RESUMO

O presente artigo discorrerá sobre a importância do bom relacionamento entre os pais e a escola para efetivo desempenho escolar da criança o papel da escola é socializar o conhecimento seu dever é atuar na formação moral dos alunos, é essa soma de esforço que promove o pleno desenvolvimentodo individuo como cidadão. A escola é o lugar onde a criança deverá encontrar os meios de se prepara para realizar seus projetos de vida, a qualidade de ensino é, portanto, condição necessária tanto na sua formação intelectual quanto moral, sem formação de qualidade a criança poderá ver seus projetos frustrados no futuro.Os professores e toda a comunidade escolar, a forma de avaliação são transmissores de normas e valores que norteiam e preparam o indivíduo para viver coletividade. Assim, é importante que as questões de vida em sociedade faça parte, com clareza, da organização curricular, levando a ética ao centro de reflexão e do exercício da cidadania.

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por finalidade colaborar com a discussão e reflexão sobre a necessidade do bom relacionamento entre a comunidade e a escola para um melhor desempenho escolar em especial criança Antigamente costumava-se atribuir á criança toda culpa por seu fracasso escolar. Quando se fala das escolas do passado, o modelo de referência está marcado fortemente pela disciplina escolar. Nas escolas desta época, não era apenas a existência de um Reitor nomeado pelo poder central que garantia um funcionamento sem grandes sobressaltos, era também um regime de ditadura que refletia o estilo de vida daquele período, reprimir radicalmente os desvios fazia parte integrante do sistema educativo, onde raras eram as famílias que se atreviam a reclamar mesmo contra castigos que considerassem despropositados ou excessivos.

O artigo teve seu olhar voltado para o cotidiano da escola, visando articulações necessárias entre a família e a escola, que há algum tempo, percebeu-se vinha apresentando dificuldades de relacionamento. Segundo SILVA percebemos que em qualquer conversa informal com os professores, a família vem à baila geralmente como vilã pelas mazelas vividas no cotidiano escolar. (SILVA, 2003, p.187) Hoje em dia existe cada vez mais a necessidade de a escola estar em perfeita sintonia com a família. A escola é uma instituição que complementa a família e juntas tornam-se lugares agradáveis para a convivência de todos. A educação constitui uma das componentes fundamentais do processo de socialização de qualquer indivíduo, tendo em vista a integração plena no seu ambiente. A escola não deveria viver sem a família nem a família deveria viver sem a escola. Uma depende da outra, na tentativa de alcançar um maior objetivo, qualquer um que seja, porque um melhor futuro para os alunos é, automaticamente, para toda a sociedade, porém, já se reconhece que as dificuldades em aprendizagem não se dão no vazio, e sim em contextos, tanto situacionais, quanto interpessoais. Não podemos falar de dificuldades tendo somente a criança como ponto de referência: o "contexto" em que a criança se encontra precisa ser considerado. No interior de nossa própria cultura, sem de sua própria cidade nem de nosso próprio bairro, um belo dia observamos nosso ambiente e nos damos conta de que tudo mudou tanto que mal somos capazes de saber como as coisas funcionam. Sentimo-nos, então, desorientados como se tivéssemos viajado para uma sociedade estranha e distante, mas sem esperança de voltar a recuperar aquele ambiente conhecido no quais sabiam nos arranjar sem problemas. (ESTEVES, 2004, p. 24) Os Pais e a escola são parceiros fundamentais no desenvolvimento de ações que favoreceram o sucesso escolar e social das crianças, formando uma equipe. É fundamental que ambas sigam os mesmos princípios e critérios, bem como a mesma direção em relação aos objetivos que desejam atingir.

