SUZANE DOS SANTOS ANDREIOLO A GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS DENTRO DE UMA INSTITUIÇÃO ESCOLAR PÚBLICA RIO DE JANEIRO 2015 “As pessoas costumam dizer que a motivação não dura sempre. Bem, nem o efeito do banho, por isso recomenda-se diariamente.” Zig Ziglar RESUMO Na atualidade, as grandes empresas têm apostado cada vez mais na gestão de pessoas como ferramenta para um bom desenvolvimento das organizações. Pensando que hoje, as escolas, por lidar com funcionários, estão cada vez mais parecidas com as grandes empresas, esta pesquisa visa à compreensão, através de análises bibliográficas em artigos, livros e publicações, da atuação do setor de recursos humanos dentro de uma instituição escolar pública, apontando possibilitar que através da gestão democrática e na gestão do capital humano, que são os funcionários e toda a comunidade escolar, se inserir nos novos cenários delineados pela globalização. A atuação do ‘gestor-líder’ dar-se-á na elaboração de projetos, no desenvolvimento, treinamento dos funcionários e comunidade escolar, em que este, será o maior mediador entre os almejos dos objetivos que se deseja alcançar na instituição. Palavras - Chaves: Gestão Democrática, Recursos Humanos e Desenvolvimento. SUMÁRIO INTRODUÇÃO........................................................................................................05 CAPÍTULO I 1. OS SETORES DENTRO DE UMA ORGANIZAÇÃO E O PAPEL DO GESTOR COMO LÍDER DESSES SETORES............................................08 1.1 – Departamento Pessoal.....................................................................08 1.2 – Recursos Humanos..........................................................................09 1.3 – O papel do gestor como líder do setor de Recursos Humanos.............................................................................................10 CAPÍTULO II 2. A GESTÃO DEMOCRÁTICA DENTRO DE UMA INSTITUIÇÃO ESCOLAR PÚBLICA.....................................................................................................17 2.1 – A gestão democrática participativa dentro da escola.......................17 2.2 – O papel do gestor dentro de uma instituição pública.......................23 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................26 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................29 INTRODUÇÃO A gestão de pessoas dentro de uma instituição escolar atual não abrange somente o administrativo de uma instituição. Por mais que as questões burocráticas sejam de suma importância em qualquer organização, seja ela pública ou privada, até porque sabemos as leis não podem ser apenas instrumentos de organização burocrática de uma sociedade, mas norteadoras de sua organização e funcionamento em que a vida funcional de um funcionário ou até mesmo o andamento da escola se desenvolvem a partir dessas questões, porém o “gerir pessoas” não pode e nem deve se restringir somente a essas questões, pois no mundo moderno reconhecer e desenvolver pessoas são o grande foco das grandes empresas. A valorização do capital humano e o investimento feito nestes profissionais têm como consequências benefícios que são de grande valia dentro de uma instituição e hoje, as escolas que seguem esse foco têm resultados positivos em sua gestão. Através da gestão democrática, em que todos os funcionários da escola estão envolvidos e, consequentemente, participam das decisões escolares, aumenta-se a produtividade destes funcionários, pois eles se sentem fazendo parte do desenvolver da escola, ou seja, se sentem inseridos dentro da gestão. O gestor-líder tem como objetivo um apoio específico aos profissionais e à instituição escolar, permitindo uma possibilidade de resultados e soluções para os problemas existentes, com rapidez e eficiência, na organização, porém, mais do que isso, ele não se restringe à função de solucionar problemas, mas cabe a este também o planejamento, avaliação, seleção, treinamento e desenvolvimento de funcionários. Aspectos que são imprescindíveis em uma empresa comprometida. Ora, se em grandes empresas o foco é o capital humano e a gestão de pessoas para um bom desenvolver da instituição, por que não se pode fazer isso em escolas? E mais do que isso, por que não fazemos isso em instituições escolares públicas? A fim de esclarecermos as indagações acima buscamos apoio em três principais teóricos, são eles: CHIAVENATO (2002), LUCK (2002), NICHETI (2007) e RIBEIRO (2008). Tais autores nos auxiliarão em nossas reflexões, referentes à gestão de recursos humanos dentro de uma instituição pública escolar, bem como em nosso confronto entre teoria e prática. Esta pesquisa vem ressaltar que através da gestão de recursos humanos, ou seja, a valorização do indivíduo que faz parte da rotina escolar; pois numa boa gestão é necessário entender que a escola é um lugar onde atuam diferentes pessoas e vontades, portanto, nela são exercidos diferentes papéis; gestores, professores, corpo técnico administrativo e alunos, juntos, constituem a comunidade escolar. Se as pessoas têm diferentes papéis na escola, a gestão não é uma tarefa isolada da equipe dirigente e do diretor e sim coletiva, em que poderão discutir seus anseios quanto ao futuro da instituição, até porque essa é a busca pela qualidade é um bem comum. Numa perspectiva democrática, o planejamento participativo permite a reflexão e ação concreta das estruturas da escola com vistas à transformação da sociedade. Nesse contexto reforça-se a necessidade da criação de uma cultura da participação, de modo que todos os segmentos envolvidos com a escola possam construir uma gestão participativa. Planejar as ações de forma coletiva significa encontrar unidade na diversidade e a atuação do gestor-líder é justamente essa, mediar as funções, ideias e