se constrói na relação com a prática.

Na busca de uma formação continuada pelo professor e aperfeiçoamento de seu modo de ensinar e agir este poderá, então, construir sua prática de forma também autodidata, partindo da troca de experiências com outros professores e da busca de novas informações, ou seja, por mais que se estude e se aprenda, por mais cursos e/ou treinamentos que o professor de inglês possa fazer, por maior que seja o grau de instrução desse profissional, sempre haverá o que melhorar, sempre existirá lacunas a serem preenchidas.

 

 

3  O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA E AS NOVAS TECNOLOGIAS

Partindo para o ensino do inglês na educação atual,somos levados a pensar na valorização dessa língua perante as instituições de ensino brasileiro. Encontra-se nesse sistema uma dicotomia de valores, estabelecidas pelas instituições de ensino particular e outra pela educação pública.

 Nas escolas privadas o Inglês é tido como uma disciplina nobre e que faz parte da formação do indivíduo, já na rede pública ela apenas faz parte da grade curricular e os próprios alunos têm uma visão empobrecida da importância dessa disciplina para o seu crescimento pessoal e profissional.

Outra realidade que se encontra nas escolas públicas para a não valorização dessa disciplina é também a falta de profissionais qualificados na área e ausência de material didático direcionado à educação da Língua Inglesa.

A grande maioria dos alunos tanto das escolas públicas como privadas, já  possuem um contato muito próximo com as novas tecnologias, pois diariamente utilizam a internet para downloads de filmes, conversam com amigos nas salas de bate-papo on-line, enviar e receber e-mails, montar seus álbuns de fotografia (fotologs) e criar suas próprias homepages. Percebe-se ainda que a maioria desses alunos adquiriram esses conhecimentos e habilidades  sem ajuda do professor.

O grande desafio da educação atual é buscar acompanhar esses novos recursos, para tornar o aprendizado mais prazeroso e motivante. Segundo Leahey (1989, p. 49) para complementação e expansão dos assuntos discutidos em sala de aula:

  • podem ser utilizados sites relacionados aos assuntos dos módulos de ensino (identidade, relações familiares, educação, pluralidade cultural, tecnologia, entretenimento, meio ambiente, saúde, alimentação etc.);
  • Os sites próprios de envio de cartões postais podem ser particularmente úteis no desenvolvimento da leitura e da escrita;
  • Os sites dedicados a jogos e a quizes de assuntos diversos, ao fornecimento de letras de música e de previsões do tempo, entre vários outros, podem ser integrados aos módulos de ensino discutidos em sala de aula, de modo a oferecer material autêntico para as interações em língua estrangeira.

Porém ao desenvolver todos esses recursos é necessário, que o professor seja criterioso e cauteloso ao fazer suas escolhas, levando em consideração o contexto educacional em que atua, pois vários são os propósitos e as possibilidades de integração de sites da Internet ao processo de aprendizagem.

O mesmo autor ainda ressalta que além dos sites da Internet que podem ser selecionados para o desenvolvimento da capacidade comunicativa do aluno no idioma estrangeiro em interações reais de comunicação, outros recursos, como o e-mail (electronic mail), os e-groups (as listas de discussão), os blogs (diários on-line); os chats (bate-papos on-line), os newsgroups (grupos de notícias), estão entre os que também podem ser usados para o mesmo fim.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais da Língua Estrangeira (PCN-LE) (1998, p.37):

 A aprendizagem de uma Língua estrangeira no ensino fundamental não é só um exercício intelectual em aprendizagem de formas e estruturas linguísticas em um código diferente; é sim, uma experiência de vida, pois amplia as possibilidades de se agir discursivamente no mundo. O papel educacional da língua estrangeira é importante, desse modo, para o desenvolvimento integral do indivíduo, devendo seu ensino proporcionar ao aluno essa nova experiência de vida. Experiência que deveria significar uma abertura para o mundo, tanto o mundo próximo, fora de si, quanto o mundo distante, em outras culturas [...].

A internet como tecnologia da comunicação, permite aos alunos saírem do espaço físico e restrito da sala de aula para interagir de forma descentralizada com a comunicação global através de recursos on-line e vídeos, além do material escrito, como música, artigos, livros, como um meio de exploração e busca de informações sobre vários assuntos.