A educação perpassa tanto o ambiente escolar quanto o familiar. A interação entre ambos é muito importante para o sucesso do processo aprendizagem. Diante do exposto surgem as seguintes indagações: De que forma deve ocorrer a participação dos pais na escola? De que maneira a escola pode estimular a participação dos pais? Quais os principais resultados trazidos por essa participação? Pensando nisso, utilizou-se para este trabalho uma metodologia de pesquisa e intervenção voltada ao fortalecimento dos laços de aproximação entre a escola e a família, almejando uma parceria que crie uma atmosfera favorável ao desenvolvimento e aprendizagem das crianças nesses dois ambientes socializadores e educacionais. Como bem diz PIAGET: Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais leva, pois a muita coisa que a uma informação mútua: este intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca e, frequentemente, em aperfeiçoamento real dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações profissionais dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um interesse pelas coisas da escola chega-se até mesmo a uma divisão de responsabilidades [...] (2007, p.50) Os pais podem participar de várias maneiras na vida educacional do estudante, elas podem: acompanhar tarefas e trabalhos escolares, verificar se o filho fez as atividades solicitadas pelo professor, estabelecer horário de estudo, informar- se sobre matérias e provas, organizar reuniões para discussão de conteúdos e métodos de ensino aprendizagem, promover a realização de eventos festivos e convida-los a participar seja como atores ou espectadores, orientar sobre como melhor ajudar a encorajar a aprendizagem, dos filhos em casa, convida-los a fazer palestras para a comunidade escolar sobre assuntos que dominam como profissionais, entre outras. A primeira vivência do ser humano acontece em casa, independentemente de sua vontade ou da constituição desta. É os pais que lhe dá nome e sobrenome, que determina sua estratificação social, que lhe concede o biótipo específico de sua raça, e que o faz sentir, ou não, membro aceito pela mesma. Portanto, os pais é o primeiro espaço para a formação psíquica, moral, social e espiritual da criança. A criança, desde seu nascimento, ocupa um espaço dentro da família. É nela que se encontram os primeiros professores e ensinamentos, os quais refletirão e perdurarão por toda vida adulta, permitindo que seus membros se desenvolvam em todos os aspectos, de forma integral. A comunicação entre pais e filhos, o diálogo, as vivências de atitude, de amor e respeito, os valores, as regras sociais são de suma importância para a formação da personalidade, do caráter, como também na aprendizagem, condição para crescimento pessoal e profissional. Os pais e escola são os principais suportes com que a criança pode contar para enfrentar desafios, visto que, integradas e atentas podem detectar dificuldades de aprendizagem que ela possa apresentar, podendo contribuir de maneira eficiente em benefício da mesma. O pai deve ser parceiros, aliada à escola e aos professores, para juntos oferecerem um trabalho de envolvimento e cumplicidade nos assuntos relacionados ao ambiente escolar. Como os primeiros especialistas de seus filhos eles podem ajudar no trabalho da aprendizagem de acordo com as necessidades especificas que venham a manifestar na escola.

Mas “ATENÇÃO” professor, a escola não precisa nem deve tentar ensinar os pais “A SE ENVOLVER”, pois na pratica eles estão envolvidos, e nem considerar que sejam os únicos responsáveis pelas quais passam seus filhos a cidadania e liberdade acontece no ambiente familiar ou social ela é compartilhada e implica na partilha de deveres e direitos para superar o individualismo, com definição de regras e normas de comportamento e participação de todos, porém deve-se haver confiabilidade entre pais e professores não permitindo que haja insegurança. A parceria entre os pais e as instituições de ensino seja a educação formal ou a técnica, é concretizada quando ambos estão unidos em um único objetivo, formar cidadãos conscientes da sociedade em que habitam, com valores éticos e morais e com uma perspectiva de um futuro promissor. É de extrema importância o estudo da relação pais/escola, onde o educador/professor se esmera em considerar o educando, não perdendo de vista a globalidade da pessoa, percebendo que, a criança, quando ingressa na rede escolar, não deixa de ser filho, irmão, amigo, etc. A necessidade de se construir uma relação entre escola e família, deve ser para planear, estabelecer compromissos e acordos mínimos para que o educando/filho tenha uma educação com qualidade tanto em casa quanto na escola. Na escola existe todo um conjunto de professores capazes de poder ajudar e acompanhar não só os alunos como também os encarregados de educação, podendo neste caso, dar pistas educativas, com vista a que os pais possam e consigam perceber as dificuldades e lacunas a preencher nas mais variadas disciplinas. Tudo isto tornaria a relação entre escola-família um pouco mais próxima e promotora de uma saudável construção relacional. Primeiramente, recorreu-se à lei. De acordo com o artigo 205 da Constituição Federal, [...] a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1998) A experiência escolar tem mostrado que a participação dos pais é de fundamental importância para o bom desempenho escolar e social das crianças. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no seu artigo 4º discorre: É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à liberdade e a convivência familiar e comunitária. (BRASIL, 1990) É de extrema importância que se comece a dar mais atenção a esta parceria entre a escola e a família, pois é a partir dela que estão os alicerces seguros para que os educadores e consequentemente alunos consigam desempenhar o seu papel de uma forma mais segura e motivada, tendo em vista o seu bom percurso e progresso na vida escolar e familiar. É muito importante que os pais e escola se unam na criação de uma “aliança” com vista a conseguirem ajudar educandos e consequentemente alunos, de forma a que os consigam tornar cidadãos ativos e capazes de agir na sociedade dos nossos dias.

