AUTORIA: Nelson Pinto

Introdução

O presente ensaio tem como tema: A emergência de Sincretismo religioso e de igrejas messiânicas em Moçambique. Que sobressai da cadeira de Antropologia Cultural de Moçambique. Para tal modo, para que haja uma excelente compreensão no desenvolvimento do tema em destaque é indispensável destacarmos o objectivo geral:  Compreender a dinâmica do Sincretismo religioso e de igrejas messiânicas em Moçambique. Objectivos especiais:

 Conceituar o sincretismo religioso mocambicano e caracterizar apartir das das Igrjas Zione em Mocambique

 Identificar como surgem as igrejas messiânicas e zione em Mocambique;

 Explicar como é feito culto das igrejas Zione, Assembleia de Deus (ADA) igreja Universal do reino de Deus, Igreja Mundial e outras;

Na elaboração do presente trabalho beneficiou-se o privilégio de ir ao encontro das obras bibliográficas que estão fixadas na página de referências bibliográficas da página final do trabalho. Neste caso, as criticas, acréscimos e sugestões, são desejadas para a melhoria e concreção do trabalho.

Definição

Etimologicamente, sincretismo se originou a partir do Grego sygkretismós, que significa reunião das Ilhas de Creta contra um adversário em comum.

Para PRADO (2013, p.2), é formado por doutrinas de origens diversas, seja no âmbito das crenças religiosas ou nas correntes filosóficas.

Sincretismo é a fusão de diferentes sistema para a fusão de uma nova, seja de carácter filosófico, cultural ou religioso.

O sincretismo mantém características típicas de todas as suas doutrinas bases, sejam rituais, superstições, processos, ideológicos e outros.

De origem grega, a palavra sincretismo significa misturar, unir uma coisa a outra, portanto, de uma forma bastante simplista, trata-se de uma grande mistura de elementos e de várias crenças que acompanham a história dos povos em geral até os dias de hoje e que se tornam parte de sua cultura e identidade (SALES, s/d. p5)

Na famosa enciclopédia on-line Wikipédia, sincretismo “é uma fusão de doutrinas de diversas origens, seja na esfera das crenças religiosas, seja nas filosóficas”.

No campo das religiões

PRADO (2013, p.3), defende que o sincretismo é composto por uma intercomunicação de concepções religiosas diferentes, resultando na influência de uma religião nas práticas de outra. Sincretismo religioso é a mistura de uma ou mais crenças religiosas em uma única doutrina. Este modelo de sincretismo, assim como o cultural, nasce a partir do contacto directo ou indirecto entre crendices e costumes distintos.

Para a enciclopédia on-line Wikipédia (bem como outras fontes) afirma, em resumo, que sincretismo religioso é uma “fusão de concepções religiosas diferentes, ou, a influência exercida por uma religião nas práticas de uma outra”.

Assim, sincretismo religioso seria a combinação de duas ou mais concepções religiosas diferentes entre si (ou a influência de uma nas práticas de outra) até atingir uma forma religiosa comum ou nova (na qual, em certo sentido, essa “nova” pode ser híbrida ou eclética).

A emergência do Sincretismo religioso

No Oriente, a mistura de civilizações de diferentes nações começaram em um período muito cedo, quando o Oriente foi Helenizada sob Alexandre e grande Diadochi no século IV, a.C., os gregos e civilização Oriental entraram em contacto, e compreensivo em grande medida efectuada. As divindades estrangeiras foram identificadas com a nativa (por exemplo, Serapins-Zeu, Dionisio) é uma fusão de cultos sucedidas. Depois que os romanos conquistaram os gregos, os vencedores, como se sabe sucumbiram a cultura dos vencidos e a religião romana tornou-se completamente Helenizada. Mais tarde os romanos gradualmente recebidos todas as religiões dos povos que Roma tomou todos os templos. Sincretismo atingiu o seu auge no século III depois de Cristo, sob a Cascalla imperadores Heliogabolos e Severa Alexandre (211- 235) (KAEMER, s.d. p.1).