Sabe-se que a situação da educação nas escolas públicas, deve superar muitas barreiras, que inevitavelmente se encontram presentes de forma cruel. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1988) apontam para as deficiências do ensino da Língua Estrangeira no Brasil:

Deve-se considerar também os fatos de que as condições das salas de aulas na maioria das escolas brasileiras (carga horária reduzida, classes  superlotadas,  pouco domínio das habilidades orais por parte da maioria dos professores, matérias reduzidos a giz e livro didático) , podem inviabilizar o ensino das quatro habilidades comunicativa.(BRASIL, 1998, p. 21). 

Pressupõe-se então que o sistema de ensino de forma geral, precisa rever pontos importantes que possam suprir essas carências, bem como criar estratégias que viabilizem e assegurem o acesso igualitário e de qualidade do ensino da Língua Estrangeira a todos os estudantes.

Todos os educadores e de certa forma o sistema de ensino vigente, têm conhecimento dos grandes desafios que a educação precisa superar, com o lançamento dia a dia de novas tecnologias no mercado atual, o professor não pode se  perder no esquecimento e deixar que esses novos recursos sejam mais estimulantes da aprendizagem do que seus ensinamentos.

Dessa forma, o professor precisa apropriar-se de alguns recursos que podem ser utilizados para implementar e dinamizar as aulas. Também se faz necessário o interesse de mudança por parte do facilitador e corpo técnico em geral, implicado apenas em medidas simples com pouco investimento, todavia efetivas com resultados a médio e longo prazo.

3.1 ATIVIDADES LÚDICAS COMO RECURSO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM

 

 

O simples ato de brincar é um exercício que contradiz ao censo comum: imprevisível, livre, espontâneo, embora ao mesmo tempo, regrada. Faz parte da construção do individuo, bem como sua constituição nas etapas da vida.

Nas atividades lúdicas, dialogar, expor ideias, entrar em contradição e questionar podem fazer parte de estratégias delineadas em planejamento pedagógico baseado em conteúdo, tendo em vista motivar tanto o raciocínio dos alunos quanto ressaltar exemplos de vivencias respaldados em parâmetros da qualidade de vida.

De acordo com Oliveira (2004, p.115):

 

 

[...] é através do lúdico que a criança poderá desenvolver inúmeras habilidades, as quais destacam-se a coordenação motora, visual e verbal e desenvolvimento corporal. Além de contribuir para o desenvolvimento social, estabelecendo vínculos de afetividade, controlar a impulsividade, ficar atento às regras, aprender a observar e a concentrar-se. Tudo isso implicará em outros benefícios no desenvolvimento intelectual, tais como: memorização simbólica, imagem mental, fantasia, regras, valores, linguagem, criatividade e outros.

Percebe-se diante dessa premissa que o lúdico no espaço escolar proporciona o prazer no ato de aprender, produzindo no aluno motivos intrínsecos importantes para a sua aprendizagem. Segundo Mello (2004, p.138): “[...] a atividade que faz sentido para a criança é a chave pela qual ela entra em contato com o mundo, aprende a usar a cultura e se apropria das aptidões, capacidades e habilidades humanas.”

Dessa forma, as brincadeiras e jogos apropriados ao seu nível de desenvolvimento já conquistado, porém desejando chegar a um nível mais elevado, pode ser um fator favorável a despertar o interesse no aluno.

Ainda segundo Mello (2004, p.150), sob o ponto de vista da escola de Vygotsky, o papel da educação escolar é criar novas necessidades, incentivar nas crianças o gosto, o interesse, novos motivos para gostarem de ir à escola. Uma aula bem planejada provocará no aluno a vontade de querer aprender cada vez mais. Para tanto é preciso que o educador escolha bem o que será ofertado às crianças, conhecendo a prática social a qual estão inseridos, os seus interesses e necessidades, assim como os níveis desenvolvimento real e proximal de seus alunos.

Diante dessa visão, espera-se que a escola cumpra seu papel de proporcionar a todos a apropriação do conhecimento socialmente valorizado, como condição necessária e prévia à construção da democracia e do desenvolvimento sócioeconômico e cultural do país.

