A princípio, a explanação desse trabalho tem como objetivo mostrar a importância de leitura na formação de qualquer individuo que esteja inserido no processo de aprendizagem. E para que essa aprendizagem aconteça de forma mais prazerosa, o professor deve ter como apoio o ato de contar histórias.

Para dominar essa arte de contar histórias, o professor precisa ter uma diversidade de estratégias, as quais serão citadas no decorrer deste trabalho, para obter o interesse dos seus ouvintes (os alunos), e despertar o gosto e o hábito para a leitura, pois o hábito de ler deve ser estimulado para que o indivíduo aprenda que ler é algo importante e prazeroso.

Para fundamentar ainda mais os pontos principais, foram trabalhados os teóricos Fox e Abramovich para melhor afirmar o que está sendo explanado.

A leitura é algo fundamental para o processo de ensino – aprendizagem do ser humano, pois é através dela que pode-se enriquecer o vocabulário, obter novas formas de interpretação. Porém, o professor que lê a história deve dominar a arte de contá-la, estar preparado suficientemente para fazê-lo com apoio no texto, sabendo utilizar o livro como acessório integrado a técnica da voz e dos gestos. Mas ele deve tomar cuidado, pois é preciso interpretar o texto com expressões na medida certa, não pode esquecer nunca que a leitura deve sempre ser o mais fiel possível à idéia do autor. Isso é muito importante, irá levar o ouvinte a interessar-se cada vez mais pela leitura das historias ouvidas.

Um dos principais objetivos de se contar histórias é a da recreação, mas a importância de contar histórias vai além disso. Por meio delas pode-se ampliar as experiências desenvolvendo diversas formas de linguagem, enriquecer ainda mais o vocabulário, formando o caráter, proporcionando ao ouvinte (o aluno) viver o imaginário.

A história contada visa o desenvolver do gosto artístico; ampliar experiências: estabelecer uma ligação interna entre o mundo da fantasia e da realidade; desenvolver o poder da observação; desenvolver a imaginação e deleitar os ouvintes, que neste caso são os alunos. No que diz respeito ao sentido da língua, particularmente, as histórias enriquecem a capacidade de dar seqüência lógica aos fatos; dão sentido da ordem; educam a atenção; desenvolvem o gosto literário; estimulam o interesse pela leitura: desenvolvem a linguagem oral e escrita, fixam e ampliam o vocabulário.

Alguns autores consideram que o contador sem o livro tem mais liberdade de acentuar emoções, modificar o enredo e o destino dos personagens de acordo com as reações do público alvo e, portanto melhor comunicar-se com os mesmos. Tendo ainda mais disponibilidade para trabalhar.

Mas segundo Fox (apud, ANDRADE, 2007. P. 23), “o fogo da alfabetização está criado pela fagulhas emocionais que voam quando uma criança, um livro e um adulto que lê entram em contato.” Ou seja, quando o professor lê para seus alunos, faz com que ambos compartilhem palavras, ilustrações, emoções como alegrias e tristezas, sustos e temores, descobertas dentre outros. Juntos eles viajam através de cada pagina da história conhecendo um mundo novo.

O início da leitura de uma história é muito importante, pois ele tem o objetivo de prender a atenção do aluno e não soltá-lo até o fim. Além da atenção Fox (apud, ANDRADE, 2007.p.25) ressalta o início como a saudação de “Boas Vindas” aos leitores. E para finalizar, a última frase é tão importante quanto a primeira, ela deve valorizar a história lida deixando o desejo no aluno de escutar muito mais, como se estivesse dando um “Até a próxima” dito de uma forma suave.

É de suma importância que o professor saiba escolher os livros a serem trabalhados tendo alguns princípios básicos que possam garantir a eficiência do trabalho pedagógico, tais como:

ü  Qualidade de criação;

ü  Estrutura da narração;

ü  Adequação às convenções do português escrito;

ü  Temas que despertem o interesse dos alunos e a simplicidade do texto.

Isso garantirá uma boa escolha, e levará o aluno ao contato com o uso real da escrita, conhecer novas palavras, discutir valores e levá-los a usar a imaginação, tornando-os criativos e capazes de pensar cada vez mais.

Deve-se lembrar que alguns cuidados devem ser tomados para o contar histórias, seja agradável e se constitua num momento rico:

Ø  Criar um ambiente propício com o grupo de alunos para ouvir a história;

Ø  Conhecer a história;

Ø  Ler antes de contá-la para os alunos;

Ø  Gostar do texto a ser lido, pois um bom contador acredita na sua história e se envolve nela. Se o professor não estiver interessado, dificilmente conseguirá interessar o público alvo;

Ø  Manter o entusiasmo, ainda que esteja sendo uma leitura repetida;

Ø  Preparar os ouvintes, motivando-os com uma conversa introdutória;

Ø  Antecipar um pouco o tempo associando com a vida;

Ø  Prender a atenção do aluno usando um tom de voz agradável;

Ø  Sussurrar quando o personagem fala baixinho ou está pensando em algo importante e nos momentos de dúvidas;

Ø  Levantar a voz quando uma algazarra está acontecendo, mais nada exageradamente;

Ø  Diferenciar a voz dos personagens; usar humoradamente os sons, as anomatopéias, os ruídos e os espantos imitando os personagens e os acontecimentos para enriquecer a narração;

Ø  Criar suspense com a voz;

Ø  Mostrar o livro para os alunos, falando do autor, do ilustrador e até mesmo da coleção do livro utilizado;

Ø  Não explicar demais as cenas, pois a história exerce a função de desenvolver e prolongar o mistério de acordo com a imaginação de cada ouvinte; e por fim da história.

Ø  Estimular comentários, fazendo perguntas diretas para os alunos verificando se o caráter que apresentar é o que pretendia ser passado com a história havendo dessa forma uma compreensão textual.

Utilizando essas estratégias de leitura, o aluno lembrará facilmente da história que foi ouvido, podendo até recontá-la do jeito dele, pois os alunos se identificam com alguns personagens.

Abramovich (1997) diz o seguinte sobre essa identificação com os personagens:

“... É a cada vez ir se identificando com outra personagem (cada qual no momento que corresponde aquele que está sendo vivido pela criança)...e, assim, esclarecer melhor as próprias dificuldades ou encontrar um caminho para a resolução delas...”(p.17).  

 

  Quando um professor conta uma história e comenta sobre o texto lido, faz com que a exploração do mesmo leve o aluno a se concentrar no que está acontecendo ao seu redor, nas situações do cotidiano, estimulando-o a expressar seus pensamentos e suas dúvidas sobre um determinado assunto.

 

Abramovich (1997) diz também que:  

É através duma história que se podem descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeito de agir e de ser, outra ética, outra ótica... É ficar sabendo História Geografia, Filosofia, Política, Sociologia, sem precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula. (p.17).

 

Diante dessa análise pode-se dizer sem sombra de duvidas que saber contar história é de suma importância, pois se o leitor não souber passar o que as histórias realmente trazem, os alunos não apreciarão o mundo de fantasias contidos nelas.

É preciso ressaltar que saber contar histórias não é fácil, mas, todo professor deve ser um contador de histórias, mesmo que não se ache capaz deve tentar localizar esse personagem dentro de si que é importante no processo de ensino-aprendizagem. Pois estimulando o aluno a imaginar, criar e envolver-se nas histórias, apesar de que o contar histórias infelizmente tem-se tornando uma prática pouco comum ou quase inexistente no âmbito escolar.