Enfatizamos que: Os pais tem sido e é a influência mais poderosa no desenvolvimento da personalidade e na formação da consciência da criança. Assim, podemos dizer que elas precisam sentir que fazem parte de uma família. A importância da primeira educação é tão grande na formação da pessoa que podemos compará-la ao alicerce da construção de uma casa. Depois, ao longo de sua vida, virão novas experiências que continuarão a construir casa/indivíduo, relativizando o poder dos pais. Partimos da ideia de que os pais é a base que qualquer pessoa de modo especial na infância. Não fazemos aqui, somente referência aos pais como laços de sangue, mas também aos pais constituídos por meio de laços afetivos. É nela que a criança encontra um espaço natural para o seu desenvolvimento. As crianças necessitam ser educadas e é na família que encontra espaço para o cultivo e o desenvolvimento. Embora a legislação seja clara e forneça todo o embasamento legal no que tange à inclusão familiar no contexto escolar, isso não tem sido suficiente para superar o grande atraso do sistema educacional – uma das questões cruciais de educação de sociedades contemporâneas – que perseguem um sistema que assegure a otimização. De uma tarefa essencial em suas destinações históricas. (NOGUEIRA, 2002). MARCHES (2004) nos diz que a educação não é uma tarefa que a escola possa realizar sozinha sem a cooperação de outras instituições e, a nosso ver, a família é a instituição que mais perto se encontra da escola. Sendo assim se levarmos em consideração que Família e Escola buscam atingir os mesmos objetivos, devem elas comungar os mesmos ideais para que possam vir a superar dificuldades e conflitos que diariamente angustiam os profissionais da escola e também os próprios alunos e suas famílias. A escola nunca educará sozinha, de modo que a responsabilidade educacional dos pais jamais cessará. Uma vez escolhida a escola, a relação com ela apenas começa. É preciso o diálogo entre escola, pais e filhos. (REIS, 2007, p. 6 ) A convivência prazerosa é o grande segredo para o crescimento do respeito mútuo. Essas situações comprovam que a educação familiar é a verdadeira árvore da ciência, cujos frutos alimentam a criança tornando-a uma cidadã consciente de seus direitos e deveres.