Por um lado, surgem espaços para compor e recompor  materiais didáticos, de modo a realizar objetivos educacionais, de modo a facilitar a aprendizagem dos alunos. Por outro lado, surgem as dificuldades para aquisição de matérias de apoio didático, pois os recursos disponibilizados são baseados na quantidade de alunos matriculados. Logo, os recursos que chegam muitas vezes são destinados para suprir as necessidades básicas da escola, ficando o restante do ano a mercê da criatividade e competência do núcleo gestor, que conta com a ajuda do corpo docente e parte da comunidade escolar.

Trabalhar com o lúdico, assim como qualquer outro material que fuja da rotina normal do professor, requer estudo e interesse por parte do mesmo. Esse é o grande empecilho para que muitos professores desistam de renovar, criar novas formas de lecionar, optando pelos métodos tradicionalistas, por serem mais cômodos para eles.

Sobre esse contexto, Santos (1998) aponta quatro tipos de correntes acerca da imposição do lúdico na sala de aula.

A primeira corrente se mostra totalmente avessa à ideia da adoção do lúdico na educação, pois entendem que o processo educativo é algo “sério”, não podendo ser maculado ou ridicularizado com atividades destituídas de “valor acadêmico”. Devido à sua tônica conservadora, pode-se chamar de reacionária.

A segunda corrente, de cunho mais pragmático e utilitarista, que analisa com bons olhos a adoção de atividades lúdicas na escola como mais uma das técnicas de ensino. Desta corrente, que podemos chamar de utilitarista, fazem parte aqueles que recorrem aos manuais de técnicas de ensino, ávidos por aprenderem novos jogos e dinâmicas, concentrando- se apenas no know- how e deixando de lado os pressupostos teóricos de cada atividade. Tais professores pecam, talvez, pela ausência de uma reflexão mais profunda sobre o lúdico enquanto fenômeno cultural, e sobre suas bases e implicações pedagógicas, psicológicas e epistemológicas.

A terceira corrente, a mediadora, caracteriza- se pela defesa do lúdico enquanto elemento catalisador da aprendizagem. A adoção de uma postura lúdica associada a objetivos instrucionais faria do jogo um mediador no processo educacional. Dessa forma, o jogo serviria para desenvolver comportamentos que propiciassem a formação de estruturas cognitivas, psicomotores e afetivas capazes de dar suporte e embasamento aos conhecimentos formais, além de estimular “habilidades pré- requisito” para o aprendizado e criar espaço para a construção das atividades necessárias ao pleno exercício da cidadania.

A quarta corrente é defensora do lúdico, dissociado de objetivos instrucionais podendo então ser chamada de essencialista. Tal corrente enfatiza o resgate do prazer, do lazer, e analisa o jogo como uma possibilidade de transformação e construção de novos saberes e de uma nova realidade social. Os educadores dessa última corrente entendem que o processo educativo traz consigo toda uma possibilidade de vivência concreta do lúdico, enquanto divertimento, prazer, engajamento e participação. Entendem que o lúdico não é um método de ensino, é sim o conteúdo. Advogam, pois, a adoção de uma postura lúdica como necessidade básica para um viver saudável e construtivo, onde os alunos tenham plena liberdade de criar, organizar e administrar seus brinquedos e jogos.

As quatro correntes conceituam de formas distintas, o uso ou não de se trabalhar com o lúdico em sala de aula, cada uma defende sua visão sobre a ideia. Não se pretende aqui afirmar qual a certo ou a errada, apenas expressar a opinião a partir de experiências vividas.

Logo, coloca-se que adotar o lúdico no cotidiano escolar de forma adequada, bem planejada, seguindo o conteúdo curricular, com certeza será de grande ajuda para os alunos, principalmente para o ensino de língua estrangeira , pois se sabe que o aluno aprende melhor brincando, interagindo, descobrindo novas formas de ver as coisas e o mundo, e o trabalho com o lúdico permite tudo isso.

O professor deve usar a ludicidade como importante fator de mediação e integração do aluno com a realidade; o aluno não aprende somente na escola, mas o professor deve provocar o aluno a pensar, criar situações para interação, solicitar que ele acompanhe a construção do conhecimento com uma aula lúdica, porém o mais próxima possível da sua realidade.

