A IMPORTANCIA DA LEITURA NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL


 Luciana Ramos de Assis

Maylton Marques Lourenço


 A importância da leitura para aprendizagem, ocorre diante da necessidade de desenvolvimento no processo educativo, pois através dela é possível ao aluno-leitor formar opinião e transmitir conhecimentos, enfatizando-a, sobretudo, como a porta de entrada para o sucesso no mundo letrado, onde é solidificada a personalidade do indivíduo, tornando-o um cidadão apto para viver e inserir-se na sociedade, conhecendo o mundo em diversas dimensões, devido está presente em todas as fazes da vida humana dentro e fora da escola.
Segundo Freire (1999, p.18) "[...] a leitura da palavra é precedida da leitura do mundo. E aprender a ler, a escrever, a alfabetizar-se e antes de qualquer coisa, aprender a ler o mundo". Entretanto, para o desenvolvimento da aprendizagem da leitura a presença do mundo da criança explicita ou implicitamente é imprescindível, porque à medida que o leitor utiliza-se da leitura através de textos escritos ou não, ele não só adquire informações, como também consegue associá-lo ao mundo. Percebe-se ainda que para adquirir uma habilidade melhor de lê, além desses critérios, precisa haver também sedução no que lê.
A leitura dá dor de cabeça quando não é realizada de forma satisfatória e consciente, oportunizando ao leitor o gosto e o prazer de ler e assim, estimulá-lo na continuidade desta prática que deve ser inserida em sua vida diante de várias finalidades que devem surgir no sentido de contribuir para o desenvolvimento do leitor cidadão, utilizando-se então, da leitura de forma prazerosa e não obrigatória.
O próprio ato de leitura, quando oferecido ao aluno com clareza e satisfação oportuniza ensinamentos e aprendizagens reflexivas, criticas e construtivas que o fazem compreender o mundo em sua volta, pois nem todos aqueles que falam, escrevem e lêem alguma coisa, podem dizer que possuem, um domínio de mundo, seja ele um leitor por procedência, obrigação, necessidade ou hábito, não importa, todo e qualquer ser humano
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 deveria ser dotado de postura e perfil de leitor de verdade, sendo ele capaz de exercer uma leitura analítica dentro da sociedade.
Segundo Foucanbert (1994, p.5):
 A escola precisa de uma reflexão muito mais fundamental, precisa entender o que é a leitura, só então será fácil e frutífera [...] provocar nos professores e nos pais uma tomada de consciência sobre o que é leitura, a partir de sua própria prática, para derrotar as falsas noções que continuam sendo utilizadas como referências para a ação educativa escolar e familiar.
 Sente-se a necessidade de que a escola venha através dos seus profissionais, trabalharem o desenvolvimento da leitura, a partir de uma orientação diferente, desenvolvida através dos trabalhos desta, tendo como objetivo, alcançar acima de tudo a transformação do aluno leitor, no que diz respeito a sua conscientização sobre o verdadeiro sentido da aprendizagem, e, assim, encontrar o valor da leitura na escola.
A sala de aula é um espaço em que a escola se utiliza para oferecer ao aluno uma contínua transformação, e, sobretudo é um dos lugares, onde a leitura torna-se essencial ao desenvolvimento dos alunos, abrangendo ainda os espaços fora desta, através do seu cotidiano.
A leitura, sobretudo, a chamada extensiva, existe para o professor indicar o livro e, de imediato, marcar o dia da prova, matando assim o sabor de toda e qualquer leitura.
Pensar-se que saber ler é simplesmente ler um texto. Muitos leem e nada entendem, mas como são capazes de emitir alguns sons que correspondem aos sinais representados no livro, são considerados leitores.
É necessário saber ler e compreender o que se leu, além disso, associar a leitura a outros fatos do dia-dia, saber representar o que leu, comunicar aos demais o sentido dos textos lidos.
A escola precisa proporcionar aos educandos oportunidades para fazer a leitura e depois ouvir o que leram, e, então escreverem, resumidamente, o que leram, a fim de que o professor possa constatar o processo de cada um, interpretar, os textos, as distorções, os significados, de determinadas palavras ou expressões.