Para processar e elaborar essas mudanças, é preciso considerar que cada ser humano tem um ritmo próprio e lida ainda com a influência de determinações socioeconômicas culturais, que têm contornos próprios em cada contexto e o desconhecimento dessas condições leva a pressupor que a família nuclearizou-se homogeneamente, muitas vezes rompendo vínculos com sua geração de origem. Desse modo, o ambiente escolar e família no qual o aluno está inserido podem vir a acarretar um mau desempenho escolar seja por falta de estímulos, incentivo ou condições de ensino. Portanto, quando se fala em desempenho escolar, o ambiente familiar não deve ser relegado o segundo plano, mesmo quando se trata da educação normal, função considerada especificamente da escola, pois como se sabe o aprendizado tem início muito antes da vida escolar e sabe-se também que ao chegar à escola, a criança já traz consigo uma considerável gama de conhecimentos, embora diferenciados em função do meio no qual vive. De acordo com Piaget (1984) e Vygotsky (1998): [...] a aprendizagem é resultado da interação do indivíduo com o outro, considerando-se a maturação11biológica, a bagagem cultural e a nova situação que se apresenta. Portanto, existem diferenças individuais que precisam ser levadas em consideração quando se trata de aprendizagem escolar, pois, esta é um processo pessoal, individual que depende de múltiplos fatores. Lembrando CORRÊA, (2001) as diferenças no aprender dizem respeito à hereditariedade, ao gênero, à cultura e ao ritmo no processo de aprendizagem. Percebe-se então, que experiências entre os pais aliadas ao trabalho escolar resultam numa melhora eficaz em relação ao nível de aprendizagem e consequentemente do rendimento escolar, pois, fica claro no discurso diário dos professores que os alunos que recebem atenção significativa por parte da família, tendem a apresentar um melhor rendimento escolar, ao passo que aqueles que não recebem atenção adequada apresentam quase sempre desempenho escolar abaixo do esperado. As famílias, educadoras/es, que levam a sério sua missão na arte de educar, necessitam lembrar que a criança não é apenas criança, ela é um ser humano, que necessita suprir as necessidades físicas, psíquicas e sociais; que ela é dependente; precisa ser tratado sem humilhações e castigos, ser orientada com critérios de verdade e justiça; que precisa de afeto, de elogios, incentivos e sorrisos para a construção se seu caráter. Essa construção também acontece além dos pais e escola, há outros ambientes sociais que se desenvolvem relações amorosa, como no trabalho, em meio à luz e o calor humano, a serenidade, o entendimento, a obediência, a solidariedade. A família e a escola possuem um valor insubstituível, pois elas fazem parte do centro da vida das crianças na construção de sua consciência.

Um dos papéis da escola necessita ser o de estabelecer parâmetros para a criança crescer como ser humano, ser protagonista de sua própria história, construir uma práxis sobre valores fundamentais, envolver a família noensino aprendizagem, resgatar a dimensão ética do conhecimento. É, neste sentido, que o acesso e permanência na escola constituem possibilidades reais aquisição do saber. Outro papel da escola que percebemos é o de educar as crianças no ensino aprendizagem de maneira contínua e permanente. Os meios de vida, de estudos, por onde circulam os aprendizes são tão importantes quanto às atividades educacionais que abrigam. Sua influência deve-se ao fato de que eles são desigualmente motivadores, diferentemente estimulantes e mais ou menos propícios a aprendizagens significativas. A Cultura da instituição, da família e da sociedade é igualmente um fator de ensino. (DELORS, 2005, p. 196) Convém ressaltar ainda que o desenvolvimento e a aprendizagem da criança segundo Vygotsky (1998) se dão a partir de princípios fundamentais como: o indivíduo tem que estar pronto para aprender; o desenvolvimento leva a aprendizagem e vice-versa; desenvolvimento e aprendizagem são simultâneos. (Questionando a ligação estreita entre desenvolvimento e aprendizagem, Vygotsky nos mostra a capacidade do ser humano em entender e utilizar linguagens, descartando o fato de que inteligência é resultado daquilo que já foi aprendido anteriormente.) Sentimos que as crises da educação brasileira provem da falta de um bom relacionamento entre a escola e os pais. A presença do adulto dá para a criança segurança física e emocional que a levam a explorar mais o ambiente, ou seja, aprender. A interação humana envolve também a afetividade, a emoção como elemento básico. E é através da interação com os indivíduos mais experientes do seu meio social que a criança constrói suas funções mentais superiores. Alguns pais estão desgastadas em seus laços afetivos, e o lar passou de um centro gerador de vida e diálogo para uma agitação e desencontros, quando não apenas um ambiente em que as pessoas se fazem presentes somente enquanto dormem.