participações, sejam elas no aspecto administrativo, pedagógicos ou metodológicos, nessa nova ótica de atuação. A participação da comunidade escolar assim como a gestão democrática representa o estabelecimento de uma igualdade entre as pessoas na definição ou garantia dos direitos que atendem e representam a todos dentro da instituição, até porque quando fazemos parte de algo sabemos como aquilo foi planejado, decidido e, portanto, conhecemos seus limites, bem como a quais instâncias cabem cada responsabilidade, o que eleva nossa capacidade de reivindicação e de proposição de sugestões e com isso a participação de outras pessoas na organização da gestão escolar nada mais é do que um grande aliado para o gestor, pois é através do trabalho em equipe e da descentralização do poder que se obtém um resultado que atenda não somente às necessidades de um indivíduo, mas de todos no geral. Buscamos compreender e mais do que isso, ratificar que, mesmo em uma instituição pública, é admissível ter uma gestão de recursos humanos eficiente, descrevendo que através da gestão participativa e democrática é possível se obter funcionários motivados e produtivos, pois a maioria dos problemas com funcionários públicos (estatutários) se designe através da desmotivação, pois os mesmos não se sentem inseridos dentro de seu trabalho e a inserção destes na rotina de gestão é fundamental para seu melhor desempenho, ou seja, com a sua participação certamente tem como efeito um bom rendimento que é benéfico a todos. CAPÍTULO I 1. OS SETORES DENTRO DE UMA ORGANIZAÇÃO E O PAPEL DO GESTOR COMO LIDER DESSES SETORES Numa empresa privada (seja ela escola ou não), as diferenças entre os setores são muitas. As nomenclaturas distintas não são somente para ‘ficar mais bonito’ ao modo de se expressar, assim como um diretor tem uma função diferente da de um coordenador, as divergências de setores também são bastante consideráveis na prática, mesmo que não sejam muito conhecidas pelos próprios funcionários. Em uma instituição pública apesar de se ouvir falar em RH, poucos sabem sobre o que este setor é responsável, porém para entendermos melhor como é o funcionamento do setor de Recursos Humanos (RH) é necessário conhecermos também o Departamento Pessoal (DP), porque ambos trabalham em conjunto e são muito confundidos, principalmente em instituições públicas, onde a atuação do RH não é muito perceptível. Na verdade, para muitos, não existe tal diferença entre RH e DP (siglas dos dois setores), até porque como dito anteriormente, nas instituições públicas muitas vezes não existe mesmo. É claro, que ambos estão interligados entre si, mas cuidam de especificidades que não têm a ver uma com a outra. 1.1 Departamento Pessoal Basicamente o Departamento Pessoal, é responsável pela parte administrativa dos negócios e os encargos de legislações trabalhistas, cálculos previdenciários, admissões, remuneração, enfim, os direitos e deveres – mediante a lei – dos funcionários e empregadores. Em outras palavras, esta seção é muito importante, e até mesmo essencial, porque todos esses processos fazem com que a instituição esteja regulamentada em órgãos trabalhistas como o Ministério do Trabalho e de acordo com a Constituição Federal. Esta divisão de trabalho na empresa é geralmente constituída pela parte burocrática de: Admissão, Compensação e Desligamento do funcionário. A admissão visa a parte de registro do funcionário, contrato de experiência, carga horária, setor que este trabalhará, sua função, etc. Já a compensação preocupa-se com o processo de freqüência, folha de pagamento, contracheques, controle de benefícios e finaliza em cálculos tributários. E por último, o desligamento trabalha em cima de toda parte do processo de saída do funcionário, no caso da instituição pública e mais especificamente de funcionário estatutário (que é àquele que é aprovado em concurso público), por demissão voluntária do mesmo, exoneração ou por aposentadoria. Atentando-se na finalização do contrato de trabalho, na representação da empresa juntos aos órgãos oficiais, etc. Portanto, mediante a esses requisitos, subentendemos que um funcionário responsável pelo setor de Departamento Pessoal, não necessariamente necessita de uma graduação voltada para área – apesar de ser muito importante. Pois por mais que os processos citados sejam de suma importância, um conhecimento através de experiência ou cursos voltados a essa área, é possível se alcançar um departamento que funcione verdadeiramente. 1.2 Recursos Humanos O setor Recursos Humanos dentro de uma instituição utiliza os dados recolhidos do Departamento Pessoal, mas não se foca unicamente neles. As informações recolhidas servem para entender algumas situações do profissional e a partir do estudo da vida deste, como o bairro onde ele reside, a quantidade de filhos, seu salário, enfim, elementos fornecidos pelo outro setor, é possível se basear e compreender fatores que influenciam no desempenho deste servidor em seu ambiente de trabalho. O RH é a porta de entrada da empresa privada; é através dele que se inicia todo o processo de recrutamento e seleção. Já numa instituição pública, como a maioria dos funcionários é admitida através de concurso público, o RH funciona mais na parte da gestão de pessoas, ele deve ser um elo contínuo entre o trabalhador e seus superiores, um mediador dos conflitos internos e externos da instituição/funcionários, avaliando sempre o que o funcionário é e o que ele faz e acredita representar para esta instituição, porque desta forma, o motivando, sabendo suas necessidades e fazendo com que todos trabalhem juntos, participando, interagindo, mas acima de tudo, interessados pelos mesmos assuntos; a instituição consegue obter sucesso em seu funcionamento, principalmente quando se fala em escola. O RH precisa ter um olhar futurista, pensando no amanhã da instituição, no bem estar do funcionário, para que este desfrute não só de um bom trabalho dentro da escola, por exemplo, mas também de uma apropriada qualidade de vida, porque este setor se preocupa com a instituição, claro; mas como já dito antes com seus funcionários e assim busca identificar as falhas de ambos e melhorar o relacionamento mútuo que é imprescindível para o sucesso coletivo. 