 

 

3.2 FORMAÇÃO DOCENTE E A RELAÇÃO COM O ALUNO

 

 

A formação de um profissional competente em língua estrangeira envolve o domínio de diferentes áreas de conhecimento, incluindo o domínio da língua que ensina, bem como o domínio da ação pedagógica necessária para fazer a aprendizagem da língua acontecer na sala de aula. Os fatores que determinam o perfil do profissional de línguas dependem de ações, menos ou mais explícitas, conduzidas fora do ambiente estritamente acadêmico e que afetam o trabalho do professor.

Um dos fatores mais destacados na preparação de professores é a necessidade de estabelecer de modo bem claro a diferença entre treinar e formar e, a partir dessa diferença, passar a formar o professor e não apenas a treiná-lo. Faz-se necessário também, que o professor possa atribuir novos significados as suas ações fazendo uma análise crítica reflexiva de seu fazer pedagógico.

Segundo Telles (2004, p. 17), tal processo envolve:

ações interdependentes sobre a prática pedagógica: (a) descrever (o que fiz?), (b) informar (o que agir deste modo significa?), (c) confrontar (como cheguei a ser assim? Qual a função social do que faço em meu contexto?), e (d) reconstruir (como posso agir diferentemente?).

 

 

Nesse contexto é necessário que o professor esteja sempre revendo sua prática de ensinar, analisar seus erros e acertos, buscando sempre inovar-se e ressaltamos que por mais que se estude e se aprenda, por mais cursos ou treinamentos que o professor de inglês possa fazer, sempre haverá o que melhorar, sempre existirão obstáculos a serem vencidos e lacunas a serem preenchidas.

Tardif (2000, p.17) baseia-se no pressuposto de que a prática docente não se resume a um espaço de aplicação de saberes, mas compreende que essa prática é,também, um palco de produção de saberes relativos ao ofício profissional.

Nesse mesmo sentido, Tardif (2000, p. 29), propõe que:

 

 

[...] o trabalho dos professores de profissão seja considerado como um espaço prático e específico de produção, de transformação e de mobilização de saberes e, portanto, de teorias, de conhecimentos ede saber-fazeres específicos ao ofício de professor.”.

 

 

 

Percebe-se assim, que a atuação docente em qualquer nível de ensino exige uma reflexão constante em relação aos objetivos e à aprendizagem dos alunos. Pensar uma prática que promova a autonomia e o comprometimento profissionais é um enorme desafio na educação atual.

Conseguindo quebrar paradigmas o professor descobre que não precisa ter medo dos conflitos e transformações advindas de uma postura dialética no exercício do seu trabalho, pois, assim como acontece na vida real das pessoas, não existe uma receita de sucesso, só através de novas experiências o professor enriquece cada vez mais seu profissionalismo.

Segundo Perrenoud (2002, p. 57):

 

 

É experimentando e passando por conflitos que ele constrói, desconstrói, reconstrói, não apenas uma vez, mas quantas vezes for necessário, o conhecimento e o amadurecimento do seu papel como mediador, formador no contexto de uma prática que deve se configurar como uma práxis social mais justa e mais solidária.

 

 

 

Constata-se assim, que a forma de agir e de estar no mundo não pode mudar sem transformações advindas das atitudes, das representações, dos seus saberes, das competências e dos esquemas de pensamento e de ação. Essas condições são indispensáveis para uma transformação duradoura das práticas pedagógicas do educador.

Educar de forma significativa em meio a tantos recursos tecnológicos mais atrativos do que uma sala de aula, faz da docência uma atividade profissional complexa que exige saberes e competências necessárias ao seu exercício.

 Compreender como os professores constroem seus saberes e a maneira como ele interage à sua prática pedagógica, subsidiando-o com um suporte teórico-metodológico, é uma forma de percebê-los, ouvi-los, reconhecê-los e valorizá-los como sujeitos em evolução e em pleno desenvolvimento. O professor é também responsável, de certa forma, por uma sociedade mais democrática, mais crítica e acima de tudo mais humana.

