A escola como instância mediadora da pedagogia

Numa sociedade primitiva, a educação era efetivada através da convivência entre crianças, jovens e adultos, sendo que os mais jovens aprendiam pela participação prática nas atividades de trabalho, nos rituais sociais e religiosos, assimilando assim, a vida em sociedade. Portanto, a educação se processava no cotidiano assistematicamente. Com a organização em classes (dominante e dominado) tornou-se necessário formas de ações mais complexas e sistemáticas, devido ao acúmulo de experiências sociais. A educação espontânea não dava mais “conta do recado”. O segmento dominante da sociedade foi assumindo como propriedade sua cultura acumulada e necessária à vida social, instituído um meio de transmitir os saberes (segredos) aos seus descendentes, meio este foi ganhando formas diversas ao longo do tempo, e, posteriormente, na moderna sociedade burguesa, foi denominado de escola. O conhecimento passou a ser transmitido como um segredo pertencente à classe dominante, não mais cedo comum a todos, centralizando-se nas expectativas e necessidades do segmento dominante. Foi em decorrência da experiência histórica da humanidade que se descobriu a importância para a sociedade da transmissão e assimilação dos conhecimentos, sendo, porém percebendo a sua importância na perpetuação de valores. No Brasil a escola sempre foi privilégio do segmento dominante, apesar das camadas populares identificarem a necessidade de acesso ao conhecimento. Enquanto não mudarmos a nossa base econômica e a nossa estrutura social e política, ficaremos na expectativa deste acesso.