RITA DE CÁSSIA DE SOUZA

Através deste artigo vamos tentar analisar e descrever o processo de produção material de nossas escolas públicas. A escola pública surgiu da necessidade de uma instituição social, porém; ela não foi implantada de imediato, muitos séculos se passaram até a escola chegasse a ponto da que temos hoje. Quando se faz uma abordagem da escola pública logo vemos suas implicações, importa captar as condições concretas que amadurecem e a faz universal. Historicamente os pressupostos dessas instituições revelam suas funções sociais. A escola dualista da burguesia sofreu uma grande mudança na chegada da escola única, tudo mudou se bem que essas mudanças não foram de imediato como já mencionamos antes. A expansão escolar foi uma das crises e consequências de transtornos no mundo de então.
A produção da clientela escolar se concentrava de inicio na Revolução Industrial, para tanto a Inglaterra passa a ser um referencial, pois essa nação emergiu desse processo e, adiantou-se em muito as demais na questão material. Sua economia era avançada na época do capitalismo que vivia em constante competição. Outra questão foi a simplificação do trabalho, pois mulheres e crianças passaram a trabalhar na produção. Devido a grande população nas fabricas tudo passou a ser deteriorado e principalmente a moral dos trabalhadores. Porém, a fase seguinte foi a de trabalhadores em reação a tudo isso. Passam-se então às disputas internas entre a burguesia e a riqueza de poucos.
Surge então o momento de beneficiar as crianças que muito estavam trabalhando. Às denúncias contra as explorações da criança levou a criação de normas que diminuísse a carga horária de trabalho e que também essas crianças fossem para a escola. Através disso as crianças começaram a ser demitidas de seus trabalhos. Com isso surge então o processo de que filho de operário não é operariozinho. A o passo que essas crianças ficam sem emprego surge então outra necessidade, onde essas crianças vão passar o seu dia, na rua que não haveria de ser. Surge então a necessidade de criar um lugar social para elas. Para os pais trabalhadores o surgimento de um lugar onde deixariam seus filhos seria muito válido e bom. Através dessa oportunidade a escola deixa de ser exclusiva dos filhos da burguesia. Passa então escola ser declarada como universal aos interesses de todas as classes sociais. Surgem então pedagogos para classificar dois tipos de escola uma para os filhos dos operários e outra para os da burguesia. Até seus conteúdos eram diferenciados. Porém nada de tudo o que foi proposto consegue tapar ou esconder um modelo feudal de ensino. Através do capitalismo dominante o trabalho torna-se simples e barato. Surge então a chamada força de trabalho que nada mais é que uma exploração e barateio da mão de obra do homem. Passa-se então surgir outra necessidade a de criar uma especialização de trabalho. Com isso o trabalhador passou a demandar exclusivamente o necessário. A escola nova tem seus problemas, porém procurou cumprir suas funções e principalmente as promessas da burguesia a de universalizar o ensino. Se bem que essa universalização do ensino já vinha desde Comenius. O resultado foi um progresso relativo através dos novos currículos implantados. No Brasil foi possível observar que à formação dos estudantes estava passando por mudanças nos séculos XVIII e XIX. Através das reformas pombalinas. Porém quanto aos livros didáticos eram reservados somente aos clássicos. Os livros didáticos assumiram o lugar central para os professores. O intuito de Comenius era transformar o professor num grande num artesão e o ensino em arte. Com a nova ênfase de ensino para as crianças operárias como arrumar o tempo de ensino e trabalho, o jeito foi implantar escolas noturnas e dominicais. Porém começaram a surgir diferenças entre os períodos e também nas questões metodológicas. Uma das questões foi à constatação que no período do século XX, a escola pública demoliu o avanço do ensino e hoje se mostra paralisada. A generalização do ensino público e universal obrigou o patrocínio do capital do Estado. Capitalismo assumiu um sistema de parasita dominando o financeiro e isto prejudicou os avanços ainda mais do ensino. Com todos os avanços da rede de ensino público, avanços esses que, que de longe eram grandes foi muito criticado pelo movimento liberal. Chegamos ao ponto em que nos anos 60 esse crescimento do ensino público começa a ruir. Surgem então novos esquemas de ensino um deles é a famosa bolsa escola, que nada mais é um aglomerado de falsas idéias políticas. Vemos que é necessário voltar à discussão que as escolas não têm função social, ela é um organismo de função intelectual. Mesmo com a crise econômica do país, e o capitalismo sempre tão evidente, muitos desempregados os que não se deve ter em mente é a falsa solução de que a culpa está somente no ensino, na realidade podemos observar é que a classe burguesa continua ditando suas regras, e com isso a camada parasitária continua em alta. O desemprego e à miséria é um fator incontestável que tem sumido com as crianças dos colégios.

Referência

ALVES, Gilberto Luiz: A produção da escola pública contemporânea. 3ª Ed. Campinas - SP: Autores Associados, 2005. 288 p