A relação professor e aluno atualmente ultrapassam os limites de sala de aula, pois essa relação envolve sentimentos e em muitas situações deixa marcas por toda vida, por isso a dimensão do ensino e da aprendizagem em sala de aula é marcada por um tipo especial de envolvimento, o qual liga o professor e o  aluno na mediação e apropriação do saber.

De acordo com Freire (1996, p. 96):

 [...] o professor autoritário, o professor licencioso, o professor competente,sério, o professor incompetente, irresponsável, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal-amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum deles passa pelos alunos sem deixar sua marca.”.

Segundo o mesmo autor:

O bom professor é o que consegue, enquanto fala trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas. (FREIRE, 1996, p. 96).

 

 

Diante dessa premissa, o aprender se torna mais interessante quando o aluno se sente competente pelas atitudes e métodos de motivação em sala de aula, mostrando-se capaz de desenvolver com precisão as tarefas que lhe são designadas. O prazer pelo aprender não é uma atividade que surge espontaneamente nos alunos, ela precisa ser incentivada pelo professor despertando-lhe a curiosidade e a vontade de aprender.

Abreu e et al. (1990, p.115) afirmam que:

“[...] é o modo de agir do professor em sala de aula, mais do que suas características de personalidade que colabora para uma adequada aprendizagem dos alunos; fundamenta-se numa determinada concepção do papel do professor, que por sua vez reflete valores e padrões da sociedade”.

 

 

A função do professor em sala de aula é árdua e ele precisa conhecer mais particularmente seu aluno, para poder trabalhar suas fragilidades, adequando o modo de ensinar, fazendo com o que o processo de ensino e aprendizagem aconteça de forma satisfatória. Se o professor acredita nas potencialidades do aluno, se está preocupado com sua aprendizagem e com seu nível de satisfação, suas práticas de sala de aula precisam ser revistas de acordo com as exigências e aos novos paradigmas da educação.

Lopes (1991, p. 146) enfatiza que: “[...] As virtudes e valores do professor que consegue estabelecer laços afetivos com seus alunos repetem-se e intrincam-se na forma como ele trata o conteúdo e nas habilidades de ensino que desenvolve.”.

Percebe-se assim, que é preciso que o professor se perceba enquanto agente histórico e atuante na sociedade em que vive, tendo nas mãos o poder de transformar a vida do aluno. Os professores têm que cada vez mais se conscientizar e compreender a afetividade humana e a sua importância juntamente com o diálogo para o desenvolvimento escolar e para o aprendizado.

Quando em sua atuação de sala de aula o professor cria vínculos afetivos verdadeiros com o aluno a tendência é de que se obtenha uma aprendizagem mais ampla e resultados mais satisfatórios no desenvolvimento pleno do educando.

 

 

4.  RESULTADOS E DISCUSSÃO.

 

 

Optou-se por esse estudo por se tratar de uma investigação exploratória, visto que esse método possibilita uma melhor apreciação do tema pesquisado, com base em estudo de autores renomados no assunto. O objetivo de uma pesquisa exploratória é familiarizar-se com um assunto ainda pouco conhecido, pouco explorado.

Paralelo ao objetivo da pesquisa fez-se um rico estudo bibliográfico, que ajudarão a enriquecer os temas trabalhados. A pesquisa exploratória, proposta neste trabalho, apóia-se em três princípios bastante difundidos: a aprendizagem melhor se realiza quando parte do conhecido; deve-se buscar sempre ampliar o conhecimento e esperar respostas racionais pressupõe formulação de perguntas também racionais.

Segundo Queiroz (1992, p.17): “A pesquisa exploratória leva o pesquisador, frequentemente, à descoberta de enfoques, percepções e terminologias novas para ele, contribuindo para que, paulatinamente, seu próprio modo de pensar seja modificado.”. Nesta perspectiva, o autor ressalta a importância da pesquisa exploratória para enriquecer nosso vocabulário, obter conhecimento, dinamizar o raciocínio e a interpretação, favorecendo o senso crítico.

A pesquisa exploratória integra-se ao planejamento da pesquisa principal. Constitui parte dela e não subsiste por si só. E um meio simplesmente, mas um meio muito importante para mostrar a realidade de forma verdadeira.