1.3 O Papel do gestor como líder do setor de Recursos Humanos Sabemos que dentro de uma instituição, o gestor tem que lidar com vários tipos de gerenciamentos juntos, afinal os controles financeiros, burocráticos, os materiais são partes do ‘gerir’ de uma escola e o papel do gestor é aliar todos esses processos à gestão de pessoas de forma que esta atenda às necessidades dos objetivos a serem alcançados. Já vimos o valor do (setor de) Recursos Humanos para uma instituição e trataremos agora da importância do desenvolvimento desta seção, que no foco desta pesquisa tratará da gestão de pessoas. O (bom) gestor tem a habilidade de conhecer melhor as pessoas que fazem parte da escola, sua equipe, comunidade escolar em geral e deve trabalhar com a ética sempre, pois a habilidade de convencimento não pode de maneira alguma ser usada para manipular a exploração do funcionário, até porque isto seria totalmente adverso ao que se propõe numa boa gestão, que é justamente a inclusão de todos. O trabalho do gestor representa os anseios de mudanças e aperfeiçoamentos da organização. É de responsabilidade deste profissional, estar atento a todos que compõem a instituição, porém não se esquecendo da missão da mesma, que no caso da escola é a qualidade de ensino, pois com isso seu trabalho terá mais eficácia. O que está em relevância neste contexto é, sem dúvida, o conhecimento do comportamento humano. E visando atender tantas diversidades existentes em uma organização, é que devemos perceber que o gestor como um líder deve motivar sua equipe. Vale acrescentar que cada um pode permanecer onde está e mover-se em direção a ser uma pessoa que funciona plenamente e isso inclui agir dentro de quatro modos. Vivendo no mundo do dia-a-dia, procurando prazer e evitando dor, chamado de Existência Prática; adquirindo conhecimento, objetivo, conhecimento válido universalmente, referido como Consciência Expandida; identificando-se como idéias líderes de movimentos, denominado Espírito; e alcançando individualidade autêntica, modo identificado como Existência. (JASPER apud RIBEIRO, 2008, p.19). Azevedo (op. cit, 19) cita três pontos que nos esclarece o conceito de liderança, a saber: “a influência, o grupo e o objetivo”. Ribeiro (2008, p.20) expõe algumas funções e características essenciais para um líder, são elas (...) avaliar, prever, orientar, delegar, construir equipes, promover qualidade, autoconhecimento, conhecimento do trabalho, da organização, do negócio e do mundo; (...) e ser consciente, cuidadoso, honesto e justo, econômico, perceptivo, preparado, seguro do que faz resguardado e ágil. Como o papel de liderança é ocupado por um ser humano, contendo qualidades e defeitos, há aspectos em relação ao caráter do líder, importantes de destacar, são eles: “identidade, independência, autenticidade, coragem (considerado o aspecto primordial) e integridade” (ibdem, 21). A liderança exige troca com outras pessoas, desta forma acontecem aprendizados constantes. A autora ainda pontua alguns erros perigosos à liderança, a saber: “covardia, negligência, debilidade de honra, temperamento impetuoso, individualismo, humanidade excessiva e falta de humanidade” (ibdem, 21). Cada item citado até aqui, nos auxilia na reflexão a respeito de como eles são percebidos, desenvolvidos e priorizados em uma organização, em especial quando se direcionam aos líderes. Nesse sentido, cita-se O estrategista, como água, contorna os obstáculos e se insinua por onde o caminho está livre a sua frente; como água, ele não cessa de esposar a linha de menor resistência e descobrir, a todo o momento, por onde é mais fácil progredir. (SILVA apud RIBEIRO, 2008, p.36). O líder, antes de tudo, deve ser observador, tem que ter a capacidade de colocar-se em público, e retirar deste, o desejo de efetuar mudanças. Com isto, um aspecto a ser acrescentado ao líder é a ideia de inclusão, desta maneira torna-se mais claro seu diferencial de gestor e não de chefe, isto proporciona uma melhor relação de trabalho, sendo esta cada vez mais produtiva. A liderança acontece na mente de quem lidera e principalmente de quem segue, desta forma todos que dela participam sofrem influências, sejam boas ou ruins. É por este motivo que torna-se essencial a compreensão do indivíduo, enquanto líder, de sua funcionalidade. Anteriormente pontuamos alguns aspectos considerados importantes ao perfil de um líder. Isto se deu para que se compreenda que o gestor deve ser um líder, que interage com outros líderes, os quais deverão ser desenvolvidos. É com este olhar que o gestor deverá se reconhecer, assumindo seu papel de liderança. Ao apontarmos um perfil para a liderança, não estamos pondo-o em um paradigma, mas como modelo. Desta forma, torna-se mais claro o perfil completo do gestor, afinal é com este tipo de profissional que toda organização preocupada com o seu desenvolvimento e de seus profissionais, almeja trabalhar. É importante o gestor, como líder perceber que o planejamento é fundamental para o sucesso da gestão. É preciso organizar os objetivos que desejam ser alcançados, assim como em um planejamento de uma aula, ou seja, levando em consideração as especificidades dos participantes deste planejamento e levando em consideração que um determinado objetivo pode não ser alcançado e mais do que isso necessitará ser adaptado e se ainda carecer, ser