É preciso ressaltar que essas mudanças não devem ser encaradas como tendências negativas, muito menos como "doenças" ou sintomas de "crise". A ideia de crise, atualmente em voga, pode ser enganosa. A aparente desorganização da família é um dos aspectos da reestruturação que ela vem sofrendo, a qual se, por um lado, pode causar problemas, pode, por outro, apresentar soluções. Sabemos que as crianças possuem como referencial: pessoas, palavras, gestos. Os quais proporcionam a construção do caráter em sua identidade, são vínculos estabelecidos com a sua família. Alguns desafios que precisam de um olhar especial em relação à família/escola que ajudam na construção do caráter das crianças: manterem-se informadas sobre o ensino aprendizagem adquiridos pelos filhos/as; colaborar com educadores/as para tornar mais coerente e eficaz a atuação escolar; mostrarem-se interessados pelas atividades realizadas pelos filhos/as na escola; valorizar a escola, os conhecimentos e habilidades que propicia para criar nos filhos/as hábitos de respeito e uma expectativa positiva em relação ao conhecimento adquirido e socializado; expressar em palavras e atitudes a confiança que têm em ralação a escola e em seus/suas educadores/as; procurar saber o que o filho/a realizou na escola e como foi seu dia; zelar por uma relação de carinho e respeito com os/as educadores/as, pois a opinião da família influi sobre os/as filhos/as; observar os materiais escolares e auxiliar as crianças nas tarefas de casa; resolver problemas entre família e escola; reforçar sempre a autoestima e autoconfiança dos/as filhos/as. “Uma das transformações mais significativa na vida doméstica e que redunda em mudanças na dinâmica familiar é a crescente participação do sexo feminino na força de trabalho, em consequência das dificuldades enfrentadas pelas famílias”. ( 2005, p. 77) É de fundamental importância os pais terem tempo para as crianças, ser exemplo de comportamentos: pontualidade, respeito, amor, gratuidade, entre ajuda, etc.

E oferecer espaços à liberdade de pensar e agir. Saber dizer "não", introduzindo-os no mundo real, fazendo-as pensar no que foi negado para que amadureçam com sabedoria. A educação não depende de si mesma, mas principalmente do papel que a família desempenha dentro, fora e junto à escola. A liberdade é limitada para as crianças pela fraqueza, a felicidade das crianças e dos homens consiste no uso de sua liberdade. Por isso, acreditamos que a criança deva ser educada a partir de seus interesses naturais, mas sem cair em espontaneamente. A criança deve aprender a lidar com seus desejos e conhecer seus limites. Através do excessivo otimismo em relação ao caráter da natureza do ser humano ao nascer, faz severas críticas à educação autoritária, onde o fim da educação para ele é a inserção social, após a criança ter recebido uma educação individualizada. A família precisa ajudar a criança a descobrir-se como pessoa, desenvolver suas potencialidades para que, no futuro, possa aplicar, de modo que ela se perceba como um agente transformador, que transforma e é transformado por esse meio. Na família é lugar de fazer a experiência de conviver com as diferenças de idade, temperamento, relações interpessoais marcadas pela colaboração, tolerância, serviço, aceitação, solidariedade,limites e potencialidades. Este processo só poderá ocorrer por meio da família primeiramente e da escola também. Por estas razões, entende-se a necessidade de integração dos pais a comunidade de investigação, estimulando atitudes criadoras e críticas, dialogando com as crianças, levando-as a aprender, a expor e resumir, respondendo sempre que houver questionamento, despertando desejos de excelência pelas iniciativas e tomadas de decisão. Para que haja uma investigação de mudanças qualitativas na área educacional, a escola e família necessitam de um trabalho integrado que possibilite a criança desenvolver um olhar crítico em relação ao saber em torno da realidade em que vive. Uma barreira perceptível na construção do caráter das crianças, é que a família vem passando por uma série de transformações e uma delas é com relação aos espaços dedicados ao convívio comum. É no aconchego da família e da escola que a criança vai construindo sua consciência/caráter, se socializando, se educando para enfrentar a realidade e as dificuldades na sociedade, tornando-se uma pessoa consciente e crítica. Acreditamos que a família e a escola, concomitantemente, vão influenciando nas atitudes de vida das crianças.