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 Silva (1993, p.87), afirma que "a leitura de diferentes tipos de textos exige do educando o domínio de habilidades, que resulta de prática e de aprendizagem no transcorrer de sua trajetória escolar". Para questionar, discutir e criticar um texto, os educandos precisam vivenciar situações de questionamento, discussão e crítica junto com os seus companheiros e com a participação do professor.
Na leitura crítica precisa-se ler com uma atitude de interrogação, com um desejo de buscar a verdade e com uma vontade de aprofundar sobre o assunto se necessário.
Precisa-se ler para avaliar, desafiar e ser desafiado, para decidir sobre a veracidade, distorção ou autenticidade dos fatos. A leitura, enquanto um processo que atende a diferentes propósitos, precisa ser claramente mostrada as crianças em função das aprendizagens que ocorrem por imitação da pessoa adulta.
O professor tem que fazer com que o amor aos livros se transforme, esporadicamente, no tema central das conversas em sala de aula.
A leitura pode tornar-se mais atraente quando os professores escrevem mensagem para as crianças. Para dar mais sabor ao programa de leitura, escrever em cartolina e afixar na porta da sala enigmas ou piadas, tais dicas atraem a atenção das crianças.
É importante que as crianças discutam e assumam os propósitos para diferentes tipos de leitura, e que todos eles tenham como base a compreensão do texto. Através de discussões com as crianças, explicitar os porquês das diferentes práticas de leitura em sala de aula. O propósito da leitura encaminhar o tipo de abordagem dos textos recreativos, informativo ou de estudo.
Nesse sentido, depois que as crianças das séries iniciais ganharem competência e influência em leitura, o grau de participação nas atividades deve ir aumentando cada vez mais. A iniciativa e o fazer das crianças devem ser acentuados, individualmente ou em situações de grupo.
A leitura espontânea pessoal e selecionada pela criança é de fundamental importância para a formação do hábito. Deve necessariamente existir abertura e oportunidade para que a criança leia livros de seu interesse. A escolha pessoal de livros deve ser incentivada, ainda que o professor possa orientar recomendar e até mesmo sugerir textos, quando solicitado.
Segundo Freire (1999, p. 11) "a compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto".
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 O educador, como quem sabe, precisa reconhecer primeiro nos educandos em processo de saber mais, depois reconhecer que o conhecimento não é um dado, algo imobilizado, concluído a ser transferido por quem o adquiri e a quem ainda não possui.
Para isso o comando da leitura e da escrita se dá a partir de palavras e de temas significativos à experiência comum dos alfabetizandos e não de palavras e temas apenas ligados á experiência do educador.
Atividades de leitura independente podem ser introduzidas juntamente com projeto de pesquisa. Questões bem formuladas podem desafia a curiosidade da criança e aumentar o seu desejo de ler e descobrir palavras novas. Recomendações, sugestões, dicas de colegas ou do professor ajudam a desenvolver hábitos de leitura, abrindo caminho para a auto-escolha e gosto pela literatura.
A leitura exige muito mais do que a soletração de palavras. A criança deve relacionar os conteúdos com as suas experiências, agindo e reagindo. Ler para além das linhas é essencial. As crianças, como todos nós, gostam de ter evidência concreta a respeito do seu progresso em leitura.
A leitura deve também ser praticada fora dos limites da sala de aula, no sentido de ir consolidando o hábito. Dessa forma, os seus resultados poderão afetar devidamente o lar da criança e até mesmo o trabalho pedagógico da própria escola. O professor poderá formar um clube de leitura, deixando que as crianças estabeleçam as regras do seu funcionamento. Esse clube poderá envolver crianças de diferentes séries e mobilizar toda a escola em atividades conjugadas.

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