MARINEY APARECIDA LEITE QUEIROZ                                                                                       [email protected]

Resumo do artigo

             Segundo ARANHA (1996), a Educação no Brasil inicia-se no período colonial. Essa educação era voltada somente a instrução cotidiana e não qualificava os moradores para o trabalho. Nessa época os educadores eram os jesuítas e o objetivo era somente catequisar os índios que ali moravam. Nesse período só a elite tinha acesso à educação de qualidade uma vez que não havia motivo para qualificar os menos favorecidos, pois o serviço pesado seria feito por essa classe (negros e índios). A educação passa por vários períodos até chegar nos dias atuais.

           A EDUCAÇÃO BRASILEIRA DIANTE DOS AVANÇOS E RETROCESSOS

             A alfabetização no Brasil teve seu início no período colonial, segundo especialista por volta de 1930. Essa educação baseava-se na instrução e conversão ao cristianismo. Esses ensinamentos eram ministrados somente as crianças, pois elas eram consideradas ingênuas, sem maldades e seria fácil usá-las em benefício da igreja. Os jesuítas passaram a ensinar as crianças indígenas partindo de uma metodologia pedagógica baseada nas brincadeiras, nos jogos, na música e no teatro.

             Portanto, somente os grandes proprietários de terras e os barões detentores de poder que enviavam seus filhos as capitais para que fossem formados e posteriormente voltassem para assumir os negócios da família.  Vale lembrar aqui que somente os meninos tinham esses privilégios, pois as meninas eram preparadas somente para os afazeres domésticos. Contudo isso não perdurou por muito tempo, pois os jesuítas foram expulsos da colônia e um novo modelo de ensino escolar foi implantado.  

              Depois da saída dos jesuítas da colônia, o Brasil adota o ensino tradicional, uma vez que com a chegada dos imigrantes, o mercado exige uma mão de obra mais qualificada.  E essa passa por um período transitório no campo político, social, econômico e educacional.

              Nesse período houve muitas manifestações em busca de uma educação de qualidade.    Se antes a criança era considerada como um adulto em miniatura, agora ela passa a ser vista com individuo em desenvolvimento e respeitado. E o professor por sua vez, passa a ser um facilitador desse desenvolvimento infantil. E a educação passa a ser vista como condição fundamental para o desenvolvimento do País.   

             Em meados de 1960, a educação enfrenta uma nova crise, diante dos debates referentes ao fracasso escolar, uma vez que poucos conseguiam ingressar nas escolas americanas, tornou-se notório as dificuldades escolares.                             

             Muito Dinheiro foi empregado para que se descobrisse porque as crianças não aprendiam. E a culpa desse fracasso escolar recaia sobre as crianças, que eram vistas como incapazes. Surge nesse momento a merenda escolar como forma de recompensa. Pensava-se que ela não aprendia porque era pobre e não tinha o que comer e por essa razão não prestavam atenção na aula e consequentemente não aprendiam.   

          Nessa mesma época surgem também as teorias do deficit que diziam que as crianças não aprendiam porque nelas faltavam os pré-requisitos necessários a aprendizagem como os de cognição, motores, linguísticos, perceptivos, etc.

          Já nos anos 1985, com as Teorias de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, através da Psicogênese da Língua Escrita foi possível rever a forma com que a alfabetização era conduzida. Diante desses novos paradigmas pode-se rever as formas e métodos utilizados para ensinar as crianças.

            Hoje o ensino aprendizagem parte dos conhecimentos prévios das crianças. Todos os conhecimentos adquiridos antes dela ingressar a escola formal são considerados. Cada criança é um ser singular e único e cada um aprende de uma forma diferente. Uma sala de aula é formada por crianças vindas de meios sociais diferentes. Uns com mais acessos a recursos informativos, materiais impressos, visuais, multimídias tecnológicas atualizadas e outros não. Muitas dessas crianças só têm acesso a alguns recursos na escola.

             Sabe-se que cada criança é resultado daquilo que vivencia. E para uma boa aprendizagem é necessário compreender seu desenvolvimento, a forma como aprende e através de atividades significativas. 

             Vygotsky (1998), usa as fazes do desenvolvimento da criança para explicar como acontecem as aprendizagens, e que é nas interações com outras pessoas mais experientes que acontece as trocas de conhecimentos. Defende que sejam realizados trabalhos em grupos, pois as aprendizagens não dependem somente de estruturas biológicas e sim do meio em que está inserido e dos estímulos o qual cada um recebe. Sendo assim, o professor deve ter claro os objetivos e os resultados a alcançar com cada atividade a ser desenvolvida com a turma.  

             Segundo Ferreiro e Teberosky (1985), não adianta encher o ambiente com cartazes de famílias silábicas e pedir que os alunos memorizem. A aprendizagem não advém da memorização e sim das significações interiorizadas pelos alunos.   Então compete ao educador escolher as propostas pedagógicas direcionadas as necessidades e interesses dos alunos para que aconteça uma aprendizagem satisfatória.

            Concluindo essa alfabetização também depende da estrutura familiar a qual o aluno está inserido. Mesmo antes de aprender a ler e escrever a criança já pode adquirir uma aprendizagem sobre o valor e da importância dos símbolos gráficos e dos desenhos.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação. 2. Ed. São Paulo: Moderna, 1996.

FERREIRO, Emília; TEBEROSKI, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes médicas, 1985.

VIGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. 194p