Elas buscam respeito como gente que pensa, age, ama e sofre. A educação torna-se a ligação, dos pais e da escola, com a esperança de um presente e futuro menos doloroso, modificando a cultura e os costumes da sociedade com maior percepção de seus direitos e a liberdade como cidadãs. Receber amor e afeto é uma das mais importantes necessidades no desenvolvimento da personalidade da criança. A busca de uma harmonia entre os pais e escola deve fazer parte de qualquer trabalho educativo que tem como foco a formação de um indivíduo autônomo. Essa harmonia entre escola e família baseia-se na divisão do trabalho de educação de crianças, jovens e adultos, envolvendo expectativas recíprocas. Levando em consideração que o ser humano aprende o tempo todo, nos mais diversos interesses que a vida lhe apresenta, o papel da família é essencial, pois é ela que determina, desde cedo, o que seus filhos precisam aprender, quais são instituições que devem frequentar o que é necessário saberem para tomarem as decisões que os beneficiem no futuro. Partindo do respeito e da valorização da família e igualmente do respeito e da valorização da escola pela família pode-se desempenhar a difícil tarefa e tomar decisões sobre a educação dos educandos, aproximando esses dois contextos, favorecendo aprendizagens mútuas e enriquecedoras, pois, escola e família devem ser vistas como instituições complementares no que diz respeito ao desenvolvimento harmonioso de crianças e adolescentes, buscando uma melhoria na qualidade da aprendizagem escolar dos mesmos, através da união de pais, filhos e professores. A discussão sobre a participação dos pais na vida escolar de seus filhos, não é recente. Há décadas que se vem refletindo sobre como envolver os pais, promover a cor responsabilidade e torná-la parte do processo educativo. Cabe aqui ressaltar que a Constituição Federal de 1988(BRASIL, 1988), em seu artigo5º, caput e inciso 1º, declara a igualdade entre o homem e a mulher; no artigo 226, parágrafo 3º e 4º reconhece na família a relação proveniente de uma união estável e da mono parental idade formada por qualquer dos pais e seus descendentes; e, ainda no artigo 227, parágrafo 5º, as relações ligadas pela afinidade e pela adoção. O Código Civil Brasileiro em vigor desde 11 de janeiro de 2003, considera qualquer união estável entre pessoas que se gostam e se respeitam, mudando assim o conceito de família, até então considerado ideal. Sendo assim, a Constituição de 1988 destaca-se como um marco na evolução sobre o conceito de família e de acordo com GENOFRE, (1997). “... o traço dominante da evolução da família é sua tendência a se tornar um grupo cada vez menos organizado e hierarquizado e que cada vez mais se funda na afeição mútua”. Como já foi dito, as mudanças sócio-políticas-econômicas das últimas décadas vêm influenciando na dinâmica e na estrutura familiar, acarretando mudanças em seu padrão tradicional de organização. Diante disso, não se pode falar em família, mas sim famílias, devido à diversidade de relações existentes em nossa sociedade.

Compor uma parceria entre escola e os pais pressupõe de ambas as partes, a compreensão de que a relação pais escola deve se manifestar de forma que os pais não responsabilizem somente à escola a educação de seus filhos e, por outro lado, a escola não pode eximir-se de ser corresponsável no processo formativo do aluno, considerando que ele seja um ser que passa por constantes transformações biológicas, afetivas e sociais. Por esse motivo, o aluno deve ser visto em sua totalidade, e, escola e família devem propiciar segurança para que haja a construção de sua identidade e autonomia. O presente artigo tem a finalidade de contribuir no processo ensino aprendizagem da criança por entendermos que a parceria entre a família e a escola é de suma importância para o sucesso no desenvolvimento intelectual, moral e na formação integral do indivíduo. Sabemos que Pais, Funcionários, Escola e a Comunidade têm os mesmos objetivos: fazer a criança se desenvolver em todos os aspectos e ter sucesso na aprendizagem. Os pais são os nossos primeiros na aprendizagem emocional; nesse caldeirão Íntimo aprendemos como nos sentir em relação a nós mesmos e como outros vão reagir a nossos sentimentos; como pensar e que escolha tem ao reagir; como ler e manifestar esperanças e temores. No atual contexto, quando pensamos na função socializadora da família, temos várias finalidades a ela atribuídas, como a transmissão de aspectos culturais básicos, relacionados à forma de linguagem, aos costumes, valores, padrões de comportamento etc. Espera-se também, que ela contribua para o desenvolvimento e formação da personalidade. Em famílias nas quais os pais acompanham de forma positiva as atividades das crianças e adolescente ocorre um baixo índice de envolvidos com drogas e comportamento antissociais. Quando os pais não dispõem de tempo para estar com os filhos, como deixar de tomar as refeições em comum, as crianças e jovens são obrigados a crescerem com a ausência de referências culturais seguras. Essa ausência de referências faz aumentar a necessidade de autoridades escolares criarem programas que aproximem as escolas das famílias, pois podemos perceber que a própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96 expressa a valorização e a importância da família no processo de aprendizagem estabelecendo entre as orientações que: Art. 12 – Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: VI – articular-se com as famílias e a comunidade, criando processo de integração da sociedade com a escola; VII – informar os pais e responsáveis sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem como a execução de sua proposta pedagógica.