readaptado. Para isso é imprescindível que o gestor tenha uma equipe (de gestão) que o auxilie, ou seja, na direção escolar, o diretor geral não pode e não deve fazer tudo sozinho, ele precisa ter como apoio seu diretor adjunto, coordenador (ou orientador escolar), pois é através dessa equipe de gestão que o trabalho flui com maior leveza e com outras perspectivas que certamente se juntarão para o surgimento de novas ideias complementares que consequentemente atenderão à escola num todo. O planejamento da gestão deve mapear as necessidades da escola em todos os aspectos (financeiros, burocráticos, etc), levando em consideração que estes estão sendo realizados por pessoas, ou seja, há alguém envolvido que deve ser participado, porque configura parte do processo de melhoria da instituição, porém mais do que isso, configura o relacionamento, a interação de atividades entre outras pessoas que retrata o ambiente organizacional. É claro que esse planejamento, esse mapeamento, não é uma tarefa fácil, porque além de se estar lidando com diversos tipos de procedimentos, o gestor está lidando com as pessoas que fazem parte deles, o que é bastante complexo, pois estas (pessoas) são diferentes e executam suas funções diferentemente umas das outras. Por isso, após a fase do planejamento, é de suma importância o gestor colocar em prática também a avaliação. Quando o gestor se programa para seu ‘gerir’ dentro da escola, ele precisa perceber que existe também a fase da observação do seu funcionário, mesmo que estejamos numa instituição pública, pois é imprescindível perceber as pessoas individualmente, visando à qualidade do seu trabalho, que tem como consequência o desenvolver escolar, até porque não podemos esquecer que a escola (seja ela púbica ou privada) é uma grande instituição que funciona como uma empresa e se em grandes empresas que apresentam processos que envolvem pessoas, a qualidade está presente, por que não podemos trazer isso para a realidade escolar? Na verdade, não só podemos, como devemos entender que a escola hoje assume papéis que, de certa forma, faz com que o aluno já se prepare para a vida, inclusive no trabalho, no entanto a qualidade escolar não pode estar ligada somente no aluno e em competitividade, por exemplo. É fundamental que a qualidade da escola deva ser voltada para o desenvolvimento da comunidade escolar, que envolve tanto os alunos, como responsáveis, funcionários e professores. A qualidade atualmente é um dos principais objetivos de grandes organizações de trabalho. Em grandes empresas há setores exclusivos que tratam somente de desenvolver estratégia para melhoria do trabalho e, consequentemente, melhor rendimento na produtividade. No setor privado existem institutos que são responsáveis somente por validar a qualidade do segmento que a empresa atua como a ISO 9000 (2004), que define qualidade como: “Totalidade de características de uma entidade que lhe confere a capacidade de satisfazer as necessidades explícitas ou implícitas”. E na escola podemos adaptar a qualidade à realidade em que vivemos, focando em quatro pontos essenciais para um desenvolvimento qualitativo escolar, mas que gira em torno de um: Gestão de Pessoas. Quando a gestão escolar está voltada para o desenvolvimento de todos que participam daquela instituição, há um alargamento dos resultados mediante ao cotidiano dos que participam da vida escolar; ou seja, é importante que o gestor escolar compreenda que todas as questões administrativas são importantes para o melhor aproveitamento da unidade, no entanto não se pode esquecer que estamos lidando com pessoas que desenvolvem este trabalho, portanto elas devem ser ouvidas e mais do que isso, fazerem parte desta gestão, opinando, escolhendo, enfim, participando. O desenvolvimento de pessoas, ou seja, os ‘recursos humanos’ dentro de uma escola, faz a diferença em qualquer circunstância e não pode ser esquecido. O segundo fator de suma importância é a participação da gestão escolar no desenvolvimento das atividades realizadas na escola. Se no primeiro momento os funcionários deveriam participar do trabalho da gestão, neste segundo momento é justamente o contrário; o gestor, seja ele a equipe ou representado pelo coordenador pedagógico, por exemplo, deve fazer parte do cotidiano da escola e não somente da sala de aula (que sem dúvidas, é o lugar mais importante), mas também nos outros setores da escola vivenciando a realidade dos outros funcionários que também são imprescindíveis para o caminhar da instituição, como o inspetor, o merendeiro, o porteiro e todos os outros. O que também não pode faltar é a participação da comunidade dentro da escola. A atuação dos responsáveis faz com que eles tenham a dimensão da realidade que se vive dentro da instituição e de certa compreenda determinadas ações, mas não somente isso; a participação de outras pessoas dentro da escola, faz com que se tenha um olhar crítico de quem está de fora para melhorar muitas vezes, determinados processos que não estão atingindo resultados esperados, por exemplo. Por fim, é fundamental a gestão escolar perceber que a participação do aluno também é necessária para a qualidade da escola. O aluno, que muitas vezes, é um ‘problema’ para determinadas instituições, seja ele por problemas comportamentais ou até mesmo dificuldades na aprendizagem, pode ser a solução em muitos casos, pois é através da participação dele que estará mais envolvido e consequentemente, mais interessado; pode-se também angariar outros ‘alunos problemas’ para que se haja sucesso não somente em números, rankings, e classificações, mas principalmente em resultado qualitativos de aprendizagem. Em suma, podemos perceber que para que se alcance a “totalidade de características de uma entidade que lhe confere a capacidade de satisfazer as necessidades