Segundo Gil (1999, p. 36): “[...] as pesquisas exploratórias tem como finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos, ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores”.  Analisando a citação, percebemos que na pesquisa exploratória o pesquisador tende a ter mais facilidade de reformular ideias, tornando-se uma pessoa com conhecimento amplo e diversificado.

Diante de tudo o que explanado neste estudo, é importante considerar o método exploratório como uma fonte interessante de dados e hipóteses que o pesquisador não tenha levado em consideração quando da definição de seu projeto de pesquisa, ampliando e enriquecendo o objetivo que se pretende atingir.

Acredita-se que este tipo de pesquisa ajudará na busca de informações sobre o problema aqui estudado, com o intuito de aprofundar o conhecimento necessário ao pleno desenvolvimento da pesquisa. O estudo bibliográfico oferece um embasamento teórico rico, respaldado em autores renomados, pressupõe e ajuda a desenvolver novas habilidades, pois a busca de informações é essencial para se chegar ao conhecimento.

 

 

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

 

No atual sistema de ensino, defendemos como destaca Celani (2001, p. 33), “[...] que o professor de línguas estrangeiras tem, como educador, um compromisso com seu aluno, com a sociedade e consigo mesmo.”. Portanto, faz-se necessário explorar e desvelar as possíveis contribuições da formação continuada de professores de língua inglesa da rede pública para a prática docente.

É importante também descobrir se esta formação está partindo da realidade e das necessidades dos professores envolvidos, levando-os a refletir criticamente sobre a prática em sala de aula e seu papel de mediador do conhecimento na sociedade.

Percebemos diante do que foi exposto, que o ensino de línguas estrangeiras pode desempenhar um importante papel no processo de democratização do conhecimento. Segundo Tramonte (2002, p. 2), “[...] o conhecimento em língua estrangeira é hoje considerado um direito, um requisito para o exercício de uma cidadania plena, não apenas para os alunos em fase escolar, mas para a maioria da população.”

Na perspectiva humanizadora, um dos papéis mais importantes da educação é permitir que todos tenham o direito de construir essa humanidade em si mesmo e nos outros, vencendo os conflitos que estão sempre presentes nas relações,  participando e reinventando a sociedade, com mais solidariedade, cooperação e respeito pela vida humana.

Definitivamente a Língua Inglesa está presente no dia a dia, seja no ambiente escolar, profissional, doméstico e no lazer. E o aprendizado de um segundo idioma, e neste contexto a Lingua Inglesa, é tão importante quanto qualquer outro conhecimento, por toda influência na formação de cidadão e ampliação de visão de mundo.

Faz-se necessário relembrar também a importância da Língua Estrangeira para nossos alunos, os quais devem conquistar o gosto pela língua e a motivação para aprendê-la de modo a talvez até investir na sua formação bilíngue.

Todo o investimento direcionado à educação de forma integral pode partir das propostas de ensino, e deve considerar o conhecimento de mundo do aprendiz, uma vez que quando as experiências do aprendiz são valorizadas, este se sente menos impotente (no seu aprendizado) diante de uma língua tão diferente da sua língua materna.

Espera-se que esse estudo contribua agregando conhecimentos teóricos sobre o assunto, proporcionado uma reflexão aos gestores educacionais e responsáveis, sobre a importância do ensino de qualidade da língua inglesa no cotidiano das salas de aulas.

THE IMPORTANCE OF ENGLISH LANGUAGE CURRICULUM AT SCHOOL

 

ABSTRACT: This scientific paper arose from the need to show the appreciation of the English language in the curriculum of mainstream schools. Based on observations of everyday public schools, it is perceived disability and impairment that is given to this discipline. This article aims to analyze the importance of oral English language classroom as an essential need today. The methodology applied in this study is based on bibliographic and primary analysis of the National Curriculum Parameters (PCNs), as well as theoretical foundations of renowned authors on the subject, showing the importance of the study of this discipline for personal and professional growth of the human being, highlighting important dimensions of teaching practice. . Teaching a Foreign Language in the contemporary world occupies an area of ​​great importance in the formation of social criticism and students of public or private schools in the country. Thus, learning of this discipline, it is a possibility to increase the perception of the student as a citizen.

 

KEY WORDS: Foreign Language. Learning. Teaching Practice.

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