CONCLUSÃO

Concluímos que a convivência pais e escola devem ser organizadas de modo que os conceitos como justiça, respeito e solidariedade que sejam compreendidos, assimilados e vividos, com esse proposto à escola se desafiam a instalar uma atitude crítica, que levará o aluno a identificar possibilidades de reconhecer seus limites nas ações e nos relacionamentos a partir dos valores que os orientam. Formar uma escola democrática que esteja sempre atenta à qualidade do relacionamento entre seus alunos, professores, pais e dirigentes, já que já praticam, as relações sociais são os melhores mestres em questão e moralidade. Professor a cooperação o diálogo reforçam o respeito mútuo, tão determinante para o convívio democrático, então educador o seu desafio é, então esta alerta para o conhecimento e as informações que possam orientar os princípios da construção da cidadania na escola. “Lembre-se está na LDB-Lei Diretrizes e Base Da Educação Nacional- que e dever da escola o compromisso de educar os alunos dentro dos princípios democráticos.” Fazer com que o aluno perceba que há coerência entre esses valores e o que ele espera da vida, então não há duvida, ele se tornará uma pessoa que se auto- respeito, pelo simples fato de respeitar esses valores. O papel da escola é justamente esse: fazer compreensível o significado dos conceitos das normas e valores, se esforçar para torna-los visíveis, assimilar os valores no seu comportamento ao conscientizá-los na sua relação com os outros alunos afirmando sua autonomia, estabelecer limites ao exercícios da liberdade, contribuir para uma convivência democrática. Desta forma, a escola deve preocupar-se, possibilitando condições para que a sociedade que a abriga ingresse em seu meio, assumindo assim seu compromisso como local de transmissão de saber e construção do conhecimento o papel da escola neste mundo que se transforma, deve estar equilibrado entre uma função sistêmica de preparar cidadãos tanto para desenvolver suas qualidades como para a vida em sociedade. Ao mesmo tempo, deve exercitar sua função crítica ao estudar os principais problemas que interferem em sua localidade, devendo apontar soluções.

Podemos então observar que os Parâmetros Curriculares Nacionais elaborados pela secretaria de Educação Fundamental do Ministério da Educação (MEC), em 1998, ressaltam tudo isso do seguinte modo: são objetivos do ensino fundamental que os alunos sejam capazes de: • compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia a dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito; • posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas; • conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinência ao país; • conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais; • perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente; • desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania; • conhecer o próprio corpo e dele cuidar, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva; • utilizar as diferentes linguagens - verbais, musical, matemática, gráfica, plástica e corporal - como meio para produzir, expressar e comunicar suas ideias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação; • saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos; • questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação. Porém, não existe uma fórmula mágica para se efetivar a relação pais/escola, pois, cada um vive uma realidade diferente. Igualmente, a interação pais/escola se faz necessário para que ambas conheçam sua realidades e construam coletivamente uma relação de diálogo mútuo, buscando meios para que se concretize essa parceria, apesar das dificuldades e diversidades que as envolvem. O diálogo promove uma maior aproximação e pode ser o começo de uma grande mudança no relacionamento entre a Família e a Escola.

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