explícitas ou implícitas” (NORMA ISO 9000, 2004) é importante que a gestão escolar esteja engajada em realizar processos que ‘abram caminhos’ não somente no administrativo, mas principalmente na gestão de pessoas, ou seja, utilizando o melhor de todos os recursos que uma escola pode ter: ‘os recursos humanos’. CAPÍTULO II 2. A GESTÃO DEMOCRÁTICA DENTRO DE UMA INSTITUIÇÃO ESCOLAR PÚBLICA A gestão escolar é mais do que uma gestão que se vê em grandes empresas de qualquer outro setor, afinal, estamos falando de educação, que é um dos pilares para o desenvolvimento da sociedade. E quando falamos de educação pública, envolvemos indivíduos que realmente fazem parte do crescimento de um bairro, cidade, ou país, porque é a ‘grande massa’ que faz com que estes cresçam. Partindo deste pressuposto, é importante estabelecermos que para obter-se sucesso, precisamos perceber que a gestão escolar democrática é o ponto chave nas práticas educativas, porque é através da pluralidade dos indivíduos que fazem parte desta escola que se pode, por meio da cooperação refletida na cooperação da heterogeneidade dos indivíduos com valores e posicionamentos diferenciados, que se obtém uma boa organização do espaço escolar, é como Alarcão (2001) nos apresenta: “Em uma escola, essas dimensões não podem estar ausentes. A escola não pode fechar-se em si mesma, mas abrir-se e pensar-se estrategicamente, assim como eticamente”. É preciso entender e pôr em prática que a gestão escolar tem como objetivo criar um ambiente participativo envolvendo a todos e é através da democracia também na escola que conseguimos alcançar essa finalidade. 2.1 A gestão democrática participativa dentro da escola A escola hoje deixa de ser vista como instituição lógica e tracejada, que cumpre objetivos burocráticos e passa a ser considerada uma instituição social, cultural e humana, na qual podem ser tomadas importantes decisões educativas, curriculares e pedagógicas, mediante a isto, a gestão participativa é, sem dúvidas, o grande foco dos grandes teóricos e estudiosos sobre educação. Lidar com as pessoas, é um grande desafio; geri-las então, torna-se um trabalho que exige muita dedicação, porque além de envolver pessoas com opiniões diferentes, o gestor tem como objetivo convencer os funcionários da instituição de suas ideias, até porque através da ‘Gestão por Processos’, as grandes empresas perceberam que foi possível vislumbrar o funcionamento das instituições, focando nas atividades que faziam com que os produtos e os serviços chegassem aos clientes. No caso da escola, o produto seria a aprendizagem e o principal cliente, o aluno, o que consequentemente nos leva a ter como foco uma qualidade na educação quando isso é levado a sério, afinal, os princípios administrativos abordados pela gestão de pessoas e de processos para as instituições de âmbito escolar, contribuem para a melhoria do gerenciamento pedagógico, financeiro e administrativo, tornando um importante pilar no desenvolvimento da qualidade do processo de ensino-aprendizagem, pois é por meio do mapeamento de processos, que é uma das tarefas mais importantes na gestão por processos, que conhecemos detalhadamente as operações que geram um serviço e com isso, conseguimos detalhar e perceber de forma clara a participação de todos, através da observação. Libâneo (2004) aponta que a escola é uma “unidade social que reúne pessoas que interagem entre si e que opera por meio de estruturas e processos organizatórios próprios, a fim de alcançar os objetivos da instituição” e essa afirmativa corresponde completamente à realidade de uma gestão participativa, porque estarmos lidando com pessoas, ou seja, opiniões, vivências, realidades diferentes. É através da troca de experiências que se pode alcançar, a partir de ideias que se complementam, um objetivo que além de atender a todos, seja mais produtivo para instituição escolar, como já dito anteriormente. A ‘Gestão Democrática’ bem sucedida, sem dúvidas, tem como foco o diálogo entre os que fazem parte da instituição e quando tratamos de diálogo, ele vai desde a direção escolar, passando pelo aluno, servente e todos os que fazem a escola acontecer. É fundamental não somente ouvir o que os participantes da comunidade escolar têm a dizer, mas principalmente colocar em prática suas ideias e mais do que isso confrontá-las com a realidade que a escola vive, ou seja, é através da participação de todos que se obtém um melhor aproveitamento dos objetivos que se deseja alcançar. O foco do sucesso da escola está na participação efetiva de todos que fazem parte da instituição. Saber ouvir a todos os interessados no processo é uma forma democrática de gestão e uma maneira de dividir as responsabilidades. Cabe ao gestor logicamente, analisar a viabilidade das ideias filtrando-as, sabendo, deste modo, aproveitar de cada indivíduo o que há de melhor, detectando e envolvendo os que ainda não se sentem inseridos, dando vez e voz a todos os envolvidos no processo sejam eles alunos, responsáveis e comunidade escolar, porque é através deste processo democrático de ‘descentralização do poder’ que o gestor, sendo um bom ouvinte conseguirá traçar caminhos de valorização de sua equipe, de forma que estimule a participação de todos para um bom funcionamento da escola, afinal o sucesso da aprendizagem é alcançado através de sucessos individuais de pessoas, que são capazes de avançar tanto individualmente, quanto em equipe, sendo geridas dentro de um ambiente escolar democrático. E para a obtenção desses objetivos organizacionais, é fundamental a sistematização/organização da gestão de pessoas e de processos, de forma democrática, pois a escola é uma unidade social, na qual se apresentam diferentes profissionais da educação, além das próprias especificidades da comunidade a qual a