Podemos observar o fenómeno do sincretismo religioso desde a formação das religiões mais primitivas até a actualidade. Ele surge por meio do processo de enraizamento da cultura na religião, ou seja, os povos vão se organizando, gradualmente, e as crenças vão se tornando prática comum e expressão cultural (SALES, s/d. p.5)

Estudar o fenómeno sincrético religioso requer uma viajem ao tempo, uma atenção especial para a construção histórico-cultural, no nosso caso, para como se deu a construção do povo de santo nos territórios brasileiros.

Tudo começou em Abril de 1500 quando as caravelas da esquadra portuguesa, comandada por Pedro Álvares Cabral, na ilusão de terem chegado as índias chegaram ao litoral sul do actual estado da Bahia. Ai se iniciava o processo de colonização da coroa de Portugal e, consequentemente, os conflitos étnico racial na “ Ilha de Vera Cruz ” (SALES, s/d. p.2).

No decorrer desse processo, africanos foram trazidos com a função de mão-de-obra escrava o que contribuiu para um amplo leque de novidades em nosso cenário, principalmente no cenário religioso, pois, ao chegarem aqui, os escravos de várias regiões da África traziam consigo várias crenças que se modificaram no espaço colonial. O sincretismo religioso no Brasil é um fenómeno social complexo: ele se desenvolve desde a chegada dos portugueses ao país, quando diferentes povos começaram a entrar em contacto. Ele se deu através do contacto intercultural de povos e grupos distintos, numa espécie de contaminação mútua e interdependente (RIBEIRO, 2012, p. 17).

Emergencia do sincretismo religioso em Mocambique

Para Moçambique o sincretismo religioso pode-se dizer que iniciou em tempos muito antigos estamos a falar a partir dos séculos VII com a presença árabe em África e mais tarde no século XV com a presença europeia (Portugueses), ate aos nossos dias, com a presença de vários povos de diferentes regiões com a sua religião e seus aspectos culturais em particular.

Assim, de acordo com varias definições trazidas com vários autores sobre o termo sincretismo religioso nas suas abordagens tem em comum a frase "mistura ou combinação de crenças religiosas", a partir deste pressuposto, conclui-se que o sincretismo inicia no sul do país com as igrejas messiânicas e Zione. Esta predominância das Igrejas Zione, na zona Sul de Moçambique é explicada em parte pelo próprio processo de criação marcado sobretudo pelo regresso de trabalhadores emigrantes dos países vizinhos, nomeadamente da África do Sul e do actual Zimbabwe, locais onde o movimento era já forte. Outra explicação para a presença massiva das Igrejas Zione no Sul de Moçambique prende-se com o sincretismo que acompanhou o seu processo de implantação: normalmente, as Igrejas Zione incorporam muitos elementos das crenças e tradições religiosas locais como, por exemplo, a partilha de um mesmo pensamento etiológico (fé no diálogo entre os vivos e os mortos), a promoção de curas, a possessão espiritual, rituais e simbolismos de vária ordem (MAHUMANE, 2008, p.10). MAHUMANE (2008, p.20), afirma que as Igrejas Zione têm a sua origem nos Estados Unidos de América, na Cidade Zion, em Illinois, onde a Christian Apostolic Church in Zion, que deu início a esta religião, foi fundada por John Alexander Dowie no ano de 1896.

As Igrejas Zione expandiram-se rapidamente para a África Subsaariana ao longo da primeira metade do século XX, particularmente para a África do Sul, através do reverendo afrikaner Pieter L. Le Roux, um pastor da Igreja Reformada Holandesa. Durante o primeiro quartel do século XX, o movimento zione na África do Sul já apresentava mais de cinco mil seguidores. Ainda (Sundkler 1961, p. 51, apud MAHUMANE, 2008, p.20 ), no caso da África do Sul, as Igrejas Zione representam uma leitura e interpretação nativa e sincrética do cristianismo.

No caso de Moçambique, as Igrejas Zione constituem realmente uma miscelânea sincrética de cristianismo e de crenças e tradições religiosas locais.

Igrejas Messianicas em Mocambique

Nascido na cidade de Tóquio, em 23 de dezembro de 1882, Mokiti Okada, a partir de 1935 iniciou no Japão um novo movimento religioso, que hoje é praticado por muitas organizações religiosas independentes, sendo, entretanto, mais conhecido através do seu ramo maior que é a Sekai Kyusei Kyo ou Igreja Messiânica Mundial, em português.

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