A FORMAÇÃO DE PROFESSORES/AS NO CENTRO DAS ATENÇÕES

Elisângela P. Alves

Profª Esp. na Escola Estadual Deputado Francisco Villanova

 Salto do Céu/MT.

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RESUMO:

O presente trabalho tem a intenção de dialogar sobre oferta de formação continuada a professores/as da educação básica, a qualidade do que é ofertado e as condições para que o/a mesmo/a assuma a condição de sujeito neste processo.

Palavras-chave: educação básica, professor/a, formação continuada.

Introdução

Como professora da rede pública há alguns anos, a questão da formação continuada de professores/as, doravante intitulada FC, tem sido objeto de algumas indagações que nos levam a refletir sobre as condições de sua oferta, da qualidade e dos/as principais protagonistas neste processo. 

  • Como deve ser a FC para contribuir com a prática docente?
  • O que é preciso para que o/a professor/a participe como sujeito autônomo na FC?

Estes questionamentos nos inquietam ao pensarmos a FC como condição para a melhoria na qualidade da educação, pois uma das condições de avançarmos no ensino público é através da oferta qualitativa de formação.

E, a qualidade deve passar por além de melhores estruturas físicas das escolas, por salários dignos aos profissionais da educação e também pela formação de professor. Formação que necessita contribuir para a transformação da sociedade entendendo que apenas a formação inicial, que é delegada à universidade através dos cursos de licenciatura, não supre as necessidades de contribuição para a prática docente.

Neste sentido é propomos dialogar um pouco...

Referencial Teórico

A sociedade deste novo século passa por uma mudança de paradigmas. Novos valores, atitudes e, para que se mantenha viva, a escola precisa instrumentalizar-se para atender as novas necessidades. Assim sendo, há a necessidade de uma formação que possibilite transformação no fazer-pedagógico, afinal,

Formar professores com qualidade social e compromisso político de transformação tem se mostrado um grande desafio às pessoas que compreendem a educação como um bem universal, como espaço público, como um direito humano e social na construção da identidade e no exercício de cidadania. (FELDMANN, 2009, p. 71)

A formação de professores no contexto da escola brasileira precisa ser pensada num viés social e político de forma a contribuir com a reflexão e/ou (re)organização da prática docente e, esta acima de tudo necessita contribuir para um encontro de alternativas às diversidades de situações pelas quais estes profissionais precisam passar em sua atividade diária.

IMBERNÓN (2010) acredita que

A formação, enquanto processo de mudança, sempre gerará resistências, mas estas terão um caráter mais radical, se a formação for vivida como uma imposição arbitrária, aleatória, não verossímil e pouco útil. (p. 56)

Entendemos então que melhores resultados surgem quando a formação é pensada num viés que possibilite ao/a professor/a reorganizar sua prática docente, visando melhores resultados. Portanto, a mesma precisa atender a estes anseios.

Uma das condições de revisão da oferta de FC seria possibilitar ao/a professor/a ser sujeito desta. Para isto, TARDIF (2012) acredita que

se quisermos que os professores sejam sujeitos do conhecimento, precisaremos dar-lhes tempo e espaço para que possam agir como atores autônomos de suas próprias práticas e como sujeitos competentes de sua própria profissão.” (p. 243).

Enquanto profissional da educação básica é possível dizer da necessidade de reorganização, por parte da equipe gestora, das atividades atribuídas ao/à professor/a, pois o excesso de trabalho ao qual este/a tem se submetido contribui para que o/a mesmo/a dê pouca atenção à formação, deixando-a muitas vezes delegada a segundo plano.

À FC compete cumprir seu papel primordial de ser instrumento essencial de contribuição com a (re)visão na ação do professor, ajudando aliviar as angústias pelas quais este/a passa nas diversas situações que  o/a desafia a sempre fazer melhor, afinal, este tem sido um grande desafio da escola nos últimos anos, a necessidade obrigatória da melhora, e nem sempre a sociedade cobra do governo esta mudança, recaindo sobre o/a professor/a esta necessidade de transformação.

Considerações finais

Entendemos que educação pública no Brasil passa por um processo de mudanças e muitas discussões esquentam este cenário. A necessidade de revisão de conceitos, da nossa prática, é fato, é algo do qual não podemos fugir. Quem não se lembra das recentes discussões relacionadas ao kit gay, como ficou conhecido, por conter materiais que auxiliariam no debate contra a homofobia?

São questões que enquanto professores/as que lidam cotidianamente com uma diversidade de situações, precisamos estar melhores preparados/as. São constantes os desafios que se colocam a nossa frente e, uma FC comprometida com a educação pública de qualidade precisa auxiliar nesta travessia, lembrando aqui Guimarães Rosa.

Referencial Bibliográfico

FELDMANN, Marina Graziela (org). Formação de Professores e escola na contemporaneidade. SP: Ed. Senac, 2009.

IMBERNÓN, Francisco. Formação continuada de professores. Tradução: Juliana do Santos Padilha. Porto Alegre: Artmed, 2010.

TARDIF, Maurice. Saberes Docentes e Formação Profissional. 13. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.