escola encontra-se integrada. Chiavenato (1999) nos diz que (...) na era da informação, lidar com as pessoas deixou de ser um problema e passou a ser a solução para as organizações. Mais do que isso, deixou de ser um desafio e passou a ser a vantagem competitiva para as organizações bem-sucedidas, Pois as pessoas constituem um dos elementos mais importante de uma organização. Ao longo do tempo, elas passaram a ser consideradas como partes inteligentes responsáveis por introduzir o conhecimento dentro de uma organização e, deste modo, tornaram-se o grande diferencial competitivo das mesmas, seja esta instituição pública ou privada. O gestor precisa perceber que as pessoas deixaram de ser vistas apenas como força geradora de lucro e passaram a serem vistas como seres humanos responsáveis e comprometidos com a organização e que isso faz a diferença no cotidiano escolar, pois é através da cooperação dos indivíduos que atuam tanto para o alcance de seus objetivos individuais quanto para o alcance dos objetivos organizacionais é que a gestão democrática acontece de forma produtiva. É importante compreendermos que a gestão escolar constitui uma dimensão e um enfoque de atuação que objetiva promover a organização, a mobilização e as articulações de todas as condições materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos processos sócio-educacionais dos estabelecimentos de ensino, orientados para a promoção afetiva da aprendizagem pelos os alunos, de modo a torná-los capazes de enfrentar adequadamente os desafios da sociedade globalizada e da economia centrada no conhecimento", conforme LUCK (2004) retrata. Porém para que a prática aconteça, a gestão deverá desenvolver uma autonomia em que sempre se busca o processo participativo do grupo escolar, em que todos estejam empenhados, de forma reflexiva, mostrando que a sociedade escolar é um agente transformador, e juntos com suas respectivas responsabilidades, certamente se alcançará a qualidade educacional. Até porque, quando falamos de pessoas é fundamental entendermos que a principal característica é a individualidade e quando pensamos na interação de pessoas, essas individualidades muitas vezes podem se chocar ou até mesmo se parecerem. Entretanto, quando estamos lidando com o trabalho o que pode ser um grande problema, também, na verdade, pode ser uma grande oportunidade de se obter sucesso. A relação entre os indivíduos, sejam elas no convívio social ou de trabalho geram diferenças a todo o momento e para que isso não se torne um fator negativo dentro de uma organização escolar, o gestor tem papel fundamental, pois ele deverá ser capaz de lidar com essas diferenças, adaptando-as de forma que se obtenha um objetivo comum. É claro, que como já dito antes, as individualidades e mais do que isso, as próprias divergências de opiniões surgirão e isso de alguma forma não deve ser desperdiçado, pois numa escola o trabalho nunca é individual, portanto é necessário se agregar opiniões alheias de forma a complementar umas as outras, tentando mostrar para os indivíduos que fazem parte desta equipe que é através da interação de ideias e, lógico, de suas complementações, que se pode alcançar um trabalho que efetivamente terá um resultado positivo, ainda que as opiniões sejam diferentes. Certamente, esse trabalho é complexo e requer aperfeiçoamento constantemente, pois por mais experiência que se tenham, as pessoas são diferentes, então as opiniões, os focos, tudo muda e, portanto, deve ser adaptado de forma contínua, até para que os indivíduos que fazem parte dessa equipe percebam que não há opiniões fixas, que não são ideias engessadas e decididas por uma força maior e sim que com a participação de todos e com a complementação dos conceitos há sim uma forma de atender a equipe democraticamente, o que consequentemente fará com que o trabalho renda como se espera e atendendo a todos, porém é com a gestão democrática que se pode aprimorar uma organização. É gerando comprometimento entre os participantes, além do aprimoramento das relações, que podemos e devemos nos envolver em dinâmicas e relações mais sociáveis dentro da organização. Tudo, obviamente, diante de parâmetros éticos muito claros, afinal o contexto atual exige um modelo de gestão de perspectiva crítica, democrático-participativa, desatrelado de princípios administrativos tradicionais e centralizadores. Afinal, é com contexto da gestão participativa, que composto pelas pessoas e pelas organizações que se há sucesso na escola, porque é neste espaço que as pessoas passam um grande tempo de suas vidas e as organizações dependem das pessoas para funcionar e alcançar sucesso. É fundamental o gestor entender que a liderança não é um dom e sim uma competência a ser conquistada através de muito trabalho e dedicação, através da busca/tomada de ações conscientes e sistemáticas, estabelecendo estratégias que visem à transformação da instituição de forma que todos os envolvidos participam. Dizer que é democrático não necessariamente faz com que isso seja praticado, ou seja, eleger um diretor através de votos, não quer dizer que esta organização escolar terá um mandato que seja acessível e democrático para todos. Luck (2000) nos diz que a “gestão escolar é uma dimensão, um enfoque de atuação, um meio e não um fim em si mesmo”, ou seja, não podemos esquecer que o foco é o aluno e seu aprendizado significativo, mas que isso só acontece de verdade se os professores e toda a comunidade escolar estiverem funcionando, satisfeitos e não necessariamente a satisfação é somente financeira (mesmo que esta seja muito importante), mas você lidar com o professor, o escutando, o participando e fazendo este se sentir parte do que acontece na escola, com autonomia para exercer seu trabalho, sem cobranças desnecessárias; sem dúvidas fará com o conceito de democracia aconteça de forma concreta e não somente no teórico que é o que acontece atualmente em muitas organizações escolares. A construção coletiva não somente é qualitativa quando atingem os índices escolares pré-estabelecidos pelo governo, por exemplo, mas principalmente porque tem como resultado um rendimento positivo para os alunos, responsáveis, professores e funcionários, pois estes se sentem parte porque de fato fizeram parte, se envolveram, compartilharam decisões, discutiram propostas, ideias e consequentemente se sentem mais úteis porque em algum momento verá que o seu ‘pedacinho de ideia’ está em algum lugar. 2.2 O papel do gestor dentro de uma instituição pública O gestor dentro de uma instituição pública deve ter como foco que, por mais que o funcionário não tenha o mesmo tipo de trabalho que o da empresa privada, ele precisa de motivação a todo o momento. Motivação é fundamental em qualquer trabalho e numa instituição pública isso não pode ser esquecido. O fato de o funcionário ter a estabilidade (pois sua maioria é concursada) não o exime de carecer de um ambiente de trabalho favorável com treinamentos, por exemplo. Identificar as necessidades do ‘ambiente de trabalho’ é papel do gestor. Ele precisa discernir maneiras para que este funcionário mude e assim, esteja disposto a continuar crescendo como pessoa, mas acima de tudo como profissional que esteja motivado e satisfeito naquilo que faz, de forma que busque sempre sua autonomia e torne-se um trabalhador pensante, pró-ativo e, que ‘vista a camisa’ da organização. Assim, este funcionário será capaz de oferecer ideias que possam melhorar não só o seu trabalho individualmente, mas o da equipe. Esse processo de conscientização do trabalhador, de transformação e flexibilização – afinal ele não estagna naquilo que o patrão mandou, ou seja, está sempre disposto a mudar – tem tudo a ver com a educação que o gestor tem como objetivo alcançar, de transformação social, tanto no meio no qual este indivíduo vive, mas também em seu trabalho. Por isso, o verdadeiro gestor educacional é o profissional que consegue melhor lidar com este processo, pois além de ter a didática do treinamento, ele também trabalha com a qualidade do mesmo. As aplicações da gestão de pessoas em uma instituição são basicamente o aperfeiçoamento e a valorização do ‘capital humano’ tanto para habilitá-lo, quanto para mantê-lo presente. O que não se pode confundir é que o gestor não está ali para ensinar a fazer o trabalho, até porque esta capacidade técnica é de cada funcionário em sua determinada função, ou seja, o professor em sua sala de aula, a merendeira na cozinha e assim sucessivamente. O que o gestor pretende é por meio de materiais, metas e a exposição de ideias, desenvolver o intelecto do funcionário de modo que o mesmo esteja motivado a desenvolver suas atividades e as faça de forma qualitativa, pois é também neste momento que a prática é posta a prova, porque o funcionário sente-se mais seguro a agir, pois percebe que, a todo o momento, há uma gestão disposta a não reprimi-lo ou apontar suas dificuldades a seu superior, mas sim, entender o que ele precisa desenvolver. Enfim, esta gestão está sim em busca de profissionais que atendam aos interesses da empresa, mas não de forma capitalista, acatando o que é o oportuno para os patrões (neste caso o governo). Muito pelo contrário, o gestor busca experiências práticas que estejam ligadas a instrumentos democráticos, pois acredita que a partir da democracia, participação e descentralização do poder, teremos um melhor desenvolvimento deste profissional e que, por mais que este tenha dificuldades, não está/se sinta ‘perdido’. Através do exercício educativo é possível superar os problemas sem eliminar este indivíduo, por meio da organização e adaptação, porém sem interferir na sua personalidade ou caráter, ou seja, o objetivo é mudar para ajudá-lo a desenvolver um melhor trabalho na instituição e/ou desenvolver seu relacionamento social, mas não mexer com as suas individualidades. É por meio do respeito mútuo entre o funcionário e o gestor que se obtém um resultado positivo que não visa somente à produtividade, mas também a eficiência. Até porque, um trabalho que vise somente à produção, faz com que este funcionário sinta-se coagido a atender aos interesses da instituição, o que consequentemente pode gerar problemas até de saúde como o estresse ou a Síndrome de Burnout . Por isso é importante que acima de qualquer objetivo que se queira alcançar, o gestor e toda a equipe, identifique os fatores ambientais e organizacionais que podem contribuir negativamente a seus funcionários, porque somente a partir deste diagnóstico é possível se alcançar com qualidade o que se pretende. Por fim, o trabalho do gestor, além de formar um funcionário qualificado profissionalmente, tem o objetivo de (...) de auxiliar os funcionários no sentido que estes reflitam suas práticas dentro das empresas e que em meio a esta reflexão, busquem desenvolver maneiras para alcançar melhor rendimento e desempenho de seu trabalho, com intuito de desenvolvimento nos âmbitos pessoal e profissional.(MENDES, 2008). O gestor precisa ter o feeling de perceber que o bom trabalho para a escola está além dos conteúdos aprendidos pelos alunos ou pelas notas que os mesmos obtêm em avaliações, por mais que isso seja muito importante. É preciso compreender que o fato do funcionário ter sido aprovado em concurso público e ter uma estabilidade financeira não são o suficiente para mantê-lo motivado. Um bom ambiente de trabalho, apoio da equipe, traz como consequências esses resultados, mas principalmente benefícios psicossociais como diminuição da depressão (que ainda é um dos maiores motivos de aposentadoria em cargos de professores), aumento da auto-estima, alívio do estresse, diminuição de custos médicos e com licenças, aumento da produtividade, enfim, todos ganharão de forma que nem o funcionário prejudique a instituição ou vice-versa. CONSIDERAÇÕES FINAIS A busca por reflexões sobre a importância da gestão de recursos humanos numa instituição escolar pública propiciou a elaboração desta pesquisa que objetivou, principalmente, a investigação de qual é a real atuação do gestor que se vê, porém mais do que isso, que se faz líder. Esta é resultado de um trabalho que contou com a pesquisa bibliográfica para fundamentação e justificativa deste tema. Um bom trabalho feito em equipe democraticamente pode colher resultados positivos e a competência de olhar estes profissionais, não os vendo somente como mão de obra, mas sim como seres humanos que possuem suas necessidades e particularidades, são indispensáveis aos profissionais que atuam na gestão de pessoas e principalmente no setor de recursos humanos. Porém, além da variação do objetivo que a escola quer chegar, o que mais predomina e consequentemente interfere no trabalho do gestor de uma instituição pública, é como ele lida com seus funcionários; ou seja, baseado nas pesquisas realizadas, encontramos como realmente um superior imediato pode fazer a diferença. Quando a gestão é focada no verdadeiro objetivo do RH, que é desenvolver pessoas, é possível iniciar um trabalho que permite que sua real função efetivamente apareça. Não podemos esquecer que uma das principais funções do gestor é o relacionamento, ou seja, ele é o mediador entre a relação dos funcionários de uma escola, inclusive de sua própria equipe. Em outras palavras, apesar da ainda pequena atuação da gestão de pessoas (aliada ao RH) nas instituições públicas e mais especificamente nas escolas, o gestor propõe um melhor rendimento dos processos e transformações produtivas dos funcionários, no qual os mesmos desenvolvam suas potencialidades intelectuais e consequentemente se tornem mais pensantes, ou seja, atendam os interesses tanto da escola (porque assim o profissional desenvolve melhor seu trabalho), quanto seu desenvolvimento pessoal, pois torna-se crítico, pensante e acima de tudo um cidadão que é capaz de fazer suas próprias escolhas. Esta pesquisa ressaltou a relevância da conscientização do gestor neste papel de liderança democrática, pois percebemos que a sua função faz a diferença na prática, porém isso ainda depende mais da busca em ampliar/desenvolver o profissional. Afinal a liderança não pode atender somente seus interesses, é preciso estar em sintonia com sua equipe, sua comunidade escolar e mais do que isso estar envolvido, ou pelo menos disposto a fazer com que o trabalho democrático seja posto em prática, porque é através da junção da equipe, ou seja, o trabalho em conjunto que é possível fazer a diferença e efetivamente trazer retornos positivos que envolvam todos os setores da escola. Para se fazer uma educação de maneira formal, o ‘gestor líder’ deve fazer com que a comunidade escolar esteja por dentro do que acontece na escola de forma com que se crie oportunidades e se assegure a toda a população um mínimo de formação que contribuirá para torná-lo um cidadão atuante na sociedade e diminuindo assim, as desigualdades na formação dos educandos que fazem parte desta instituição. A participação da comunidade na gestão escolar torna os funcionários mais atuantes, porém mais do que isso, autônomos e seguros de seu papel, pois eles participam e usufruem do que fizeram parte de forma justa e qualitativa, afinal a participação favorece o equilíbrio e a equidade, pois eles se conscientizam também de seus deveres, até porque não é certo, nem justo somente aplicá-la quando nos favorece, ou seja, quando valemos o nosso direito, mas também quando precisamos cumprir nossos deveres e a participação efetiva nas ações escolares proporciona essa consciência. Podemos dizer ainda, que o trabalho do gestor junto com outros profissionais pode e vale a pena, justamente pela união do ‘querer fazer dar’ certo, tendo único objetivo de investir em pessoas, olhar diferente, visando suas capacidades e desenvolvendo-as, reconhecendo suas práticas, porque isso faz com que mesmas tenham o prazer no que praticam e, por conseguinte tenham maior produtividade, uma vez que profissionalmente elas querem fazer o seu melhor, porque isto viabilizará seu reconhecimento. Em suma, percebemos que de fato, a atual conjuntura de nossas escolas, principalmente as públicas, em que há um gestor que visa o trabalho em equipe, ou seja, democrático, ainda não é na quantidade ideal, afinal, a própria rotina burocrática e os próprios ‘vícios’ dos que já atuam há anos atrapalham esse ‘novo olhar’. No entanto, o que se pode entender é que, por mais que o trabalho do gestor seja imprescindível para uma escola, o trabalho em equipe ainda é a melhor opção para o bom desenvolvimento da instituição e isso independe de ser pública ou privada. BIBLIOGRAFIA ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 9000/2000 - Sistema de Gestão da Qualidade: Fundamentos e Vocabulário. Rio de Janeiro, ABNT, 2004. ALARCÃO, Isabel (org.). Escola reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre: Artmed, 2001. CHIAVENATTO, Idalberto. Gestão de pessoas: O novo papel dos recursos humanos nas organizações. 2.ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999. __________. Recursos humanos. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2002. LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, pra quê? 7.ed. São Paulo: Cortez, 2004. LUCK, Heloísa. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. Rio de Janeiro: DP&A editora, 2002. __________. Ação Integrada: Administração Supervisão e Orientação Educacional. 22º ed. 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